I must create a system or be enslaved by another mans; I will not reason and compare: my business is to create.
William Blake
A sabedoria e a coherencia da intelligencia suprema revelar-se-hão portanto na inalterabilidade das leis naturaes, que nunca poderão ser violadas. Ora o milagre é sempre uma violação d’essas leis. (…) De ser o milagre transgressão das leis naturaes que se não podem transgredir, fica rigorosamente demonstrada a impossibilidade dos milagres. (…)
O milagre existe como existe o mal, como existe o erro, a ignorância e a superstição; não é obra de Deus, é producto espontâneo da imaginação humana. (A Defesa do Racionalismo ou Análise da Fé, Pedro Amorim Viana)
"O que me alegra intimamente é vê-lo pôr o pé na grande e sólida estrada da escola proudhoniana; por esse caminho vai-se direito e sente-se o terreno cada vez mais firme. Há oito anos que estudo Proudhon, e cada dia acho mais que aprender nele. Não fala só à inteligência, fala-me a todas as minhas potências humanas. Na convivência dum tal Mestre não se ficará tão sábio (quero dizer tão erudito, etc) como nas dos outros; mas adquire-se, como em nenhuma outra escola, a inteira compreensão do que é a grande verdade humana, social, nacional e efectiva. Ora isto é que é o essencial, não lhe parece? Assim, pois, na comunhão da grande escola proudhoniana, saúdo-o, meu caro Magalhães Lima, e digo-lhe avante! Como a um irmão nas crenças. (carta de Antero de 1873 a Sebastião de Magalhães Lima).
Panteísmo
(...)
Fecundou!... Se eu nas mãos tomo um punhado
Da poeira do chão, da triste areia,
E interrogo os arcanos do seu fado,
O pó cresce em mim... engrossa... alteia...
E, com pasmo, nas mãos vejo que tenho
Um espírito! o pó tornou-se ideia!
Ó profunda visão! mistério estranho!
Há quem habita ali, e mudo e quedo
Invisível está... sendo tamanho!
Espera a hora de surgir sem medo,
Quando o deus encoberto se revele
Com a palavra do imortal segredo!
Surgir! surgir! – é a ânsia que os impele
A quantos vão na estrada do infinito
Erguendo a pasmosíssima Babel!
Surgir! ser astro e flor! onda e granito!
Luz e sombra! atracção e pensamento!
Um mesmo nome em tudo está escrito...
Antero de Quental, Odes Modernas
"a poesia moderna é a voz da Revolução - porque revolução é o nome que o sacerdote da história, o tempo, deixou cair sobre a fronte fatídica do nosso século".
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