Donde vimos, para onde vamos...

Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Três Grandes que nos deixaram: Manoel de Oliveira, Herberto Helder e Goulart Nogueira...
domingo, 11 de dezembro de 2011
Faz hoje 103 anos...

Manuel Cândido Pinto de Oliveira nasceu no Porto, a 11 de Dezembro de 1908, tendo sido registado com a data do dia seguinte. Apesar da sua provecta idade, continua a exercer a actividade de cineasta, sempre com as mais elogiosas menções por parte da crítica internacional. Vale Abraão, O Convento, A Caixa e Non ou a Vã Glória de Mandar são alguns dos seus mais conhecidos filmes.
Fonte: O Leme
domingo, 23 de janeiro de 2011
terça-feira, 15 de junho de 2010
16 de Junho

Acto da Primavera, de Manoel de Oliveira, ou como os aldeões transmontanos salvaram o Cinema
CONFERÊNCIA de Guillaume Bourgois, dia 16 de Junho, às 18h, Auditório 1 da FCSH (Av. Berna, n. 26)
Licenciado em Filosofia, mestre em Letras Modernas e doutorado em Cinema, Guillaume Bourgois é um estudioso da obra de Manoel de Oliveira. Nos seus artigos e conferências tem analisado o trabalho do cineasta português nos seus cruzamentos com a obra de escritores e pensadores como Dostoievski, Bresson, Fernando Pessoa ou Camilo Castelo Branco.
No dia 16 vem à FCSH falar de Acto de Primavera (1961), obra paradoxal que, através da captação de um espectáculo tradicional (representação anual do mistério da vida de Cristo), reflecte sobre a Modernidade e os seus preconceitos. O filme é analisado também enquanto precursor do Novo Cinema Português, e obra de resistência ao Estado Novo, ao lado de filmes de João César Monteiro ou Paulo Rocha. Explicará ainda porque entende que seja este um "filme sobrenatural".
Agradecemos a vossa presença e divulgação.
domingo, 22 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
domingo, 7 de dezembro de 2008
Para o Manoel de Oliveira

Também não sou um fã incondicional da tua obra. O primeiro filme teu que vi foi, julgo, o “Non”, ainda o Fórum Picoas passava cinema. Na altura, irritou-me bastante. Mas tem resistido, e até “melhorado”, depois de várias revisitações. Um dia, aliás, gostaria de discutir contigo o final do filme – aquela morte a 25 de Abril de 1974…
Depois, houve uns que gostei mais, outros menos. Outros nem sequer vi – em particular, as tuas adaptações dos romances da Agustina. Acho-a uma escritora admirável – mas não tenho, confesso, grande paciência para tramas burguesas…
Do teu filme sobre o Vieira não gostei muito. Gostei mais do teu filme sobre o Quinto Império – que ainda recentemente revi…
Em geral, acho que tens grandes ideias – os filmes é que nem sempre fazem jus a elas…
Em todo o caso, porque os artistas também não são todos iguais, acho bem que continues a beneficiar de um regime de excepção quanto ao financiamento dos teus filmes. A maior parte dos outros cineastas nem grandes ideias têm. Às vezes, aliás, nem pequenas…
É assim o “cinema português”. Aliás, a esse respeito, uma breve nota: sempre achei curioso que os mesmos que se escandalizam com a expressão “filosofia portuguesa” não estendam, depois, o seu escândalo ao cinema…
Mas é assim Portugal. A coerência, nesta terra, é uma bizantinice…
Com um Abraço
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Mostra de cinema português em Pirenópolis

Decorre até ao próximo dia 12 de Outubro, na cidade histórica de Pirenópolis, no Estado brasileiro de Goiânia, uma Mostra de Cinema Português inteiramente dedicada ao realizador Manoel de Oliveira.
Trata-se de uma parceria entre o Instituto Camões e o Instituto Pireneus, através do Cineclube Pireneus e da Secretaria de Cultura e Turismo de Pirenópolis.
Serão apresentados os filmes Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), Vale Abraão (1993), A Caixa (1994), Palavra e Utopia (2000), Vou para Casa (2001), Porto da Minha Infância (2001), Princípio da Incerteza (2002) e Um Filme Falado (2003).
Fonte : Embaixada de Portugal no Brasil
terça-feira, 10 de junho de 2008
PORTUGAL
OS CASTELOS
Os de Castela rodearam a praça-forte alentejana ao raiar do dia, montou-se o cerco. Convictos da incapacidade Portuguesa de lhes resistir, enviaram um emissário com os termos de uma rendição clemente, antigo e ufano garbo Castelhano.
O emissário acercou-se das ameias e, depois de ter anunciado a Realeza de quem vinha, gritou mais alto os termos da rendição. Nada. Repetiu-os e repetiu-os. Nada. Incomodado, virou o tronco na montada para os seus e voltou a gritar o que era forçoso repetir. Nada.
Eis que uma sentinela dos Portugueses, ensonada, assoma à barbacã e lhe grita:
«– Pouco barulho, homem, ainda estamos a dormir!»
[Contado por um ilustre ancião eborense, entre o jornal e a bica, numa tarde soalheira e lenta no Café Arcada e recontado por mim.]
OS CAMPOS
O vigor e a galanteria deste exército napoleónico, que pela terceira vez atravessa a fronteira Portuguesa para dominar a insignificante e casmurra nação ibérica, adornado nas cores berrantes dos seus uniformes, atrai o riso das crianças nos caminhos. Imperturbáveis, param a marcha no início de uma daquelas estreitas pontes romanas do centro norte de Portugal. Trata-se de cavalheiros Franceses, uma nação implacável e refinada, um pequeno homem montado num burrico está a atravessar a ponte. Aguardam.
O pequeno Português e o seu burro atravessam a ponte e estacam em frente ao general dos francos:
«– Bom dia, passem, passem, não tenham medo, que não vos faço mal!»
[Relatado pelo Conde de Keyserling e recontado por mim.]
AS QUINAS
Diz-se que Dom Fernando nunca perdeu a Fé durante o cativeiro, que foi torturado e humilhado, que morreu como um herói, um mártir, um santo. Não sei. Eis o que eu sei.
A batalha estava perdida, mas a Ala dos Namorados estabeleceu um muro de carne entre os exércitos dos mouros e o centro, onde o Rei, malferido, amparado, morria lentamente. Os Portugueses estavam já sem artilharia e a débil ordem da Ala foi massacrada pela fuzilaria, as flechas e a bombardada dos Marroquinos e dos seus aliados – e desfez-se como um velame fustigado pela tormenta. Era o fim. Ouviu-se uma voz acima da vozearia, «Protegei o Rei!». Os cavaleiros, que ainda não estavam por terra, apearam-se das suas montarias e correram para o centro, «Protegei Sua Majestade!». Eram somente um destroçado bando de Portugueses, e alguns Italianos, Espanhóis e Ingleses entre eles. Na morte, os homens encontram conforto à sombra de uma Bandeira ou a resguardar um Rei moribundo. A exímia e ágil cavalaria berbere carregou de alfange no ar e lança em riste.
«Protegei Sua Majestade El Rey Dom Sebastião!», Dom Fernando encabeçava uma cunha em frente ao Rei, de borco já, desfalecido, e feriu e cortou e combateu e defendeu, incansável. A seu lado os corpos caíam, os dos seus e os dos mouros. Um cavaleiro rápido adianta-se e crava um croque no dorso do Rei e, do cavalo, arrasta o seu cadáver pela poeira. É o fim. Dom Fernando quer erguer a espada, acompanhar na morte o Seu Soberano, protegê-lO na morte, mas as forças esgotaram-se-lhe. Cai de joelhos, baixa o rosto, as vestes rasgadas são uma pasta de sangue. As lágrimas correm-lhe, do chão ergue-se um sudário de pó, vitoriosos, os cavaleiros de Alá rodeiam-no aos gritos.
[Ofertado por um sonho visionário e contado aqui.]
Lord of Erewhon
NOTA: Eu sei que o que descrevo é impossível. O cativeiro e morte de Dom Fernando aconteceu muito antes da Batalha de Alcácer-Quibir, mas a verdade dos sonhos não é para ser negada pelo sonhador. Talvez, nós, os vivos, é que sejamos fantasmas e toda a nossa verdade seja erro e pó – e a Alma de uma Nação sonha tanto como os seus Filhos e assiste aos mortos o direito de tentar proteger os vivos!
Dom Fernando, O Infante Santo, nasceu em Santarém a 29 de Setembro de 1402 – morreu no cárcere em Fez a 5 de Junho de 1443. Depois de morto, o seu cadáver foi embalsamado e pendurado nu e de cabeça para baixo às portas da cidade. Na sua Bandeira pessoal tinha feito escrever a insígnia «Le bien me plaît».
El Rey Dom Sebastião, O Desejado, nasceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554 – morreu em Alcácer-Quibir a 4 de Agosto de 1578. Tinha 24 anos. O seu corpo nunca foi encontrado.