A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

CABINDA, O PULSO A GANHAR.

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O Movimento Internacional Lusófono (MIL) deve emitir um comunicado sobre a situação na Cabinda; mas este comunicado deve ser muito bem estudado, por motivos diplomáticos, tentando não molestar o governo legitimamente eleito da Angola, mas a vez o MIL deve ser um verdadeiro movimento de unidade e imparcialidade lusófona, aceitando as divergências no seu seio, mas também tendo posições claras e concretas, com firmeza, visão, fora da paixão do momento, e a vez bem estruturadas.
Angola, não pode seguir a estela do crescimento e a modernidade, senão de dotar de instituições modernas e o mais transparentes possíveis.
Angola não pode ser uma potencia motor da África, e não serem a vez um modelo para o resto das nações africanas, não só desenvolvimento econômico, senão político.
Angola tem para já que criar futuras gerações bem educadas, cultas, com inversão em educação e sanidade. O capital humano e as futuros governantes e cidadãos do país serão o futuro da Angola. Educados na tolerância e respeito pela opinião dos outros poderão certamente encarar confrontos e conflitos e dar resolução pela via pacifica.
A Comunidade Lusófona deve ser um exemplo nisso. Apostamos por tropas lusófonas precisamente para atuar evitando conflitos nas aeras lusófonos, sem que nenhuma potencia imperialista em nome de outros interesses, vestida com roupa de paz, o faça por nós tirando proveito e debilitando a lusofonia. Fundamental.
Mas por isso também é fundamental Angola, encorajar reuniões com os opositores na Cabinda, no alvo de conseguir negociações imediatas para um cessar fogo, e depois abrir o caminho para outro tipo de negociações, mais sossegadas, que permitam ao povo da Cabinda decidir o seu futuro, com o respeito e amor de todos os Angolanos e seu governo.
Os interesses econômicos que podam dificultar acordos bem podem ser partilhados, com inteligência e honestidade, entre ambos os irmãos em confronto.
Cabinda deve também entender que uma Autonomia é um grande passo para o governo da Angola, e mesmo com a criação dum auto governo futuro na Cabinda, as relações dentro da Angola podem ser um exemplo a anos luz de outras regiões e países na África, que todo dirimem pela força das armas, permitindo assim a chegada de potencias alheias a aprofundar o conflito e afundido a sociedade angolana e a da Cabinda, em atrasos de decênios de anos, que depois são muito longos no tempo de recuperar.
Angola esta na disposição de ser a nova potencia emergente do mundo. Da sua atuação na Cabinda, vai depender o seu futuro. Se fizer como a China no Tibete, e sonhar que essa é a via correta, ira muito mal encaminhada. China tem um caminho, o caminho da Angola não é o China, nem tem as capacidades, nem tem o poder econômico e global da China para comprar silêncios no mundo Ocidental e Oriental, alem de não ser nunca a forma correta de agir, pois hipoteca um futuro de amor e ativa o ódio. China a maiores tem uma densidade de população muito superior ao Tibete, pelo que pode sonhar com substituir e limpar a cultura e o povo tibetano, mas segue a ser um modo de agir de faca de duplo gume.
Muitos inimigos têm Angola, se levar a adiante uma política repressora na Cabinda, atrasará anos seu avance e com ele a esperança dum novo amanhecer no Sul da África.
É a hora de Angola tornar-se já um poder hegemônico regional e depois global.
Estamos ante a oportunidade da Angola de tirar sucesso da dificuldade e dar uma lição ao mundo, que só espera o momento oportuno para identificar povo africano com povo violento e cafre.
Angola deve agir contra essa lógica, deve mostrar ao mundo que sabe fazer as coisas de forma civilizada, que saber ceder para ganhar. Os pequenos ganhos de hoje como a repressão serão o Dragão que manha queimará Angola e de novo a mergulhará na mediocridade e na miséria.
Angola tem que saber em que espaço global joga: é joga no espaço global Atlântico, no Cone Sul, para realizar com Sul África, o grande mercado Africano de desenvolvimento e capacitação humana e tecnológica no Cone Sul, com projeção ao Brasil, a Moçambique e a Índia.
O grande pólo de desenrolo do Sul deve e será liderado pela Angola. Mas isso só acontecerá se Angola se torna um parceiro honesto, flexível, com capacidade de negociação e não tira da divisa da repressão que dará as potencias mundiais, que não desejam uma Angola desenrolada e forte, a possibilidade de tombar para sempre o sonho de progresso no Sul do Continente Africano.
Angola deve agir com maturidade, cedendo para ganhar, ganhando ao povo da Cabinda, com gestos generosos de irmão e um coração aberto as diferencias.
Capaz de unir na diversidade, baixo um governo que foi eleito, pelo seu povo, que sobe superar os duros anos de guerra para saber viver em democracia e esperança.
Os povos de África olham para Angola, esperam ver um modelo no que possam iluminar-se e guiar-se.
Por muito que custe quebrar reticências dos setores mais retrógados da sociedade, Angola pode, e deve fazer o correto.
O futuro esta em suas mãos, agora nós devemos supor que seus dirigentes estão à altura desse futuro. E se assim fizer vão ter o apoio e amor do todo o mundo lusófono.

Artur Alonso,
desde a Galiza, tendendo pontes com nosso irmãos de fala da África.


Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/01/texto-que-nos-chegou.html