A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
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domingo, 27 de dezembro de 2009

Esfera Armilar - Da identidade histórico-cultural como limite a superar




A história e a cultura constituem poderosos sistemas de condicionamentos e automatismos mentais, emocionais e práxicos que convidam, por via gregária e irreflectida, a um regime de consciência parcial, incapaz de compreender e aceitar a realidade humana, cósmica e divina na sua totalidade plural e complexa. A fixação de uma dada identidade histórico-cultural é, por isso mesmo, um notável contributo para o estreitamento da consciência e para o sofrimento e conflitos daí resultantes. Por isso mesmo, a cultura mais poderosa é aquela que a si mesma se não vir como um fim em si e antes como um meio para se libertar de si mesma. É esse o projecto da "cultura portuguesa", assumida por Vieira, Pessoa e Agostinho da Silva como trampolim para a universalidade, mediação para além de todas as mediações, sejam elas lusitanas ou lusófonas. O melhor de Portugal e da lusofonia é o que neles se esquece de se rever e assinar no espelho do mundo. O pior de Portugal e da lusofonia é o que no mesmo acto deixa a mácula da assinatura. Medíocre é o que se afirma. Grande o que se esquece. Supremo o que nunca se nomeou.

umoutroportugal.blogspot.com

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Minha Pátria é o Mundo Inteiro




“Minha Pátria é o Mundo Inteiro”, biografia sobre Neno Vasco

Esta é a obra de pesquisa histórica, «Minha Pátria é o Mundo Inteiro» de Alexandre Samis (Letra Livre, 2009) sobre o militante anarquista Neno Vasco, intelectual que actuou nos meios operários em Portugal e no Brasil com particular importância na imprensa sindicalista da época.
Neno Vasco ou Gregório Nazianzeno Moreira de Queirós e Vasconcelos (1878 - 1923) foi um poeta, advogado, jornalista e escritor, ardoroso militante anarcossindicalista nascido em Portugal. Emigrou para o Brasil onde estabeleceu uma série de projectos com os anarquistas daquele país. É de sua autoria a tradução para português do hino "A Internacional”.


A chama canta, salta e corre
O velho burgo tomba enfim...
Oh! Quanto abutre cai e morre!
Oh! Quanto abutre em seu festim!
De face a ardear, que a chama cresta!
Ó párias nus, vindes dançar,
Dançar em roda, correr, cantar,
Que esta fogueira é vossa festa!
A chama a crepitar!
Em círculo formai!
Dançai!
Dançai!
De archote aceso, o mundo iluminai!

Neno Vasco

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Para Reflectir!

"(…) Outra ideia falsa muito vulgarizada, muito romanceada até pelos nossos filósofos e historiadores modernos, é a da nossa pobreza pública, como diríamos hoje, anteriormente à grande florescência ultramarina. (…) Pela sua situação geográfica, pelas suas aptidões, pela sua administração inteligente e prática – pois que a tivemos já, e dela principalmente deriva a força económica das Nações –, Portugal foi por largo tempo um dos Estados mais ricos da Península, chegando até a ser considerado dos mais ricos da Europa." Luciano Cordeiro

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

História oficial versus História secreta

"Existem dois tipos de história mundial: uma é a oficial, mentirosa, própria para as salas de aula; a outra é a história secreta, que esconde a verdadeira causa dos acontecimentos." - Honoré de Balzac

sábado, 25 de abril de 2009

Marxismo Cultural: 3 Conceitos Básicos e Leves


Autoria de:
Padre Paulo Ricardo (extracto duma palestra)

O marxismo cultural faz questão de não ser identificado com o marxismo clássico.O marxismo cultural não apenas é uma cultura anticristã, como também tenta ludibriar as pessoas fazendo passar idéias anticristãs como cristãs.Por exemplo, a idéia de paz mundial sem Cristo, simbolizada pelo logotipo da cruz invertida e com os braços quebrados.A democracia precisa de uma base moral, de respeito mútuo onde possam conviver juntos a esquerda e a direita. Mas devido ao marxismo cultural, as coisas mudaram de tal maneira que o que antes era esquerda, virou centro; o que antes era a ultra-esquerda, virou a esquerda atual; e o que era direita, praticamente desapareceu do cenário político.O manifesto comunista de Marx convocava os trabalhadores proletários de todo o mundo para que se unissem e se revoltassem contra os grandes proprietários. Sob esse perspectiva, Marx previa um grande conflito em toda a Europa em que os "trabalhadores oprimidos" atacariam os "patrões opressores" segundo os interesses de sua classe econômica.Contudo, o conflito ocorreu mas não como fora previsto pelos marxistas.A Primeira Grande Guerra começou em 1914 e durou até 1918. ..............................................................................................................................

Ler texto completo publicado por Júlio Teixeira

em "Rosa dos Ventos-Editor" http://rosadosventos2.blogspot.com/

terça-feira, 7 de abril de 2009

Editado o primeiro documento de uma Comuna Judaica Portuguesa

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Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste» da Universidade de Lisboa
Centro de Documentação

Editado o primeiro documento de uma Comuna Judaica Portuguesa

Reforçando a vocação de apoio à investigação, a Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste» acaba de apresentar no seu Centro de Documentação aquele que é, neste momento, o primeiro documento conhecido exarado por uma Comuna Judaica Medieval.

Ver a edição paleográfica e interpretação no nosso website em:

http://www.catedra-alberto-benveniste.org/documentacao.asp?tab=3&id=11

O documento foi editado por Hugo Miguel CRESPO.
A localização deveu-se ao trabalho de Maria Fernanda GUIMARÃES.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre os “ventos da História”

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Há, à partida, duas posições antitéticas: a dos que, por oportunismo, estão sempre a favor dos “ventos da História” e a dos que, por feitio, estão sempre contra…

Se abomino os primeiros (que costumo nomear como “cata-ventos”), também não sacralizo os segundos. Para mim, qualquer pessoa deve, simplesmente, ser coerente e consequente com as suas convicções – quer os ventos da História estejam a favor, quer estejam contra…

Sabemos como, em particular nas “revoluções”, muita gente muda, de um dia para o outro, de “convicções”. E como se estigmatiza quem prefere cair de pé, resistindo no “lado errado”. Antes cair de pé, do que passar a vida a dar cambalhotas…

Chegados aqui, perguntar-se-á: e o MIL, está a favor ou contra os “ventos da História”? Neste momento, ainda contra. Mas, cada vez mais, segundo o que me parece, já a favor. Os “ventos da História” estão a mudar…

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A Pedra no Charco: o Povo

"E o povo?", dir-se-á. O pensador ou o historiador que empregue esta palavra sem ironia desqualifica-se. O "povo", sabe-se demasiado bem a que se destina: padecer os acontecimentos e as fantasias dos governantes, prestando-se a desígnios que o abatem e anulam. Toda a experiência política, por mais "avançada" que seja, desenrola-se às suas custas, dirige-se contra ele: ele traz os estigmas da escravatura por decreto divino ou diabólico. Inútil apiedar-se dele: a sua causa é sem recurso. Nações e impérios formam-se pela sua complacência com as iniquidades de que é objecto. Não há chefe de estado ou conquistador que não o despreze; mas ele aceita este desprezo e dele vive. Cessasse de ser frouxo ou vítima, faltasse aos seus destinos, a sociedade desvanecer-se-ia e, com ela, toda a história. Não sejamos demasiado optimistas: nada nele permite considerar uma tão bela eventualidade. Tal qual é, representa um convite ao despotismo. Suporta as suas provações, por vezes solicita-as, e não se revolta contra elas senão para correr em direcção a novas, mais atrozes que as antigas. Sendo a revolução o seu único luxo, para ela se precipita, não tanto para daí retirar alguns benefícios ou melhorar a sua sorte, antes para adquirir também o direito de ser insolente, vantagem que o consola das suas habituais desgraças, mas que perde assim que são abolidos os privilégios da desordem. Não havendo nenhum regime que assegure a sua salvação, acomoda-se a todos e a nenhum. E, desde o Dilúvio até ao Juízo, tudo aquilo a que pode pretender é a executar honestamente a sua missão de vencido"

- E. M. Cioran, "Histoire et Utopie", in Oeuvres, Paris, Gallimard, 1995, pp.1010-1011.

domingo, 16 de novembro de 2008

O NÚCLEO DO PORTO da Liga dos Combatentes

(continuação)

No texto publicado em 6 do corrente fazia-se referência ao magnífico edifício onde o Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes está instalado. É um edifício cuja fachada principal é quase todo de cantaria de granito que hoje não mostra as barbaridades que ao longo dos anos lhe foram feitas.

A partir da década de 30 do Século passado, foi ocupado, sucessivamente, pelo Tribunal da Relação e pelo Arquivo de Identificação do Porto.
Em consequência dessas ocupações e dos maus tratos ( péssimos tratos ) que lhe deram, em 1974 o edifício encontrava-se num estado de degradação próximo da ruína. Bastará recordar que, durante esses anos de ocupação, houve quem tivesse sido capaz de retirar ou destruir os fogões-de-sala em mármore de Carrara existentes em cada sala. Igual sorte tiveram as figuras douradas dos capitéis das falsas colunas do salão nobre.
No começo da década de 70, o então banqueiro Pinto de Magalhães pretendeu adquirir o edifício para o demolir para alargamento do supermercado que se estenderia da Rua Passos Manuel à Rua Formosa.
Felizmente, esse crime contra o património arquitectónico da cidade não se consumou porque a Câmara Municipal classificou o edifício como de interesse artístico e arquitectónico.
Assim, a venda que estava ajustada por 11.000 contos, não chegou a realizar-se e os proprietários que, na altura, 1974,eram já em número de 16,viram-se impossibilitados de fazer a partilha do imóvel que só poderia interessar ao Estado, à Câmara Municipal ou a uma instituição, para nele instalar os seus serviços.
Foi então a vez do Núcleo do Porto encetar negociações para aquisição do imóvel, o que veio a conseguir pelo valor, irrisório mesmo para a época, de 5.800 contos.
No dia 16 de Março de 1974, foi assinada, no salão nobre, a escritura de compra e venda.
O edifício teve a sorte de, nessa altura, ser Presidente da Direcção do Núcleo do Porto o hoje coronel Mário Fernandes da Ponte que, não só o salvou da destruição, mas que, graças ao facto de ser engenheiro civil, tratou imediatamente de encetar as primeiras e indispensáveis obras. A ele deve a cidade a preservação desta jóia arquitectónica e a Liga dos Combatentes o orgulho de ter as suas instalações num dos mais significativos edifícios da cidade.
Foi renovada e ampliada a instalação eléctrica, substituida toda a caixilharia da fachada posterior ( a maioria já não existia ), fizeram-se outras pequenas obras e, em Setembro de 1974, os serviços do Núcleo começaram a funcionar no edifício, onde hoje se encontram.

Desde então e à medida que as disponibilidades o permitiam, foram efectuadas as necessárias obras de recuperação e adaptação. Pode dizer-se que, do edifício adquirido, hoje só existem as paredes de pedra, a escadaria principal e alguns pavimentos em madeira. Aos longo destes 34 anos foram-se fazendo mais melhoramentos, dos quais se deve salientar a recuperação da pintura dos tectos do salão nobre ( hoje sala principal do museu ) que se ficou a dever ao empenho e iniciativa de alguns membros da Direcção do Núcleo e ao seu presidente, o médico tenente-coronel Rui Fernandes, e à decisiva contribuição do Centro de Coordenação da Região Norte que cobriu 60% do custo da obra.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O MASSACRE DE SANTA CRUZ

No dia 12 de Novembro de 1991,precisamente há 17 anos,deu-se o massacre no cemitério de Santa Cruz, em Díli.
Recordar, transcrevendo o relato dessa atrocidade cometida contra o reduto da
Lusofonia no Extremo-Oriente, é o mínimo que nós, lusófonos, podemos fazer.
“ À chegada às portas do cemitério... alguns dos manifestantes subiram para cima do muro, exibiram os cartazes aos jornalistas e depois ficaram ali todos , quase sem saber o que fazer.
...Um camião do exército apareceu ao fundo da rua... Do interior começaram a saltar soldados vestidos de verde e com tiras vermelhas no capacete.
... Do lado direito apareceram mais soldados, estes com uniformes castanho-escuros e com as M16 em posição de fogo.
...Começaram as rajadas cerradas.Os timorenses das primeiras filas tombaram logo ali os outros voltaram as costas num pânico de fuga e começaram igualmente a cair.
...Os corpos rolavam na rua... As armas calaram-se ao fim de um bom bocado...
No ar ergeu-se o coro da multidão refugiada no cemitério, a rezar Avé Maria em português."

In: “A Ilha das Trevas” de José Rodrigues dos Santos

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O EXEMPLO DO REI DO CONGO


JOSÉ EDUARDO AGUALUSA


Participei recentemente num encontro sobre a situação da língua portuguesa no mundo, que decorreu em Bruxelas, nas instalações do Parlamento Europeu. O encontro organizado pelo eurodeputado português José Ribeiro e Castro contou com a presença de dois dos mais entusiastas divulgadores das culturas lusófonas nos países baixos: Eddy Stols, professor catedrático da Universidade de Lovaina, e Harrie Lemmens, o tradutor para neerlandês de José Saramago, Lobo Antunes, Eça de Queirós, Mia Couto, João Ubaldo Ribeiro e tantos outros.
Na sua intervenção Lemmens recordou os esforços do Rei do Congo, Dom Afonso, para promover o ensino do Português nos seus domínios:
"No dia 25 de Agosto de 1526, Dom Afonso fez novamente um apelo a el-rei, agora Dom João III, para lhe mandar mais professores (a carta mostra o valor que o rei congolês dava ao ensino e a modéstia com que pede ajuda):
Desenvolvimento em:"Rosa-dos-Ventos"«santosnorton.blogspot.com»

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O TERRITÓRIO



A Espanha dos nossos dias é o resto de um continente terciário que, ligado à África por Gibraltar, fechava num lago o Mediterrâneo, e estendo-se para Noroeste, em territórios depois submersos, ia talvez chegar à América.
Observe-se o mapa geológico da Península, e ver-se-á que, cingindo-a em duas metades quase iguais pelo meridiano de Madrid, se tem para Oriente uma Espanha terciária lacustre, para Ocidente um maciço de terrenos silúricos e graníticos principalmente. Foi esta circunstância que levou a geologia a reconhecer a necessidade da existência de uma Atlântida, na qual grandes rios terciários vinham, rumando a Sueste, entrar pela Biscaia e formar os lagos de então, hoje bacias do Ebro, do Douro, do Esla, e o planalto central de Castela, origem do Tejo, do Guadiana e do Jucar. Através das actuais províncias de Tarragona e Múrcia, o sistema lacustre da Espanha terciária vazava para o lago que então era o Mediterrâneo.
As revoluções que assinalaram a entrada da nossa idade geológica cindiram a Espanha da África pondo em comunicação o Mediterrâneo e o Atlântico, subverteram a Atlântida limitando a Espanha por Norte no Mar Cantábrico, e, secando as fontes que alimentavam os lagos interiores, erguendo contra o mar as barreiras cretáceas da Biscaia, deixaram a nu o fundo dos velhos lagos que são hoje campinas regadas por novos rios, cobertas de plantações e vilas.

[…]

A Espanha é outra para o Sul do paralelo que de Coimbra, em Portugal, acompanhando as cumeadas da espinha dorsal da Península vai passar em Madrid e através da Serra de Molina chegar a Tarragona no Mediterrâneo. Desde Perpinhão nos Pirinéus, por Barcelona a fabril, pelas bocas do Ebro, cujos vinhos são célebres, por Tortosa, até Valência, teatro das campanhas do Cid, nós já vimos que um cordão de montanhas limita contra o Mediterrâneo os vales interiores da Espanha Oriental.
A Ocidental, nesta metade, pode dividir-se em três zonas: o planalto das Castelas com as suas vertentes mediterrâneas até Valência e Múrcia; os vales do Tejo e do Guadiana, vertentes ocidentais ou atlânticas, com as serranias divisórias, isto é, a Lusitânia dos romanos; e, finalmente, a velha Bética ou a Bacia do Guadavalquivir engastada pela Serra Morena, montes Marianos, e pela Nevada, montes de Hipula. – Na primeira e na última destas regiões, dominam quase absolutamente os terrenos terciários; pertencem ambas à metade da Espanha geologicamente moderna. A segunda forma o resto da primitiva construção geognóstica da Península.


Oliveira Martins



In História da Civilização Ibérica, Oliveira Martins, Guimarães Editores, 13ª edição, Lisboa, 2007, pp. 21 e 25.

Link.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Uma visão (lúcida) da história, do país e do mundo...

- "Com as descolonizações, os povos criaram uma memória nacional por oposição aos colonizadores. Criou-se a ideia de que a expansão fora algo infamante, exigindo-se mesmo assunções de culpa. Ora, em meu entender, isso é tão disparatado como a glorificação desses colonizadores. Os processos históricos têm dinâmicas próprias e há que pô-las no respectivo contexto".

- "Penso que os políticos são sobretudo ignorantes. Eles próprios não receberam formação cultural e resistem a ela como a qualquer coisa que não se domina. O que é deliberada é a decisão de que tudo o que importa é o lucro. O ataque à cultura assume assume, aliás, várias formas: uma delas é querer submeter os países da Europa a uma única língua (o Inglês) em detrimento das línguas nacionais. No nosso país há já escolas superiores em que se dão aulas em Inglês e em que os professores, quando reunidos, usam esta língua. A União Europeia, na sua génese, tinha como objectivo, o respeito pela diversidade e pelas especeficidades nacionais. Por outro lado, hoje é a Economia que dita a agenda da inestigação científica."

- "Os programas de História do Ensino Secundário são perfeitas aberrações. Não há sentido do que é a História e de como ela deve pôr problemas não só sobre o passado mas também sobre o homem de hoje. Prefere falar-se em conceitos, o que está totalmente errado (...). Por outro lado, os jovens são despropositadamente infantilizados. Evita-se tudo o que seja esforço (...).".

Excertos de uma entrevista a Vitorino Magalhães Godinho (JL, 18.06.2008, pp. 12-14)

sábado, 14 de junho de 2008

Amnésia Colectiva

O Nazismo não Existiu!?

Adolf Hitler era uma personagem simpática e carismática?

Os nazis eram um povo tolerante, que conviviam alegremente com comunistas, judeus, socialistas, democratas, homossexuais e pessoas de outras raças e credos?


O Holocausto é uma mentira?

Aliás indo mais longe, no Irão dos Ayatollahs, o nazismo e o Holocausto são puras invenções dos judeus...

63 anos depois pretende-se branquear a História e esquecer os horrores da II Guerra Mundial.

Passe o pleonasmo, o Tide lava mais branco e mergulhamos a pouco e pouco na amnésia colectiva, no esquecimento...




E ao mergulhar no limbo esquecemos a Noite de Cristal, os «Pogroms», os Campos de Trabalho e de Extermínio, as câmaras de gás, as valas comuns, o bombardeamento de populações civis e indefesas, os genocídios levados a cabo pelo Eixo contra diversos povos, na II Guerra Mundial, em nome da pureza da raça!

Para cúmulo, a questão do Holocausto foi proibida este ano, no Carnaval do Rio de Janeiro!


De polémica em polémica, ao ponto que isto chegou, a intolerância levou a que livros, cartoons, filmes, espectáculos e outras manifestações artísticas fossem retiradas dos escaparates e de exibição, tudo em nome do Islão.

Parece que vivemos nos tempos da Santa Inquisição, em que todos aqueles que pensavam de maneira diferente acabavam na fogueira.

Para cúmulo veio o arcebispo da Igreja Anglicana de Inglaterra sugerir que parte da Sharia poderia ser adoptada em Inglaterra como modelo de vida!

Pasme-se!

Pena Bin Laden, Almadinejad, Adolf Hiler e Himmler não coexistirem no mesmo espaço tempo...

Se Adolf Hitler tivesse ganho a II Guerra Mundial não chamaria um figo aos portugueses e a todos aqueles que o admiram?




Exactamente, como foi previsto há cerca de 60 anos
É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças aliadas, General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.
E o motivo, ele assim explanou: " Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum ponto ao longo da história, algum bastardo se erguerá e dirá que isto nunca aconteceu".
"Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam". (Edmund Burke)

Relembrando:
Em Fevereiro deste ano, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque "ofendia" a população muçulmana, que afirma que o Holocausto nunca aconteceu...


Este é um presságio assustador sobre o medo que está atingindo o mundo, e o quão facilmente cada país está se deixando levar.

Estamos a mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

Este email está sendo enviado como uma corrente, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos, e 1900 padres católicos que foram assassinados, massacrados, violentados, queimados, mortos de fome e humilhados, enquanto Alemanha e Rússia olhavam noutras direcções.

Agora, mais do que nunca, com o Irão, entre outros, sustentando que o "Holocausto é um mito", torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça.


Para constar: «Em 1933, Hitler chega ao poder pela via eleitoral, sendo nomeado primeiro-ministro, com o apoio de nacionalistas, católicos e sectores independentes. Com a morte do presidente Hindenburg (1934), Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o 3º Reich (Terceiro Império).

Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, excepto o Nazi; dissolve os sindicatos; cessa o direito de greve; fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à imprensa; e, através das organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial), e da Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição e eliminação dos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.




O intervencionismo e a planificação económica adoptados por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e provocam o rápido desenvolvimento industrial, estimulando a indústria bélica e a edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital estrangeiro do país. O crescimento vigoroso da economia alemã deve-se em grande parte à atitude dos grandes grupos do país, tais como Krupp, Siemens e Bayer, que apoiam Adolf Hitler.

Desrespeitando as cláusulas do Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório (1935), remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do General Franco na Espanha, em 1936. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a Solução do Problema Judeu, sob a supervisão da SS, que se dedica à exterminação sistemática dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anchluss) e a região dos Sudetas na Checoslováquia (1938). Ao invadir a Polónia, em 1939, deflagra o início da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).»

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Mapa "prova" que portugueses descobriram a Austrália ( REUTERS/O GLOBO ONLINE )

Acho que vale a pena mencionar esta noticia sobre um grande navegador (mais um) que não é muito mencionado nos nossos livros de História (infelizmente) mas cujo feito vem mostrar a universalidade da nossa História e Cultura.

"Uma carta náutica do século 16 que está em uma biblioteca de Los Angeles prova que os aventureiros portugueses, não os britânicos nem holandeses, foram os primeiros europeus a descobrir a Austrália, diz um novo livro que detalha a descoberta secreta do continente australiano.

O livro "Beyond Capricorn" (Além de Capricórnio) diz que o mapa, que marca locais geográficos de forma acurada em português ao longo da costa leste da Austrália, prova que o navegante português Cristóvão de Mendonça liderou uma frota de quatro navios até a Baía de Botany em 1522 - quase 250 anos antes da chegada do capitão britânico James Cook.


O autor, o australiano Peter Trickett, disse que quando viu o pequeno mapa reconheceu todas as baías e cabos da Baía de Botany em Sydney - o local onde Cook reivindicou a Austrália para a Grã-Bretanha em 1770.

"(O mapa) era tão certeiro que eu pude desenhar nele as modernas pistas de aeroporto, nos lugares apropriados, sem nenhum problema", disse Trickett à Reuters na quarta-feira.

Trickett disse que se deparou com uma cópia do mapa enquanto folheava livros em uma livraria de Canberra há oito anos. Ele disse que a livraria tinha uma reprodução do Atlas Vallard, uma coleção de 15 mapas feitos à mão completados até 1545 na França. Os mapas representavam o mundo como ele era conhecido na época.

Dois dos mapas chamados "Terra Java" tinham uma similaridade notável com a costa leste australiana.

"Havia algo familiar neles, mas havia algo errado - era um quebra-cabeça. Como conseguiram ter todos esses lugares com nomes portugueses?", disse Trickett.

Ele pensou que os cartógrafos haviam feito os mapas de Vallard alinhando erradamente dois mapas portugueses dos quais copiavam. É aceito que cartógrafos franceses tenham usado mapas adquiridos ilegalmente de Portugal e de embarcações portuguesas que foram capturadas, disse o autor.

"Os mapas originais teriam sido desenhados em pergaminhos feitos de animais, normalmente pele de carneiro ou cabra, de tamanho limitado. Para uma costa do tamanho do leste da Austrália, de 3.500 km, seriam 3 a 4 mapas", explicou ele.

"O cartógrafo de Vallard juntou esses mapas como um quebra-cabeças. Sem marcações de bússolas claras é possível juntar o mapa sul de duas maneiras diferentes. Minha teoria é que ele foi combinado de maneira errada".

Usando um computador, Trickett fez uma rotação de 90 graus da parte sul do mapa de Vallard para produzir um mapa que representa acuradamente a costa leste da Austrália.

"Eles forneceram provas notáveis de que navios portugueses fizeram essas viagens corajosas de descoberta no início dos anos 1520, apenas alguns anos depois de eles terem navegado o norte da Austrália para chegar às Ilhas Spice - as Moluccas. Isso foi um século antes dos holandeses e 250 anos antes do capitão Cook", disse.

Trickett acredita que os mapas originais foram feitos por Mendonça, que saiu de Portugal com quatro navios em uma missão secreta para descobrir a "Ilha do Ouro" de Marco Pólo, no sul de Java.

A descoberta de Mendonça foi mantida em segredo para evitar que outras potências européias da época chegassem à nova terra, disse Trickett, que acredita que sua teoria é apoiada por descobertas de artefatos portugueses do século 16 nas costas australianas e neozelandesas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Barca de Caronte



A barca da morte carregada de armas e munições aproxima-se do Zimbabwe, enviada pelo Governo Chinês, o mesmo que em nome da paz e da fraternidade organiza os Jogos de 2008 e patrocina intra e além muros, a repressão, a tortura e o medo.

Após uma contagem e outra recontagem dos votos, Mugabe sonha perpetuar-se no poder, nem que seja para reinar sobre os mortos!

Advinha-se mais um genocídio em África, com a benção da comunidade internacional.

Moçambique e a África do Sul recusaram a atracagem, a tal sinistra embarcação, agora, esta prossegue rumo a Angola, onde, os chineses esperam descarregar, a carga letal com destino ao Zimbabwe.

sábado, 12 de abril de 2008

La Lys - 1918

CEP - Janeiro de 1918

9 de Abril de 1918, 4:15 horas, tem início a Batalha de La Lys.

A 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), chefiada por Gomes da Costa é atacada de surpresa pelos alemães, numa operação delineada por Erich Ludendorff.

Dois anos depois de Berlim ter declarado guerra a Lisboa, os nossos soldados conhecem da pior forma, os horrores da guerra - nevoeiro, chuva persistente, enlameados da cabeça até aos pés, o desconforto da situação e dos uniformes, um frio para o qual não estavam preparados, mal armados, o gás mostarda, o flagelo da artilharia pesada alemã e o fogo dos ninhos de metralhadoras germânicas, devastaram o moral dos combatentes portugueses, que resistiram como puderam nas trincheiras francesas, face ao todo poderoso exército alemão.

Houve posições portuguesas que foram defendidas à picareta e até ao último homem!
Os portugueses foram um osso duro de roer e foram carne para canhão!
2.000 mortos, 5.000 feridos e 6.000 prisioneiros...

A derrota portuguesa contribuiu para a reorganização do exército britânico e aliado, que levou à derrota da Alemanha Imperial e ao armistício, que pôs cobro à I Grande Guerra Mundial.

90 anos depois, importa aprender com os erros do passado e com uma estranha aliança, que uns dizem ser a mais antiga do mundo e outros dizem que poderíamos escolher melhor os nossos amigos, parceiros e aliados, na Europa das Nações, pois já nos deixaram em situações bem complicadas, por mais que uma vez.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Fim de Ciclo?...

Na passada semana, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, perante uma plateia de cerca de meia centena de pessoas, defendeu o Professor Joaquim Domingues que estávamos a chegar ao fim de um ciclo histórico, ao fim do ciclo histórico iniciado com o Marquês do Pombal.

Como sintomas de um novo ciclo emergente, indicou dois exemplos. Apenas dois, a saber:

- o “surpreendente grau de adesão” às Comemorações do Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva.
- o “surpreendente grau de adesão” ao Projecto da NOVA ÁGUIA e do MIL: Movimento Internacional Lusófono.