DA RENASCENÇA PORTUGUESA AO REGRESSO AO PARAÍSO
Não sei se já se reparou que o poema em que Teixeira de Pascoaes trabalhava no ano de 1911, no momento em que tinha lugar a fundação da Renascença Portuguesa, era Regresso ao Paraíso. Isto quer dizer que a construção do poema e o desenvolvimento dos seus versos acompanharam na mente do poeta as movimentações exteriores que criaram a agremiação; também o parto gráfico do poema, largo de vinte e dois cantos, aconteceu no ano seguinte, 1912, o mesmo em que a Renascença se manifestou pela primeira vez à luz do dia, com a passagem da revista A Águia a órgão da nova associação e a edição – porventura na mesma tipografia que compôs o poema – dos seus estatutos. Não sei se se constataram já estes factos como não sei se alguém observou – talvez António Telmo – que as iniciais da associação portuense e do poema coincidem por inteiro.
(excerto)