Donde vimos, para onde vamos...

Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
domingo, 17 de maio de 2015
sábado, 9 de agosto de 2014
De António Cândido Franco, para a NOVA ÁGUIA 14
sábado, 1 de fevereiro de 2014
15 Fevereiro | Nos 108 anos do nascimento de Agostinho da Silva
III Ciclo de Tertúlias Em Torno de Agostinho da Silva
na Casa Bocage, Setúbal
Nos 108 anos do nascimento de Agostinho da Silva
15 Fevereiro 2014, sábado,16 h
Palestra: "Alguns materiais para uma Biografia de Agostinho da Silva", por António Cândido Franco
Lançamento da revista A IDEIA, número duplo 71/72, Outono 2013 - apresentada pelo seu director António Cândido Franco
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
7 Dezembro | Sobre Agostinho da Silva, na Biblioteca Municipal por Timor
segunda-feira, 8 de julho de 2013
António Cândido Franco, sobre Pinharanda Gomes...
A região natal do escritor, essa Beira Alta que vai de Montemuro à Estrela, do Caramulo às penhas de Vilar Formoso, constitui porventura no território português a única província sempre dominada por altos picos de majestosas montanhas.
Também os inúmeros trabalhos do escritor, todos escritos numa língua viva e rija, de sabor popular, que sai das pedras e das estevas perfumadas e bravias dos lugares mais intocados e recônditos das suas serranias natais, formam uma das mais impressionantes cadeias orográficas da escrita em portuguesa língua da segunda metade do século XX.
No maciço da sua obra, em que cada livro se levanta como um dorso sólido, destaco o estudo A Filosofia Hebraico-Portuguesa como sendo porventura o cume eminente e isolado dessa vasta fieira, a Estrela altiva e solitária dos trabalhos que este infatigável e modesto homem, só pele e osso, descarnado como o granito do território em que nasceu, esculpiu para nosso proveito e deleite em perene folha de bronze.
sexta-feira, 8 de março de 2013
António Cândido Franco, sobre Couto Viana: no próximo nº da NOVA ÁGUIA
(excerto)
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Sobre Pascoaes, nos 100 anos de "O Saudosismo": de António Cândido Franco, para o próximo nº da NOVA ÁGUIA...
domingo, 24 de junho de 2012
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
António Cândido Franco: para o próximo nº da NOVA ÁGUIA

DA RENASCENÇA PORTUGUESA AO REGRESSO AO PARAÍSO
Não sei se já se reparou que o poema em que Teixeira de Pascoaes trabalhava no ano de 1911, no momento em que tinha lugar a fundação da Renascença Portuguesa, era Regresso ao Paraíso. Isto quer dizer que a construção do poema e o desenvolvimento dos seus versos acompanharam na mente do poeta as movimentações exteriores que criaram a agremiação; também o parto gráfico do poema, largo de vinte e dois cantos, aconteceu no ano seguinte, 1912, o mesmo em que a Renascença se manifestou pela primeira vez à luz do dia, com a passagem da revista A Águia a órgão da nova associação e a edição – porventura na mesma tipografia que compôs o poema – dos seus estatutos. Não sei se se constataram já estes factos como não sei se alguém observou – talvez António Telmo – que as iniciais da associação portuense e do poema coincidem por inteiro.
(excerto)quarta-feira, 8 de junho de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Nasceu há 201 anos...
domingo, 9 de janeiro de 2011
Agostinho da Silva e a CPLP

"Se a Comunidade por vontade política só foi passada ao papel rubricado dos tratados internacionais no ano de 1996, culturalmente falando ela estava criada desde os finais da década de cinquenta, no momento em que Agostinho e Judite Cortesão se separam em Santa Catarina.
Assim, quando Agostinho da Silva funda em 1959 na Bahia o CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais), e depois em Brasília o CBEP (Centro Brasileiro de Estudos Portugueses), passando daí a condicionar positivamente a política externa de Jânio Quadros, a CPLP é já o pano de fundo em que se move qualquer destas acções. Só a política cega e violentamente colonialista do governo português da época, bem como o golpe militar de Abril de 1964 no Brasil, adiaram por trinta anos a sua efectivação factual. Não deixa de ser altamente significativo que o estratega que foi capaz de levar a CPLP ao papel, José Aparecido de Oliveira, tenha sido o mesmo que trinta e cinco anos antes secretariou Jânio Quadros, tendo sido ele que mediou os encontros entre este e o autor de Reflexão."
António Cândido Franco, ESTADOS GERAIS DA LUSOFONIA
(excerto; a publicar na íntegra no próximo número da NOVA ÁGUIA)
sábado, 29 de maio de 2010
Hoje

No dia 29 de Maio, sábado, pelas 15:00, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra, decorrerá o Colóquio Anarquia, Monarquia e República, no qual serão oradores António Telmo ("Monarquia e República") e António Cândido Franco ("Anarquia e República").
Na ocasião, serão lançados os novos livros de António Telmo (Luís de Camões, 1.º volume das obras completas, com a chancela da Al-Barzakh e apresentação de António Cândido Franco) e Renato Epifânio (A Via Lusófona, da colecção Nova Águia, com a chancela da Zéfiro e apresentação de Rodrigo Sobral Cunha).
domingo, 13 de julho de 2008
Vidas Portuguesas: António Cândido Franco (1956)
António Cândido Valeriano Cabrita Franco, mais conhecido entre nós como António Cândido Franco, nasceu em Lisboa no dia 13 de Julho de 1956. Passou a infância, no bairro da Graça, rodeado pela mãe e pela a avó materna, já vez que ficou órfão de pai logo aos 5 anos de idade.
Estudou línguas e literaturas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na qual obteve também, em 1987, um mestrado em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa dedicado ao tema “Simbologia telúrico-marítima na obra de Manuel Lopes: Exercício sobre o imaginário caboverdiano”. Dez anos mais tarde, no âmbito da literatura portuguesa, defendeu, na Universidade de Évora, a sua tese de doutoramento subordinada ao título “A Literatura de Teixeira de Pascoaes”.
Para além de poeta, ensaísta e romancista, António Cândido Franco é professor auxiliar com agregação (obtida em 2006) no Departamento de Linguística e Literaturas da Universidade de Évora, dedicando-se essencialmente à disciplina de Cultura Portuguesa.
Considerado um dos maiores pascoaesianos do nosso tempo, António Cândido é, à semelhança do seu herói-poeta, um saudosista nato: “Sou, por natureza íntima, não por imitação literária, um saudoso; vivi sempre, desde que me lembro, com a saudade à minha beira. A minha saudade é muito larga, muito antiga, mas depende muito mais da minha própria experiência de vida que de qualquer leitura ou de qualquer influência literária. Mesmo que nunca me tivessem ensinado a ler e a escrever, eu continuaria a ser um saudosista, porque a soidade foi a essência da minha vida de criança e tem sido a essência da minha vida de adulto”.
Apontamento Crítico
Se olharmos, em traços gerais, para a lista de obras publicadas por António Cândido Franco, chegamos à conclusão de que é um autor que se interessa essencialmente pela literatura portuguesa, embora tenha também algumas incursões pela literatura africana e pela brasileira; pela história; pelo pensamento português contemporâneo; e pela poesia.
No que respeita a esta última, já que se constitui enquanto parcela larga da sua obra, poder-se-á dizer que a sua criação poética resulta de uma exaltação da arte imaginativa. No seu ponto de vista, não há poesia sem imaginação, quer dizer, a poesia é a própria imaginação. Deste modo, o poeta é um revelador, um descobridor e um criador de outros mundos, inimagináveis a priori, mas desvelados pelos olhos e pelos sentidos do poeta. Este usa as palavras (“matéria da imaginação”; “garantia da permanência do invisível”) para melhor os definir e fazer chegar até nós. Ou seja, o poeta é um mensageiro, um ser da fronteira e do limiar, alguém que consegue ver e dizer o que do invisível e do indizível às vezes se entremostra.
Enquanto saudosista e pascoaesiano, António Cândido Franco detém, da obra de Teixeira de Pascoaes (1877-1952), uma interpretação exaustiva. Não é só a literatura e a hermenêutica do saudosismo que lhe interessam. A bem da verdade, para Cândido Franco, Pascoaes é um dos mentores culturais do início do século XX, em Portugal. Na sua visão, importava ao poeta de Amarante traçar um novo caminho para o seu país, depois da Implantação da República, em 1910, e das consequências, em certa medida desastrosas, que dela advieram. O movimento da Renascença Portuguesa, do qual é um dos principais ideólogos, constitui-se como uma das primeiras medidas tomadas para a edificação desse Portugal necessariamente novo. No entanto, isso não implicava, na concepção pascoaesiana, uma abertura aos modelos da Europa, nos quais a economia e a tecnologia são primados, mas um aperfeiçoamento ético e moral por parte de Portugal. De igual forma, Teixeira de Pascoaes incentivava uma aproximação às raízes e às tradições do país, isto é, à terra e à natureza. Se tal acontecesse, Portugal não seria mais um a imitar os paradigmas da Europa Central mas, inversamente, seria aquele que teria algo novo e diferente para ensinar aos europeus. A revitalização do país não poderia ser feita a partir de mimetismos. Como sabemos, são estas questões que entram em conflito com o ideário que, na mesma época, António Sérgio (1883-1969), também ele fundador da Renascença Portuguesa, expunha e que deram início à famosa polémica entre os dois pensadores portugueses e que, em certa medida, dura até hoje. Tal polémica nada mais é do que o reflexo de duas perspectivas contrárias, de duas heranças diversas, de dois modos diferentes de encarar Portugal e a relação deste com a Europa e o Mundo, no entanto, ambas são representativas do estado mental dos portugueses. Se, na altura, tal polémica foi vivida intensamente, diríamos até que foi exaltada de uma forma maniqueísta, e posteriormente exacerbada por muitos que se consideravam seguidores ou de Pascoaes ou de Sérgio, hoje é já altura de se propor uma leitura compreensiva - menos sentimental, portanto - de tal confronto, que, como nos relembra António Cândido Franco, é já ele próprio uma continuação das diferenças existentes entre Antero de Quental (1842-1891) e Sampaio Bruno (1857-1915). Deste modo, Cândido Franco alerta para o facto de, apesar das diferenças conceptuais entre os dois grandes pensadores do princípio do século serem contrastantes, ambos tinham o mesmo objectivo: criar “homens universais, que fossem capazes, com a sua capacidade criadora, de influenciar o mundo.(...) O que os separa, pelo menos entre 1911 e 1915, não é a reforma de mentalidades e a necessidade de educarem o País com vista a um novo grau de civilização universal, mas o modo de o fazer”. Compreender e superar tal polémica, passa, então, por assumir este pressuposto.
António Cândido Franco interessa-se ainda pela História, especificamente pela História do seu país. A esse propósito, tem-se dedicado essencialmente ao estudo das vidas de D. Pedro (1320-1367), de D. Inês (1320?-1355) e ainda de D. Sebastião (1554-1578) com o escopo de as reproduzir em forma de romance. Foi o que aconteceu com Memória de Inês de Castro, Vida de Sebastião – Rei de Portugal, A Rainha Morta e o Rei Saudade e A Saga do Rei Menino. O autor vê na personagem de Inês de Castro o símbolo do amor, da beleza, da inocência mas também do sacrifício. D. Pedro, por sua vez, é encarado como a força matriz da saudade, como a voz que perpetua a memória de D. Inês. Finalmente, Sebastião é visto por si como o eterno Rei Menino, o herói infantil, o cavaleiro do elmo de papelão.
No seu último romance histórico, A Saga do Rei Menino, editado no ano passado, António Cândido Franco propõe uma biografia de D. Sebastião como se fosse uma saga de ficção. Desse modo, o autor expressa as impressões e as convicções pessoais que tem acerca do Rei ou até mesmo do sebastianismo, sem, no entanto, atrapalhar o discurso da narrativa ou o desfecho do destino convencional / histórico do Rei Sebastião. De igual modo, Cândido Franco permite-se “inventar” quando não tem outras alternativas (fontes) para aprofundar o destino das suas personagens e tecer opiniões acerca das mesmas e de situações ocorridas. Neste romance, o autor distingue muito bem o que é de natureza histórica e o que não é, apesar de valorizar a tragédia de Alcácer Quibir enquanto acontecimento meta-histórico. Afinal, a realidade e a seriedade da vida dependem também (e talvez muito) de factores supra-visíveis e extra-sensoriais.
Bibliografia Indicativa
Murmúrios do Mar de Peniche (1977)
Na renúncia do coração: Poemas (1984)
Matéria Prima: Poesia Portuguesa (1986)
Arte Régia (1987)
Poesia, Liberdade e Aventura (1987)
O Mar e o Marão (1989)
Corpos Celestes (1990)
Memória de Inês de Castro (1990)
Teoria e Palavra (1991)
Vida de Sebastião – Rei de Portugal (1991)
Narrativa Histórica Portuguesa (1992)
Eleanor na Serra de Pascoaes (1992)
Teoria da Literatura na Obra de Álvaro Ribeiro (1993)
O Saudosismo de Teixeira de Pascoaes (1996)
Poesia Oculta: Estudos sobre a moderna lírica portuguesa (1996)
A Literatura de Teixeira de Pascoaes: Romance de uma obra (2000)
A Primeira Morte de Florbela Espanca (2000)
Os Descobrimentos Portugueses e a Demanda do Preste João (2001)
O Essencial sobre Guerra Junqueiro (2001)
Arte de Sonhar – 87 Sonhos com Teixeira de Pascoaes (2001)
A Rainha Morta e o Rei Saudade (2003)
Viagem a Pascoaes (2006)
O Essencial sobre Bernardim Ribeiro (2007)
A Saga do Rei Menino (2007)