
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...

Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
Mostrar mensagens com a etiqueta EUA. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta EUA. Mostrar todas as mensagens
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
sábado, 27 de junho de 2009
Onde tudo é possível...
É isto (this is it...):
«Esta é a mensagem que o pessoal docente da Escola Secundária de Pacific Palisades (Califórnia) aprovou unanimemente que deveria ser gravada no atendedor de chamadas da escola. Foi o resultado de a escola ter implementado medidas que exigiam aos alunos e aos pais que fossem responsáveis pelas faltas dos estudantes e pelas faltas de trabalho de casa. A escola e os professores estão a ser processados por pais que querem que as notas que levam ao chumbo dos seus filhos sejam alteradas para notas que os passem - ainda que esses miúdos tenham faltado 15 a 30 vezes num semestre e não tendo realizado trabalhos escolares suficientes para poderem ter uma nota positiva.
AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA:
Olá! Foi direccionado para o atendedor automático da escola. De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa, por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:
- Para mentir sobre a justificação das faltas do seu filho, pressione a tecla 1
- Para inventar uma desculpa sobre porque é que o seu filho não fez oseu trabalho, tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos, tecla 3
- Para insultar os professores, tecla 4
- Para saber por que razão não recebeu determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5
- Se quiser que lhe criemos a sua criança, tecla 6
- Se quiser agarrar, tocar, esbofetear ou agredir alguém, tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano, tecla 8
- Para se queixar dos transportes escolares, tecla 9
- Para se queixar dos almoços fornecidos pela escola, tecla 0
- Se já compreendeu que este é o mundo real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus tpcs, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!»
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Brasil desembarca no coracao do imperio ...
... plantando sementes que podem viar a humaniza-lo.
Um evento desta magnitude so foi possivel gracas a contactos feitos no Forum Social Mundial com membros do Forum Brasileiro de Economia Solidaria pela "Guramylay", ONG sediada no Massachussets e liderada por uma Norte-americana e um Sudanes (http://www.transformationcentral.org/).
First National Gathering of the US Solidarity Economy Network
Nearly 400 organizers and activists gathered at the University of Massachusetts in Amherst March 19-22 for the first national gathering of the U.S. Solidarity Economy Network, exceeding the expectations of its organizers.The deepening economic crisis made the meeting quite timely. The overall theme was ’Building Another World,’ and drew participants from the East Coast, South and Midwest of the US, even Alaska and Puerto Rico. Internationally, delegations came from Quebec, Venezuela, Peru, Mexico, and Canada. People represented economic justice and green jobs projects, food coops and credit unions, worker coops and labor unions, and peace and justice organizing efforts."Our diversity was very dynamic and creative," said Julie Matthaei, a USSEN coordinating committee member. "It served us well in affirming our unity, discussing differences, and helping us reach a deeper understanding of the solidarity economy in our context."
Read more on the U.S. Solidarity Network (SEN) website (http://www.populareconomics.org/ussen/).
also on our webite: http://aloe.socioeco.org/spip.php?article565
Um evento desta magnitude so foi possivel gracas a contactos feitos no Forum Social Mundial com membros do Forum Brasileiro de Economia Solidaria pela "Guramylay", ONG sediada no Massachussets e liderada por uma Norte-americana e um Sudanes (http://www.transformationcentral.org/).
First National Gathering of the US Solidarity Economy Network
Nearly 400 organizers and activists gathered at the University of Massachusetts in Amherst March 19-22 for the first national gathering of the U.S. Solidarity Economy Network, exceeding the expectations of its organizers.The deepening economic crisis made the meeting quite timely. The overall theme was ’Building Another World,’ and drew participants from the East Coast, South and Midwest of the US, even Alaska and Puerto Rico. Internationally, delegations came from Quebec, Venezuela, Peru, Mexico, and Canada. People represented economic justice and green jobs projects, food coops and credit unions, worker coops and labor unions, and peace and justice organizing efforts."Our diversity was very dynamic and creative," said Julie Matthaei, a USSEN coordinating committee member. "It served us well in affirming our unity, discussing differences, and helping us reach a deeper understanding of the solidarity economy in our context."
Read more on the U.S. Solidarity Network (SEN) website (http://www.populareconomics.org/ussen/).
also on our webite: http://aloe.socioeco.org/spip.php?article565
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
A "revolução" de Obama...
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Para o Obama

Ganhaste. Por isso, antes de mais, os meus parabéns.
Acrescidos pelos facto de tu, a princípio, te teres imposto contra tudo e contra todos. Sempre gostei de gajos teimosos e obstinados, com Vontade. Gajos que dizem: “Sim, é possível.”. E a verdade é que conseguiste.
Se bem que a tua prova de fogo tinha sido no início, contra a outra (a Clinton). Depois, foi relativamente fácil. Apesar do teu adversário ser um tipo decente.
Como bem sabes, provocaste por todo o mundo, e também por cá, uma histeria que chegou a tornar-se doentia. Como sou um viciado em jornais, fui acompanhando – e muito sorri, com as manipulações, por vezes bem grosseiras, que se foram fazendo. E tu até não precisavas disso.
Agora que ganhaste, vai começar a desilusão. Afinal, tu foste eleito Presidente dos Estados Unidos e sabes bem que todos os países, para mais o teu, têm, antes de mais, que defender os seus interesses. Sei que o farás e não me desiludirei por isso – pela simples razão de que nunca tive ilusões a esse respeito.
Irei seguir pois, tranquilamente, a tua actuação. Se não somos todos americanos, nada de americano nos pode ser por inteiro indiferente. Em todo os planos – mesmo que a América sempre me tenha despertado as mais ambivalentes sensações.
Não sei se conheces o Heidegger (sim, aquele…), mas ele formou muito a minha ideia do mundo e da América em particular. Mas, acredita, não sou um anti-americano ontológico. Prezo, em particular, algum do vosso cinema. Uma das minhas alcunhas até é, imagina, Clint (Eastwood). E, no final do “The Dear Hunter”, do Cimino, até já me surpreendi a cantarolar o “God bless America”. Para “anti-americano” e “ateu”, não está nada mal…
Sabes como é. Sempre tive um fraco por personagens complexas. Sou, à minha maneira, como tu, mestiço. Por isso, também nunca gostei do outro. Ainda que queira ir ver o filme do Stone. Depois conto-to. Suponho que não terás tempo para o ver…
Com um abraço
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
A Venezuela interessa-nos?
A Venezuela dá pão a muitos portugueses. A diplomacia portuguesa com a troca de visitas dos chefes de Estados no passado muito recente e no contexto da crise de petróleo veio a comprovar isso com mais reforço!
O que se passa na Venezuela e outros países da América Latina devido a ingerência conflituosa dos EUA deve interessar a Portugal. Os EUA são os verdadeiros responsáveis pelo terrorismo que hoje em dia assola todo o mundo. Portugal e os aliados europeus são arrastados a participar na guerra contra o terrorismo que só serve para criar mais oportunidades de exploração de recursos mundiais para sustentar a boa vida dos americanos.
Tanta dissimulação e ainda se fala de Direito Internacional?
O que se passa na Venezuela e outros países da América Latina devido a ingerência conflituosa dos EUA deve interessar a Portugal. Os EUA são os verdadeiros responsáveis pelo terrorismo que hoje em dia assola todo o mundo. Portugal e os aliados europeus são arrastados a participar na guerra contra o terrorismo que só serve para criar mais oportunidades de exploração de recursos mundiais para sustentar a boa vida dos americanos.
Tanta dissimulação e ainda se fala de Direito Internacional?
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Nova guerra fria ou nova ordem mundial?
Na vaga de acusações e contra-acusações entre a Rússia e os países da OTAN podemos ver o desenrolar da nova guerra fria. Ou será a Nova Ordem mundial? A UE está a ameaçar desde há dias que a Rússia poderá vir a ser excluída do G-8 e da WTO, e que poderá sofrer sanções (sem definir os pormenores)! A Rússia não ameaça, mas já está a tomar as contra-medidas concretas. O representante russo perante a UE declarou que as sanções deverão doer mais à Europa do que à Rússia. Enquanto a Polónia está desde há um ano proibida de exportar carnes para a Rússia, esta proibição poderá ser em breve extensiva à exportação das aves por 19 empresas americanas, e a exportação das carnes pelos países da UE, embora os países directamente visados sejam a Bulgária e a Roménia que pretendem entrar na UE muito em breve.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
FESTA AMERICANA
Uma festa é sempre uma festa; mas quando é de ocasião, no Hotel mais chique da cidade e é uma tripulação de um navio de guerra americano a fazer as honras da casa, passa a ser um acontecimento, para mais uma oportunidade para se privar assim de perto com os americanos-donos-do-mundo aparece uma vez na vida do comum dos mortais.
Na verdade, tomei conhecimento da festa uma hora antes, e não percebi também muito bem qual a ligação entre os americanos e a escola onde estou a trabalhar, e através da qual recebi o convite (depois descobriria que a Directora tem um namorado americano, e portanto que este tinha sido the right guy in the right place).
O navio de guerra era mais precisamente uma fragata que tem estado fundeada ao largo de S Tomé desde há alguns dias. Os tripulantes pareciam ter-se fartado da vida monótona de barco-polícia-do-mundo e decidiram organizar uma festança no Hotel Miramar, como se disse o de mais nomeada em São Tomé. Houve jantar, música (trouxeram aparelhagem de som e um grupo deles passou quase a festa toda a cantar hip-hop e outros sons afro-americanos, como não podia deixar de ser), enfim, muita bebida e comida a correr às custas de Mr. Bush, I presume. Ainda para mais, um deles fazia anos, um tipo altíssimo, devia ter uns 2.10m. Chamava-se David, aquele americano típico com o ar e a cor desbotada de quem come flocos de aveia todos os dias e que se notava queria era diversão. E depois havia elementos femininos na tripulação também, claro, também não enganavam ninguém sobre a sua origem (só lhes faltavam os pompons e armar a coreografia). Mas isso foi só a seguir ao jantar-volante, com animação q.b., distribuição de lugares dentro mas também fora da sala de refeições e de um são-tomense esganiçando hits do Bob Marley ter tentado em vão que alguém o acompanhasse.
Tudo melhorou de facto com a entrada “em palco” do grupo dos kaméricas músicos (“kaméricas” é um termo encontrado nos livros do Pepetela, o seu a seu dono) e, puxando a brasa à minha sardinha, também às libações do vinho alentejano que tinha regado o jantar. Logo ali se improvisou uma pista de dança em frente ao bar, e entre nós já se comentava que estávamos todos a correr perigo, se eles voltassem ao barco completamente drunks – o que tudo fazia crer que sim, já que a maior parte tinha entretanto tomado de assalto o bar do hotel –, podiam carregar sem querer no botão que acordaria os mísseis e mandar a ilha pelos ares. Não foi no entanto preciso chegar a esse ponto, já que a páginas tantas o comandante da fragata salta para o palco, tira o microfone ao rapper e anuncia que a festa tinha terminado, que já se tinha bebido mais do que o suficiente e que tinha de ir tudo para o barco. Houve algum burburinho, o David, ao lado do mandante, pronunciou um silencioso fuck e lá começou tudo a dispersar da pista, a pegar nas mochilas e a sair. Nesta altura, diga-se em nome da verdade dos acontecimentos realmente passados, já os americanos se tinham metido com as portuguesas e já havia algumas na pista. O certo é que também nós fomos levados, não para o barco, mas a dar por encerrada a festança. Já no exterior do hotel, o insólito passou à frente dos nossos olhos (se fosse o ex-famoso jornalista da praça Artur Albarrã, diria «O horror», «O drama»): um americano tombado, ou tinha havido uma baixa, para utilizar terminologia militar, e logo se pôs a questão: como é que o exército mais poderoso do mundo pode ter sofrido baixas em S Tomé, quando é certo e sabido que as forças militares locais não tinham arsenal suficiente nem mesmo para resgatar o Ilhéu das Cabras se o mesmo fosse invadido por tropas inimigas? Do dito americano se fez rapidamente o diagnóstico, bastou a observação para perceber que era bebedeira, de qual bebida não sabemos dizer, mas era improvável que fosse de aguardente da terra, cacharamba como é chamada, que bebidas destas não entram em hotéis do Pestana como é este Miramar. Foi assim que tudo terminou, pensámos os americanos regressaram ao barco e nós vamos beber mais um copo a um bar da cidade (aliás, ao bar da cidade, não há outro). Enganámo-nos mais uma vez, pois quando chegámos ao Tropicana, estava lá um grupo de americanos escapulidos. Não por muito tempo, na contagem de cabeças faltavam aquelas que só ali poderiam estar, deve ter pensado o comandante, pois pouco depois estava a entrar no bar com o mesmo ar imperturbábel que tinha posto ao microfone do rapper quando anunciara o fim de festa, e nem foi preciso dizer nada, entrou mudo e mudo saiu do bar, como de resto o grupo desertor que saía atrás de si, afinal de contas estamos a falar do poderoso e temível exército do Tio Sam.
Na verdade, tomei conhecimento da festa uma hora antes, e não percebi também muito bem qual a ligação entre os americanos e a escola onde estou a trabalhar, e através da qual recebi o convite (depois descobriria que a Directora tem um namorado americano, e portanto que este tinha sido the right guy in the right place).
O navio de guerra era mais precisamente uma fragata que tem estado fundeada ao largo de S Tomé desde há alguns dias. Os tripulantes pareciam ter-se fartado da vida monótona de barco-polícia-do-mundo e decidiram organizar uma festança no Hotel Miramar, como se disse o de mais nomeada em São Tomé. Houve jantar, música (trouxeram aparelhagem de som e um grupo deles passou quase a festa toda a cantar hip-hop e outros sons afro-americanos, como não podia deixar de ser), enfim, muita bebida e comida a correr às custas de Mr. Bush, I presume. Ainda para mais, um deles fazia anos, um tipo altíssimo, devia ter uns 2.10m. Chamava-se David, aquele americano típico com o ar e a cor desbotada de quem come flocos de aveia todos os dias e que se notava queria era diversão. E depois havia elementos femininos na tripulação também, claro, também não enganavam ninguém sobre a sua origem (só lhes faltavam os pompons e armar a coreografia). Mas isso foi só a seguir ao jantar-volante, com animação q.b., distribuição de lugares dentro mas também fora da sala de refeições e de um são-tomense esganiçando hits do Bob Marley ter tentado em vão que alguém o acompanhasse.
Tudo melhorou de facto com a entrada “em palco” do grupo dos kaméricas músicos (“kaméricas” é um termo encontrado nos livros do Pepetela, o seu a seu dono) e, puxando a brasa à minha sardinha, também às libações do vinho alentejano que tinha regado o jantar. Logo ali se improvisou uma pista de dança em frente ao bar, e entre nós já se comentava que estávamos todos a correr perigo, se eles voltassem ao barco completamente drunks – o que tudo fazia crer que sim, já que a maior parte tinha entretanto tomado de assalto o bar do hotel –, podiam carregar sem querer no botão que acordaria os mísseis e mandar a ilha pelos ares. Não foi no entanto preciso chegar a esse ponto, já que a páginas tantas o comandante da fragata salta para o palco, tira o microfone ao rapper e anuncia que a festa tinha terminado, que já se tinha bebido mais do que o suficiente e que tinha de ir tudo para o barco. Houve algum burburinho, o David, ao lado do mandante, pronunciou um silencioso fuck e lá começou tudo a dispersar da pista, a pegar nas mochilas e a sair. Nesta altura, diga-se em nome da verdade dos acontecimentos realmente passados, já os americanos se tinham metido com as portuguesas e já havia algumas na pista. O certo é que também nós fomos levados, não para o barco, mas a dar por encerrada a festança. Já no exterior do hotel, o insólito passou à frente dos nossos olhos (se fosse o ex-famoso jornalista da praça Artur Albarrã, diria «O horror», «O drama»): um americano tombado, ou tinha havido uma baixa, para utilizar terminologia militar, e logo se pôs a questão: como é que o exército mais poderoso do mundo pode ter sofrido baixas em S Tomé, quando é certo e sabido que as forças militares locais não tinham arsenal suficiente nem mesmo para resgatar o Ilhéu das Cabras se o mesmo fosse invadido por tropas inimigas? Do dito americano se fez rapidamente o diagnóstico, bastou a observação para perceber que era bebedeira, de qual bebida não sabemos dizer, mas era improvável que fosse de aguardente da terra, cacharamba como é chamada, que bebidas destas não entram em hotéis do Pestana como é este Miramar. Foi assim que tudo terminou, pensámos os americanos regressaram ao barco e nós vamos beber mais um copo a um bar da cidade (aliás, ao bar da cidade, não há outro). Enganámo-nos mais uma vez, pois quando chegámos ao Tropicana, estava lá um grupo de americanos escapulidos. Não por muito tempo, na contagem de cabeças faltavam aquelas que só ali poderiam estar, deve ter pensado o comandante, pois pouco depois estava a entrar no bar com o mesmo ar imperturbábel que tinha posto ao microfone do rapper quando anunciara o fim de festa, e nem foi preciso dizer nada, entrou mudo e mudo saiu do bar, como de resto o grupo desertor que saía atrás de si, afinal de contas estamos a falar do poderoso e temível exército do Tio Sam.
Outubro 2007
João Paulo Pereira – Professor em STP
João Paulo Pereira – Professor em STP
Nota: Vários barcos de guerra norte-americanos vêm fundeando com regularidade ao largo de São Tomé e Príncipe, no quadro da sua política militarista que parece ter tomado o mundo de assalto. Esta crónica reporta-se a uma dessas ocasiões em que os embarcadiços do Tio Sam, aproveitando para folgar da vida embarcada, acabaram emborcando a rodos na festa que os mesmos prepararam no então hotel mais conceituado da cidade.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Faz hoje 33 anos que começou a guerra civil timorense, de que resultou a invasão indonésia...
Portugal nunca teve intenção de resistir à invasão de Timor-Leste pela Indonésia. A decisão foi transmitida, em Março de 1975, à Administração dos EUA e acabou por ser revelada entretanto pelo Arquivo de Segurança Nacional americano, que divulgou 39 documentos até agora secretos sobre os contactos diplomáticos entre Estados Unidos, Portugal, Timor-Leste e Indonésia.A posição portuguesa terá, segundo Washington, ignorado a análise militar americana, que concluiu ser possível "encurralar" os indonésios em Díli com o "mínimo de preparativos (...) sem gastarem muito sangue ou munições". Em Março de 1975, um memorando "ultra-secreto" endereçado ao conselheiro de Segurança Nacional, Henry Kissinger, dava conta dos receios da Indonésia sobre "uma retirada apressada dos portugueses" poder deixar Timor-Leste "sujeito aos instintos esquerdistas de uns poucos líderes (...) influenciados por Pequim".
O documento alerta ainda para o facto de o ex-presidente Suharto ter dado ordens para a "incorporação" de Timor ser realizada até Agosto de 1975, "pela força se necessário". As entidades portuguesas, porém, informaram a Administração americana de que não iriam resistir ao "uso da força por parte da Indonésia", acrescenta o documento, sem adiantar mais pormenores.Por outro lado, os arquivos revelam que, em Novembro desse mesmo ano, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta, contactou desesperadamente a Embaixada Americana na Austrália, apelando a uma "ajuda política e económica à Fretilin" e alertando para a invasão "iminente" da Indonésia.Segundo o relatório "confidencial" do Departamento de Estado americano, Ramos-Horta foi recebido por um funcionário da Embaixada que "ouviu a sua exposição sem fazer comentários". Meses antes, contudo, outro documento, datado do Agosto de 1975, relata o encontro entre o embaixador dos EUA em Jacarta e o tenente-general Yoga Sugomo, dos serviços secretos indonésios. Nessa reunião, o diplomata americano terá esclarecido que os Estados Unidos não tinham qualquer "objecção à fusão de Timor português com a Indonésia, assumindo que esse é o desejo da população". Recorde-se que a Indonésia invadiu Timor-Leste a 7 de Dezembro de 1975 com o conhecimento prévio dos Estados Unidos.
O conteúdo dos arquivos secretos sobre a invasão agora tornado público não surpreendeu o ex-primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, que diz estar convencido de que o poder saído da Revolução do 25 de Abril nunca considerou a possibilidade de Timor-Leste ascender à independência. Alkatiri recordou um jantar em casa do falecido general Vasco Gonçalves, no início dos anos 80, onde este lhe terá dito que "em Portugal, na altura, se considerava que tudo devia ser feito para facilitar a integração de Timor na Indonésia".
Fonte: Diário de Notícias
O documento alerta ainda para o facto de o ex-presidente Suharto ter dado ordens para a "incorporação" de Timor ser realizada até Agosto de 1975, "pela força se necessário". As entidades portuguesas, porém, informaram a Administração americana de que não iriam resistir ao "uso da força por parte da Indonésia", acrescenta o documento, sem adiantar mais pormenores.Por outro lado, os arquivos revelam que, em Novembro desse mesmo ano, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos-Horta, contactou desesperadamente a Embaixada Americana na Austrália, apelando a uma "ajuda política e económica à Fretilin" e alertando para a invasão "iminente" da Indonésia.Segundo o relatório "confidencial" do Departamento de Estado americano, Ramos-Horta foi recebido por um funcionário da Embaixada que "ouviu a sua exposição sem fazer comentários". Meses antes, contudo, outro documento, datado do Agosto de 1975, relata o encontro entre o embaixador dos EUA em Jacarta e o tenente-general Yoga Sugomo, dos serviços secretos indonésios. Nessa reunião, o diplomata americano terá esclarecido que os Estados Unidos não tinham qualquer "objecção à fusão de Timor português com a Indonésia, assumindo que esse é o desejo da população". Recorde-se que a Indonésia invadiu Timor-Leste a 7 de Dezembro de 1975 com o conhecimento prévio dos Estados Unidos.
O conteúdo dos arquivos secretos sobre a invasão agora tornado público não surpreendeu o ex-primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, que diz estar convencido de que o poder saído da Revolução do 25 de Abril nunca considerou a possibilidade de Timor-Leste ascender à independência. Alkatiri recordou um jantar em casa do falecido general Vasco Gonçalves, no início dos anos 80, onde este lhe terá dito que "em Portugal, na altura, se considerava que tudo devia ser feito para facilitar a integração de Timor na Indonésia".
Fonte: Diário de Notícias
quarta-feira, 25 de junho de 2008
REMARKS AT AIPAC POLICY CONFERENCE Senator Barack Obama

June 4, 2008
As Prepared for Delivery
It's great to see so many friends from across the country. I want to congratulate Howard Friedman, David Victor and Howard Kohr on a successful conference, and on the completion of a new headquarters just a few blocks away.
Before I begin, I want to say that I know some provocative emails have been circulating throughout Jewish communities across the country. A few of you may have gotten them. They're filled with tall tales and dire warnings about a certain candidate for President. And all I want to say is – let me know if you see this guy named Barack Obama, because he sounds pretty frightening.
But if anyone has been confused by these emails, I want you to know that today I'll be speaking from my heart, and as a true friend of Israel. And I know that when I visit with AIPAC, I am among friends. Good friends. Friends who share my strong commitment to make sure that the bond between the United States and Israel is unbreakable today, tomorrow, and forever.
One of the many things that I admire about AIPAC is that you fight for this common cause from the bottom up. The lifeblood of AIPAC is here in this room – grassroots activists of all ages, from all parts of the country, who come to Washington year after year to make your voices heard. Nothing reflects the face of AIPAC more than the 1,200 students who have travelled here to make it clear to the world that the bond between Israel and the United States is rooted in more than our shared national interests – it's rooted in the shared values and shared stories of our people. And as President, I will work with you to ensure that it this bond strengthened.
I first became familiar with the story of Israel when I was eleven years old. I learned of the long journey and steady determination of the Jewish people to preserve their identity through faith, family and culture. Year after year, century after century, Jews carried on their traditions, and their dream of a homeland, in the face of impossible odds.
The story made a powerful impression on me. I had grown up without a sense of roots. My father was black, he was from Kenya, and he left us when I was two. My mother was white, she was from Kansas, and I'd moved with her to Indonesia and then back to Hawaii. In many ways, I didn't know where I came from. So I was drawn to the belief that you could sustain a spiritual, emotional and cultural identity. And I deeply understood the Zionist idea – that there is always a homeland at the center of our story.
I also learned about the horror of the Holocaust, and the terrible urgency it brought to the journey home to Israel. For much of my childhood, I lived with my grandparents. My grandfather had served in World War II, and so had my great uncle. He was a Kansas boy, who probably never expected to see Europe – let alone the horrors that awaited him there. And for months after he came home from Germany, he remained in a state of shock, alone with the painful memories that wouldn't leave his head.
You see, my great uncle had been a part of the 89th Infantry Division – the first Americans to reach a Nazi concentration camp. They liberated Ohrdruf, part of Buchenwald, on an April day in 1945. The horrors of that camp go beyond our capacity to imagine. Tens of thousands died of hunger, torture, disease, or plain murder – part of the Nazi killing machine that killed 6 million people.
When the Americans marched in, they discovered huge piles of dead bodies and starving survivors. General Eisenhower ordered Germans from the nearby town to tour the camp, so they could see what was being done in their name. He ordered American troops to tour the camp, so they could see the evil they were fighting against. He invited Congressmen and journalists to bear witness. And he ordered that photographs and films be made. Explaining his actions, Eisenhower said that he wanted to produce, "first-hand evidence of these things, if ever, in the future, there develops a tendency to charge these allegations merely to propaganda."
I saw some of those very images at Yad Vashem, and they never leave you. And those images just hint at the stories that survivors of the Shoah carried with them. Like Eisenhower, each of us bears witness to anyone and everyone who would deny these unspeakable crimes, or ever speak of repeating them. We must mean what we say when we speak the words: "never again."
It was just a few years after the liberation of the camps that David Ben-Gurion declared the founding of the Jewish State of Israel. We know that the establishment of Israel was just and necessary, rooted in centuries of struggle, and decades of patient work. But 60 years later, we know that we cannot relent, we cannot yield, and as President I will never compromise when it comes to Israel's security.
Not when there are still voices that deny the Holocaust. Not when there are terrorist groups and political leaders committed to Israel's destruction. Not when there are maps across the Middle East that don't even acknowledge Israel's existence, and government-funded textbooks filled with hatred toward Jews. Not when there are rockets raining down on Sderot, and Israeli children have to take a deep breath and summon uncommon courage every time they board a bus or walk to school.
I have long understood Israel's quest for peace and need for security. But never more so than during my travels there two years ago. Flying in an IDF helicopter, I saw a narrow and beautiful strip of land nestled against the Mediterranean. On the ground, I met a family who saw their house destroyed by a Katyusha Rocket. I spoke to Israeli troops who faced daily threats as they maintained security near the blue line. I talked to people who wanted nothing more simple, or elusive, than a secure future for their children.
KEEP READING…
As Prepared for Delivery
It's great to see so many friends from across the country. I want to congratulate Howard Friedman, David Victor and Howard Kohr on a successful conference, and on the completion of a new headquarters just a few blocks away.
Before I begin, I want to say that I know some provocative emails have been circulating throughout Jewish communities across the country. A few of you may have gotten them. They're filled with tall tales and dire warnings about a certain candidate for President. And all I want to say is – let me know if you see this guy named Barack Obama, because he sounds pretty frightening.
But if anyone has been confused by these emails, I want you to know that today I'll be speaking from my heart, and as a true friend of Israel. And I know that when I visit with AIPAC, I am among friends. Good friends. Friends who share my strong commitment to make sure that the bond between the United States and Israel is unbreakable today, tomorrow, and forever.
One of the many things that I admire about AIPAC is that you fight for this common cause from the bottom up. The lifeblood of AIPAC is here in this room – grassroots activists of all ages, from all parts of the country, who come to Washington year after year to make your voices heard. Nothing reflects the face of AIPAC more than the 1,200 students who have travelled here to make it clear to the world that the bond between Israel and the United States is rooted in more than our shared national interests – it's rooted in the shared values and shared stories of our people. And as President, I will work with you to ensure that it this bond strengthened.
I first became familiar with the story of Israel when I was eleven years old. I learned of the long journey and steady determination of the Jewish people to preserve their identity through faith, family and culture. Year after year, century after century, Jews carried on their traditions, and their dream of a homeland, in the face of impossible odds.
The story made a powerful impression on me. I had grown up without a sense of roots. My father was black, he was from Kenya, and he left us when I was two. My mother was white, she was from Kansas, and I'd moved with her to Indonesia and then back to Hawaii. In many ways, I didn't know where I came from. So I was drawn to the belief that you could sustain a spiritual, emotional and cultural identity. And I deeply understood the Zionist idea – that there is always a homeland at the center of our story.
I also learned about the horror of the Holocaust, and the terrible urgency it brought to the journey home to Israel. For much of my childhood, I lived with my grandparents. My grandfather had served in World War II, and so had my great uncle. He was a Kansas boy, who probably never expected to see Europe – let alone the horrors that awaited him there. And for months after he came home from Germany, he remained in a state of shock, alone with the painful memories that wouldn't leave his head.
You see, my great uncle had been a part of the 89th Infantry Division – the first Americans to reach a Nazi concentration camp. They liberated Ohrdruf, part of Buchenwald, on an April day in 1945. The horrors of that camp go beyond our capacity to imagine. Tens of thousands died of hunger, torture, disease, or plain murder – part of the Nazi killing machine that killed 6 million people.
When the Americans marched in, they discovered huge piles of dead bodies and starving survivors. General Eisenhower ordered Germans from the nearby town to tour the camp, so they could see what was being done in their name. He ordered American troops to tour the camp, so they could see the evil they were fighting against. He invited Congressmen and journalists to bear witness. And he ordered that photographs and films be made. Explaining his actions, Eisenhower said that he wanted to produce, "first-hand evidence of these things, if ever, in the future, there develops a tendency to charge these allegations merely to propaganda."
I saw some of those very images at Yad Vashem, and they never leave you. And those images just hint at the stories that survivors of the Shoah carried with them. Like Eisenhower, each of us bears witness to anyone and everyone who would deny these unspeakable crimes, or ever speak of repeating them. We must mean what we say when we speak the words: "never again."
It was just a few years after the liberation of the camps that David Ben-Gurion declared the founding of the Jewish State of Israel. We know that the establishment of Israel was just and necessary, rooted in centuries of struggle, and decades of patient work. But 60 years later, we know that we cannot relent, we cannot yield, and as President I will never compromise when it comes to Israel's security.
Not when there are still voices that deny the Holocaust. Not when there are terrorist groups and political leaders committed to Israel's destruction. Not when there are maps across the Middle East that don't even acknowledge Israel's existence, and government-funded textbooks filled with hatred toward Jews. Not when there are rockets raining down on Sderot, and Israeli children have to take a deep breath and summon uncommon courage every time they board a bus or walk to school.
I have long understood Israel's quest for peace and need for security. But never more so than during my travels there two years ago. Flying in an IDF helicopter, I saw a narrow and beautiful strip of land nestled against the Mediterranean. On the ground, I met a family who saw their house destroyed by a Katyusha Rocket. I spoke to Israeli troops who faced daily threats as they maintained security near the blue line. I talked to people who wanted nothing more simple, or elusive, than a secure future for their children.
KEEP READING…
Subscrever:
Mensagens (Atom)