A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O outro Brasil que vem aí



Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
Mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.


Gilberto Freyre 1926
Grita por dentro das palavras
Expulsa a noite da tua pele,
Mas não te esqueças que na casa do silêncio\solidão
Tu és o irmão do meio

Cifra

I must create a system or be enslaved by another mans; I will not reason and compare: my business is to create.
William Blake




A sabedoria e a coherencia da intelligencia suprema revelar-se-hão portanto na inalterabilidade das leis naturaes, que nunca poderão ser violadas. Ora o milagre é sempre uma violação d’essas leis. (…) De ser o milagre transgressão das leis naturaes que se não podem transgredir, fica rigorosamente demonstrada a impossibilidade dos milagres. (…)
O milagre existe como existe o mal, como existe o erro, a ignorância e a superstição; não é obra de Deus, é producto espontâneo da imaginação humana. (A Defesa do Racionalismo ou Análise da Fé, Pedro Amorim Viana)

"O que me alegra intimamente é vê-lo pôr o pé na grande e sólida estrada da escola proudhoniana; por esse caminho vai-se direito e sente-se o terreno cada vez mais firme. Há oito anos que estudo Proudhon, e cada dia acho mais que aprender nele. Não fala só à inteligência, fala-me a todas as minhas potências humanas. Na convivência dum tal Mestre não se ficará tão sábio (quero dizer tão erudito, etc) como nas dos outros; mas adquire-se, como em nenhuma outra escola, a inteira compreensão do que é a grande verdade humana, social, nacional e efectiva. Ora isto é que é o essencial, não lhe parece? Assim, pois, na comunhão da grande escola proudhoniana, saúdo-o, meu caro Magalhães Lima, e digo-lhe avante! Como a um irmão nas crenças. (carta de Antero de 1873 a Sebastião de Magalhães Lima).

Panteísmo

(...)

Fecundou!... Se eu nas mãos tomo um punhado
Da poeira do chão, da triste areia,
E interrogo os arcanos do seu fado,

O pó cresce em mim... engrossa... alteia...
E, com pasmo, nas mãos vejo que tenho
Um espírito! o pó tornou-se ideia!

Ó profunda visão! mistério estranho!
Há quem habita ali, e mudo e quedo
Invisível está... sendo tamanho!

Espera a hora de surgir sem medo,
Quando o deus encoberto se revele
Com a palavra do imortal segredo!

Surgir! surgir! – é a ânsia que os impele
A quantos vão na estrada do infinito
Erguendo a pasmosíssima Babel!

Surgir! ser astro e flor! onda e granito!
Luz e sombra! atracção e pensamento!
Um mesmo nome em tudo está escrito...

Antero de Quental, Odes Modernas
"a poesia moderna é a voz da Revolução - porque revolução é o nome que o sacerdote da história, o tempo, deixou cair sobre a fronte fatídica do nosso século".


Mais 20 anos...

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Bragança, 30 Set (Lusa) - O linguista Português Malaca Casteleiro lamentou hoje os atrasos de Portugal na aplicação do Acordo Ortográfico e prevê que serão necessários mais 20 anos para a unificação da língua portuguesa no mundo.

Para o académico, que acaba de lançar um vocabulário ortográfico com 180 mil palavras à luz do novo acordo, uma escrita comum em todos os países de língua oficial portuguesa necessitaria tanto ou mais do que os 20 anos que passaram desde a aprovação até à entrada em vigor do novo acordo ortográfico.

"Estou convencido que a realização de um vocabulário ortográfico unificado, se calhar exigia outros 20 anos ou mais, infelizmente", disse hoje, em Bragança, na abertura do oitavo colóquio anual da Lusofonia.

Fonte: http://aeiou.expresso.pt/acordo-ortografico-linguista-portugues-preve-que-unificacao-ortografica-leve-mais-20-anos=f538795

SEPULTURA - Kaiowas




O tema Kaiowas foi
inspirado na tribo amazónica com o mesmo nome, que cometeu suicídio colectivo quando o governo brasileiro quis apoderar-se de parte das suas terras...


Sepultura é uma banda brasileira de metal surgida em 1983, criada pelos irmãos Max Cavalera e Igor Cavalera em Belo Horizonte, Minas Gerais[4]. É considerada a banda brasileira de maior repercussão no mundo[5]. O Sepultura possui influências diversificadas, que vai desde o black metal e death metal, passando pelo thrash metal, até inspirações externas ao metal, como hardcore, música tribal africana e japonesa, música indígena, entre outros diversos estilos musicais.

O nome Sepultura[6] (em inglês, grave) foi escolhido quando Max Cavalera traduzia uma canção do Motörhead chamada "Dancing on Your Grave"[7]. Originalmente tinha a formação de Paulo Jr. (baixista), Igor Cavalera (baterista), Jairo Guedez (guitarrista) e Max Cavalera (vocalista). Depois de um tempo entra na banda Andreas Kisser. Na sua formação atual tem o americano Derrick Green como vocalista e os brasileiros Andreas Kisser como guitarrista, o baixista Paulo Jr. e o baterista Jean Dolabella.

Sepultura já vendeu mais de 15 milhões de unidades mundialmente[8], ganhando múltiplos discos de ouro e platina em todo o mundo, inclusive em países como França[9][10], Austrália[11], Indonésia[12], Estados Unidos[13], e sua terra natal Brasil[14].

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sepultura_(banda)

III Cimeira União Europeia-Brasil

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Brasília, 30 Set (Lusa) - A cooperação com a África marcará a III Cimeira União Europeia-Brasil, a ser realizada no dia 06, em Estocolmo, disse à Lusa o chefe da Delegação da Comissão Europeia no Brasil, embaixador João Pacheco.

Durante a cimeira, será assinado o primeiro memorando de cooperação triangular na área dos biocombustíveis, juntando o 'know how" brasileiro, os programas de ajuda da UE para África e a definição dos africanos dos países e das regiões para a implantação dos projectos.

"Interessa a África, porque é desenvolvimento e terá aberto o mercado europeu para a sua produção; interessa ao Brasil, porque ajuda a criar um mercado mundial de biocombustíveis e interessa aos europeus, porque é uma maneira prática de promover o desenvolvimento em África", afirmou Pacheco.

O embaixador admitiu que, pela facilidade do idioma comum, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) podem ser os primeiros a ser favorecidos.

A parceria na área de biocombustíveis pretende sinalizar também, segundo João Pacheco, a intenção da UE e do Brasil de fazer acordos noutras áreas, como agricultura e saúde, nomeadamente no combate à sida e a doenças tropicais.

Os temas centrais da III Cimeira UE-Brasil, no âmbito da parceria estratégica estabelecida em Lisboa, em Julho de 2007, serão as alterações climáticas e a actual crise económica e financeira mundial.

A reunião será um seguimento de Pittsburgh, onde se encontraram na semana passada os líderes do G-20, grupo dos países mais desenvolvidos e os emergentes.

"Mas gostaríamos de ver a regulação financeira mundial mais concretizada", salientou o chefe da Delegação da Comissão Europeia no Brasil.

A Cimeira UE-Brasil pretende também uma aproximação entre europeus e brasileiros ante a Cimeira do Clima de Copenhaga, promovida pelas Nações Unidas.

Na avaliação de João Pacheco, o Brasil está numa posição "muito confortável" com o Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, que prevê metas voluntárias de redução da desflorestação.

O objectivo do plano é diminuir a desflorestação em 40 por cento de 2006 a 2010 e, depois disso, até 2017, reduzir 30 por cento a cada quatro anos, até que seja atingido o desmatamento ilegal zero, o se traduziria em menos 4,8 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.

"Para nós é importante que o Brasil definisse metas em Copenhaga, como o fez no seu Plano Nacional. Isso ajudaria a pressionar outros países, como Estados Unidos, China e Índia", destacou Pacheco.

Na declaração final da Cimeira, UE e Brasil vão indicar ainda que será assinado em breve um acordo na área de pesquisas em fusão nuclear.

O acordo com a Comunidade Europeia de Energia Atómica (Euratom), cuja assinatura não será possível durante a cimeira por uma questão de formalidades, abre as portas para a entrada do Brasil no projecto ITER - Reactor Termonuclear Experimental Internacional.

No lugar na divisão do átomo, tal como fazem as actuais centrais nucleares, as pesquisas em fusão nuclear visam reproduzir as reacções do Sol, fundindo os núcleos atómicos, para gerar energia limpa e barata.

Outro marco da cimeira poderá ser a assinatura de um acordo que alarga aos cidadãos da Letónia, Estónia, Chipre e Malta a isenção de visto de entrada no Brasil de curta duração.

Esta semana haverá uma intensificação dessas negociações em Brasília para que o acordo possa ser firmado em Estocolmo.

CMC

Lusa/Fim

Actualidade de PROUDHON

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No próximo dia 30 de Outubro vai realizar-se o colóquio:

- Actualidade de PROUDHON. No bicentenário do seu nascimento

Organização:
- Departamento de Filosofia do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho
- Centro de Estudos Lusíadas da Universidade do Minho.

Local:
- UMinho, Gualtar-Braga (Antiteatro B2)

* Entrada livre.

O Presidente considera que “foram ultrapassados os limites da decência”. Eu concordo.

…já cá tínhamos a crise, tínhamos o Sócrates, podíamos ter sido poupados ao fenómeno de Boliqueime.

HOJE, PENÚLTIMO LANÇAMENTO DA NOVA ÁGUIA Nº 3

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30.09.09 - 21h30: Restaurante “Sabores de Goa” (Lisboa)

Com a presença de António José Borges e Renato Epifânio.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

1ª condenação por racismo em Portugal


Compilação dos sketches do Black Skin no Marquês do Pombal, em frente ao cartaz do PNR, do 1º episódio da 2ª série do "Vai tudo Abaixo"


SOS Racismo congratula-se com condenação da extrema-direita

04-Out-2008
A sentença que condenou 29 dos 36 arguidos no julgamento do grupo neo-nazi Frente Nacional foi bem recebida pela associação anti-racista, apesar de serem apenas seis os criminosos que cumprirão penas de prisão efectiva, e um deles já se encontrar preso por tráfico de droga. O SOS Racismo diz que o tribunal provou "pela primeira vez na história portuguesa que incentivar ao ódio contra os outros é crime". Veja aqui a lista dos condenados e absolvidos.

"Uma ideologia que defende o ódio, que defende a violência contra terceiros, que defende o uso de armas como estratégia, que defende a discriminação, que defende o nazismo (como se viu pelo sinal hitleriano usado por Mário Machado na televisão à saída do tribunal) não pode ser aceitável em nenhuma sociedade que assente os seus princípios no respeito pelos Direitos Humanos", diz o comunicado da associação SOS Racismo.

Para esta ONG antiracista, era urgente travar "a onda xenófoba e racista que se desenvolveu este Verão, mostrando à evidência que estamos bem longe do paraíso de inserção que os nossos governantes tanto gostam de proclamar" e esta sentença vai nesse sentido, já que "era muito importante que os actos de discriminação começassem a ser punidos". "Esperemos que a sentença hoje lida em Monsanto, seja um primeiro sinal de que a intolerância racista e xenófoba, os atropelos aos direitos humanos e a violência gratuita sobre outras pessoas que apenas pensam diferente, vestem de outro modo, vão a outras igrejas, tenham outra cor de pele, comece a ser combatida!", conclui o comunicado do SOS Racismo.

A sentença do tribunal condenou um dos elementos da Frente Nacional a sete anos de prisão efectiva por duas tentativas de homicídio e dois crimes de sequestro, quando atingiu duas pessoas a tiro na estação da CP da Amadora e depois entrou num automóvel, obrigando o condutor e a criança que este transportava a acompanhá-lo na fuga. Nessa tarde, Paulo Maia queria ainda dirigir-se para junto de outros elementos neo-nazis que já se encontravam na Faculdade de Letras de Lisboa, para tentarem impedir os estudantes da Faculdade de prosseguirem a pintura de um mural pela liberdade e contra o nazismo.

As outras penas de prisão efectiva foram aplicadas ao líder da FN Mário Machado, pelos crimes de ameaça, coacção agravada, detenção de arma ilegal, dano e ofensa à integridade física qualificada, que lhe valeram 4 anos e dez meses. A que se junta o crime de discriminação racial, a motivação que unia todos os que agora foram condenados. Também Rui Veríssimo, considerado o responsável pela logística da organização neo-nazi, tendo alugado a primeira "Skinhouse" em Loures, foi condenado a três anos e nove meses, que se vão juntar à pena que actualmente cumpre por ter sido apanhado com 1,5 Kgs de cocaína à chegada ao aeroporto da Portela. O juíz considerou que não ficaram reunidas as provas suficientes do narco-financiamento da extrema-direita em Portugal, embora tenham sido interceptadas mensagens de Veríssimo a garantir aos companheiros que não denunciara os elementos do grupo responsáveis pela venda da droga que trazia.

Outro condenado a prisão efectiva foi Pedro Isaque (na foto com Mário Machado e o presidente do PNR, Pinto Coelho), que com Machado, Veríssimo, José Amorim (condenado a três anos e seis meses com pena suspensa) e Vasco Leitão (o nº 2 do PNR, condenado a um ano e oito meses com pena suspensa) compunha o "núcleo duro" da organização neo-nazi Frente Nacional e era presença assídua nas deslocações a eventos da extrema-direita europeia. Isaque participou também em várias agressões do grupo hammerskin e isso foi determinante para a condenação. Por outras agressões e ameaças foi condenado Paulo Lamas, a três anos, e Alexandre Dias, a dois anos e dez meses. Todos os condenados foram-no também por posse de armamento proibido.

O skinhead que profanou o cemitério judeu e era também arguido neste processo acabou por ser condenado a cinco anos com pena suspensa, tendo agora de ser julgado pela acção anti-semita. Também Fernando Pimenta, ligado ao processo do tráfico de armas, foi alvo de acusação separada deste processo. Quanto ao skinhead que ameaçou a filha de Ricardo Araújo Pereira, o que motivou a alteração de residência do humorista, foi condenado a três anos de pena suspensa, enquanto a sua mulher, também arguida, foi condenada a um ano e meio de prisão, igualmente com pena suspensa.

O juíz garantiu aos arguidos que no caso de poderem substituir as penas suspensas por trabalho comunitário, não os enviará para bairros sociais da área metropolitana de Lisboa "por questões de segurança", contrariando a proposta do Instituto de Reinserção Social. À saída do Tribunal, Mário Machado disse que "quem merecia a prisão eram os pretos e os ciganos que andaram aos tiros na Quinta da Fonte".

Eis a lista dos condenados e absolvidos do julgamento da Frente Nacional:

Paulo Maia: Sete anos de prisão efectiva
Pedro Isaque: Cinco anos de prisão efectiva
Mário Machado: Quatro anos e 10 meses de prisão efectiva
Rui Veríssimo: Três anos e 9 meses de prisão efectiva
Paulo Lamas: Três anos de prisão efectiva
Alexandre Dias: Dois anos e 10 meses de prisão efectiva
Carlos Seabra: Cinco anos (pena suspensa)
José Amorim: Três anos e 6 meses (pena suspensa)
Francisco Rosa: Três anos (pena suspensa)
Nuno Pedrosa: Três anos (pena suspensa)
Paulo Correia: Dois anos e 5 meses (pena suspensa)
Paulo Ramos: Dois anos e 4 meses (pena suspensa)
Paulo Florência: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Daniel Mendes: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Pedro Domingues: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Bruno Sousa: Dois anos e 2 meses (pena suspensa)
Bruno Martins: Dois anos (pena suspensa)
Vasco Leitão: Um ano e 8 meses (pena suspensa)
Bruno Malhoa: Um ano e 10 meses (pena suspensa)
Nélson Pereira: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Dina Ferreira: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Sandra Correia: Um ano e 6 meses (pena suspensa)
Phillippe Debonnet: Um ano e 4 meses (pena suspensa)
Miguel Ângelo Lopes: Um ano (pena suspensa)
Sérgio Sousa: 250 horas de trabalho comunitário
João Sousa: Três mil euros de multa
Tiago Jacinto: Dois mil euros de multa
Tiago Leonel: 1920 euros de multa
Nélson Pinto: 960 euros de multa
Rogério Pereira: Absolvido
Nuno Themudo: Absolvido
João Carvalho: Absolvido
José Coelho: Absolvido
Diogo Cordeiro: Absolvido
João Ricardo: Absolvido
Vasco Carvalho: Absolvido

Notícia retirada de
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8536&Itemid=28

Ver Também...

Para o Cavaco...



Exmo Senhor
Presidente da República Portuguesa
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

Venho por este meio solicitar-lhe que deixe de fazer Comunicados à Nação. Bem vê: de cada vez que isso acontece, o meu republicanismo fica muito abalado. Já foi assim com aquele Comunicado sobre o Estatuto Autonómico dos Açores, foi ainda mais assim com o Comunicado de hoje sobre…o tal e-mail.

A continuar assim, chegarei à conclusão que, pela via republicana, jamais teremos um Chefe de Estado que honre Portugal. A continuar assim, um dia destes ainda me torno monárquico…

E olhe que eu não gostaria de trocar a bandeira verde (apesar do vermelho) por uma bandeira azul e branca. Bem vê: ainda não digeri a derrota de Sábado…

OFERTA DA NOVA ÁGUIA Nº 4: CD INÉDITO COM A VOZ DE PASCOAES...

Maus augúrios... Mas afinal um sapo é um sapo.


Quem percebe o que Deus quis dizer?

O Guardian convidou um intelectual muçulmano, Ziauddin Sardar, para fazer a sua leitura do Corão num blogue do jornal. Sardar defende que os textos sagrados devem ser lidos à luz da época em que se vive - e diz que o vai fazer sem evitar partes polémicas. No blogue participa também uma não-muçulmana, que tentou ler o Corão e já confessou não ter percebido nada.

Alexandra Prado Coelho
(Newsletter Público)


Quando li esta noticia, tempos atrás, logo me interroguei: “À luz da época em que se vive”?
Creio que é exactamente o contrário daquilo que se deve fazer. A leitura deve sempre ser feita no contexto da sua cultura porque, esta é a única maneira de podermos compreender a mensagem, qualquer mensagem. O texto, qualquer texto, mas neste caso particular em que Deus não escreveu nenhum livro e, o que temos, são interpretações e interpretações de interpretações de parâmetros particularmente dilatados, necessita ser interpretado no contexto da sua cultura pois, uma vez que foi composto há muitos anos e foi transmitido de uma forma mais ou menos fixa, contém agora muita coisa que à primeira vista é obscura, irrelevante ou desconcertante. Isto significa que, os leitores têm tendência para abordar o texto com as pressuposições e preocupações do nosso tempo, e podem incorrer no erro de procurar adaptar o significado do texto de acordo com ele.

CAPA DA NOVA ÁGUIA Nº 4

A Morte — O Sol do Terrível



Com tema de Renato Carneiro Campos


Mas eu enfrentarei o Sol divino,
o Olhar sagrado em que a Pantera arde.
Saberei porque a teia do Destino
não houve quem cortasse ou desatasse.

Não serei orgulhoso nem covarde,
que o sangue se rebela ao toque e ao Sino.
Verei feita em topázio a luz da Tarde,
pedra do Sono e cetro do Assassino.

Ela virá, Mulher, afiando as asas,
com os dentes de cristal, feitos de brasas,
e há de sagrar-me a vista o Gavião.

Mas sei, também, que só assim verei
a coroa da Chama e Deus, meu Rei,
assentado em seu trono do Sertão.


Ariano Suassuna

"Para quem está se afogando, jacaré é tronco." Provérbio brasileiro

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O fato: O Partido Democrático Nacional foi uma sigla partidária brasileira fundada em 1989 e extinta no mesmo ano.
Não lançou nenhum candidato, uma vez que aliara-se ao candidato Ronaldo Caiado, do Partido Social Democrático.
Se tivesse lançado algum candidato, utilizaria o número 51. http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Partidos_extintos_do_Brasil


A velha cassette: http://www.pnd.org.br/umavisao.pdf

O velho integralismo passadista: http://www.mv-brasil.org.br/colunas_gs.htm

Ajude o ceguinho: http://www.pnd.org.br/notic02.htm#topo

"Existem dois tipos de esparadrapo: os que não grudam e os que não saem." Provérbio brasileiro

COMPETIÇÃO DE ABRIGOS ("Shelter Competition")

(mail que me chegou)








O Museu Guggenheim de Nova Iorque está a preceder a um concurso internacional de Design a que chama COMPETIÇÃO DE ABRIGOS ("Shelter Competition"). Os concorrentes têm de enviar o projecto 3D de um abrigo de acordo com as regras do concurso. Foram admitidos cerca de 600 projectos de 68 países.

Dos 600 projectos foram seleccionados 10 finalistas, entre os quais está o projecto do arquitecto português David Mares. É neste projecto que entra a cortiça, aliás a cortiça é mesmo o elemento do qual é feito o abrigo.

O "CBS - CORK BLOCK SHELTER " é um abrigo construído na versátil cortiça. Mas como se não bastasse a já honrosa posição de pertencer ao TOP 10 deste concurso neste momento o abrigo de cortiça está em 3º lugar na votação do público.

Pf acedam ao site do concurso e votem "CBS - CORK BLOCK SHELTER "


Além do prémio do público, este concurso contempla também um prémio atribuído por um Júri, que será divulgado na Guggenheim Museum's 50th Anniversary Celebration, no dia 21 de Outubro.

O "BOCA DO INFERNO"

GREGÓRIO DE MATOS GUERRA:O “BOCA DO INFERNO”
CONSIDERADO por Glauber Rocha “gênio da raça”e estudado pelos maiores e mais renomados intelectuais baianos,Gregório de Matos,continua tão enigmático hoje,como há 400 anos atrás,quando nasceu na Bahia considerado um dos mais importantes poetas seiscentistas. Por seus versos virulentos e ferinos,versos que nunca economizaram o lombo dos poderosos e do clero,apesar da Inquisição,era um poeta maldito,execrado pelos moralistas,uma espécie de bruxo-exu-guia das letras nacionais,principalmente as malcomportadas,no dizer de seu biógrafo Higino Barros.Apesar de nascido em 1636 e morrido em1695,no Recife,o poeta continua tão atual pois nos tempos de Malufs e Toninhos Malvadezas,políticas globalizantes,neoliberalismos e especuladores irresponsáveis,sua obra continua a espelhar a sociedade,com tanta propriedade,como se ainda estivéssemos no século em que viveu. A dificuldade de se reunir a obra de Gregório de Matos é que ele não deixou nada escrito e sua obra é quase toda focada na tradição oral.Da sua vida,sabe-se pouco.Nasceu na Bahia em 23 de Dezembro de 1632,embora a data seja contestada por Pedro Calmon,que apostava no dia 20;sua família,de raízes portuguesas fez fortuna no Brasil,depois de deixar a Corte,graças ao seu avô,Pedro Gonçalves de Matos,que desembarcou aqui como mestre de obras,uma espécie de empreiteiro,enriquecendo rapidamente com a construção de quartéis,fontes e ladeiras.Era também,o único dono de um guindaste novo,para transportar mercadorias da cidade baixa para a alta.Some-se a isso,os engenhos da cana com 130 escravos,a fazenda de Inhambupe,atochada de gado e tem-se uma vaga idéia da posição social e econômica da família.O pai do poeta,Gregório de Matos,casou-se com Maria Guerra e teve cinco filhos,os mais conhecidos,o Padre Eusébio de Matos,famoso orador sacro e o nosso poeta,que de sacro e temente a Deus e á Igreja,não tinha nada. O pai só aumentou os bens da família e,seus filhos foram estudar em Portugal,na Universidade de Coimbra,ninho de todos os brasileiros ricos da época.Gregório estudou leis e casou-se com D.Michaela de Andrade,já magistrado e com uma boa posição.Ficou viúvo aos 42 anos e voltou para a Bahia como desembargador e ,agora,clérigo tonsurado,padre de batina e tonsura.Parece que a entrada na vida religiosa foi uma jogada de mestre para conseguir o que queria,pois,mal aportando aqui,jogou a batina ás baratas,e,aconselhado por um amigo a viver de acordo com a Igreja,respondeu:”que não podia votar a Deus o que era impossível cumprir dado ao seu temperamento e fragilidade de sua natureza. Meteu-se em brigas políticas,angariando inimigos e,enquanto seus amigos batiam-se em duelos com espadas,ele achincalhava os adversários com sua pena virulenta e temerária.O que é pior?Matar um homem ou reduzi-lo ao ridículo?Decidam vocês!Teve mesmo que fugir para o Recôncavo,mas,voltou com a pá virada,transformado no cronista picaresco da cidade.Casou-se com uma viúva pobre,porém,a mais linda moça do lugar,Dona Maria dos Povos,por quem era apaixonado.Teve um filho chamado Gonçalo, como vingança por uma desavença domestica para provar que “em casa em que não manda a galinha é porque manda o galo.”Mas,o casamento não o domou.Apesar de racista,meteu-se com negras e mulatas,lundus,modas de viola(andava prá todo lado com uma viola de cabaça que ele mesmo fez,para ganhar os bons favores das negras e mulatas jeitosinhas dessa terra.Um milagre a Inquisição nunca tê-lo pegado,pois,seus alvos favoritos eram as freiras,os padres e o Papa e chegou a rimar Jesus com cus.Tantas aprontou que,para não ser morto,seu amigo,o governador Dom João Lencastre o despacha para Angola.num exílio forçado.Lá meteu-se em confusão,um motim e teve que ser repatriado,dessa vez para Pernambuco,proibido de fazer versos,onde morreu em1696. Os poderosos,sossegaram;pois,o “Boca do Inferno,não alisava ninguém,e,dizem,foi o precursor do Tropicalismo, pois, seu escritório de advogado, era adornado com bananas e frutas tropicais,mais tarde considerado como símbolo de identificação cultural brasileiro(modernismo,tropicalismo,Carmem Miranda). O fato é que foi progressista demais para sua época; um artista livre,consciente de seu dom e do poder dos seus versos.Um a mais completa tradução do barroco baiano,de origens portuguesas,porém,plantado no Brasil. Eis uma amostra dos seus versos: Descreve o que era ,naquele tempo,a Cidade da Bahia(mas,serve também paro o Brasil de hoje) A CADA CANTO UM GRANDE CONSELHEIRO QUE NOS QUER GOVERNAR CABANA E VINHA NÃO SABEM GOVERNAR SUA COZINHA E PODEM GOVERNAR O MUNDO INTEIRO. EM CADA PORTA UM FREQUENTADO OLHEIRO QUE A VIDA DO VIZINHO E DA VIZINHA PESQUISA,ESCUTA,ESPREITA E ESQUADRINHA PARA A LEVAR Á PRAÇA E AO TERREIRO. MUITOS MULATOS DESAVERGONHADOS, TRAZIDOS PELOS PÉS OS HOMENS NOBRES, POSTAS NAS PALMAS TODA A PICARDIA. ESTUPENDAS USURAS NOS MERCADOS, TODOS OS QUE NÃO FURTAM,MUITO POBRES, E,EIS AQUI,A CIDADE DA BAHIA.

Museu do Oriente promove curso sobre Novo Acordo Ortográfico

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Aproximando-se a data da entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, o Museu do Oriente, em colaboração com o professor João Malaca Casteleiro, organiza um curso de formação na nova ortografia, nos dias 10 e 17 de Outubro, entre as 10h00 e as 13h00. O curso repete a 7 e 14 de Novembro.

Durante seis horas lectivas, os formandos têm a oportunidade de desenvolver competências linguísticas, de modo a exercitar a prática da nova ortografia, e explorar a nova grafia das palavras conforme o Acordo Ortográfico, através de exercícios diversificados e análise de documentos e textos.

Dar a conhecer o essencial das reformas ortográficas levadas a cabo a partir de 1911, e durante todo o século XX, e dotar os participantes de conhecimentos que lhes permitam diferenciar a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945, do Novo Acordo de 1990, são também objectivos do curso.

Programa

1. Breve notícia histórica sobre as reformas ortográficas da Língua Portuguesa de 1911 a 1990.

2. Actualidade e pertinência do Novo Acordo Ortográfico de 1990.

3. Características gerais do mesmo Acordo.

4. Novo Alfabeto da Língua Portuguesa.

5. Uso de maiúsculas e minúsculas.

6. Supressão gráfica de consoantes mudas ou não articuladas.

7. Mudanças na acentuação gráfica.

8. Alterações relativas à hifenização.

9. Ocorrência de duplas grafias.

10. Características específicas da Nova Ortografia, segundo a norma culta luso-afro-asiática.

11. Características específicas da Nova Ortografia, segundo a norma culta brasileira.

12. Sinopse final.

Suporte bibliográfico essencial:

Casteleiro, João Malaca, e Correia, Pedro Dinis, Atual - O Novo Acordo Ortográfico (O que vai mudar na grafia do português), 3ª ed., Texto Editores, Lisboa, 2008 (1ª ed. 2007)

GOMES, Francisco Álvaro, O Acordo Ortográfico (Inclui o Texto Integral do Novo Acordo Ortográfico, Exercícios Práticos com Propostas de Soluções), Edições Flumen, Porto Editora, Porto, 2008


Curso de formação no Novo Acordo Ortográfico (1990)

10 e 17 Outubro || 7 e 14 Novembro

Horário: 10h00-13h00

Duração: 6 horas lectivas

Público-alvo: Adultos

Nº de participantes: Mín. 20

Preço: € 40,00

Formadores: João Malaca Casteleiro e Pedro Dinis Correia


Museu do Oriente, Avenida Brasília | Doca de Alcântara (Norte) | 1350-362 Lisboa

Tel.: 213 585 200 | E-mail: info@foriente.pt

NACIONALISMO BRASILEIRO.

UMA VISÃO NACIONALISTA DO BRASIL

Almirante Roberto Gama e Silva

Nos dias atuais, em que a convergência de múltiplos interesses alienígenas atua no sentido de abafar o país com indevassável “conluio do silêncio”, é quase impossível propagar as virtudes do Brasil,advertir sobre as ameaças que pairam contra a sobrevivência da pátria independente, impedir que seja ela submetida a qualquer tipo de espoliação e, ainda, apontar o rumo a adotar para que o país venha a ocupar a posição adrede reservada pela própria natureza.Portanto, a oportunidade que se me apresenta de discorrer sobre o tema tem grande significado, acima mesmo da motivação política, razão pela qual apresento, antecipadamente, as desculpas por exibir dados tão corriqueiros. Todavia, não o faço exatamente por julgá-los desconhecidos pelos brasileiros, mas por considerá-los essenciais ao esclarecimento de aspectos do nosso país que pretendo salientar.O Brasil, com os seus 8.547.403,5 quilômetros quadrados de território continental é o quinto maior compartimento político da espaçonave Terra,suplantado apenas pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos daAmérica.Se considerada, também, a área marítima sob “jurisdição econômicaexclusiva”, que deverá medir 963 mil km2 além dos 3,5 milhões de quilômetros circunscritos pelas 200 milhas de afastamento da linha de costa, como previsto na “Lei do Mar”, adicionar-se- ia uma área total de 4.463.000 km2 ao domínio econômico do país, que somada ao território continental ofereceria ao Brasil, para exploração de recursos naturais,um gigantesco bloco de 13.010.403,5 km2 de área.A superfície continental, vale lembrar, corresponde a 5,9% do total de terras emersas e a 47,9% de toda a América do Sul.Estes percentuais enquadram o Brasil no rol dos países com dimensão adequada para sobreviver no mundo atual, segundo critério enunciado em 1939, pelo geopolítico norte-americano Derwent Stainthorpe Whittlesey:“Difícil acreditar que Estados com pequena dimensão, cujos ecúmenos já se expandiram até os últimos limites, sejam bem sucedidos, num mundo em que a dimensão conveniente de um Estado é, no mínimo, metade de um continente”.Enfocando esse território continental, pode-se afirmar, sem qualquerlaivo de ufanismo, que dentre todas as entidades políticas, é o nosso Brasil a única capaz de passar ao largo das quatro grandes crises em potencial (alimentos, água, energia e matérias primas), que ameaçam a humanidade, pelo simples fato de se aproximar da situação autárquica, no que tange aos recursos naturais disponíveis nos seus domínios.O exame do território continental brasileiro revela, “a priori”, que dispõe ele de mais de 5 milhões de quilômetros quadrados de terras potencialmente utilizáveis para as atividades agropecuárias, número esse excepcional, quando cotejado com os de outras unidades ou blocos de superfícies avantajadas. Desse total só estão sendo aproveitados 3,5milhões de quilômetros quadrados.Além da indiscutível vantagem quantitativa em áreas passíveis de aproveitamento para a agropecuária, a posição e a forma do continente brasileiro ainda conferem certas qualificações a essas terras.Com efeito, o espaço brasileiro enquadra-se nas zonas de maior luminosidade e calor do planeta e, simultaneamente, situa-se fora das áreas submetidas a rigores climáticos e fenômenos geológicos ou meteorológicos adversos, inibidores da utilização constante do solo.No tocante aos fenômenos geológicos adversos, como tremores de terra,terremotos e vulcanismo, o distanciamento das zonas de choque entre aplaca tectônica da América do Sul e as placas vizinhas (NAZCA eANTÁRTICA), bem como da crista oceânica que se eleva no meio doAtlântico, garantem a ausência desses fenômenos em todo o território nacional. A posição geográfica e os climas que a ela correspondem, por favorecerem sobremaneira a fotossíntese, sem qualquer embaraço inibidor, permitem acolheita de duas e, até mesmo, três safras anuais de culturas de ciclocurto, além de dispensarem, no caso da criação de animais, o emprego de instalações apropriadas para abrigá-los durante parte do ano.Conseqüentemente, a superioridade do Brasil em terras potencialmente agricultáveis deve ser multiplicada, no mínimo, por dois, quando se desejar comparar o potencial doméstico com o dos demais Estados-Gigantes. Outro privilégio concedido pela posição relaciona-se com o oceano que banha o nosso litoral. Como a linha de costa situa-se a oeste da massa líquida, o “Efeito Coriolis”, que determina o sentido anti-horário para a circulação das correntes no Hemisfério Sul, faz com que sejam quentesas águas costeiras do país, eis que derivam da corrente sul-equatorial.Por esse motivo, são sempre elevadas as taxas de evaporação do oceano adjacente, razão pela qual não há desertos no território pátrio.A combinação das taxas de evaporação do Atlântico Sul, na altura do nosso litoral, com os ventos dominantes nas latitudes correspondentes,privilegia o Brasil com uma precipitação média diária da ordem de 43 bilhões de litros (precipitação média anual de 184 centímetros), a mais elevada do planeta. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, aatmosfera só precipita 16 trilhões de litros por dia.Os 500 mil quilômetros quadrados da caatinga, vegetação compatível com o clima semi-árido instalado em parte da Região Nordeste, estão submetidos a fenômeno peculiar, decorrentes do alinhamento de montanhas, que formam barreiras geomorfológicas à penetração da umidade, além da orientação dos ventos regionais, que empurram as nuvens de encontro a essas barreiras, provocando chuvas a barlavento e secura a sotavento. Ocorreque, subtraídas essas áreas enclausuradas, a Região Nordeste é bem servida de águas superficiais. A vazão total de todos os rios que banhama região é superior a 174 bilhões de metros cúbicos por ano, enquanto que o volume de água suficiente para satisfazer todas as necessidadesprimárias da população nordestina, exceto irrigação, é da ordem de 1,6 bilhões de metros cúbicos por ano, apenas 0,9% da vazão. Os dados citados demonstram cabalmente a facilidade com que se poderáresolver o problema da falta de água no Nordeste, bastando para isso adecisão política de captar as águas, transportá-las à distância por adutoras, armazená-las e distribuí-las pelas residências. Caso haja necessidade de maior volume do precioso líquido, para irrigação de tratos agrícolas, por exemplo, há ainda o recurso detransferir águas dos rios São Francisco e Tocantins para as bacias nordestinas.Nos dois casos, todavia, torna-se necessária a construção de barragens nos cursos dos rios centrais das bacias, para aumentar o tempo de trânsito das águas no território continental e armazenar um bom volume do líquido como reserva estratégica.A forma do território, outrossim, com acentuado alongamento no sentidodos meridianos, concede ao país a grande dádiva da diferenciação climática, fator primordial à diversidade de culturas.Terras agricultáveis em quantidade, abundância de luz e calor, elevado índice pluviométrico e notável diferenciação climática, eis aí a receita ideal para o sucesso das atividades do campo e para a exclusão do Brasil da lista dos países vulneráveis à crise de alimentos que ameaça grande parte da humanidade.Ainda com relação ao espaço físico brasileiro, deve ser ressaltado o fato relevante de boa parte do território continental, praticamente a metade dele, ainda conservar a vegetação primária, isto é, aquelaexistente em data anterior à chegada dos europeus.Só na Amazônia brasileira (4,2 milhões de quilômetros quadrados), a formação florestal nativa ainda recobre 3 milhões de quilômetrosquadrados, de permeio com 500 mil quilômetros quadrados de outras tipologias vegetais virgens. A despeito das maledicências espalhadas pelas ONGs estrangeiras, algumas delas corroboradas por órgãos governamentais, a verdadeira Amazônia brasileira é o bioma mais bem conservado do planeta!Esse detalhe feliz coloca nas mãos dos brasileiros o paraíso da biodiversidade, isto é, o maior banco genético da Terra!O Brasil, todavia, embora amazônico por determinismo geográfico, não se resume à Amazônia!Há cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados de vegetação primárianas de mais unidades paisagísticas do país, quais sejam o domínio dos cerrados, a zona dos cocais, e os domínios da caatinga, da mata atlântica, do pantanal e os das coxilhas.No geral, essas unidades reforçam sobremaneira as dádivas da biodiversidade, o potencial madeireiro, além de enriquecer os patrimônios florístico e faunístico do Brasil!Não há crise de matérias primas, sejam elas do reino vegetal, sejam do reino animal, que nos possa alcançar!A possibilidade mais séria de crise para a humanidade, como é voz corrente, é a de água potável.Pois bem, o suprimento superficial de água doce, em estado líquido,existente no Brasil (2,29 x 1015m3) corresponde a 21% dasdisponibilidades mundiais. Só a Amazônia brasileira mantém em estocagem1,63 x 1015m3 de água potável, ou sejam, 15% do que existe na Terra.Então, os brasileiros não precisam temer que lhes falte o precioso líquido, desde que aprendam a usar esta dádiva do Criador com sabedoria.Quanto às matérias primas de origem mineral, fácil demonstrar a posição cômoda do Brasil, inclusive porque a Amazônia brasileira, ao invés da África do Sul, é o verdadeiro “Oriente Médio dos Metais”.As áreas cristalinas do país (massas pré-paleozóicas, que não sofreram ulteriores dobramentos orogenéticos) somam 5,4 milhões de quilômetros quadrados, enquanto as áreas sedimentares emersas equivalem a 3,1milhões, tudo em números redondos.Os Escudos e demais áreas cristalinas, embora com boa parte do subsolo opaco, isto é, não submetido a qualquer tipo de pesquisa, já revelaram apresença das 26 substâncias metálicas de uso mais comum, sendo que em muitos casos com reservas de grandes proporções.Assim dizendo, está tudo resumido!As quatro bacias sedimentares emersas, à semelhança das áreas cristalinas, são bem férteis, podendo-se dizer o mesmo das bacias imersas, incluindo a plataforma continental.Uma única restrição incide sobre elas, qual seja a pequena disponibilidade de carvão mineral, uma vez que só na parte meridional da Bacia do Paraná aparecem alguns depósitos, não muito significativos dessa substância energética.Os climas prevalecentes nos territórios que viriam a compor o Brasil, no decorrer do Carbonífero, explicam essa falha. O futuro território brasileiro, na época, orbitava em torno do Pólo Sul, apresentando clima seco e vegetação rasteira.Quanto às demais substâncias que se aglomeram nas rochas sedimentares,não há razão para queixas, mormente quando se tem conhecimento da densidade de pesquisa aplicada ao subsolo, que é insignificante.No que tange ao petróleo, as reservas medidas do país situam-se em torno de 14 bilhões de barris de hidrocarbonetos. Com as descobertas na camada do pré-sal,, que se prolonga por 800 quilômetros, desde o litoral doEspírito Santo até o de Santa Catarina, essas reservas devem ultrapassara ordem de 70 bilhões de barris, capazes de gerar óleos mais leves,compatíveis com as refinarias instaladas no País.O Brasil, pois, observará de longe a crise de matérias primas da natureza mineral, por ser auto-suficiente no setor!Resta, ainda, um rápido exame da capacidade energética nacional, a fim de verificar se o país apresenta vulnerabilidades nesse setor vital.Um dos pontos cruciais do setor energético é a possibilidade de posicionamentos mais severos ao aproveitamento das reservas dehidrocarbonetos nas próximas décadas, devido às restrições, cada vez maiores, ao lançamento na atmosfera do dióxido de carbono, resultante do uso dos combustíveis fósseis.A linha de ação mais importante, para ultrapassar esse problema, é aquela de substituir paulatinamente o uso dos combustíveis fósseis,trocando-os por fontes de energia renováveis e limpas.Tal linha de ação é absolutamente viável, como será demonstrado.O Brasil tem todas as condições para produzir combustíveis de origem vegetal, aproveitando a biomassa. O álcool e o biodiesel são bons exemplos de combustíveis alternativos, para os quais os brasileiros já dispõem de tecnologia avançada. O “diesel” vegetal obtido de inúmeras palmáceas, como o dendê, é uma outra alternativa para substituição de hidrocarbonetos.Além desse aproveitamento indireto da energia solar, há também duasexcelentes opções para fazê-lo diretamente, tirando partido da posição do país e suas condições climáticas: placas armazenadores de calor e células fotovoltaicas que geram eletricidade.Uma outra opção extremamente vantajosa é o aproveitamento da energia eólica, principalmente no litoral e no mar territorial, onde se poderá“plantar florestas” de moinhos de vento.Acontece, porém, que conta o Brasil com um potencial hídrico inventariado igual a 260 mil megawatts de potência instalada, do qual somente uns 30% estão sendo aproveitados. Desse total, a Amazônia contribui com 154 mil megawatts.Portanto, existe uma perspectiva concreta de se instalar mais 180 milmegawatts por conta de novas hidrelétricas.Detalhe curioso: os Estados Unidos da América já aproveitaram todo o seu potencial hídrico, que totaliza apenas 101 mil megawatts.A capacidade de geração de energia no Brasil não se esgota com o que já foi mencionado, eis que o hidrogênio líquido, o urânio e o tório,poderão ser usados para tal, sendo que o urânio e o tório são abundantes no nosso subsolo continental. Destarte, o Brasil tem reais condições para oferecer energia aos seus habitantes, seja para o conforto pessoal seja para o progresso continuado.Tudo o que se pretendia transmitir, até agora, é a informação, segura e isenta, de que o Brasil é o campeão mundial dos recursos naturais,dentro desse sistema fechado da espaçonave Terra.Isto posto, não há como deixar de formular uma pergunta lógica: por que todas essas benesses que o território oferece ainda não foram aproveitadas para tornar os brasileiros prósperos e felizes?A resposta só poderá ser uma: má gestão dos negócios de Estado.Entenda-se por má gestão ignorância, incompetência, corrupção e outras coisas do mesmo quilate.Na verdade, o Brasil, como Estado Independente, foi mal parido!A Carta de Lei de D. João VI, que ratificou o Tratado de 1825, pelo qual Portugal reconheceu a Independência do Brasil, demonstra a maneira“gentil” que presidiu a nossa separação.Nela o Rei de Portugal assume o título de Imperador do Brasil,compartilhando- o com o filho D. Pedro de Alcântara, a quem confirmou como seu herdeiro e sucessor.Em simultaneidade, ocorreu a faceta dramática do reconhecimento da nossa Independência: D. Pedro aceitou a imposição portuguesa de transferir para o Brasil uma dívida de 2 milhões de libras esterlinas, que Portugal contraíra com os banqueiros ingleses.Tal ato teve como conseqüência a transferência do comando dos negócios do Brasil para a Inglaterra e, pior do que isso, a manutenção de todas as práticas econômicas coloniais: exportação de matérias primas brutas em troca de produtos manufaturados.Essa prática pecaminosa perdurou até os dias atuais, exceto durante a pausa revigorante que nos proporcionou Getúlio Vargas, o primeiro Presidente nacionalista.O que se passou daí por diante, incluindo o mandato do atual Presidente,é história contemporânea, que não vem ao caso relembrar.Todavia, não se pode deixar de ressaltar o grau de dependência a que fizeram chegar o Brasil, principalmente devido à interferência dos neoliberais, expressão elegante para designar os entreguistas,vendilhões da Pátria, que caíram no conto da “globalização”.Segundo o famoso publicista norte-americano, John Kenneth Galbraith, “a globalização não é um conceito sério e nós, norte-americanos, a inventamos para dissimular a nossa política de intervenção econômica nos outros Estados e para tornar respeitáveis os movimentos especulativos de capital, que sempre causam graves problemas”.De um modo geral, no Brasil, todas as atividades econômicas de porte passaram às mãos de grupos de fora, cujos acionistas são completamente dissociados da comunhão nacional.E a desnacionalização prossegue a todo vapor, como indicam os números representativos das transações com o exterior e o das remessas de lucros das empresas estrangeiras para as sua matrizes.As taxas elevadíssimas de juros, fixadas solenemente pelo chamado“COPOM”, têm o pretexto de frear a inflação, mas na verdade são mantidas lá na estratosfera para atrair investimentos diretos que equilibrem as contas externas do país, além, é claro, de favorecer aos bancos aqui estabelecidos.Até os bancos estrangeiros receberam inédita autorização para operar no varejo bancário, auferindo lucros e remetendo os mesmos para os países de origem à custa da poupança dos pobres cidadãos brasileiros!E para rematar a manobra entreguista, os atuais dirigentes, ditos esquerdistas, ainda autorizaram, com a conivência da maioria dos congressistas, o ingresso do capital estrangeiro na mídia, com o que será consumada a captura total do compartimento econômico do país, sem que os brasileiros recebam qualquer informação a respeito.É hora de reagir!A única reação eficaz, entretanto, será aquela comandada por cidadãos que não sejam destros, nem tampouco sinistros, mas plenamente brasileiros; que não sejam a favor do Estado Mínimo, nem tampouco do Estado-Máximo, mas tão somente do Estado-Necessário.Empolgando o poder, esses nacionalistas de escol tratariam logo de inverter o rumo adotado para a condução dos negócios do Estado.Uma postura mais introspectiva em relação ao mundo ao largo, uma atuação mais efetiva no plano interno, seriam as características marcantes dessa inversão de rumo.O resumo desse novo posicionamento político é o Decálogo Nacionalista,incluído entre os princípios básicos do Partido Nacionalista Democrático– PND.Impraticável discutir agora todas as medidas corretivas de que o país carece, embora deva ficar bem claro que algumas delas hão de ser duras e provocativas.Dentre todas merece destaque especial a guinada radical no comportamentodo Brasil, deixando de lado a política “Exportadora- Importadora”, paraassumir a posição de “PRODUTOR-CONSUMIDOR”, com o foco voltado para o suprimento das necessidades internas, de modo a eliminar, de uma vez por todas, os bolsões de miséria espalhados por todo o território. Uma segunda medida urgente será a alteração no texto constitucional,para restabelecer a distinção entre as empresas brasileiras de capital nacional das empresas ditas “brasileiras”, mas de capital estrangeiro.Tal mudança é absolutamente necessária, para reverter a maré desnacionalizante provocada pelos neoliberais. A alteração, no sentido inverso, foi a primeira incursão no texto constitucional feita pelo governo neoliberal do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.Outras medidas derivadas seriam: a proibição do acesso ao subsolo aplicável às empresas de capital estrangeiro; a eliminação das licitações, conduzidas pela Agência Nacional de Petróleo, para concessãode direitos de lavra em terra e em blocos da plataforma continental, a nacionalização (note-se: nacionalização, mas não necessariamente estatização) de algumas empresas vitais como a Vale do Rio Doce (Portal da Amazônia) e a redução paulatina da comercialização externa de minérios brutos, casando tais operações com a aquisição, pelos estrangeiros, dos produtos finais do beneficiamento dos mesmos minerais. Também necessárias são: a retirada paulatina dos bancos estrangeiros do varejo bancário, por não ser admissível que os depósitos dos brasileiros gerem lucros para outros países; a anulação do ato que permite o ingresso de capital de fora na mídia nacional, por não ser aceitável a exposição da mente dos brasileiros à doutrinação estrangeira; o direcionamento preferencial do crédito agrícola para as culturas responsáveis por grandes dispêndios de divisas; o contingenciamento das exportações de produtos agrícolas, de modo que as vendas para o exterior não introduzam preços externos no cotidiano brasileiro.Além disso, há que se fazer respeitar, intransigentemente, o direito de propriedade, hoje constantemente violado pelos “sem alguma coisa”.Evidente que merecem apoio os ‘sem trabalho”, porque vítimas da má gestão praticada pelos políticos brasileiros. Como a Amazônia está na moda, conforme demonstrado pelas diversas versões de teorias conspiratórias que sobre ela versam,acrescentar- se-iam às medidas imediatas dos nacionalistas, alçados ao poder, as seguintes:* Retomada, imediata, da estratégia portuguesa que nos legou a Amazônia, que se resumia no tamponamento das vias de acesso que do exterior penetram no território nacional e a vivificaçãode certos trechos da fronteira localizados defronte áreas vivificadas pelos países lindeiros. Note-se que o tamponamento, agora incluindo o espaço aéreo, carece de reforço da Marinha no patrulhamento dos rios, eis que os postos de fronteira estáticos não são eficientes no cumprimento da tarefa de evitar as incursões,via fluvial, promovidas por outros países;* Implantação urgente do “Programa de ZoneamentoEcológico-Econômico”, conduzido pelo Governo Federal, para conservação eficaz dos ecossistemas regionais e, ao mesmo tempo, para seleção de áreas onde poderão ser implantados projetos alternativos de uso do espaço amazônico;* Interrupção brusca das atividades das“Organizações não-Governamentais” estrangeiras atuantes na região e retirada dos seus agentes da Amazônia brasileira, e* Revisão do dimensionamento exagerado das“reservas indígenas”, afastando-as, sempre que possível, das faixas de fronteiras.Mas, para que isso venha a acontecer faz-se necessário que todos os nacionalistas se empenhem, de corpo e alma, na tarefa magna do momento:coletar as assinaturas necessárias à regularização do “PartidoNacionalista Democrático-PND” perante o TSE.Uma vez ultrapassado o obstáculo maior à ação nacionalista, acredita-sepiamente que estarão abertas as condições para geração de um “tsunami”verde-amarelo que recobrirá o país de ponta a ponta.É o que a situação requer e é o que o povo brasileiro vem suplicando há muito tempo.

“BRASIL ACIMA DE TUDO, SOB A PROTEÇÃO DE DEUS!”.

Apenas dois casos…






Gosto de ver os resultados eleitorais à lupa, olhando as variações que ocorrem de eleição para eleição, nomeadamente entre os pequenos partidos…

A esse respeito, constata-se, uma vez mais, o extremo conservadorismo do nosso mapa partidário: tirando o epifenómeno do PRD, apoiado na personalidade carismática do General Eanes, e do Bloco de Esquerda, que foi levado ao colo pela generalidade dos “media”, é quase suicida lançar um partido novo…

Vejamos, por exemplo, o caso do MEP: Movimento Esperança Portugal. Liderado pelo Rui Marques, uma figura com indiscutível currículo, apresentou um programa consistente (e isto é dito por quem não votou nele). Nas Eleições Europeias teve bem mais de 50.000 votos, o que lhe daria agora representação parlamentar. Mas, desta vez, nas Eleições Legislativas, teve apenas 25.338 votos. Resultado? Contando de antemão com a subvenção estatal de 290.000 euros para os partidos que têm mais de 50.000 votos, o MEP tem agora uma dívida que ronda os 200.000 euros, gastos em campanha. Provavelmente, o MEP acabou aqui…

Melhor sorte teve, a esse respeito, o eterno Garcia Pereira. Fazendo a campanha de sempre, com o apoio inclusive de algumas figuras de direita (que votaram nele, não no partido), seduzidas pela sua combatividade e persistência, passou, com a ajuda final dos “Gato Fedorento”, a fasquia dos 50.000 votos (52.633), e terá direito a essa subvenção. Com mais uns cartazes, é bem possível que o PCTP-MRPP reentre, já nas próximas eleições, no Parlamento. Quem diria?...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Em Outubro...

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A MORTE DE PORTUGAL, de Miguel Real

na Comunidade de Leitores
da Livraria Almedina do Arrábida Shopping
1.ª Sessão: 10 Outubro (Sábado) - 17h00
2.ª Sessão: 31 Outubro (Sábado) - 17h00

Miguel Real será o primeiro convidado da nova série da Comunidade de Leitores da Livraria Almedina do Arrábida Shopping. A Morte de Portugal é o livro escolhido para debate.

«Como não há coincidências, a obra escolhida irá ser esmiuçada (como agora se diz) entre dois períodos eleitorais. Por isso, para primeira sessão, escolhemos o dia de reflexão pré-autárquicas (10 de Outubro), às 17 horas. O Miguel Real estará presente na sessão de dia 31, à mesma hora.» Miguel Carvalho, Jornalista

A inscrição na Comunidade é gratuita (mgoncalves@almedina.net).

Esta semana...


Busca o que mais temes, beija-o na boca e sê livre para sempre!

"Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar na pia, comia-o. Com esforço, mas era para bom fim." - Álvaro de Campos

" A Beleza da Mulher Africana "

Os corpos e as caras são de uma beleza indiscutível ; mas os olhos !...
Observem bem os olhos !...

Podem ver este video em "Rosa dos Ventos" « http://rosadosventos1.blogspot.com/



Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa...

Para o Klatuu



Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar…).

Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
Às normas reais ou sentimentais da vida –
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas,
E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor.

Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-me com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela?

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.

Tudo mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.

Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.

Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.

Eu é que sei. Coitado dele!

Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido.
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.


Álvaro de Campos

Lances diferentes e novos enlaces.

Talvez a vida seja um jogo inconsciente onde pretendemos dominar o sentir. Talvez por o amor ser mais importante do que os danos infligidos, os descuremos frequentemente.
Talvez sejamos, afinal, apenas peões inquietos em tabuleiros de negros dias e noites brancas de denso sentir.
Talvez, talvez, talvez…
Talvez por isso eu beba a poesia devagar enquanto outros correm apressados sem saber o que está ali… nas pequenas dobras do tempo… no que é importante e também nas coisas sem importância, com seu ritmo simples e quotidiano na estrita conta do tempo sem tempo.

Talvez para os poetas as palavras e os silêncios sejam sinónimos em significância... que afagam na cumplicidade e ferem na dor, não importa… têem sempre o sabor doce da ternura mesmo quando sabem a sal ou se escapam num fio de vento pelas metáforas... quando criam um estuário de novas figuras da linguagem ou transformam as banalidades em pequenas epifanias, quando agarram nas palavras gastas e as vestem com as cores dos sentires e do sonhar.

Talvez, sensatamente, um poema não se repita como não se repete um conto, um saudoso mar, uma fotografia sob a mesma luz natural ou a exacta inclinação dos raios solares, naquela mesma árvore, com aquele número incognoscível de folhas vergadas ao vento…
Cada poema tem o dever de falar, tem o seu próprio ritmo que nos envolve e atravessa, que ecoa um outro tempo, um outro espaço, com uma cor que é afinal um espaço sem cor à espera de ser colorido por um ouvido atento…

Introdução ao Budismo - Jigme Khyentse Rinpoche no Porto e em Lisboa, 29 de Setembro e 1 de Outubro

Aconselho vivamente as introduções ao Budismo que Jigme Khyentse Rinpoche fará no Porto e em Lisboa, organizadas pela Fundação Kangyur Rinpoche com o apoio da União Budista Portuguesa.

Porto - 29 de Setembro, 3ª feira, às 19h, no hotel Tiara Park Atlantic (Av. Boavista, 1466).

Lisboa - 1 de Outubro, 5ª feira, às 19h, no hotel Marriott (Av. Combatentes, 45).

Para quem não saiba, e quase ninguém sabe, o diálogo teológico-filosófico da cultura portuguesa com a cultura budista foi o primeiro e um dos mais importantes da Europa. As provas estão em muitos manuscritos esquecidos nas bibliotecas portuguesas e noutras, como em Goa. Investigadores pacientes em breve as tornarão públicas.

Aos Poetas

Sejamos Poetas de Corpo e Alma
Em nome do Verbo
Que cria e manifesta
As essências das coisas-mesmas
Sem disfarces
Ilusões
Ou obscuridade.

Sejamos Poetas
De Espírito erguido
Arautos da Verdade
Des-veladores de enigmas
Redentores do acaso.

Sejamos Poetas
Anjos-da-guarda das mentes míopes
Dos ouvidos moucos
Dos corações petrificados
Pela dor
Pela des-ventura
Ou pela in-felicidade...

Isabel Rosete
Um Heidegger

Expressões silentes,
Sobranceiras,
Marcadas por um misto
De espanto
E de inquietação.

Olhos que fitam o infinito
Diante da imensidão
Dos caminhos do campo
Ainda longe das mãos
Destruidoras
Dos Homens sem Razão.

Expressões carregadas
De solidão
Face à desertificação da Terra
Que sempre lança
O seu (des)esperado grito de alerta.

Pés que pisam o chão,
Como uma bênção,
Enquanto a serena musicalidade atmosférica
Invade um espírito expectante
Que o Ser sempre escuta…

Isabel Rosete

Dias de vitória…



As eleições legislativas de 2009 ficarão para a história política portuguesa como uma vitória colossal dos cinco principais partidos, apesar do que dizem as habituais comadres, contadores de fábulas, contabilistas de votos e velhos do Restelo, todos incapazes de pensamento político profundo.
Vence o CDS-PP porque renova a convicção colectiva de que em Portugal também existe direita, e capaz de rezar.
Vence o PPD-PSD porque reforça a ideia democrática de que em Portugal o bloco central não é um partido único.
Vence o PCP porque não desapareceu enquanto força política e anima o coração de românticos e trolhas que ainda acreditam que a sociedade portuguesa caminha para o socialismo, como está constitucionalmente prescrito.
Vence o Bloco de Esquerda porque teve muitos votos e vai poder dar a mais portugueses e portuguesas, sem qualquer experiência política, a oportunidade de se valorizarem, melhorando os seus conhecimentos e dando corpo à utopia popular da mobilidade social.
E vence o PS porque venceu as eleições, sem temor de qualquer peso na consciência, porque a responsabilidade da sua vitória é inteiramente dos eleitores.

São dias de vitória como este que me dão orgulho na nacionalidade que tenho lavrada no meu Bilhete de Identidade.

Até quando?...

Sem rumo
Sem norte
Sem alma

Assim continuas
Num contínuo sem fim
Numa queda sem fundo

Até quando, Portugal?
Quando serás de novo?
Quando de novo voarás?

domingo, 27 de setembro de 2009

Faleceu o poeta e ensaísta Mário Fonseca, vítima de um AVC

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O poeta e ensaísta cabo-verdiano Mário Fonseca faleceu sábado no Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), apurou a PANA de fonte familiar.

Nascido a 12 de Novembro de 1939, na capital cabo-verdiana, Mário Alberto de Almeida Fonseca deixa uma vasta obra literária publicada em revistas, jornais, como o Boletim de Cabo Verde, a folha literária e "Seló" que fundou nos anos 60 com os poetas cabo-verdianos Arménio Vieira (Prémio Camões 2009) e Osvaldo Osório.

Entre as suas obras figura o livro de poesias "O Mar e as Rosas", que foi confiscado em Lisboa, em 1964, pela polícia política portuguesa, aquando do encerramento forçado da então Associação Portuguesa de Escritores.

Mário Fonseca publicou também várias obras em língua francesa, nomeadamente os livros de poesia "Près de la mer" e "Mon Pays est une Musique et Poissons".

Combatente pela causa da libertação de Cabo Verde do jugo colonial português, Mário Fonseca participou em actividades da Associação de Escritores Afro-Asiáticos (Beijing, 1966), no Simpósio Literário Internacional contra o Apartheid (Brazaville, 1987) e nos Estados Gerais do Livro Francófono (Paris 1989).

Ao longo dos muitos anos em que foi obrigado a viver longe do seu país devido à sua oposição ao regime colonial, Mário Fonseca trabalhou como professor de francês no Senegal e tradutor na Mauritânia e Turquia.

De regresso a Cabo Verde, o escritor colaborou activamente em quase todos os jornais e revistas que circularam no arquipélago após a sua independência, em 1975.

Mário Fonseca, que exerceu vários cargos de responsabilidade em instituições ligadas à cultura, chegou também a ser indicado para desempenhar as funções de presidente do Instituto de Língua Portuguesa, cargo que não pôde desempenhar por motivos de saúde.

Fonte: http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=23978&catogory=Cabo%20Verde

Para a Manuela Ferreira Leite




Não gosto de bater em pessoas que estão no chão, para mais em senhoras. Por isso serei breve e o menos deselegante possível.

Parafraseando uma outra senhora que concorreu nas suas listas, nestas eleições até o Pato Donald ganharia ao José Sócrates. Por isso, foi a sua derrota tão estrondosa…

Mas muito justa. Quem apresenta ao país um não-programa (não fazer, adiar, suspender, etc., etc., etc.) só pode merecer a derrota. O vazio nunca merece crédito…

Gosta a senhora de dizer que o seu partido é o mais português de Portugal. Talvez seja. Daí, também, o estado a que o país chegou. Sem rumo, sem norte, sem alma…

NOVA ÁGUIA Nº4: ÍNDICE...

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EDITORIAL

PASCOAES, PORTUGAL E A EUROPA
Pinharanda Gomes, PASCOAES E A ALMA DA EUROPA…8
Pedro Teixeira da Mota, DA ACTUALIDADE DE ALGUNS ENSINAMENTOS DE TEIXEIRA DE PASCOAES…14
Pedro Martins, DA TERCEIRA IDADE À SEGUNDA VINDA: ALGUMAS NOTAS SOBRE O MESSIANISMO DE PASCOAES…21
Paulo Borges, ÍNDIAS ESPIRITUAIS E ILUSÃO EM TEIXEIRA DE PASCOAES E FERNANDO PESSOA…27
Miguel Real, O PERFIL DE PORTUGAL SEGUNDO TEIXEIRA DE PASCOAES…40
Maria Luísa de Castro Soares, SER PORTUGUÊS E SER UNIVERSAL NA OBRA DE TEIXEIRA DE PASCOAES…48
Manuel Ferreira Patrício, A SAUDADE E A PÁTRIA NO LIVRO DE MEMÓRIAS DE TEIXEIRA DE PASCOAES…57
Luís Loia, A ARTE DE SER PORTUGUÊS E A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO PARA A PORTUGALIDADE…63
Luís G. Soto, TEIXEIRA E BARTHES: A METADE DA VIDA NA ESTRADA DE EUROPA…65
José Lança-Coelho, TEIXEIRA DE PASCOAES NO DIÁRIO DE TORGA…69
Fátima Valverde, TEIXEIRA DE PASCOAES E RENÉ CHAR FACE À GRANDEZA UNIVERSAL DO TEATRO…70
Dirk Hennrich, A TERRA TARDINHA EM TEIXEIRA DE PASCOAES…75
César Antonio Molina, TEIXEIRA DE PASCOAES, POETA FILÓSOFO…77
Celeste Natário, TEIXEIRA DE PASCOAES: UMA METAFÍSICA DA SAUDADE…85
António Telmo, O PASSEIO QUE FICOU POR CONTAR…88
António José Borges, IDEALISMO E ÉTICA: SAUDADES FUTURAS DA NOVA ARTE DE SER PORTUGUÊS…89
António Cândido Franco, NOTA CORRIDA SOBRE O PENSAMENTO GEO-ESTRATÉGICO DE TEIXEIRA DE PASCOAES…96
Samuel Dimas, REGRESSO AO PARAÍSO CELESTIAL…101
Rui Martins, PASCOAES: UM TESTEMUNHO VIVO DAS MALEITAS E DOS TORMENTOS DO PORTUGAL DE ONTEM E DE HOJE…103
Risoleta C. Pinto Pedro, A EUROPA COMO REFLEXO DA IMAGEM VERDADEIRA…110
Renato Epifânio, ENTRE PORTUGAL E A EUROPA: CINCO NOTAS E UMA INTERROGAÇÃO…112
Paulo Feitais, PORTUGAL, O ROSTO DA EUROPA? PARA UMA ÉTICA DO ENCONTRO E DA PERDIÇÃO…113
José Eduardo Franco, POLÓNIA, PAÍS GÉMEO DE PORTUGAL NA EUROPA…117
Jorge Telles de Menezes, MUROS E SEBES: DA CIDADE MURADA ÀS ALDEIAS A OESTE DO ÉDEN…120
Joaquim Miguel Patrício, PORTUGAL E A EUROPA NUMA ERA GLOBAL…121
João Bigotte Chorão, EUROPA, EUROPAS...129
Adriano Moreira, EUROPA, A MATRIZ DO OCIDENTE…132

DA ARCA
Ilídio Sardoeira, UMA PEDRA ENTRE DOIS POETAS [CAEIRO E PASCOAES]…140

OUTROS VOOS/ OUTRAS VOZES
Markus Gabriel, SOBRE A ORIGEM E A ACÇÃO DA ARTE…142
Jacqueline Kelen, A LUZ LONGÍNQUA DO AMOR…146

RUBRICAS
COISAS E LOISAS, de J. Pinharanda Gomes…150
DO ESPÍRITO DOS LUGARES, de Manuel J. Gandra…155
AS IDEIAS PORTUGUESAS DE GEORGE TILL, de Jorge Telles de Menezes…159

PÁGINAS TEMÁTICAS
LITERATURA ORAL E TRADICIONAL, de Ana Paula Guimarães e Lurdes Cameirão…162
MÚSICA, de Miguel Anastácio…167
REPORTAGEM, Goreti Teixeira e Carlos Machado…170

BIBLIÁGUIO
TRÊS OBRAS SOBRE PASCOAES, por António Cândido Franco…176
JOSÉ RÉGIO, CORRESPONDÊNCIA COM ÁLVARO RIBEIRO, por Pedro Martins…179
A. CAMPOS MATOS, EÇA DE QUEIROZ – RAMALHO ORTIGÃO, RETRATO DA «RAMALHAL FIGURA», por Hugo Pinto Santos…185
A MEMÓRIA COMO GUME DE FACA, por Maria Aparecida Lopes Nogueira…187
PENSAR A SAUDADE, por Rui Lopo…190

TEXTIÁGUIO
Joaquim Domingues, VOOS DA ÁGUIA…202

POEMÁGUIO
António José Queirós, NOITE…6
Francisco Canelas de Melo, PEQUENA LEMBRANÇA DE TEIXEIRA DE PASCOAES…6
Lúcia Helena Alves de Sá, DA SAUDADE DE TEIXEIRA DE PASCOAES…7
Jesus Carlos, TO BE, OR NOT TO BE…138
Alexandre Vargas, UMA PINTURA DE PASCOAES…138
Maurícia Teles da Silva, FUTURO TRANSPASSAR…139
Maria Teresa Mota, DIVAGA…149
Fernando Esteves Pinto, ÁREA AFECTADA…160-161
Maria Leonor Xavier, VAGAS…198
Farídu’d-Din ‘Attár, A CONFERÊNCIA DOS PÁSSAROS…199
Jean-Luc Pouliquen, OS CANTOS DO VALE DO CAFÉ (trad. de Sam Cyrous)…200
Isabel Mendes Ferreira, TU, PASCOAES…203

MAPIÁGUIO

COLECÇÃO NOVA ÁGUIA

P.S.: E há ainda uma surpresa. A revelar em breve…

Em Outubro...

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Co-organizado pelo grupo de investigação Roots and Horizons of Philosophy and Culture in Portugal, do Instituto de Filosofia da FLUP, decorrerá nos próximos dias 16 e 17 de Outubro o Colóquio intitulado A Escola de Braga e a Formação Humanística - Tradição e Inovação. O evento irá decorrer na Faculdade de Filosofia do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa.

Para mais informações, por favor consultar: http://web2.letras.up.pt/ifilosofia/gfmc/?p=activities&a=ver&id=125

Óscar Niemeyer projeta Memorial a Tiradentes na Fazenda do Pombal

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Símbolo da liberdade nacional, o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, será homenageado com um memorial a ser construído na Fazenda do Pombal, local onde nasceu e hoje localizado no Município de Ritápolis, em Minas Gerais.
Para o juiz Auro Maia de Andrade, estudioso e grande admirador de Tiradentes, nada melhor para representar esse monumento do que asas. E é essa a ideia que se visualiza no projeto arquitetônico idealizado por Oscar Niemeyer e entregue, na semana passada, aos envolvidos no projeto: a Academia de Letras de São João del-Rei, a Academia de Letras Jurídicas de São João del-Rei e Tiradentes, a Fundação Oscar Araripe, a Fundação Oscar Niemeyer, o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, entre outras.
De acordo com Oscar Araripe, um dos idealizadores, com o projeto em mãos o próximo passo é buscar recursos para a sua concretização. "Queremos fazer viver a Fazenda do Pombal e celebrar o nascimento de Tiradentes com esse monumento", afirmou.
Os mentores da iniciativa também criaram o Instituto da Liberdade Alferes Joaquim José da Silva Xavier para gerir o monumento. "O instituto é uma sociedade civil sem fins lucrativos e tem, entre seus objetivos, o estudo, a discussão e a reflexão da liberdade; o aperfeiçoamento e a difusão do sentimento cívico brasileiro da pesquisa e do ensino", afirmou José de Carvalho Teixeira, integrante da Academia de Letras de São João del-Rei.
Teixeira lembra que a intenção do grupo é mostrar o local de nascimento do maior herói brasileiro. "Será um monumento de representatividade nacional. Por isso, queremos desenvolvê-lo a nível federal com o apoio de todos", disse.
Oscar Araripe afirmou que, além da parte da construção do monumento, Niemeyer também elaborou um projeto paisagístico. "O arquiteto pensou em um projeto paisagístico para compor com as ruínas que existem na Fazenda do Pombal. É um projeto singelo e de grandiosa beleza", concluiu.
O monumento, de singela grandiosa beleza, com 70 metros de asa a asa e 30 metros de profundidade, tem as cores verde e amarela e foi criado para homenagear o grande herói brasileiro no lugar onde nasceu e foi batizado e terá além de um auditório, galeria de exposições e outras dependências, e uma frase do Alferes será inscrita no mural que encima a bela rampa da entrada.
Wainer Ávila, presidente da Academia de Letras de São João Del Rei, outro idealizador do memorial, disse que com a construção do monumento, o Brasil estará saldando uma grande dívida para com o mártir, pois o solo cívico onde nasceu passará a ser cultuado com a nossa arte, cultura e história.

OS SANTOS GÊMEOS

OS SANTOS GÊMEOS
Nós os conhecemos como meninos levados;no Rio de Janeiro apreciam bombons e fazem brincadeiras infantis;na Bahia,esbaldam-se nas comidas que lhes são dedicadas e cobram total carinho e atenção de seus fieis,que são inúmeros.No dia de sua festa,27 de setembro,no meio da comilança e das danças,agarram no seu cavalo(filho ou filha de santo que “incorpora “a entidade)e fazem brincadeiras com os presentes,devotos ou não,falando com o tatibitate infantil e se lambuzando(e lambuzando os outros) de cocada puxa.rapadura ou caruru.São danadinhos,mas,não deixam seus devotos na mão.Pediu,recebeu.
Estudando seu passado para saber de onde vieram e como começou a tradição,descobri que foram médicos caridosos e dedicados,sempre cuidando dos pobres e desvalidos;irmãos no sangue,ligados pelo saber e sempre fazendo o bem sem olhar a quem.Quando os remédios faltavam recorriam á oração e benziam a água,que se transformava em remédio miraculoso.Eles trabalhavam em prol da Humanidade e,por amor;por isso eram chamados “os anargiros”,ou seja ,inimigos do dinheiro,epíteto que ,de jeito nenhum se aplicaria aos médicos de hoje,nem aos planos de saúde,
Eu os imagino,jovens e bonitos,morenos,pois tinham origem árabe,indo de casa em casa ,fizesse sol ou chuva,a sangrar,pensar,receitar,consolar e aconselhar.Vislumbro a alegria que essa gente desassistida,devia ter ao vê-los chegar.
Entregue a essa visão,ouço uma voz lá longe,gritar:Missa pedida prá S.Cosme e S.Damião!
E,alguém respondeu:
-Eles mesmo que nos ajudem.
Na Bahia,os médicos abnegados foram substituídos pela negra carregando uma caixinha de papelão mal ajambrada,com pequenas imagens de argila,metidas no fundo,arrodeados por um monte de manjericão,melindre,malmequeres,misturados com papel de seda,cortado.
Como boa baiana,deposito minha moedinha na caixa,mas,converso com meus botões:-Prá que santo quer dinheiro?Eles têm tudo!
Quem pediu a moeda explica que é promessa;o santo lhe valeu,tem que pagar o prometido-missa e caruru-e,como é pobre,pede para poder cumprir o prometido.
-E,eu com isso?quem pariu Mateus que balance...Seria fazer cortesia com chapéu alheio.
A desculpa é que é um preceito,é assim desde que o mundo é mundo.Vá lá!Embora tenha malandro que pede prá “caninha”,o santo não vê nem o cheiro da oferenda,muitos cantam assim:
São Cosme e S.Damião
Fizeram combinação
Saírem pedindo esmola,
Meu irmão,
Para fazerem um pirão.
O dinheiro era para fazer o pirão do santo ou do espertinho que pedia?Ficava a dúvida;mas,acho que os santos não se importam;até acham graça do expediente.
A negra da caixinha vai em frente,com seu cantochão monótono e,já,ninguém se lembra dos médicos caridosos(se é que,ao menos,sabem a estória).A lembrança que chega é de dois garotos endiabrados,caprichosos,gulosos,exigindo a paga dos benefícios que fizeram.Meninos que gostam de comida de azeite,samba,bagunça.
Ah,se a gente pudesse ver suas carinhas,quando os devotos colocam “quartinhas” de água e pratinhos de comida defronte de suas imagens!Eles,que nunca foram de freges e ,por força da sua fé,morreram degolados por ordem do Imperador Deocleciano.lá pelo ano de 287 em Egéia,na Cicilia,e,segundo Lísias,depois de várias torturas .para que desistissem de sua crença.O certo é que,na Bahia são adorados,inclusive por mim,que tenho um filho de setembro e netos gêmeos.Meu caruru,com tudo o que tem direito,não deixo de oferecer.Promessa é dívida.

Já não existem álamos, nem luas, nem métricas que me valham.

A mão está pesada… e a pena, véu de alma transparente já não me embala, nada surge neste descansar de nada… não escalo montanhas, não atravesso oceanos, tão-pouco enfrento tempestades, e pergunto-me no desalento, no desencanto, na tristeza esparsa sem nenhum motivo de pranto, para onde foram as palavras?…
Que fiz dos infindos tesouros recolhidos e guardados na pele… onde se recolhe o mistério do imaginário quando desaba o silêncio sobre os crepúsculos negros de tristeza que misteriosos me rodeiam e porque quero tanto o que ninguém me pode dar?

Chove e interrogo-me na tarde lívida se a tristeza das gotas que caiem será minha, que sabor será o do grito que expressa sentimentos e teimo em calar, e quantas serão as palavras nuas de diferentes paladares que se debruçam a poemar...
Mas para quê interrogar-me? Não sei que fazer com as palavras que transporto neste tempo de horas certas em tempo que não é certo e onde os ângulos se não encaixam, da pressa para tudo até para não se ter pressa dos dedos entrelaçar no calor necessário de um ombro amigo no qual chorar… resta-me lamuriar por ser tão como os outros, tão singular.
Olho pela janela em busca da luz que se reflecte nos sorrisos, dos passos que dançam tangos de olhos unidos até cegar, da mágica brancura dos sentimentos cristalinos, das sombras esbatidas que se abraçam num poema ou na ternura de um olhar, do dia em que nas minhas mãos sentirei o sentido das tuas como palavras nuas que não poderei calar, da bússola, de um mapa, de um paralelo dobrado num qualquer canto de luar…

A chuva parou, e o céu, devagar, mesmo devagarinho, sem pressas e seguindo o seu caminho, abriu um sorriso único… eis então que a página incontida se moldou, e subindo às palavras de azul se manchou.

A VÍBORA

Epigrama, XI. 237 – (séc. VI. a. C.)

Um dia, uma pérfida víbora mordeu Capadoce. Morreu?
Não. Quem morreu foi a bicha, devido ao sangue que bebeu.

Próxima sexta, 128º lançamento da NOVA ÁGUIA...

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02.10.09 - 15h30: Colóquio da Lusofonia (Bragança)

sábado, 26 de setembro de 2009

O regresso do político

O ambiente de instabilidade geral, causado pela afamada crise, tem tido uma curiosa repercussão a nível de reavivamento político, surgem novos partidos mês sim, mês não. Uns mais à esquerda, outros mais à direita, outros ainda difíceis de catalogar, movimentos ainda em recolha de assinaturas… creio que no meu tempo de vida nunca testemunhei uma tamanha abundância de alternativas partidárias (ainda sou do tempo em que toda a gente, lá na escola pelo menos, era do PSD do Cavaco e do Benfica).

Tudo aquilo que pertence ao mundo do político parece animar-se, além dos novos partidos e futuros partidos surgem também associações cívicas de intervenção social e, por consequência, política. Permitam-me nomear algumas, como por exemplo o Instituto da Democracia Portuguesa[1,] a Força Emergente[2] ou ainda o embrionário Movimento Internacional Lusófono[3].

Embora à primeira vista nos pareça estranho que, numa altura em que metade da população prefere ficar em casa em vez de ir votar, o povo pareça divorciar-se do político e, simultaneamente, surjam dezenas de novos partidos e movimentos sociais a verdade é que, olhando para a História, as grandes mudanças e intervenções resultaram sempre de minorias activas, e nunca de grandes movimentos de massas.

Estamos, portanto, em acordo com a fenomenologia típica dos momentos de crise por toda a História da humanidade. Falta-nos, contudo, o desfecho habitual: uma nova guerra em grande escala, talvez até mesmo uma IV Guerra Mundial[4], e a ascensão de regimes totalitários e autoritários que substituam, ou até perpetuem por outros meios mais musculados, os actuais modelos de democracia capitalista ocidental.

Pessoalmente, e como o pude expor num curto discurso que proferi no passado dia 4[5] de Setembro, creio que entramos na era dos Grandes Espaços, profetizados por Carl Schmitt e receados por George Orwell, e que a solução mais pacífica passará pela formação de Grandes Espaços geopolíticos, como o Latino Americano, o Lusófono, o Eurásico, etc.[6] que sirvam de contrapeso ao imperialismo estadunidense.

Embora eu próprio tenha manifestado, inclusive nas páginas deste jornal, a minha esperança nas mudanças auguradas por Obama, a verdade é que com a permanência das tropas no Iraque, a promessa do reforço da presença militar na ocupação do Afeganistão, o envio de efectivos militares para as Honduras e para a Colômbia, Obama parece-me cada vez mais um continuador das políticas de George W. Bush do que o reformista que a todos nos encheu de esperança, a nossa luz ao fundo do túnel parece ter-se fundido…

A verdade, nua e crua, parece-nos evidente: se este ressuscitar do político, do activismo social e do surgimento de novas siglas e rostos nas campanhas eleitorais, não conseguir, pacificamente, elaborar e concretizar novas formas de combate às crises, alternativas ao capitalismo selvagem que a todos afecta, ao modelo único de democracia empresarial burguesa exportado pelos EUA, a construção destes Grandes Espaços alternativos ao Atlantismo não passará pelas estruturas geopolíticas dos Ministério dos Negócios Estrangeiros do mundo mas pelas alianças redutoras de aliado/inimigo de uma nova Guerra Mundial, seja esta de tipo frio ou quente.

Que podemos nós fazer? Não muito, mas a mudança começa por coisas simples. Pode começar já agora: vá votar, e não vote nos do costume! É tão simples como isto!

Notas:

[1] Think Tank com membros oriundos de todo o espectro partidário português: www.democraciaportuguesa.org.
[2] Fundado por apoiantes do, agora polémico, ex-ministro Medina Carreira: www.forcemergente.pt.
[3] Num contexto claramente geopolítico inserido na Lusofonia: www.movimentolusofono.org.
[4] O autor optou por utilizar uma terminologia recorrente, em alguns meios intelectuais da Nova Esquerda, que consideram a III Guerra Mundial como tendo sido a Guerra Fria. Aconselha-se a consulta de A IV Guerra Mundial já Começou do Subcomandante Marcos, impulsionador da 6ª Internacional.
[5] O autor foi um dos dois oradores da Manifestação de Solidariedade para com Hugo Chávez que contou com a presença dos embaixadores de Cuba e da Venezuela, dois deputados do PSUV, os movimentos Círculo de Revolucionários Livres e Tirem as Mãos da Venezuela bem como com diversas bases militantes dos BE e PCP.
[6] Teoria já abordada em “A Lusofonia, o Pan-Latinismo e a Eurásia como Alternativas ao Atlantismo”, Nova Águia, revista de cultura para o século XXI, nº 2, Zéfiro, Sintra 2008.