A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
Mostrar mensagens com a etiqueta Pensar a Lusofonia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pensar a Lusofonia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

UMA PROSPECTIVA DA CPLP (excerto)*


A língua é o nosso instrumento mobilizador do mais importante dos capitais de recuperação, porque transporta valores, nunca é neutra.

Com a língua portuguesa acontece que, implantada em todas as latitudes, também, como aconteceu com o cruzamento das espécies, se tornou mestiça. Por isso tenho afirmado que a língua portuguesa não é nossa, também é nossa, querendo significar que em cada lugar de implantação, pela soberania, pela evangelização, ou pelo comércio, agregou valores que lhe dão especificidade na adopção plural que conseguiu.

Tem um traço comum, a que sempre chamei a maneira portuguesa de estar no mundo, que é a sua trave mestra, o conceito que une todas as etnias e culturas que atraiu, e que permitiu a formação da CPLP.

Nenhuma das potências, que participaram no Império Euromundista, conseguiu organização semelhante, nem mesmo a Espanha que também implantou o castelhano em tantos lugares.

Esta união de pessoas que conservam a identidade específica e a ligação comum que é a língua, constitui um instrumento, e o exemplo, da capacidade de responder à exigência de finalmente reconhecer que a Terra é a casa comum dos homens, que sem diferenças de etnias, crenças, e culturas, todos participam a mesma aventura de viver, e que o globalismo que realmente os unifica é enfrentarem um risco global. A contribuição dos que partilham a maneira portuguesa de estar no mundo para o património comum da humanidade, que inclui os valores que apontam para colocar o diálogo no lugar do combate, e alargar o reconhecimento recíproco pelo respeito que dispensa a tolerância, é uma parcela valiosa e indispensável desse património. E também contribuição para a segurança de que será possível reconstruir um novo futuro promissor, para além da crise brutal, e das ameaças inquietantes.

ADRIANO MOREIRA

* Texto a publicar na íntegra no próximo número da NOVA ÁGUIA.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ainda sobre "A Via Lusófona"

Renato Epifânio, investigador e especialista na área da Cultura Portuguesa Contemporânea, tem-se afirmado na sociedade portuguesa como um dos grandes defensores da Lusofonia no plano teórico, mediante uma pertinente fundamentação, e no plano prático, através de uma relevante intervenção no Movimento Internacional Lusófono. A Lusofonia pode ser definida como o espaço geográfico dos afectos partilhados entre os povos e os países falantes da Língua Portuguesa que se reconhecem numa comum matriz cultural.
O destino de Portugal consiste, na sua percepção, na promoção da convergência lusófona no sentido de se assumir um novo horizonte e de servir de modelo para uma renovada estratégia da política externa portuguesa. Assim, o fundamento identitário desta estratégia é a ideia da Pátria Portuguesa como uma Comunidade ancorada na sua Cultura e na sua História, em particular nestes tempos intempestivos da Globalização desregrada. Neste sentido, o sentimento nacional de defesa das tradições culturais de uma Comunidade pode servir nesta conjuntura como resistência intrínseca à uniformização Globalizante e Europeísta, ao mesmo tempo que pode despertar a vontade de valorizar o Património Histórico do País.
Esta obra desvenda-nos que o Movimento Internacional Lusófono surgiu como resposta ao contexto, internacional e nacional, de crise de confiança nas relações internacionais e de insuficiente convergência lusófona implementada pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por esta razão, o Movimento Internacional Lusófono (MIL) tem como horizonte, a longo prazo, a criação de uma União Lusófona que seja parte da solução, e se constitua, mesmo, como um novo paradigma, para responder de forma cabal à egoísta Globalização e à predominante visão tecnocrática em que estamos mergulhados. Renato Epifânio explica-nos, com muita clarividência, que este organismo da sociedade civil se desenvolveu, precisamente, para dinamizar esta estratégia.
Neste seu livro[1] de profunda lucidez, fruto da reunião de textos publicados de forma avulsa nos blogues do “Milhafre” e da “Nova Águia”, apresenta-nos dois grandes vultos da Cultura Portuguesa, que em épocas diferentes viveram no Brasil, tendo estado na base da formação do sentimento lusófono, respectivamente: o Padre António Vieira, no século XVII, como precursor deste sentimento e o Filósofo Agostinho da Silva, no século XX, que se tornou no grande inspirador de um projecto institucional lusófono, do que veio a ser a CPLP. Deste modo, este pensador revelou ter um juízo equilibrado, ao compatibilizar uma percepção idealista com um forte sentido pragmático, que, inclusivamente, o levou a gizar a possibilidade de um dia se criar uma União Lusófona.
Para o MIL, a concepção Lusófona emergiu como a estratégia de internacionalização da Pátria Portuguesa, que se configurou como uma “terceira via”, visto que a via colonial se esgotou com o Estado Novo e a via Europeísta se afigura como exígua, embora continue relevante. Daí, o facto de, esta organização ter proposto já várias Petições em prol de um reforço da convergência lusófona dos países falantes da Língua Portuguesa. Deste modo, esta organização constitui-se como instrumento de pressão para o aprofundamento institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, porque, na opinião de Renato Epifânio, esta realidade tem de emergir da vontade da sociedade civil. Desta maneira, esta estratégia deve crescer da dinâmica espontânea da convergência lusófona que partindo do sentimento de afecto e de identificação de um património cultural comum dos países de expressão portuguesa se desenvolva na consubstanciação de uma renovada CPLP, rumo a uma futura e desejada União Lusófona pensada por Agostinho da Silva.
Por conseguinte, o espaço lusófono afirma-se como uma dimensão transnacional da Cultura Portuguesa que se cruzou e aculturou com os costumes e as tradições dos diversos países irmãos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) num forte sentimento de pertença a uma identidade comum. Esta revigorante estratégia, emanada deste profundo sentimento, articula-se com uma crítica da política internacional subjugada aos interesses económicos dos oligopólios, critério prevalecente na actual Globalização, surgindo como sugestão para este incontornável problema a sustentação de uma política fundada nos “caboucos” culturais e nas ideias solidárias que poderão garantir a coesão social de um país e de espaços transnacionais. Sem enraizar este fundamento, a crise nacional, que se intersecta com a crise europeia e a crise mundial, não será resolúvel, uma vez que o fenómeno individualista será preponderante. Por conseguinte, só o recurso à ideia de Pátria, moldada num mesmo destino histórico, que seja a expressão espiritual de uma Comunidade poderá consolidar os laços de uma identificação comum que facilite a entreajuda entre os cidadãos do espaço nacional e do espaço lusófono.
Assim, esta nova estratégia internacional, defendida pelo autor, para Portugal no século XXI, afigura-se como uma “terceira via estratégica” ao compatibilizar a convergência Lusófona com o ideal Europeísta, no absoluto respeito pela noção cultural de Pátria. Todavia, convém, na sua perspectiva, superar os preconceitos de alguns democratas contra o conceito de Patriotismo, porque, se é verdade que o Salazarismo se serviu da semântica histórica desta noção, não significa que o esvaziemos da sua actualidade simbólica. Com efeito, o Movimento Internacional Lusófono aparece-nos com uma visão política de síntese que conjuga estes caminhos de internacionalização do país, aparentemente, antagónicos.
Renato Epifânio, na qualidade de dirigente e porta-voz do Movimento Internacional Lusófono, procurou demonstrar, através deste livro, a coerência e a amplitude das posições assumidas por este Movimento no contexto da presente conjuntura internacional, caracterizada por uma crise múltipla que se manifesta a vários níveis e graus:
· A Crise Moral e Financeira do Estado-Providência dos países Ocidentais;
· A Crise do Sistema Partidocrático nacional que tem sido factor de crescente aprisionamento da liberdade de consciência dos políticos e dos cidadãos;
· A Crise Ética decorrente da desregrada Globalização, que tem potenciado os surtos de corrupção e de individualismo, “varrendo” vários países contribui para a desestruturação das Comunidades Patrióticas;
· A Crise das Democracias Europeias e dos Direitos Humanos devido à ineficácia operativa das estruturas supranacionais, designadamente da União Europeia e da Organização das Nações Unidas; etc.
Neste sentido, a via de convergência lusófona tem surgido a muitos cidadãos, militantes do Movimento Internacional Lusófono, como uma assertiva resposta sentimental e institucional para superar o impasse que tem pairado ao nível da construção Europeia, no início do século XXI, entre a escolha de uma estratégia comunitária ineficaz, dado o excessivo alargamento a que a União Europeia foi submetida, e as estratégias nacionalistas que irão favorecer as grandes potências Europeias (Alemanha e França).
O autor esclarece-nos que este Movimento tem proposto medidas concretas conducentes a uma convergência lusófona através de diversas Petições Públicas, designadamente das seguintes: 1. Criação de um Passaporte para uma futura Cidadania Lusófona; 2. Apoio ao Acordo Ortográfico; 3. Pressão a favor de um maior envolvimento da CPLP na Guiné-Bissau; 4. Criação de uma Força Militar Lusófona de Manutenção de Paz; 5. Campanha a favor da distribuição de livros, excedentários em Portugal, no espaço lusófono. Foi, ainda, proposta uma Petição, de âmbito político, favorável à legitimação institucional de candidaturas independentes à Assembleia da República.
Este inspirado livro de divulgação da estratégia lusófona, que parte de pressupostos históricos, filosóficos e culturais, fornece-nos um retrato fiel da acção desenvolvida pelo Movimento Internacional Lusófono, desde a sua criação até aos nossos dias, em benefício do reforço solidário entre os povos lusófonos.
Renato Epifânio termina as suas considerações em prol da convergência lusófona com a referência a duas relevantes iniciativas do Movimento Internacional Lusófono que têm concorrido para a sua maior visibilidade mediática: a atribuição do Prémio Personalidade Lusófona 2009 pelo MIL, na Academia das Ciências de Lisboa, ao Embaixador Lauro Moreira, pelo seu contributo para o aprofundamento institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e o apoio imediato à candidatura do Dr. Fernando Nobre à Presidência da República pela sua independência partidária e pelo seu profundo conhecimento do espaço lusófono, como Presidente da Associação Médica Internacional, e pela sua intenção de valorizar esta estratégia nacional. É, pois, um livro de incontornável valor para quem deseja conhecer melhor os fundamentos teóricos e as propostas práticas do Movimento Internacional Lusófono num caminho de convergência dos laços afectivos e institucionais dos países integrantes da CPLP.

Nuno Sotto Mayor Ferrão


[1] Renato Epifânio, A Via Lusófona – Um Novo Horizonte para Portugal, Sintra, Edições Zéfiro, 2010.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PORTUGUÊS, LENGUA DE LA GLOBALIZACION!

Roberto Moreno


Nasci na cidade de São Paulo (Brasil) neto de espanhol e italiano, nunca tive dificuldade em compreender estas duas línguas. Cresci falando e escrevendo em português, do Brasil. Já adulto, percebi que o privilégio de entender o espanhol, também é dos mais de 220 milhões de pessoas que se comunicam em português, situados nas terras mais ricas e estrategicamente localizadas no planeta, e, isto é um facto! Alem de, ser o português uma língua de cultura aberta e que dá acesso a outras literaturas e civilizações originais e variadas, nos quatro cantos do mundo.
Foi em 1214 que surgiu o primeiro documento oficial na língua portuguesa, o testamento de D. Afonso II, que até então era o galaico-português, uma solidariedade natural entre duas línguas irmãs. No século XVI, a língua portuguesa começou a se espalhar e enriquecer-se, tomando dos outros povos não só expressões linguísticas novas como também formas de estar e pensar, dando inicio ao multiculturalismo Era o início da Globalização, via Comunicação, e não como é hoje, somente pela via política-económica.

Como se sabe, entre as línguas românicas, o português e o espanhol são as que mantém maior afinidade entre si. Tidas como irmãs da mesma família linguística, possuem um tronco comum, o latim, e uma história evolutiva paralela, a da popularização diaspórica do idioma latino na península ibérica e de lá para a América, África e Ásia. Entretanto, é bom salientar que é mais fácil para um “lusófono” comunicar-se em “Portunhol” do que para um hispânico comunicar-se em “Hispanês”.
A razão para este facto é que há algo muito especial na língua portuguesa, o elemento descodificador do espanhol, do italiano e do francês. A nossa língua possui um sistema fonético vocálico de 12 entidades, composto de sete fonemas orais e cinco nasais. O espanhol tem apenas cinco fonemas orais o AEIOU. Eis o porquê de entre as cinco línguas latinas, o português ser o “Ferrari” deste comboio linguístico.

É importante divulgar o quanto se pode ganhar com a aprendizagem da língua portuguesa. Por exemplo: - Grande promoção da Língua Portuguesa, pague uma, leve duas e meia! - Dado que ganhamos 90% do espanhol e 50% do italiano, e até, uns 20% do francês. É um valor acrescentado que a nossa língua possui e que nunca foi publicitado. Daí a importância de uma aliança entre os países Iberófonos, que tire partido do facto de conseguirem se entender nas suas línguas maternas. Lembrando que, o Brasil equivale a metade da população e território da América Latina, sendo que, neste século, o centro de gravidade do desenvolvimento económico mundial será transferido para a China, Rússia, Índia e Brasil, ao invés da América do Norte e Europa.

Visto que, os países de língua portuguesa e espanhola somam 700 milhões de pessoas em metade do mundo, geograficamente falando, e que não possuem problemas de comunicação entre si, deve-se com urgência, elaborar um plano de marketing estratégico para a língua portuguesa! Diante dos FACTOS já descritos, propõe-se promover a auto-estima pela língua e a cultura nos 30 países que compõem a Comunidade Iberófona através de variadas acções concertadas, por exemplo, nas áreas da Educação, Saúde e Segurança, além de fomentar o português como 2ª língua nos países hispânicos e também nos seguintes países, geo-estratégicos, por acréscimo:

França, onde há cerca de um milhão de “lusófonos”, sendo o português a segunda língua mais falada, alem de que, poderá ser usada como arremesso ao bilinguismo;

Itália, pelo facto de entendermos 50% do italiano e por ser o Brasil a maior colónia de italianos do mundo, sendo, após o espanhol, a língua italiana a mais próxima da nossa;

EUA, onde há cerca de 50 milhões de Iberófonos e por factores geo-politico, económico e estratégico. A ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas), por exemplo, é inviável sem o Brasil e caso os EUA adoptem o português como 2ª língua, o poder de comunicação de um cidadão Anglo-Iberófono alargar-se-á para 1 bilhão de pessoas. (... é a “Super ALCA”, trabalhando pela via do diálogo na língua do cliente)

China, pelo facto do Mandarim estar restrito ao próprio país e, se cada chinês tiver o português como 2ª língua, serão 2.300.000 milhões de Sino-Anglo-Iberófonos, e ainda pela sua aproximação ao Brasil, que em conjunto com a Rússia e a Índia, representam, no aspecto comercial, científico e geopolítico, a nova «Ordem Mundial»;

Índia, onde há 23 línguas correntes e 1.000 dialectos, a maior industria de audiovisual e informática do mundo. Os Hindi-Sino-Anglo-Iberófonos serão 3.400.000 milhões;

Indonésia, por razões semelhantes às referidas para a China e para a Índia, pelo facto de fazer fronteira com Timor-Leste, e pela promoção de uma verdadeira, saudável e frutífera democracia de cultos e religiões, através do DIALOGO que assim se estabeleceria entre o maior país muçulmano do mundo e o mundo católico.

Sendo os Sino-Hindi-Anglo-Iberófonos, bilingues, (mantendo a sua língua materna, mais o português como 2ª língua) a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo.

Visto que, o “lusófono” é naturalmente bilingue (característica única no mundo) e sendo o português a 2ª língua para os hispânicos, a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo. Portanto deveremos promover este “Segredo” guardado desde o ano 1214. É o Portugraal. É o “Quinto Império”, da espiritualidade e comunicação. É o GEO-Código! (… antes de Da Vinci, ter existido)

Outro facto é: no âmbito da política linguistica do Mercosul, os países hispânicos já estão assumindo o português como 2ª língua, visto que o Brasil já oficializou o espanhol como segunda língua, praticando a reciprocidade e fortalecendo a Iberofonia. Recentemente, num Colóquio realizado em Paris – «Três Espaços Linguísticos Perante os Desafios da Mundialização» - o Sr. Boutros Ghali, demonstrou-se totalmente favorável à Franco-Iberofonia.

Língua oficial de oito estados em quatro continentes, o Português é também língua de comunicação de doze organizações internacionais, nomeadamente na União Europeia, UNESCO, MERCOSUL, Organização dos Estados Americanos (OEA), União Latina, Aliança Latino-Americana de Comércio Livre (ALALC), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Organização de Unidade Africana (OUA), União Económica e Monetária da África Ocidental, idioma obrigatório nos países do Mercosul e língua oficial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), organização que integra a maioria dos países africanos do hemisfério sul.

A língua portuguesa é como o software Linux, pois pode ser usada e praticada a custo zero, basta assistir a uma telenovela brasileira na sua língua original. É fiável, visto não ser uma língua artificial e sim natural, existe a 800 anos. É uma língua que não depende da moda e não se impõe à força, com praticas etnolinguísticas, psicológicas e financeiras. Está disponível, pela sua presença alargada no mundo e o seu desempenho é confirmado cientificamente por linguistas que endossam a mais valia na aquisição desta língua/software e, que corre em qualquer sistema e hardware !!!!

Lembremos que, por exemplo, actualmente a TV Globo é a maior produtora de programas próprios de televisão do mundo. O seu acervo de telenovelas e mini-séries é distribuído em diversos idiomas, levando hoje a cultura “lusófona” a espectadores de cerca de 130 países em todos os continentes.

Aproveitando-se dos altos índices de audiências, que uma telenovela possui, poderá se promover a aprendizagem do português como segunda língua de comunicação e como justificativa teórica e pratica, divulgar a importância de se aprender a língua que une 700 milhões de pessoas. É a Globalização Democrática, 1 cidadão 2 línguas! É a única língua candidata a ser a preferida da Globalização e que preenche os cinco pré-requisitos necessários para que tal aconteça:

O aspecto Quantitativo, Qualitativo, Geopolítico, Geoeconómico e o quinto é o facto desta língua entender uma outra língua. Ora, o Brasil preenche todos estes cinco requisitos, além de, possuir 30% da água renovável do planeta, a matéria prima para a industria química e farmacêutica, (graças ao Amazonas e a sua biodiversidade), o petróleo e energias alternativas, a agricultura e, os seus 190 milhões de habitantes não possuem problema de comunicação - matéria-prima da informação.

Actualmente, a Fundação Geolingua está a organizar um novo tratado, simbólico e de promoção de auto-estima, o “Tratado de Tordesilhas II”, cujo objectivo é ressuscitar a maior e mais antiga comunidade dos últimos 500 anos, a CPLP+E – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa & Espanhola.

São os iberófonos a unir-se, lembrando a importância que já tiveram, têm, e continuarão a ter, estes dois idiomas. Não esquecendo que a Península Ibérica, os Países Africanos Iberófonos e a América Latina (99% Iberófona) ficam “separados” e claramente identificados da outra metade do mundo por uma linha imaginária. A America Latina e a Comunidade Ibero-Americana não deverão, portanto, deixar de fora os países africanos de expressão portuguesa e espanhola, mais Timor-Leste. Que se crie, portanto, uma GEO-Comunidade Iberófona, onde a base passe a ser a língua, a maior ponte para o diálogo de todos os tempos.

A título de exemplo pode-se citar que o Banco Santander demonstrou-se plenamente favorável ao conceito da Iberofonia ao anunciar publicamente que a língua portuguesa passa a ser, em paralelo com o espanhol, a língua oficial nos 42 países onde o banco se encontra presente.

E, para o xeque-mate final, além de tudo o que aqui já foi dito para se aprender a língua portuguesa, o maior de todos os motivos é, sem duvida:

O FACTO DE A LÍNGUA PORTUGUESA ENTENDER O ESPANHOL

Um mercado de 700 milhões de pessoas presentes na metade do mundo!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

“Da mentalidade colonialista”

A mentalidade colonialista aparece onde, para muitos, menos se espera – e não, na maior parte dos casos, naqueles em que era mais suposto aparecer. Vem isto a propósito da inusitada reacção de alguns dos nossos governantes – e até do actual Presidente da República – à generosa oferta timorense de comprar dívida pública portuguesa. Uns dias depois do nosso Primeiro-Ministro ter definido “a Lusofonia como prioridade absoluta”, eis que o seu Governo, em “cooperação estratégica” com o actual Presidente da República, dá uma vez mais mostras de miopia, mais do que isso, é caso para dizê-lo, de mentalidade colonialista.

Não é difícil adivinhar o “raciocínio” de tão brilhantes cabeças: “Nós, aceitarmos ajuda de um país como Timor-Leste?!”. Como lapidarmente disse o actual Presidente da República: “Nós não estamos de mão estendida”.

Obviamente, os mesmos não tiverem qualquer pejo em fazer todas as vénias ao Presidente chinês quando este insinuou fazer o mesmo: comprar dívida pública portuguesa. Nesse caso, presume-se, a ajuda não seria “desonrosa”, pois que viria da maior potência económica emergente. Mesmo que, para tal, tivéssemos que varrer para debaixo do tapete todos os atentados aos direitos humanos que continuam a ocorrer na China – e não só no Tibete (este é apenas o caso mais mediático). Agora aceitar a “ajuda” de Timor-Leste, isso já seria, subentende-se, “desonroso”.

Ora, nem se trata propriamente de uma “ajuda”. Timor-Leste, dadas as receitas do petróleo, tem fundos de capitalização que aplica em vários mercados. A intenção de aplicar parte deles na compra da dívida pública portuguesa decorre apenas dessa visão estratégica que, pelos vistos, os governantes timorenses têm e os governantes portugueses teimam em não ter. Numa altura em que Portugal precisa de aliviar o peso dessa dívida pública, nada de mais natural que os nossos países mais próximos – histórica e culturalmente –, que têm alguma disponibilidade financeira, dêem esse passo em frente. Portugal já o fez no passado. Poderá e deverá voltar a fazê-lo no futuro. Entretanto, por exemplo, deveria tentar suprir algumas carências não só de Timor como de outros países lusófonos – nomeadamente, a ausência de profissionais qualificados. Há tanta gente em Portugal desempregada e sem perspectivas de emprego…

Publicado em:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/11/da-mentalidade-colonialista.html

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

“Da Lusofonia como prioridade”

Parece ser uma sina dos nossos governantes: só quando estão prestes a sair é que, finalmente, dão mostras de alguma lucidez. O actual Primeiro-Ministro, José Sócrates, é apenas o último exemplo disso. Com toda a gente a apontar-lhe a porta de saída, descobriu agora que “a lusofonia deve ser a prioridade absoluta da política externa portuguesa".

Pelos vistos, foi preciso a Chanceler alemã, Angela Merkel, ter deixado claro que a União Europeia é apenas uma associação de interesses económicos – grande surpresa! – para o Primeiro-Ministro português perceber que as alianças estratégicas devem fundar-se em muito mais do que meros interesses económicos, antes em elos histórico-culturais, pois que são estes que, quando os ventos da economia não sopram de feição, garantem a solidez das alianças estratégicas…

Publicado em:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/11/da-lusofonia-como-prioridade.html

sábado, 6 de novembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"A Via Lusófona": um dos últimos títulos da Colecção NOVA ÁGUIA





Renato Epifânio
A Via Lusófona. Um novo horizonte para Portugal
Zéfiro, Sintra, 2010 (Colecção NOVA ÁGUIA)

Entre as intenções do agir e os efectivos resultados dele muitos factores intervêm (imprevistos uns e imprevisíveis outros) que, se não anulam a responsabilidade pessoal pela iniciativa (antes a encarecem, face aos riscos inerentes), exigem que matizemos o juízo ético em relação às consequências, por vezes inesperadas. Aliás, quanto mais elevado for o plano da acção, ultrapassando a ordem natural, mecânica ou técnica, maior será a incerteza quanto ao acerto das decisões. Assim acontece na política, pelo que, sobretudo a médio e longo prazo, se observam linhas de continuidade e descontinuidade que, escapando talvez aos protagonistas identificados pelo historiador, são motivo de reflexão para o filósofo da história.
A publicação de A Via Lusófona. Um novo horizonte para Portugal, reunindo em livro um conjunto de textos, quase todos muito breves, anteriormente dados a público na internet por Renato Epifânio, suscita questões desta índole. O que logo ressalta da leitura dos documentos, em grande parte redigidos com poucas horas de intervalo sobre os acontecimentos a que se reportam, é a maturidade com que os problemas são tratados. Não obstante a oportunidade e a concisão formal, as tomadas de posição mantêm perfeita coerência, o que faz supor uma doutrina bem definida, embora só explicitada nos traços gerais, bem como um projecto de intervenção amplo e adaptável, mas nem por isso menos ambicioso e de modo algum utópico.
De sublinhar também que o carácter pessoal dos textos, cuja autoria é assumida com toda a frontalidade, se articula a um compromisso transpessoal, o do MIL: Movimento Internacional Lusófono, de que aparece, por mais de uma vez, como a voz autorizada. Estamos perante a expressão de um movimento geracional dos portugueses nascidos e criados depois de 1974, num contexto muito diferente daquele em que se formaram as gerações dos pais e dos avós, pelo que já não obedecem às mesmas palavras de ordem nem se conformam às metas perimidas. Daí a reivindicação de um paradigma novo ou renovado, o de um naciona-lismo radicado no sistema de valores culturais de que a língua portuguesa constitui a chave e a referência essencial.
Alguns politólogos, como o Professor Vamireh Chacon, tinham já constatado que as afinidades culturais tendem a assumir importância decisiva na geografia política que se vai desenhando na sequência do fracasso da solução prosseguida pela União Soviética. Há disso sinais evidentes desde há muito, mormente no âmbito do islamismo, cuja atitude expansiva, de motivação religiosa, se vem sobrepondo passo a passo aos argumentos ideológicos correntes desde 1945 em especial. As mudanças desta natureza são, porém, lentas e sujeitas a recurso, pelo que continuam a surtir efeito as linhas de força antecedentes, não faltando sociedades – entre as quais algumas ditas emergentes… – que almejam imitar e até vencer no seu terreno as potências em declínio, cujo modelo cultural aliás contestam.
No atinente a Portugal não se vislumbra, infelizmente, melhor orientação, já que os homens do poder, moldados pelas ficções ideológicas do século passado, depois de terem desmantelado o projecto multissecular que singularizava Portugal, concluíram não ser viável sustentarmos uma estratégia própria. A última palavra na resolução dos problemas nacionais passou a ser dada pelas instâncias estrangeiras a cuja hegemonia o País se rendeu, numa abdi-cação que afecta já os factores decisivos da identidade do povo português. Compreende-se, pois, que tenha surgido entre as novas gerações um movimento pendular que reivindica o res-peito e a valorização do património que garanta a razão de ser de uma pátria com voz própria no concerto internacional.
Ao sublinhar a capital importância política da cultura e em especial da língua portuguesa – cuja riquíssima literatura oral e escrita, nas suas dimensões pragmática, científica, artística, filosófica e religiosa, move tantos homens por toda a terra –, Renato Epifânio e os militantes do MIL dão prova de uma lucidez e coragem dignas do melhor apreço. Pode mesmo dizer-se que, fazendo da necessidade virtude, como é de regra em circunstâncias análogas, eles resga-tam, superando-os, os erros cometidos outrora – por influxo alheio, umas vezes, por cegueira própria, outras –, reorientando o nosso rumo de acordo com a sua mais genuína inspiração. Daí a invocação, por mais de uma vez, de Agostinho da Silva, um dos que melhor e com mais veemência instou para esse reencontro com a nossa autêntica alma, nos últimos séculos sacri-ficada a um espírito adverso, cuja perversidade atinge hoje as raias do insuportável.
Há uma via lusófona a construir, que não pode ser a de uma parcela ou de um partido, nem mesmo a de um país fechado no avarento egoísmo das economias, porque há-de ser a de todos os que se reconhecem no superior espírito que fala através dos verídicos poetas, como aquele que elegemos para nosso símbolo comum desde que nos deu Os Lusíadas. Não obstante a incerteza que envolve toda a acção humana, mais forte é a esperança que guia quem aspira àquela harmonia humana e cósmica que brindou o Gama e os seus companheiros, depois de cumprida a missão, a que esforçadamente se devotaram, de religar o que estava separado, ven-cidas as tentações para desistirem, face aos perigos iminentes. Pouco depende talvez de cada um de nós, mas tudo por certo depende da generosidade com que cada um de per si contri-buir para a finalidade comum, cujo segredo brilha com lucidez em algumas obras-primas; pois se é próprio do homem errar, essa é também a condição para alcançar aquele porto venturoso que o redimirá e com ele todas as criaturas.
Porque nos instiga a enfrentar os riscos de cumprirmos o nosso mais alto destino como povo, a quem não é legítimo abdicar da autonomia nem da razão que o liga aos demais, o livro de Renato Epifânio merece ser saudado e meditado como luminoso motivo de esperança.

Joaquim Domingues.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Não podemos ficar indiferentes ao apelo da Guiné-Bissau!

.
Só teremos uma “Lusofonia Global e Dinâmica”, como pretende o Doutor Fernando Nobre, quando o Espaço Lusófono for um Espaço de Paz, Justiça e Prosperidade. Como é sabido, isso ainda está muito longe de acontecer. Neste momento, o caso mais grave vive-se na Guiné-Bissau. Neste país lusófono, por múltiplas razões – em particular, pelo facto da Guiné-Bissau se ter tornado um local de eleição para o tráfico internacional de droga –, não têm havido condições mínimas de segurança. Daí os múltiplos assassinatos que têm ocorrido – inclusive de Personalidades de Estado…
A situação tem-se agravado de tal modo que as próprias Autoridades da Guiné-Bissau, a começar pelo seu Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, apelaram à constituição de uma Força Internacional de Manutenção de Paz. As Autoridades dos restantes Países Lusófonos, parceiros da Guiné-Bissau na CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, não podem ficar indiferentes a este apelo. Para bem da população-irmã guineense, para a própria preservação da independência da Guiné-Bissau, essa Força de Manutenção de Paz deverá ser, tanto quanto for possível, uma Força Lusófona. Escusado será explicar porquê, por ser por demais óbvio: como aconteceu em Timor-Leste no passado recente, uma Força Lusófona de Manutenção de Paz garante, à partida, uma melhor relação com a população local…

Publicado em:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/08/nao-podemos-ficar-indiferentes-ao-apelo.html

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CPLPaz

.
Entre os povos falantes de português vai-se formando uma consciência crescente da necessidade de que todos nós possamos um dia livremente circular entre os nossos diferentes países. Um direito tão exuberantemente exercido por Fernão Mendes Pinto no séc. XVI, não deveria ser negado aos luso-falantes do séc. XXI, a menos que a história humana se faça afinal de retrocessos. Em última instância, a realidade concreta do séc. XXI poderia exigir apenas o controlo aduaneiro mínimo para um efectivo combate ao tráfico humano e ao narco-tráfico.Pensamos que esta visão pode concretizar-se por meio de uma política de vistos mais aberta do que a actual ou talvez mesmo pelo «passaporte lusófono» defendido pelo M.I.L., o Movimento Internacional Lusófono, formado por pensadores independentes, por cidadãos de todos os países lusófonos. Nesse sentido, será importante que os nossos diferentes povos estimulem os respectivos governantes a aprofundar esta «cidadania lusófona» ainda que, no caso português, à custa de alguma euro-cidadania. Mesmo sem chegar a extremos como o de Mário Soares, quando disse que estavamos “na Europa para lhes sacar os subsídios”, está cada vez mais claro que o casamento com a Europa é mais de conveniência que de “amor”.Acredito que o mandato de Angola na presidência da CPLP, que ora se inicia, constitui uma excelente e talvez irrepetível oportunidade para fazer avançar o projecto duma «cidadania lusófona», quaisquer que sejam as fómulas que os compromissos da política venham a ditar como possíveis. Haja, para tanto, «solidariedade na diversidade» e uma visão política de horizontes largos.Parece-me que um passo decisivo para esta construção será a eleição directa, pelos cidadãos dos nossos povos, dos deputados do novo «Parlamento da CPLP». Enquanto a CPLP não adoptar uma prática da-base-para-o-topo, dificilmente se poderá afirmar no mundo e ter consequências práticas positivas na vida das pessoas. Talvez uma CPLP mais forte possa inclusivamente constituir uma forte âncora da Paz nas democracias emergentes como Angola quando, cumprindo-se a lei da política ou a lei da vida, os seus líderes históricos ou carismáticos houverem de ser substituídos ao leme.Sabemos bem que muitos e variados argumentos de natureza social, económica ou cultural, mais técnicos ou mais emocionais, podem ser invocados a favor da consolidação da CPLP. Mas será bom que, nas minúcias de análise a que se entregam as comissões e comitivas “especializadas”, não se esqueçam o superior interesse dos nossos povos irmãos, traduzido nesta ideia central: pela Paz, para a Liberdade e o Desenvolvimento.Porque a ideia da Paz até uma criança a entende.

Luís Botelho Ribeiro
Benguela, 2 de Agosto de 2010
http://cidadaniapt.blogspot.com/2010/08/cplpaz.html

sábado, 26 de junho de 2010

O Futuro da Cultura Luso-Brasileira

.
Caros Amigos,
No meu blogue, em www.antonioabreufreire.bloguepessoal.com vai o texto sobre O Futuro da Cultura Luso-Brasileira, pelos 70 anos do texto com o mesmo título de Gilberto Freyre, apresentado no Gabinete Português de Leitura de Pernambuco em 1940. Tema originalmente apresentado em São Paulo, na Casa de Portugal, em Dezembro de 2009.
Os Vossos comentários serão preciosos.
A de Abreu Freire

quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho: Celebração da Comunidade Lusófona



Assinala-se hoje o Dia de Camões e decidimos promover este encontro não apenas para celebrar o Poeta, ou para celebrar Portugal, mas, sobretudo, para celebrar a Lusofonia, a Comunidade Lusófona.

Fiel desde logo ao seu nome – Movimento Internacional Lusófono –, nome que assinala a sua matriz, o seu fundamento, o MIL assume-se, pois, como um movimento cultural e cívico que tem como horizonte, como firmamento, a criação de uma verdadeira Comunidade Lusófona, assim concretizado o sonho de, entre outros, Agostinho da Silva.

Por isso, hoje, não celebramos apenas Portugal ou a Portugalidade. Tal como Teixeira de Pascoaes, procuramos cumprir a “arte de ser português”, mas pensamos que Portugal, tal como todos os outros países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), terá tanto mais futuro quanto mais apostar na convergência lusófona, ou seja, como temos mil vezes dito, no reforço dos laços entre os países e regiões de língua portuguesa – no plano cultural, mas também social, económico e político. A nosso ver, como temos também mil vezes repetido, não é apenas Portugal que tem a ganhar com essa aposta; todos os outros países da CPLP igualmente, e na mesma medida, ou mesmo mais ainda.

Assumimo-nos, sem complexos, como patriotas. Sem complexos e sem prefixos: não somos anti-patriotas, nem trans-patriotas, nem a-patriotas, nem semi-patriotas, nem pseudo-patriotas. Somos, repito, patriotas. Simplesmente, por isso mesmo, não somos nacionalistas, mas trans-nacionalistas. Temos defendido, para Portugal e para os demais países da CPLP, a via do trans-nacionalismo lusófono: tal como para Fernando Pessoa, também para nós “a nossa pátria é a língua portuguesa”. Importa, por isso, agir em consequência, valorizando mais, sobre o que nos separa, o muito que nos une: a nós, cidadãos lusófonos, membros de uma mesma Comunidade.

De forma coerente e consequente, é isso que o MIL tem procurado fazer: daí, sem qualquer excepção, todas as nossas propostas e iniciativas. Sabemos que há gente que, legitimamente, não concorda com elas, mas também nunca tivemos a ilusão de que seríamos por inteiro consensuais – ao invés, sempre soubemos que quem marca uma posição, gera sempre alguma oposição. Mesmo quem não concorda com o nosso ideário, reconhece-nos sempre, porém, pelo menos uma coisa: a coerência. O MIL, ao longo destes dois anos e meio de existência, tem sido absolutamente coerente e consequente com esta aposta na convergência lusófona: não há, de facto, quem o possa negar. Em momento algum nos desviámos ou desviaremos desta via. Se houve quem o tivesse feito, enveredado por outras vias, de transcensão ou negação da via lusófona, outros, ao invés, muitos outros, têm vindo ter connosco, assim alimentando este sonho. Nos últimos meses, o MIL cresceu exponencialmente: somos hoje já mais de 4 mil pessoas, de todo o espaço lusófono. O MIL, de resto, está presente, cada vez mais presente, não só em todos os países da CPLP, como em outras regiões lusófonas: nomeadamente, na Galiza, em Goa, Macau e Malaca, bem como um pouco por toda a diáspora lusófona em geral.

Por razões várias, desde logo por razões de distância, não podemos ter hoje aqui connosco, para esta celebração da Lusofonia, da Comunidade Lusófona, todas essas pessoas. Ainda assim, conseguimos reunir membros de todos, ou quase todos, esses países e regiões. O que muito nos satisfaz: Portugal será tanto mais Portugal quanto mais for assim, lusófono, lusofonamente multicolor. A todos vós, em nome da Comissão Executiva do MIL, os meus mais sentidos agradecimentos pela vossa presença. Sois todos, somos todos, cidadãos lusófonos – antes de sermos angolanos, brasileiros, cabo-verdeanos, galegos, goeses, guineenses, macaenses, malacanhos, moçambicanos, portugueses, são-tomenses ou timorenses…

Para esta celebração – da Lusofonia, da Comunidade Lusófona – temos um convidado especial: Fernando Nobre. Alguém que, como nós, se assume, sem complexos, como um patriota e como um cidadão lusófono. Já o sabíamos, pelo seu passado. Estamos agora a comprová-lo, pela sua campanha presidencial. A sua grande diferença em relação aos outros candidatos é, para além da sua genuína condição supra-partidária, acima de todos os sectarismos ideológicos, a sua visão de Portugal à escala da lusofonia, a sua aposta na convergência lusófona.

Renato Epifânio, Porta-Voz do MIL: Movimento Internacional Lusófono
Associação Caboverdeana


Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/06/10-de-junho-celebracao-da-comunidade.html

sábado, 1 de maio de 2010

Texto que nos chegou...

.
TRILEMA TRIDENTINO

Carlos Manuel Pona Pinto Carreira,
Doutoramento em Ciências Sociais na Especialidade de Relações Internacionais,
Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal

INTRODUÇÃO

Sobre a questão de Portugal ser um país atlântico ou um país europeu
A questão de se saber se Portugal é um país atlântico ou um país europeu tem incorporada uma pendenga mais aguda e mais profunda que transcende a nossa geografia e tresanda a memento mori (Moreira, 2003, p. 45).
Este dilema acerca do sentido das nossas alianças e das nossas lealdades, tem por base fundamentalmente as nossas capacidades, e sobre ele muita tinta já foi derramada, juntando alguns ao dilema uma terceira premissa, a do iberismo, que ipso facto o transforma em trilema.
Tem havido um esgrimir de razões para defender cada uma das posições, que têm subliminarmente implícitas opções ideológicas, as tais “escolhas de valores a valores e de prioridades a prioridades” de que nos fala António de Sousa Lara (Lara, 2004, p. 62 e passim; ver tb. Lara 2000 e 1998; e Carreira, 2007, pp. 26-37), fruto de uma “indução exógena [à] mudança” (Santos, 2005, p. 75; ver tb. Carreira, 2007, pp. 101-107) e caracterizadas por uma “conceptualidade evolutiva e por uma dinâmica operatória” (Santos, 2001), que para se darem a conhecer precisam de ser lidas utilizando o método metafórico da casca da laranja que se deve ler ao contrário, para assim se poder descortinar a realidade.
Tendo presente que sobre estas questões já foram feitas reflexões e análises várias e em areópagos de reconhecido valor científico e intelectual impõem-se-nos as prevenções de Adriano Moreira sobre os “novos filósofos, [aqueles] que dizem de novo coisas muito antigas” (1980, p. 89) e de Almerindo Lessa (1909-1997) que nos alerta para “não inventar o que já está inventado nem descobrir o que já está descoberto” (apud Maltez, 2002, p. 55).
Nesse sentido só podemos, com a humildade directamente proporcional ao número de leituras que nos instam, única e simplesmente, sempre a mais leituras, parafrasear, hic et nunc, D. Frei Amador Arrais (1530-1600) que no século XVI já dizia que os ingredientes não são novos, o cozinhado é que é meu, “[c]onfesso que as mais das iguarias com que vos convido são alheias, mas o guisamento delas é da minha casa” (apud, Maltez, 1996, p. 6).
Tal como o maior truque do diabo, que é fazer-nos crer que não existe, este trilema tridentino tem a montante, quanto a nós, como nó górdio o rumo, a direcção e o caminho a ser trilhado por Portugal, que ao estabelecer as suas coordenadas não tem tido a clareza de Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (1765-1805), que quando mandado parar por um agente da autoridade de então às perguntas: quem és? donde vens? e para onde vais? respondeu:
Sou o Bocage, venho do Nicola, e vou para o outro mundo se disparas a pistola.

O Objecto de Estudo e a Problemática em Análise
Destarte, Portugal, a ditosa pátria minha amada, parece andar perdida à procura de si mesma numa “espera de Godot” (Samuel Beckett (1906-1989)) que não termina nunca, considerando nós, como diz o Padre António Vieira (1608-1697) que “[e]ntre o ver, olhando ou sem olhar, há muito grande diferença, o ver é a acção do sentido e o olhar é a atenção do cuidado (…)” (1959, p. 51) ou parafraseando Ludwig Wittgenstein (1889-1951) “tudo o que se deixa dizer deixa-se dizer claramente” (apud Santos, 2002, p. 57), ou seja, in claris non fit interpretatio, para afirmar que por detrás das escolhas entre o yankee destino manifesto, a solução para a Alsácia Lorena, ou entre nem bom vento nem bom casamento, está a nossa capacidade, o nosso potencial mítico e de projecto como povo, porque como alguém nos dizia há já muito tempo, não se casa com quem se quer, mas com quem se pode, levando-nos entre lucubrações familiares a Carlos Queirós (1907-1949), o irmão da Ofélia amada de Fernando Nogueira Pessoa (1888-1935), que dizia que “[v]er só com os olhos é fácil e vão, mas por dentro das coisas é que as coisas são”.
Assim, o nosso objecto de estudo é o “Encoberto” (Pessoa, 2000), cuja penumbra etérea se esconde por detrás das escolhas de contingência temporal, que se começaram a insinuar com o fim da segunda guerra civil europeia, “conhecida como mundial pelos efeitos, mas exclusivamente europeia pelas causas” (Moreira, 2004, p. 17), que originou a mudança na qualidade e quantidade dos nossos vizinhos, “[o]s nossos vizinhos eram a Espanha, a França, a Bélgica, a Inglaterra, a Holanda e a China. (…) Actualmente [infelizmente, também já não], o número dos nossos vizinhos duplicou, e ocidental, no sentido de então, só o é a Espanha” (Moreira, 2004, p. 317) , e consequentemente nas nossas possibilidades de alianças.
Numa conjuntura, por definição maquiavélica e não humanista ou personalista, em que a comunhão de interesses materializada nas alianças se sobrepôs ao dar razão a quem a tem, objectivo do direito internacional (Moreira, 2004, pp. 306-311 e 1999, p. 114; ver tb. Aron, pp. 739 e ss.), fomos exogenamente condicionados a alterar o Conceito Estratégico Nacional da Constituição de 1933, e ter que nos inserir defensivamente num Atlântico mais a norte do outro que era “Mar Português” (Pessoa, 2000), “o velho projecto do Atlântico mare nostrum” (Moreira, 2004, p. 313), e economicamente na comunidade que nasceu da resolução possível dos problemas europeus da gestão e divisão do carvão e do aço.
A tripla escolha com que nos deparámos, a nossa problemática em análise, entre o atlantismo, o europeísmo e o iberismo consubstancia o nosso “ponto arquimediano” (Ferreira, M., 2007, p. 55), o “point Oméga” teilhardiano (Chardin, 1959, p. 140 e 1955, pp. 269-274) da nossa existência como Nação, que é o da capacidade ou incapacidade de nos opormos aos factores exógenos que tem ciclicamente determinado o nosso futuro como povo e a que “os senhores do mundo nos consider[e]m e trat[e]m, naquilo a que estamos reduzidos, como um epifenómeno das suas controvérsias” (Moreira, 2003, p. 95).
Da soberania funcional ou de serviço (Moreira, 2008, p. 190; 2003, p. 29; ver tb. 2005, pp. 135 e 143 e 1999, passim) ao Estado exíguo (Moreira, 2005, pp. 123-125 e p. 143 e 1999, passim) vai um passo que a Lei da Complexidade Crescente (Moreira, 2004, pp. 125-126 e pp. 308-309 e 1999, passim; ver tb. Carreira, 2007, pp. 107-118) exponencia, só ultrapassável se houver um sincretismo na análise e uma resolução eivada da “questão da unitasmultiplex” de Edgar Morin (Morin, 2003, p. 155; ver tb. Maltez, 2002, p. 98), em que a nossa escolha, tal como a do comandante perante o seu estado-maior obrigado a apresentar-lhe 3 propostas de solução para um problema, possa ser uma das três ou nenhuma das apresentadas.
Numa óptica dualista entre a moral de responsabilidade e a moral de convicção do príncipe que vendia a alma para salvar a cidade ou entregava a cidade para salvar a alma (apud Moreira, 2001, p. 38 e Weber, 2005, pp. 15, 107 e 113) acreditamos em que “a salvação da cidade só pode ser obra de cidadãos” (Moreira, 2004, p. 319).
E, assim a escolha que projectamos é a que traduza a nossa identidade marítima e herança histórica e não dê razão a José Maria de Eça de Queiroz (1845-1900) referindo-se a Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque (1855-1902) e a Antero Tarquínio de Quental (1842-1891) quando disse “que a vida lhe[s] não convinha” (Moreira, 2005, p. 118), fazendo nós, para Portugal, à maneira de Vieira, uso da prevenção bíblica contida em (Mt 10,16) “Eis que Eu vos envio como ovelhas para o meio dos lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”.

Metodologia e Parâmetros Epistemológicos de Análise
Este estudo pretende fazer jus ao legado metodológico do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, cuja essência é marcada pela interdisciplinaridade “(…) procurando assegurar uma formação consistente a partir da convergência de especialistas com formações perfeitamente diferenciadas, tal como historiadores, sociólogos, economistas, geógrafos, estrategas, juristas, filósofos e politólogos” (Moreira, 1999, p. 20).
De acordo com António de Sousa Lara, “[e]sta convergência de enquadramentos parece ser, em si mesma, uma metodologia, que, por sua vez determina, se não uma síntese de métodos das diversas ciências referidas, alguns deles já tão próximos de si, pelo menos um ajustamento, de tipo simbiótico, de todo este instrumental” (1987, p. 16).
Destarte, subscrevemos a afirmação de Victor Marques dos Santos “[e]m Relações Internacionais, as próprias características do objecto determinam que o seu estudo se desenvolva com base numa complexidade analítica interdisciplinar própria e num método essencialmente transdisciplinar” (2007, p. 97).
Não querendo fazer juízos valorativos sobre as metodologias qualitativas e quantitativas, na linha de Carlos Diogo Moreira (1994, p. 93), “decidimos adoptar a metodologia qualitativa e a perspectiva teórica para tratar a nossa questão de fundo, de forma a obter um sistema conceptual coerente e apropriado, suscitando os problemas nocionais e metodológicos que eventualmente tenham sido encontrados em investigações anteriores” (Carreira, 2007, p. 13).
A nossa escolha é reforçada por Adriano Moreira quando afirma que “(…) no sentido de esclarecer o equívoco estatístico do behaviorismo, ao invocar a necessidade de distinguir as perspectivas filosóficas, históricas e jurídicas que se debruçaram sobre as relações internacionais, das relações internacionais como ciência social, tributária de um pluralismo metodológico não absorvido pelas técnicas estatísticas e quantitativas. Esta pretensão reduzia-se afinal a compatibilizar o método comparativo histórico clássico e o método estatístico, sem excluir nenhum, porque finalmente é o objecto que determina o método” (1999, p. 41).
O método utilizado será “[o] método hipotético-dedutivo, que constrói conceitos sistémicos, hipóteses deduzidas e um modelo teórico no verdadeiro sentido do termo. Modelo que, para Pierre Bourdieu (1930-2002), é o único que, por efeito da construção, possui um poder explicativo” (Quivy e Van Campenhoudt, 2003, pp. 138-139).

Organização do Trabalho e Bibliografia
O artigo está dividido em duas partes em que será feita a exposição do nosso raciocínio. Na primeira, abordamos a questão da tripla escolha que nos é imposta exogenamente e que tem por base a nossa capacidade como país. Na segunda, fazemos uma reflexão sobre Portugal e o seu Futuro, de forma a podermos traçar as linhas de rumo que o possam recolocar no lugar do mundo a que, entendemos, tem direito.
Recorremos, basicamente, a bibliografia temática, procurando ser subsidiários de autores consagrados com o intuito de através da interpretação e reflexão da e sobre a sua produção, para além do prazer daí retirado, tentarmos construir uma estrutura epistemológica e racional que nos permita, de uma forma abalizada, teorizar sobre o tema em epígrafe, teorização que constitui um esquisso de uma investigação mais aprofundada intitulada Portugal e o Império. O legado ontológico, epistemológico, e metodológico do ISCSP e a ideologia que lhe é subliminar.


A TRIPLA ESCOLHA OU A PERTENÇA IMPOSTA


Amartya Sen, Prémio Nobel da economia em 1998, no seu livro O Desenvolvimento como Liberdade relaciona as potencialidades das pessoas com o seu desenvolvimento e, consequentemente, com a sua liberdade, “considera que o desenvolvimento requer a eliminação das principais fontes de restrições” (2003, p. 20). A questão, à guisa do estudo das modalidades de acção, está relacionada com a análise das nossas potencialidades e das nossas vulnerabilidades (Carreira, 2007, pp. 269-275).
Desta análise podemos inferir uma estratégia para aumentar o nosso potencial através da diminuição das últimas e do aumento ou exploração das primeiras, de molde a melhorar a nossa posição no ranking gizado pela Equação de Cline (Almeida, 1990, pp. 291-324 e p. 383; ver tb. Bessa, 2001, pp. 151-174), pois, como refere Políbio Valente de Almeida “[n]ão podemos eliminar totalmente os nossos receios e inseguranças. Sempre os tivemos e sempre os soubemos vencer com coragem, com segurança e com fé. (…) [Pretendemos], apenas, dar mais força a essa nobre herança que define um povo” (1990, p. 383).
É o funil das escolhas, metáfora para a conjunção do tempo que passa com o (des) ou aproveitamento das oportunidades, que nos alerta para a perda de liberdade consequente do desperdício daquelas.
Nesta linha de raciocínio podemos concluir que a nossa capacidade de escolha e o leque das possibilidades que ela pode cobrir é directamente proporcional às nossas potencialidades e indirectamente proporcional às nossas vulnerabilidades.
Assim, põe-se a questão de saber se a escolha entre o iberismo, o atlantismo e o europeísmo é uma escolha ou se é uma imposição face à nossa condição de poder (apud Moreira, 2005, p. 122).
É nossa convicção que os factores exógenos têm assumido uma preponderância crescente desde o tempo da gestação da nossa mais antiga aliança, cuja génese teve o seu culminar com a passagem de John de Gaunt (1340-1399) a sogro de D. João I (1357-1433) (Magalhães, 1991, pp. 35-40).
A aliança inglesa garantia-nos a protecção nos mares e isso foi-nos bastando até à ruptura mapeada de rosa, a que se seguiu a participação na primeira guerra civil europeia para salvaguardar as margens do tal mapa, última paragem fronteiriça das mudanças da Índia para o Brasil e deste para África.
É com o governo da Constituição de 1933 que se assume o estatuto de orgulhosamente sós, implementado por quem afirmou que sabia muito bem o que queria e para onde ia (Saraiva, 2001, p. 357; Pinto, 2007, p. 73) e onde as alianças, a coberto de uma neutralidade colaborante, nos foram favoráveis, porque “não é neutral quem o deseja, apenas é neutral quem pode” (Moreira, 1999, pp. 435, 436 e 439), só tendo pecado pela não aplicação do conceito da sucessão cíclica das formas de governo de Aristóteles (384-322 a.C.) (Moreira, 2003, p. 90; Amaral, 1999, pp. 129-130; ver tb. Prélot e Lescuyer, 2000, pp. 101-104) e do ensinamento do músico ao aprendiz interiorizado por Buda “nem tão laço que não toque, nem tão esticado que parta”.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, que queimou as caravelas e desmobilizou o Império, feita para acabar com a guerra, que aguentámos doze anos, cuja “linha de acção militar (…) foi talvez a mais extensa do mundo” (Moreira, 2003, p. 40), por quem não teve um projecto nem um conceito para Portugal, “sem plano de descolonização” e “sem um modelo predeterminado para além da invocação do ideal democrático”, que ao alcançar o poder não descansou enquanto não se livrou dele, a vulnerabilidade aos factores exógenos acentuou-se, “[o] triângulo atlântico não mudou, (…) o predomínio dos factores exógenos parece indiscutível” (Moreira, 2003, pp. 11, 14, 20 e 28).
Com o Regresso das Legiões a Roma (Moreira, 2005 p. 16 e pp. 13-102), tal como em antanho, a nossa política externa virou-se da África para a Europa, pondo fim a um Portugal do Minho a Timor (Pinto, 2007, p. 192) onde fomos senhores, para uma Europa onde fomos escravos, situação que cantamos em hinos de saudade ao contrário da outra, de que pedimos desculpa e de que ainda não fizemos nem a catarse nem a fagocitose à guisa de António Vasconcelos Saldanha quando escreve “sem que se esconjurem totalmente os demónios outrora imprudentemente invocados” (2005, p. 86; ver tb. pp. 83-89).
Chegando alguns profetas da desgraça a alardear a solução ibérica, a que D. Jerónimo Osório (1506-1580) não via alternativa (Moreira, 2008, p. 145 e 2003, p. 46), como a panaceia para os nossos males. Para descanso de D. Nuno Álvares Pereira, essa aleivosia parece ter desaparecido da Ágora onde deambulam as cabeças pensantes de tendência oposta à da vizinha Galiza, com dificuldade em defender “uma via própria de pensar o mundo e a vida de acordo com raízes e tradições nacionais” (Bessa, 1993, pp. 31-32), pedindo nós, ao agora santo, o milagre da sua extinção e/ou envio para o quinto dos infernos.
O Conceito Estratégico de Defesa Nacional promulgado em 2003 não faz referência a tal tendência, facto por que nos regozijamos, definindo três geografias para Portugal: a económica, a de defesa e a de identidade (Portugal, 2003, p. 283), consubstanciando uma soberania de serviço (Moreira, 2005, p. 135), como consequência da impossibilidade da escolha em face das crescentes dependências que nos fazem necessitar de todas as alianças e nos impedem de cantar “I did it, but I did it may way".
Da escolha entre, involuiu-se para a necessidade de todos, mudando a adjectivação de Portugal, consoante a finalidade das alianças, de país marítimo de acordo com o pensamento do Infante D. Henrique (1394-1460), para país periférico em termos económicos, a país de fronteira em termos de segurança (Moreira, 2005, pp. 134 e 158).
Falar do europeísmo de Antero e do atlantismo de Mouzinho (Moreira, 2005, p. 118) ou da Opção Europeia e da Vertente Atlântica (Moreira, 2005, pp. 139-159) e da putativa oposição entre ambos parece-nos assunto esgotado quando Robert Kagan diz que “os norte-americanos são de Marte e os europeus são de Vénus” (2003, p. 11; apud Moreira, 2004, p. 10) ou quando Timothy Garton Ash refere as duas faces de Jano (2006, p. 32).
Este antagonismo é das tais falsas ideias claras (Lara, 2004, pp. 67, 599 e 630 e Murteira, 2003, p. 22) que maxime cai pela base quando, por um lado, na senda da II GM tiveram que ser os dos costume a vir resolver o problema da Bósnia apesar de desta vez as mães americanas virem a público dizer que gostam tanto dos filhos como as europeias, e por outro, a interdependência económica ser crescente, fruto de uma globalização e comércio de matriz gâmica (Saldanha, 2005, p. 85), considerando nós, que a luta deve ser travada contra a pobreza e o subdesenvolvimento, cumprindo o calendário e os objectivos traçados para 2015, e que se querem do milénio, (ver Carreira, 2007, pp. 276-306) pela sede da legitimidade mundial, necessitada de reformas é certo, mas onde todos continuam a falar com todos, relembrando Paulo VI quando diz que “o desenvolvimento é o novo nome da paz” (1980, p. 432; João Paulo II, 1988, p. 21).
José Manuel Durão Barroso, que já esteve nos dois lados da paliçada como Chefe de um Governo Transatlântico e agora como Presidente da Comissão Europeia, afirma que não há motivos para oposição, mas para a unidade, que se quer cada vez maior e mais profunda entre as duas margens do atlântico. “Já o disse e repito: Portugal não tem de escolher entre a União Europeia e o vínculo transatlântico” (2003, p. 248).
Resolvida a questão do antagonismo que não deve antagonizar, resta-nos a geografia da identidade, a que nos faz vibrar e pensar na semântica da palavra Portugal, que queríamos independente, mátria vieirina “[s]e a pátria se derivara da Terra, que é a mãe que nos cria, havia de chamar-se mátria” (apud Maltez, 2002, p. 7), do nobre povo e da nação valente e imortal, mas também e por isso, nas nossas vulnerabilidades e potencialidades, no nosso passivo descrito n’O Soldado Prático de Diogo do Couto (1542-1616) e no nosso activo cantado n’Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões (1524-1580) (Moreira, 2004, p. 18) que o Padre da nossa mátria, “nação peregrina em terra alheia”, em que “a única alternativa é amá-la ou renegá-la” (Moreira, 2003, p. 40), continua quando diz:
“Mas ponde os olhos em [Santo] António, vosso pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano. E sabei também que, para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo” (Vieira, 1994, p. 56),
e que nos incita, com a ajuda do espírito dos nossos egrégios avós, à maneira de Péricles (495/492-429 a.C.) (Moreira, 2005, p. 17), porque uma sociedade que não respeita os seus velhos não se respeita a si mesma, a contra os canhões marchar.


PORTUGAL


A questão da identidade portuguesa tão bem descrita por Adriano Moreira no discurso de inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, em 15 de Janeiro de 1994:
“(…) Mas sempre o combatente: que executou a reconquista, que assegurou a independência, que salgou o mar com lágrimas de Portugal, que ancorou na Índia e definiu as fronteiras do Brasil, que cantou o Hino da República com os imperativos de firmar as fronteiras dos territórios de África, que morreu em La Lys para evitar a espoliação colonial pelas grandes potências, que não desertou, nem traiu, que muito legitimamente considera que Os Lusíadas são o seu livro, frequentemente mal com os homens por amor d’El-Rei, e mal com El-Rei por amor dos homens” (2005, p. 18),
representa o culminar de todo um passado de lutas e conquistas com 900 anos de história, que não nos deixa indiferentes, nem com melindre porque como dizia o Padre Silva Rego “Portugal foi mal visto enquanto foi ignorado” (apud Saldanha, 2005, p. 88), nem com o provincianismo daqueles, para quem, por oposição ao que é nacional, tudo o que vem de fora é bom. Não é!
Temos uma herança histórica, verbi gratia no que ao Oriente diz respeito, Afonso de Albuquerque (1462-1515) apodou de “a maior empresa que nunca nenhum príncipe cristão teve nas suas mãos” (apud Saldanha, 2005, pp. 83 e 723), que não envergonha, mesmo os mais pessimistas, os descendentes dos velhos do Restelo e dos que ficaram, diferentes dos que foram, os verdadeiros portugueses, segundo Cecília Benevides de Carvalho Meirelles (1901-1964),
Há portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo fruto do nosso espírito aventureiro, mas não só aventureiros, também atletas, artistas e académicos, podendo-se dizer que, coevamente exportamos qualidade, e que, face ao inventário do nosso desempenho fora de portas, não nos assustamos e tornamos num incentivo a declaração de Winston Leonard Spencer Churchill (1874-1965) nos Comuns, quando assumia o governo do Reino Unido, “não tenho nada para vos propor, para além da dor, sangue, suor e lágrimas”. (apud Moreira, 2005, p. 117).
O que é um facto é que os “ventos da história” de Maurice Harold MacMillan (1894-1986) (Moreira, 2003, p. 21; ver tb. Ferreira, 2006, p. 1073; Maltez, 2002, p. 90; e Nogueira, 2000, p. 353) não sopram sempre no mesmo sentido, fazendo jus ao lema “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”.
A questão do tempo é determinante, seja ele demorado, acelerado, tríbio, tribulo, dos Outros, de Vésperas, Perdido ou só Espuma, desde que a História a contar seja a do Futuro, “porque a única coisa que verdadeiramente podemos fazer com o tempo é não o perder” (Moreira, 2005, 29).
História do Futuro que não renega o passado, que não o rescreve à medida das conveniências enganosas das necessidades do presente, mas que aprende com os erros e se exalta com os acertos, porque como dizia o Padre António Vieira “(…) todos na tinta de escrever misturam as cores do seu afecto” (apud Moreira, 2005, p. 22), sabendo que na História das Guerras do Peloponeso de Tucidides (460/455-400? a.C.), na Odisseia e na Ilíada de Homero estão muitas das respostas a algumas questões, que alguns, no presente, julgam inéditas.
Então o que nos falta? Talvez a Bandeira e o Hino, a Cruz de Cristo e as Quinas tenham que voltar a ser desfraldadas com orgulho, como, paradoxalmente ou não, um brasileiro conseguiu com a nossa bandeira.
Talvez um pouco de “presunção e água benta”, talvez o tal projecto subordinado a uma teoria de valores, aglutinador, objectivo, pragmático, mas também mítico e carismático (Moreira, 2003, pp. 51-53 e 2005, p. 116), “salvaguardando a leitura do tempo tríbulo, abrindo o caminho para o regresso dos homens à autenticidade” (Moreira, 2005, p. 24), que junte o “pragmatismo da Aventura e o realismo do Sonho” (Maltez, 2002, p. 341), o tal Conceito Estratégico Nacional em que insiste Adriano Moreira (2008, p. 431), porque “o valor a todos superior se chama Portugal” (Moreira, 2003, p. 150).


CONCLUSÕES


Há que visitar o Passado, ter consciência do Presente e olhar o Futuro com “[o] pessimismo do intelecto, [mas com o] optimismo da vontade”, palavras usadas por Antonio Gramsci (1891-1937), mas cunhadas por Romain Rolland (1866-1944) (apud Ash, 2006, p. 319), sempre cientes da fábula do “velho do rapaz e do burro” de molde a refundar Portugal no seu espaço natural e de identidade no Atlântico Sul, Oceano Moreno (Moreira, 2004, p. 47 e pp. 311-314) ou Mar Lusotropical.
Mais importante do que os parceiros que nos são impostos, mais importante do que as escolhas e os antagonismos, qual drama de Antígona, é o desenvolvimento das capacidades que nos permitam evitar a imposição exógena das decisões dos outros em função da nossa condição de subalternidade, sendo imperativo exponenciar as nossas potencialidades individualmente e em sinergia com os povos “sangue do nosso sangue”, com a área em que já esteve a nossa Bandeira, área lusíada do globo, explorando o Poder Cultural que os amarrou à maneira portuguesa de estar no mundo (Moreira, 1981, p. 51; ver tb. Santos, 1990, pp. 177-178) de molde a poder dizer-se:
À nossa maneira!
Não é Passado, é Presente e Futuro porque ao contrário do que muitos querem fazer passar, há Valores Universais, “posição assumida por autores como Samuel Pufendorf (1632-1694), que defenderam a existência de uma ordem superior ao direito estabelecido, marcada por princípios válidos para todos os lugares e todos os tempos” (Maltez, 2002, p. 243), que nos fazem caminhar para a unidade do género humano no sentido de uma Pátria Planetária, ponto ómega terrestre da nossa existência, na senda do Padre Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955) (Moreira, 2005, p. 27; 2003, p. 148 e 1999, pp. 31, 128 e 264), tão certo como os rios correrem para o mar…
Tal como o Verbo que é o princípio de todas as coisas (Jo 1,1-14), quando a poeira assentar são estas insurgências e ressurgências que hão-de voltar, tendo presente como dizia Fernando Pessoa na Mensagem de orgulho e esperança que nos deixou:
“Senhor, falta cumprir-se Portugal!” (Pessoa, 2000, p. 49).


BIBLIOGRAFIA


ALMEIDA, Políbio F. A. Valente de (1990) – Do Poder do Pequeno Estado. Enquadramento Geopolítico da Hierarquia das Potências. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Tese de Doutoramento.
AMARAL, Diogo Freitas (1999) – História das Ideias Políticas. Vol. I. Reimpressão. Coimbra: Almedina.
ARON, Raymond (2002) – Paz e Guerra entre as Nações. Clássicos IPRI. Tradução do francês de Sérgio Bath. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. (Trabalho original em francês publicado em 1962).
ASH, Timothy Garton (2006) – Free World. A América, a Europa e o Futuro do Ocidente. Tradução do inglês de Lívia Franco e Miguel Morgado. Lisboa: Alêtheia Editores. (Trabalho original em inglês publicado em 2006).
BARROSO, José Manuel Durão (2003) – “Discurso de Encerramento”. In: Conferência Internacional Relações Transatlânticas Europa-EUA. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Publicações Dom Quixote.
BESSA, António Marques (2001) – O Olhar de Leviathan. Uma Introdução à Política Externa dos Estados Modernos. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, 2001.
BESSA, António Marques (1993) – Quem Governa? Uma Análise Histórico-Política do Tema da Elite. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Tese de Doutoramento.
CARREIRA, Carlos Manuel Pona Pinto (2007) – Cooperação e Ideologia na África Subsariana. A Questão Cultural e Ideológica e a sua influência na Cooperação e Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Relações Internacionais (Variante Estudos do Sistema Internacional), pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, orientada pelo Professor Doutor António Costa de Albuquerque de Sousa Lara. [Texto policopiado], s.l., s.n..
CHARDIN, Pierre Teilhard de (1959) – L’avenir de l’homme. Col.: Points, série Sagesses. Paris: Éditions du Seuil.
CHARDIN, Pierre Teilhard de (1955) – Le phénomène humain. Col.: Points, série Sagesses. Paris: Éditions du Seuil.
FERREIRA, João José Brandão (2006) – “A Tese do ‘Mare Liberum’ (1608) e os Ventos da História”. In: Revista Militar. II Século – Ano 58 – Nº 10. Nº 2457, Outubro de 2006. Lisboa: Revista Militar, 2006, pp. 1073-1091, p. 1073.
FERREIRA, Marcos Farias (2007) – Cristãos & Pimenta. A Via Media na Teoria das Relações Internacionais de Adriano Moreira. Coimbra: Almedina. Tese de Doutoramento.
JOÃO PAULO II (1988) – Carta Encíclica Sollicitudo Rei Socialis (30 de Dezembro de 1987). Pelo vigésimo aniversário da Carta Encíclica Populorum Progressio. 2ª ed. Lisboa: Rei dos Livros.
KAGAN, Robert (2003) – O Paraíso e o Poder. A América e a Europa na Nova Ordem Mundial. Tradução do inglês de Maria de Fátima St. Aubyn. Lisboa: Gradiva. (Trabalho original em inglês publicado em 2003).
LARA, António de Sousa (2004) – Ciência Política. Estudo da Ordem e da Subversão. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
LARA, António de Sousa (2000) – Da História das Ideias Políticas à Teoria das Ideologias. 3ª ed. Lisboa: Pedro Ferreira.
LARA, António de Sousa (1998) – Ciências Políticas – Metodologia Doutrina e Ideologia. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
LARA, António de Sousa (1987) – A Subversão do Estado. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Tese de Doutoramento.
MAGALHÃES, José Calvet de (1991) – Breve História Diplomática de Portugal. 2ª ed. Col.: Saber. Mem Martins: Publicações Europa-América.
MALTEZ, José Adelino (2002) – Curso de Relações Internacionais. S. João do Estoril: Principia.
MALTEZ, José Adelino (1996) – Princípios de Ciência Política. Introdução à Teoria Política. 2ª ed. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
MOREIRA, Adriano (2008) – A Espuma do Tempo. Memórias do Tempo de Vésperas. Coimbra: Almedina.
MOREIRA, Adriano (2005) – Notas do Tempo Perdido. 2ª ed. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
MOREIRA, Adriano (2004) – A Europa em Formação. (A Crise do Atlântico.) 4ª ed. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Tese de Doutoramento.
MOREIRA, Adriano (2003) – O Novíssimo Príncipe. Análise da Revolução. Lisboa: Prefácio.
MOREIRA, Adriano (2001) – Ciência Política. 6ª Reimpressão. Coimbra: Almedina.
MOREIRA, Adriano (1999) – Teoria das Relações Internacionais. 3ª ed. Coimbra: Almedina.
MOREIRA, Adriano (1981) – “O Poder Cultural”. In: Nação e Defesa. Nº 18. Lisboa: Instituto de Defesa Nacional, Abril – Junho, pp. 41-51.
MOREIRA, Adriano (1980) – “Estratégia e Áreas Culturais”. In: Nação e Defesa. Nº 14. Lisboa: Instituto de Defesa Nacional, Abril – Junho, pp. 75-90.
MOREIRA, Carlos Diogo (1994) – Planeamento e Estratégias da Investigação Social. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
MORIN, Edgar (2003) – Introdução ao Pensamento Complexo. 4ª ed. Col.: Epistemologia e Sociedade. Tradução de Dulce Matos. Lisboa: Instituto Piaget. (Trabalho original em francês publicado em 1991).
MURTEIRA, Mário (2003) – Globalização. Série o que é. Lisboa: Quimera.
NOGUEIRA, Franco (2000) – O Estado Novo. [1933-1974]. Porto: Civilização Editora.
PESSOA, Fernando (2000) – Mensagem. 2ª ed. Fernando Cabral Martins (Edição 456). Col.: Obras de Fernando Pessoa. Lisboa: Assírio e Alvim e Herdeiros de Fernando Pessoa. (1º Publicação de Mensagem, Preparada e Revista por Fernando Pessoa: Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1934.)
PAULO VI (1980) – “Carta Encíclica Populorum Progressio sobre O Desenvolvimento dos Povos (26 de Março de 1967)”. In: Dez Grandes Mensagens. 4ª ed. Porto: Editorial Promoção.
PINTO, Jaime Nogueira (2007) – António de Oliveira Salazar. O outro retrato. Lisboa: A Esfera dos Livros.
PORTUGAL. Presidência do Conselho de Ministros (2003) – Conceito Estratégico de Defesa Nacional. Resolução do Conselho de Ministros n.º 6/2003. Diário da República N.º 16, Série I-B, de 20 de Janeiro, pp. 279-287.
PRÉLOT, Marcel; LESCUYER, Georges (2000) – História das Ideias Políticas. Da cidade antiga ao absolutismo do Estado. Vol. I. Col.: Fundamentos. Tradução do francês de Regina Louro. Lisboa: Editorial Presença. (Trabalho original em francês publicado em 1997).
QUIVY, Raymond; VAN CAMPENHOUDT, Luc (2003) – Manual de Investigação em Ciências Sociais. 3ª ed. Tradução do francês de João Minhoto Marques, et al.. Lisboa: Gradiva. (Trabalho original em francês publicado em 1995.)
SALDANHA, António Vasconcelos de (2005) – Iustum Imperium. Dos Tratados como Fundamento do Império dos Portugueses no Oriente. Estudo de História do Direito Internacional e do Direito Português. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Tese de Doutoramento.
SANTOS, Boaventura de Sousa (2002) – Um Discurso sobre as Ciências. 13ª ed. Col.: História e Ideias. Porto: Edições Afrontamento.
SANTOS, Victor Marques dos (2007) – Introdução à Teoria das Relações Internacionais. Referências de Enquadramento Teórico-Analítico. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
SANTOS, Victor Marques dos (2005) – Introdução ao estudo da Política Externa. Teoria e elementos de análise. Apontamentos das Lições da Cadeira de Política Externa das Grandes Potências, do Mestrado em Relações Internacionais, ISCSP-UTL, ano lectivo 2004/05. [Texto policopiado], s.l., s.n., 2005, 84 págs.
SANTOS, Victor Marques dos (2001) – A Humanidade e o seu Património. Conhecimento e Mudança. Reflexões Contextuais sobre Conceptualidade Evolutiva e Dinâmica Operatória em Teoria das Relações Internacionais. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Tese de Doutoramento.
SANTOS, Victor Marques dos (1990) – “Cultura e Poder. Breves Reflexões sobre o Vector Cultural do Poder Nacional”. In: Nação e Defesa. Número especial de 1 de Agosto. Lisboa: Instituto de Defesa Nacional, pp. 165-178.
SARAIVA, José Hermano (2001) – História concisa de Portugal. 21ª ed. Col.: Saber. Mem Martins: Publicações Europa-América.
SEN, Amartya (2003) – O Desenvolvimento como Liberdade. Tradução do inglês de Joaquim Coelho Rosa. Lisboa: Gradiva. (Trabalho original em inglês publicado em 1999).
VIEIRA, Padre António (1994) – “Sermão de Santo António aos peixes”. In: Sermões. Col.: Clássicos do Público. Lisboa: Editores Reunidos, Lda. e R.B.A. Editores, S.A.
VIEIRA, Padre António (1959) – “Discurso Apologético”. In: Sermões. Vol. XV. Col.: Obras completas do Padre António Vieira. Prefaciado e revisto pelo Rev. Padre Gonçalves Alves. Porto: Lello & Irmão.
WEBER, Max (2005) – Três Tipos de Poder e outros escritos. Tradução do alemão de Artur Morão. Lisboa: Tribuna da História. (Trabalhos originais em alemão publicados em 1917, 1918, 1919, 1922).

domingo, 11 de abril de 2010

Mas a ideia geral talvez fosse...

Mas a ideia geral talvez fosse, e eu próprio a defendia e procurei no princípio da guerra em Angola, junto de autoridades portuguesas, por exemplo de um embaixador no Rio, pôr-lhes essa ideia na cabeça... fazer das colónias e de Portugal uma comunidade de língua portuguesa. Ideia que expus a Franco Nogueira quando vim a Portugal, em 1962, convidado pelo Governo português para discutir o estatuto do Centro de Estudos Portugueses em Brasília. O ministro Franco Nogueira, ministro dos Estrangeiros nessa altura, recebeu-me e pudemos conversar com toda a franqueza, perguntando-me ele se eu achava que a ideia de uma comunidade luso-brasileira seria bem recebida no Brasil, respondi-lhe que não. Exactamente por causa da atitude que Portugal estava a tomar com as colónias, com Angola naquela ocasião, o Brasil de nenhuma maneira ia aceitar isso, pois recordava-se muito bem que tinha sido colónia. A meu ver, Portugal tratou o Brasil muito bem quando foi colónia e se não tivessem sido os portugueses, o Brasil não se teria constituído. Mas o Brasil muitas vezes achava que os portugueses tinham tido defeitos na colonização - a meus olhos esses defeitos não existiram, embora houvesse muita coisa individual de tipo geralmente conotado com a colonização rapinante dos países. Mas não me parecia que naquela altura aceitassem uma coisa dessas. Mas havia algo que achava que aceitavam e que tomava a liberdade de expor a Franco Nogueira, que de resto tinha tido relações com um grande amigo meu, o poeta Casais Monteiro, e, portanto, eu podia falar com uma certa liberdade, por isso disse-lhe que o que me parecia que se devia fazer era uma continuidade luso-afro-brasileira com o ponto africano muito bem marcado. Quer dizer, se pudesse, eu poria o ponto central da comunidade, embora cada um dos países tivese a sua liberdade, a sua autonomia, em África, talvez Luanda ou no interior de Angola, no planalto, de maneira que ali se congregassem Portugal e o Brasil para o desenvolvimento de África e para que se firmasse no Atlântico um triângulo de fala portuguesa - Portugal, Angola, Brasil - que pudesse levar depois a outras relações ou ao oferecimento de relações de outra espécie aos outros países. Então Franco Nogueira disse-me que isso era completamente impossível, que Portugal não se podia dividir e que não havia nada a fazer nesse ponto. De maneira que eu continuo a pensar que, aquando da revolução em 1974, se poderia talvez ter tentado isso. No entanto, é muito possível que a situação tivesse avançado tanto, que a guerra tivesse castigado tanto, quer os africanos, quer os portugueses, que o que cada um queria era ver-se livre do outro. Portanto, não havia já nenhuma possibilidade de fazer senão o que se fez, uma descolonização decerto apressada, mas trazida pelas circunstâncias; parecia que não podia ser de outro modo e, no entanto, talvez a coisa pudesse ter tido outro caminho. Quanto a Timor, achava que podia ter sido incluído num quadro futuro de uma comunidade de língua portuguesa e desempenhar um papel importante.

Não, não me pareceu que a revolução de 1974 tal como estava a ser feita, conduzisse a alguma coisa em que valesse a pena colocar essas ideias. Pareceu-me que era um pronunciamento militar sem grande largueza política e que por outro lado se entrava em passo de pôr imediatamente Portugal a caminho de um regime parlamentarista que continuo a achar que não é o regime mais adequado a Portugal. E os acontecimentos imediatamente se precipitaram.

Agostinho da Silva, in Vida Conversável

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A CPLP e a diversidade

Gilvan Müller de Oliveira (UFSC)

O Conselho de Ministros da CPLP, a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, solicitou ao Brasil que realize a Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial em Brasília, no final de março e início de abril de 2010. Esta conferência tentará focalizar estratégias conjuntas para a chamada promoção da língua, hoje realizada de maneira separada por Portugal e Brasil, e em menor monta pelos outros países da comunidade, com poucas áreas efetivas de cooperação.

A CPLP é um organismo internacional criado em 1997 por iniciativa do Brasil, e que aglutina todos os países que tem o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Ou seja, aglutina países em 4 continentes: América, Europa, África e Ásia. Recentemente um nono país oficializou também o português, a Guiné Equatorial, situada no Golfo da Guiné e grande exportador de petróleo, o único país falante de espanhol da África. A Guiné Equatorial pediu sua filiação à CPLP e aguarda a resposta dos países-membros.

O objetivo máximo da Conferencia será o de conceber estratégias que viabilizem ao português passar a ser língua das Nações Unidas, em pé de igualdade com o inglês, o francês, o espanhol, o chinês, o russo e o árabe.

Para que isso possa acontecer dentro de um quadro político contemporâneo, entretanto, é preciso que a promoção do português já não seja vista como a continuidade de políticas de eliminação das outras línguas faladas no espaço da CPLP, e que, grosso modo, ultrapassa o número de 300.

Especialmente nos países de língua oficial portuguesa da África, os PALOPs, fala-se em promoção externa mas também em promoção interna da língua portuguesa, já que uma parte significativa dos cidadãos de Moçambique, Guiné Bissau ou Cabo Verde, para citar apenas alguns, não falam a língua oficial do país.

O português sairá fortalecido neste âmbito da promoção interna da língua se a conferência puder recomendar, com êxito, políticas em que o conhecimento do português não signifique o abandono das demais línguas, e sim um bilinguismo aditivo, no qual o individuo possa utilizar adequadamente as suas línguas, em âmbitos específicos

Para estes casos a UNESCO recomenda, desde 1958, a educação bilíngue, em que duas línguas sejam utilizadas ativamente na escola como línguas de ensino. Para isso, é necessário preparar as outras línguas do espaço da CPLP, muni-las de alfabetos, elaborar normas escritas, para que elas possam funcionar na escola. Para que o ensino bilíngue seja viável é preciso criar o quadro jurídico adequado para a ofilcialização das línguas nacionais, como elas são chamadas nos países da CPLP (menos no Brasil).

De todos os países de língua oficial portuguesa há apenas um oficialmente bilíngue, o jovem Timor Leste, onde o tetum e o português compartilham este espaço jurídico. O Brasil tem já dois municípios oficialmente bilíngues, São Gabriel da Cachoeira (AM) e Santa Maria de Jetibá (ES). Portugal, seguindo a Carta Europeia das Linguas, reconheceu estatuto de oficialidade ao mirandês em região próxima à fronteira com a Espanha. Por outro lado, Cabo Verde acabou de postergar mais uma vez a oficialização do Kaboverdianu, língua falada por toda a população, num momento, como o atual, em que se realiza uma reforma constitucional que permitiria a normalização linguística do país com relativa facilidade.

Neste quadro, é interessante que a Conferência Internacional sobre O Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial conceba instrumentos modernos de gestão de todas as línguas do espaço da CPLP, línguas parceiras do português, para usar um conceito já instalado na francofonia, o de ‘langues partenaires’.

Afinados com as políticas contemporâneas de direitos culturais e linguísticos, os países da CPLP poderão promover com mais propriedade a língua portuguesa. É uma cidadania forte, que possa se relacionar com o português como um direito, e não como uma obrigação (quase) colonial, o que fará a língua portuguesa entrar pela porta da frente no clube das grandes línguas do século XXI.

Publicado no MILhafre:

http://mil-hafre.blogspot.com/2010/01/cplp-e-diversidade.html

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

CABINDA, O PULSO A GANHAR.

.
O Movimento Internacional Lusófono (MIL) deve emitir um comunicado sobre a situação na Cabinda; mas este comunicado deve ser muito bem estudado, por motivos diplomáticos, tentando não molestar o governo legitimamente eleito da Angola, mas a vez o MIL deve ser um verdadeiro movimento de unidade e imparcialidade lusófona, aceitando as divergências no seu seio, mas também tendo posições claras e concretas, com firmeza, visão, fora da paixão do momento, e a vez bem estruturadas.
Angola, não pode seguir a estela do crescimento e a modernidade, senão de dotar de instituições modernas e o mais transparentes possíveis.
Angola não pode ser uma potencia motor da África, e não serem a vez um modelo para o resto das nações africanas, não só desenvolvimento econômico, senão político.
Angola tem para já que criar futuras gerações bem educadas, cultas, com inversão em educação e sanidade. O capital humano e as futuros governantes e cidadãos do país serão o futuro da Angola. Educados na tolerância e respeito pela opinião dos outros poderão certamente encarar confrontos e conflitos e dar resolução pela via pacifica.
A Comunidade Lusófona deve ser um exemplo nisso. Apostamos por tropas lusófonas precisamente para atuar evitando conflitos nas aeras lusófonos, sem que nenhuma potencia imperialista em nome de outros interesses, vestida com roupa de paz, o faça por nós tirando proveito e debilitando a lusofonia. Fundamental.
Mas por isso também é fundamental Angola, encorajar reuniões com os opositores na Cabinda, no alvo de conseguir negociações imediatas para um cessar fogo, e depois abrir o caminho para outro tipo de negociações, mais sossegadas, que permitam ao povo da Cabinda decidir o seu futuro, com o respeito e amor de todos os Angolanos e seu governo.
Os interesses econômicos que podam dificultar acordos bem podem ser partilhados, com inteligência e honestidade, entre ambos os irmãos em confronto.
Cabinda deve também entender que uma Autonomia é um grande passo para o governo da Angola, e mesmo com a criação dum auto governo futuro na Cabinda, as relações dentro da Angola podem ser um exemplo a anos luz de outras regiões e países na África, que todo dirimem pela força das armas, permitindo assim a chegada de potencias alheias a aprofundar o conflito e afundido a sociedade angolana e a da Cabinda, em atrasos de decênios de anos, que depois são muito longos no tempo de recuperar.
Angola esta na disposição de ser a nova potencia emergente do mundo. Da sua atuação na Cabinda, vai depender o seu futuro. Se fizer como a China no Tibete, e sonhar que essa é a via correta, ira muito mal encaminhada. China tem um caminho, o caminho da Angola não é o China, nem tem as capacidades, nem tem o poder econômico e global da China para comprar silêncios no mundo Ocidental e Oriental, alem de não ser nunca a forma correta de agir, pois hipoteca um futuro de amor e ativa o ódio. China a maiores tem uma densidade de população muito superior ao Tibete, pelo que pode sonhar com substituir e limpar a cultura e o povo tibetano, mas segue a ser um modo de agir de faca de duplo gume.
Muitos inimigos têm Angola, se levar a adiante uma política repressora na Cabinda, atrasará anos seu avance e com ele a esperança dum novo amanhecer no Sul da África.
É a hora de Angola tornar-se já um poder hegemônico regional e depois global.
Estamos ante a oportunidade da Angola de tirar sucesso da dificuldade e dar uma lição ao mundo, que só espera o momento oportuno para identificar povo africano com povo violento e cafre.
Angola deve agir contra essa lógica, deve mostrar ao mundo que sabe fazer as coisas de forma civilizada, que saber ceder para ganhar. Os pequenos ganhos de hoje como a repressão serão o Dragão que manha queimará Angola e de novo a mergulhará na mediocridade e na miséria.
Angola tem que saber em que espaço global joga: é joga no espaço global Atlântico, no Cone Sul, para realizar com Sul África, o grande mercado Africano de desenvolvimento e capacitação humana e tecnológica no Cone Sul, com projeção ao Brasil, a Moçambique e a Índia.
O grande pólo de desenrolo do Sul deve e será liderado pela Angola. Mas isso só acontecerá se Angola se torna um parceiro honesto, flexível, com capacidade de negociação e não tira da divisa da repressão que dará as potencias mundiais, que não desejam uma Angola desenrolada e forte, a possibilidade de tombar para sempre o sonho de progresso no Sul do Continente Africano.
Angola deve agir com maturidade, cedendo para ganhar, ganhando ao povo da Cabinda, com gestos generosos de irmão e um coração aberto as diferencias.
Capaz de unir na diversidade, baixo um governo que foi eleito, pelo seu povo, que sobe superar os duros anos de guerra para saber viver em democracia e esperança.
Os povos de África olham para Angola, esperam ver um modelo no que possam iluminar-se e guiar-se.
Por muito que custe quebrar reticências dos setores mais retrógados da sociedade, Angola pode, e deve fazer o correto.
O futuro esta em suas mãos, agora nós devemos supor que seus dirigentes estão à altura desse futuro. E se assim fizer vão ter o apoio e amor do todo o mundo lusófono.

Artur Alonso,
desde a Galiza, tendendo pontes com nosso irmãos de fala da África.


Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/01/texto-que-nos-chegou.html