A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 4 de novembro de 2020

7 de Novembro: Vídeo-Conferência sobre Pascoaes...

 

Vídeo:

Intróito

A melhor definição de metafísica que conhecemos é de José Marinho – nas suas palavras “por metafísica designa-se não só e apenas o que está para além do físico, mas antes e primordialmente o que lhe é íntimo e nele se supõe”. Apesar de ter sido redigida numa obra sobre Leonardo Coimbra (“O Pensamento Filosófico de Leonardo Coimbra: introdução ao seu estudo”, Porto, Livraria Figueirinhas, 1945), essa definição aplica-se, por inteiro, ao pensamento de Teixeira de Pascoaes.

Eis o que o próprio Marinho reconhece ao falar, num outro texto, da “luz súbita que recebeu de Pascoaes” – nas suas palavras: “Durante alguns anos, eu, como a muitos outros tem acontecido em nossos dias, dentro e fora de Portugal, fui acusado de metafísico e a acusação entendia-se neste sentido: de que eu, e outros, desatendíamos o Tempo e o Homem para nos referirmos incessantemente à Eternidade, a Deus, ao Absoluto. Pois bem, no momento em que assim me acusavam, eu fazia justamente o caminho contrário”.

Como acrescenta: “Descobrira que só é possível encontrar o sentido da Eternidade pelo aprofundamento do sentido do Tempo e que Deus só se revela plenamente a quem cumpriu a sua humanidade, descobrira que se o Absoluto, como firmemente creio, e o Poeta crê comigo, está para além de toda a relação, é necessário viver e pensar a relação plenamente para o sentido do Absoluto, passar da ideia abstracta, que é menos ideia, para a ideia concreta, que é plenamente ideia./ Se vos falo desta experiência é para vos tornar compreensível a luz súbita que recebi de Pascoaes, e que veio, sob um certo aspecto, confirmar a iluminação gradual que me veio do estudo da obra de Leonardo Coimbra”.

A esse respeito, Marinho não poderia, com efeito, ter encontrado melhor Mestre. Em Pascoaes, o Absoluto é, simultaneamente, o mais distante – o para além de toda a relação – e o mais próximo – o verdadeiro ser de todo o ser. E por isso, como o próprio Marinho reiteradamente referiu, foi, de facto, Pascoaes um “poeta da natureza”, um “poeta cósmico”, “de mais amplo e abissal sentido cósmico”, um poeta “panteísta”, sendo o seu panteísmo “produto duma comunhão íntima com os seres” – nessa medida, um poeta “profundamente terrestre sem pertencer à terra”, um “poeta materialista no sentido mais fundo do termo”.

Renato Epifânio

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

8 Fevereiro | PASCOAES: DO SOLAR DE GATÃO AO UNIVERSO...


 
O CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), o IECCPMA (Instituto de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes), a CIDH (Cátedra Convidada FCT Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização), em parceria com a Câmara Municipal de Amarante e a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), têm o prazer de convidar V. Exa. para a inauguração da Exposição
 
AMARANTE
PASCOAES: DO SOLAR DE GATÃO AO UNIVERSO,
que, sob a égide do Triénio Pascoalino, terá lugar na BNP, na Sala de Exposições do 2.º Piso, no dia 8 de fevereiro, quarta-feira, entre as 16h00 e as 19h30.
O alinhamento programático da Inauguração contará com a contribuição de António Cândido Franco, Miguel Real, Renato Epifânio e Serafina Martins, a par das autoridades institucionais e oficiais, incluindo ainda a atuação do Grupo Coral de Queluz, sob a direção do Maestro Pedro Miguel.
Este encontro em Lisboa preludiará o último ciclo de Congressos Internacionais do Triénio Pascoalino a ser realizado em Amarante, entre 27 a 31 de março de 2017.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

De António Carlos Carvalho, sobre a «Arte de Ser Português», de Teixeira de Pascoaes, e a «História Secreta de Portugal», de António Telmo



Ambas as obras [a «Arte de Ser Português», de Teixeira de Pascoaes, e a «História Secreta de Portugal», de António Telmo] foram publicadas em momentos decisivos da nossa História: a primeira em 1915, cinco anos depois de implantada a República, com tudo o que esta tinha significado de tentativa de re-fundação do País; a segunda em 1977, três anos depois de uma suposta revolução que prometia concretizar todas as esperanças e dar nova vida a um país totalmente mergulhado na decadência e à deriva no mar da História. António Telmo salientava então: «Fala-se ainda de Pátria, mas já ninguém sabe o que ela é»

Excerto do prefácio à reedição de «História Secreta de Portugal», de António Telmo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sobre Pascoaes, nos 100 anos de "O Saudosismo": de António Cândido Franco, para o próximo nº da NOVA ÁGUIA...


Assim como assim, a importância fundadora do saudosismo poético é uma das linhas de força que do nosso ponto de vista justifica aquela incómoda e pessoalíssima apreciação que Mário Cesariny fez em 1972, sessenta anos depois do primeiro manifesto do saudosismo, considerando Teixeira de Pascoaes um poeta bem mais importante que Fernando Pessoa, e que justificaria só por si, neste centenário, caso houvesse audácia de abandonar o ramerrão conceptual, uma atenção cuidada, que fizesse justiça, à situação do saudosismo no campo poético português do século XX e uma homenagem muito especial ao seu criador, Teixeira de Pascoaes, credor de toda a grande poesia que se lhe seguiu.
Como a rotina dos lugares comuns é superiormente cómoda e a verdade demasiado audaz para consciências anestesiadas, o saudosismo e o seu criador serão decerto esquecidos neste ano de 2012 por aqueles que tinham obrigação de o lembrar e preitear. As fanfarras, os foguetes e os encómios ficam guardados mais uns tempos; daqui a três anos sairão das arcas. Então, sim, haverá champagne, brindes, colóquios, comemorações oficiais e até discurso da presidência da República. Pobre Orpheu, que vai a enterrar pacóvio.
(excerto)

sábado, 28 de abril de 2012

28 de Abril: “TEIXEIRA DE PASCOAES –VICENTE RISCO: DO SAUDOSISMO AO ATLANTISMO”



ACTOS INAUGURACIÓN EXPOSICIÓN

“TEIXEIRA DE PASCOAES –VICENTE RISCO: DO SAUDOSISMO AO ATLANTISMO”

A exposición que baixo o título “TEIXEIRA DE PASCOAES –VICENTE RISCO: DO SAUDOSISMO AO ATLANTISMO”, pretende achegar ao público, especialmente estudantado galego, a relación intelectual e persoal entre Vicente Risco e os intelectuais portugueses ao longo da década do 1920. Partindo da correspondencia e das dedicatorias do libros, faremos unha aproximación aos movementos culturais portugueses (nomeadamente Renasceça Portuguesa e o seu órganos e expresión A Äguia, así como a Seara Nova)
Faremos fincapé no saudosismo e a súa incidencia na construción do pensamento risquián respecto do atlantismo.
A inauguración da exposición terá lugar o sábado 28 de abril na sede da Fundación Vicente Risco, e se complementará cos seguintes actos.
19:00 horas. Ofrenda Floral ao P. Feijoo na alameda de Allariz. Recitadod e poemas de Teixeira de Pascoaes.
19:45 horas. Inauguración da exposición na sede da Fundación Vicente Risco e conferencia A simpatía, do padre Feijoo a Teixeira, a cargo da Profª. Drª Luísa Malato Facultade de Letras da Universidade de Porto.
20:30 horas. Presentación da revista "Nova Águia".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Teixeira de Pascoaes, Escritor Português do Mundo, fala a "Lisbon Courier"

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Não se pode ir lá de avião. Não há aeródromos nas imediações; é na serra, perto do Marão, que o poeta cantou em Versos imortais, a umas poucas milhas de Amarante. Vai-se por um caminho ladeado de sobreiros já antigos e frondosos que é mais caminho de carro de cavalos do que de automóveis, até a um pequeno terreiro onde há laranjeiras plenas de frutos ainda verdes. Do terreiro, por um largo portão brazonado, entra-se no pátio da casa onde vive o poeta. É uma casa solarenga, do século XVI ou XVII, remodelada depois, que guarda ainda o seu ar vetusto de velha casa senhorial e a nobreza clássica das suas linhas simples, austeras.

Nesse pátio já talvez um autogiro ou um helicóptero pudessem descer. Mas não aconselho o leitor - mesmo que ele tenha sido companheiro de La Cierva - a que tente a arriscada aventura.

Teixeira de Pascoaes ouviu o ruído do carro em que fomos e veio receber-nos à porta. É um homem baixo e magro, um pouco curvado, com uma cabeça já grisalha, revolta, a face angulosa e uns olhos profundos, penetrantes, cheios de riqueza e de vida. A sua austeridade é a de um monge , como é de monge a sua simplicidade e o encanto com que nos recebe na bela casa da sua família, mais velha ainda porventura do que esta, e onde vive como num convento que nos mostra tal como um bom frade desligado dos prazeres e interesses deste mundo.

Tentar apresentar a leitores, sejam eles portugueses ou estrangeiros, este homem, poderá quási parecer uma liberdade de que usa o jornalista, para, através do escritor, se apresentar ele próprio.

É que Teixeira de Pascoaes é bem o Patriarca da literatura portuguesa contemporânea - um patriarca amado dos fiéis e sobre cuja dignidade não há discussões. Os seus livros estão traduzidos para francês, alemão, espanhol, holandês, húngaro, tcheco, italiano.

O "Grande de Espanha" D.Miguel de Unamuno contou-o no número dos seus grandes amigos e o pensador russo, universalmente conhecido, Nicolau Berdiaeff considerou-o um dos mais notáveis autores do nosso tempo.

Isto é bastante, não é verdade, leitor?... Por isso mesmo o entrevistador se esconde sob um pseudónimo.

Nicolau Berdiaeff classificou um dia Pascoaes de "Poeta místico com temática religiosa"... Ora eu venho fazer-lhe uma entrevista sobre aviação... É pois natural que hesite antes de atacar o tema principal da nossa conversa.

Fala-se primeiro de poesia. Depois do que Unamuno chamou "o sentimento trágico da vida". Depois da morte e do existencialismo". Não! - Decididamente é perigoso ouvir este homem encantador falar do que lhe interessa; temo que a ouvi-lo, me esqueça do tema da entrevista, e depois que seja já impossível sair do beco onde estamos. Beco, está claro, porque não vejo a saída para o campo da aviação.

Por isso pergunto de chofre:

— Que pensa da Aviação?

Pascoaes sorri e responde:

— Penso que outrora os homens criavam os anjos e hoje.... os macaqueiam.

Há um silêncio. Não vou, evidentemente, perguntar a este homem se ele voou. Há em toda a sua obra uma altura que nenhum avião do mundo jamais atingirá. Mas insisto:

— Crê que a conquista do ar pela moderna aviação poderá trazer algo de novo a "visão do mundo" dos poetas ?...

A expressão de Pascoaes tornou-se agora vagamente irónica:

— Penso que a visão do mundo depende da altura a que se está."Nos aviões modernos, como se voa muito, muito alto, a "visão do mundo"...deve tornar-se tão vaga, tão imprecisa,que me arrisco a dizer que desaparece...

Uma criada trouxe-nos café e os maravilhosos doces de ovos de Amarante. Pascoaes, sorrindo, explica:

— Nunca percebi como Vergílio foi capaz de escrever a "Eneida", sem ter tomado uma chícara de café e sem fumar um cigarro.

Há neste homem profundamente triste, por mais paradoxal que isto pareça, um bom humor sadio. Um bom humor sem amargura ou ironia – que tem frescura e juventude.

O bom humor com que responde, já a finalizar a entrevista, quando lhe pergunto o que pensa do papel a desempenhar pela aviação no futuro:

— Não penso nada, ou melhor, não digo o que penso. Ainda não consegui limar a vaidade até o ponto de me não importar com o que pensarão de mim os que me lerem daqui a alguns anos - isto, bem entendido, se daqui a alguns anos ainda alguém me ler. Ora eu não quero que me aconteça o mesmo que aconteceu a Thiers quando, num momento de muito fraca inspiração, se lembrou de dizer do "caminho de ferro" que era uma invenção absurda e irritante que apenas servia a meia dúzia de loucos possuídos da mania das velocidades...

Publicado em:
http://retrovisor.blogs.sapo.pt/43760.html