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Tudo aquilo que pertence ao mundo do político parece animar-se, além dos novos partidos e futuros partidos surgem também associações cívicas de intervenção social e, por consequência, política. Permitam-me nomear algumas, como por exemplo o Instituto da Democracia Portuguesa[1,] a Força Emergente[2] ou ainda o embrionário Movimento Internacional Lusófono[3].
Embora à primeira vista nos pareça estranho que, numa altura em que metade da população prefere ficar em casa em vez de ir votar, o povo pareça divorciar-se do político e, simultaneamente, surjam dezenas de novos partidos e movimentos sociais a verdade é que, olhando para a História, as grandes mudanças e intervenções resultaram sempre de minorias activas, e nunca de grandes movimentos de massas.
Estamos, portanto, em acordo com a fenomenologia típica dos momentos de crise por toda a História da humanidade. Falta-nos, contudo, o desfecho habitual: uma nova guerra em grande escala, talvez até mesmo uma IV Guerra Mundial[4], e a ascensão de regimes totalitários e autoritários que substituam, ou até perpetuem por outros meios mais musculados, os actuais modelos de democracia capitalista ocidental.
Pessoalmente, e como o pude expor num curto discurso que proferi no passado dia 4[5] de Setembro, creio que entramos na era dos Grandes Espaços, profetizados por Carl Schmitt e receados por George Orwell, e que a solução mais pacífica passará pela formação de Grandes Espaços geopolíticos, como o Latino Americano, o Lusófono, o Eurásico, etc.[6] que sirvam de contrapeso ao imperialismo estadunidense.
Embora eu próprio tenha manifestado, inclusive nas páginas deste jornal, a minha esperança nas mudanças auguradas por Obama, a verdade é que com a permanência das tropas no Iraque, a promessa do reforço da presença militar na ocupação do Afeganistão, o envio de efectivos militares para as Honduras e para a Colômbia, Obama parece-me cada vez mais um continuador das políticas de George W. Bush do que o reformista que a todos nos encheu de esperança, a nossa luz ao fundo do túnel parece ter-se fundido…
A verdade, nua e crua, parece-nos evidente: se este ressuscitar do político, do activismo social e do surgimento de novas siglas e rostos nas campanhas eleitorais, não conseguir, pacificamente, elaborar e concretizar novas formas de combate às crises, alternativas ao capitalismo selvagem que a todos afecta, ao modelo único de democracia empresarial burguesa exportado pelos EUA, a construção destes Grandes Espaços alternativos ao Atlantismo não passará pelas estruturas geopolíticas dos Ministério dos Negócios Estrangeiros do mundo mas pelas alianças redutoras de aliado/inimigo de uma nova Guerra Mundial, seja esta de tipo frio ou quente.
Que podemos nós fazer? Não muito, mas a mudança começa por coisas simples. Pode começar já agora: vá votar, e não vote nos do costume! É tão simples como isto!
Notas:
[1] Think Tank com membros oriundos de todo o espectro partidário português: www.democraciaportuguesa.org.
[2] Fundado por apoiantes do, agora polémico, ex-ministro Medina Carreira: www.forcemergente.pt.
[3] Num contexto claramente geopolítico inserido na Lusofonia: www.movimentolusofono.org.
[4] O autor optou por utilizar uma terminologia recorrente, em alguns meios intelectuais da Nova Esquerda, que consideram a III Guerra Mundial como tendo sido a Guerra Fria. Aconselha-se a consulta de A IV Guerra Mundial já Começou do Subcomandante Marcos, impulsionador da 6ª Internacional.
[5] O autor foi um dos dois oradores da Manifestação de Solidariedade para com Hugo Chávez que contou com a presença dos embaixadores de Cuba e da Venezuela, dois deputados do PSUV, os movimentos Círculo de Revolucionários Livres e Tirem as Mãos da Venezuela bem como com diversas bases militantes dos BE e PCP.
[6] Teoria já abordada em “A Lusofonia, o Pan-Latinismo e a Eurásia como Alternativas ao Atlantismo”, Nova Águia, revista de cultura para o século XXI, nº 2, Zéfiro, Sintra 2008.
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