A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Texto lido no Encontro Lusófono de 10 de Junho



“Ó sórdidos Galegos, duro bando”:

Que sentido deu Camões a este verso d' Os Lusíadas, ele que tem o seu solar originário na freguesia de Camos, Gondomar, na Galiza ao norte do Minho, donde era o seu pai?

Penso que não tem sentido nenhum negativo. Simplesmente denuncia que os galegos ao norte do Minho, por infelicidade deles e também nossa (permiti-me que fale também como português que sou), os galegos do norte não formaram parte do projeto de Portugal do que é um bom resultado a presente multicontinentalidade do nosso verbo.

A Galiza que ficou na Espanha, melhor dito, sob a bota de ferro de Espanha, em verdade que tinha que se ter somado ao projeto de Portugal. Não o fez e em grande medida pelo agir errado e parvo da sua liderança galega. Eis a sordidez galega pela que brada e denuncia Camões, dizendo-nos com esse verso, mas algum dia deixareis de serdes assim e tendes de estar no projeto comum da Lusofonia.

É por isso que hoje eu estou aqui, feliz e emocionado, como galego, reivindicando o nosso Camões, e é que a Lusofonia não pode estar completa sem nós, como não está sem o território roubado e bem português de Olivença.

Poucos dias há melhores para festejar todo o que une aos lusófonos de todos os cantos do mundo que o dia 10 de junho, nenhum outro dia teria sido acaído para reunir em si tanta informação e tanta comunhão lusófona – Venturoso dia que te expandes por toda a Lusofonia por cima do sentido muito português e fechado para o resto que tinha na sua origem esta data quando foi instituída.

Alexandre Banhos Campo

Fonte:
http://pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=2516:participacao-galega-no-jantar-lusofono-do-dia-de-portugal-celebrado-em-lisboa-no-passado-10-de-junho&catid=8:cronicas&Itemid=69

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Português, Língua Oficial da Guiné Equatorial

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A Guiné-Equatorial é um país da África Ocidental, dividido em três territórios descontínuos: um continental e os restantes insulares. A norte, no Golfo da Guiné, a ilha de Bioko é o território mais importante e alberga a capital do país, Malabo.

O país vizinho mais próximo é os Camarões, a nordeste, seguindo-se a Nigéria, a noroeste, Mbini, a sueste, e São Tomé e Príncipe, a sudoeste. O segundo território é a parte continental do país, Mbini, encravado entre os Camarões, a norte, o Gabão, a leste e sul, e o Golfo da Guiné, a oeste. Partes deste território estão mais próximas de São Tomé e Príncipe do que de Bioko.

Finalmente, a sudoeste, a pequena ilha de Pagalu completa o país, tendo como vizinhos mais próximos São Tomé e Príncipe, a nordeste, e o Gabão a leste.

O presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, decretou que o português seria uma das línguas oficiais, ao lado do espanhol e do francês, condição prévia para poder entrar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O país deseja ainda o apoio dos oito países membros (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) para difundir o ensino da língua portuguesa no país, para formação profissional e acolhimento dos seus estudantes pelos países da comunidade lusófona.

Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/02/portugues-lingua-oficial-da-guine.html

domingo, 11 de outubro de 2009

Associação binacional Brasil-Galiza

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PGL - A televisão brasileira AllTV, projeto pioneiro de televisão através da net, dedicou ontem, 09 de outubro, o programa «Conexão Lusófona» à Galiza e ao reintegracionismo. José Carlos Silva, correspondente do PGL, foi convidado ao espaço dirigido pela portuguesa Sofia Salgado.O responsável pelo Espaço Brasil, falou acerca da proposta reintegracionista, das entidades que na Galiza defendem a unidade da língua galego-portuguesa e anunciou que está a ser estruturada uma associação binacional Brasil-Galiza, voltada para fomentar o intercâmbio nos diversos campos entre os dois países.
A emissão contou também com as músicas das violas caipiras do Duo Catrumano.

VEJA O VIDEO DA ENTREVISTA:
http://www.pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1359:associacao-binacional-brasil-galiza-nascera-em-breve&catid=24:espaco-brasil&Itemid=77

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"Bloco lusófono"? Soa bem...

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UNESCO: Bloco lusófono propõe Português como língua de trabalho

Paris, 09 Out (Lusa) - Os países lusófonos apresentaram hoje em Paris uma proposta para que o Português seja língua de trabalho da UNESCO, disse à Agência Lusa o embaixador de Portugal naquela organização.

A proposta foi apresentada hoje de manhã pelas sete delegações lusófonas à Conferência Geral da UNESCO, a organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas, com sede em Paris, afirmou o embaixador Manuel Maria Carrilho.

A proposta do bloco lusófono foi discutida e aprovada quarta-feira, numa reunião em que participaram o chefe da missão de Portugal na UNESCO, o embaixador do Brasil na organização, Sousa Gomes, e os diplomatas que representam os cinco países africanos de expressão oficial portuguesa (PALOP), incluindo Angola, primeiro dos Sete na ordem de intervenção na Conferência Geral.

Fonte: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10214822.html

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eixo atlântico...

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O presidente do Grupo Espírito Santo defendeu hoje a criação de um "Eixo Atlântico" entre Portugal, Brasil e Angola para combater a crise mundial.

A coordenação de esforços entre Lisboa, Brasília e Luanda deverá permitir “inverter a tendência” dos investidores de apostar apenas nas economias de maior crescimento, e ainda “atrair fluxos de capitais mais significativos para investir em Angola”, disse ontem à noite Ricardo Salgado na capital angolana, citado pela Lusa.

O presidente do BES notou que o mundo está a registar “uma crise económica violentíssima”, mas que já existem sinais de recuperação, sendo Portugal “um dos sete países europeus” que apresenta uma taxa de crescimento positiva.

"Portugal, país pequeno e periférico da Europa, tem a capacidade de se relacionar melhor que qualquer um com África e a América Latina. Portugal é procurado por investidores europeus e norte-americanas para investimentos em Angola e Brasil", afirmou o presidente do BES.


http://economico.sapo.pt/noticias/ricardo-salgado-defende-eixo-atlantico-contra-a-crise_70310.html

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Obras de escritores angolanos à disposição dos leitores brasileiros

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Obras de de alguns escritores angolanos estão à disposição dos leitores brasileiros, como material para estudo e investigação para conhecimento e divulgação, através das bibliotecas da Fundação José Carlos Mari e da Universidade do Estado da Bahía (UNEB), localizadas no Estado da Bahía.

Tratam-se das da escritora Celestina Fernandes, Amélia da Lomba, Cristóvão Neto, Conceição Cristóvão , Albino Carlos e Luís Fernando oferecidas as duas instituições por intermédio da também escritora angolana Isabel Ferreira, que se encontra no Brasil para participar no primeiro Colóquio Internacional “AfricAméricas: Literaturas e Culturas”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da Universidade do Estado da Baía.

O evento tem como tema “trânsitos e diálogos entre o continente africano e as Américas”.

À margem do colóquio, onde falará sobre o tema “Na ancestralidade africana, a génese da cultura da América”, Isabel Ferreira apresentará um DVD sobre hábitos e costumes dos povos de Angola.

Isabel Ferreira, que é destaque na imprensa brasileira em Salvador da Bahia, esteve, recentemente, em Teresina, no Salão Internacional do Livro, e em Brasília.

A escritora, que é a única angolana presente no evento, fará, durante a sua comunicação, uma retrospectiva do tráfico de escravos, da influência da mulher na preservação da cultura africana, o sincretismo religioso e culminará com o contributo do escravo na gastronomia, na língua , na música e dança africana.

Em declarações à Angop, a escritora referiu que se sente bastante regozijada por puder dar o seu contributo a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e puder dignificar Angola também em termos culturias através da Literatura.

Fonte: http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=23888&catogory=Angola

domingo, 13 de setembro de 2009

Portugal reúne doadores para financiar Plano Cooperação de Saúde

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O Ministério da Saúde de Portugal e o Secretariado Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) organizam terça-feira em Lisboa uma mesa-redonda de doadores para reunir os fundos necessários ao financiamento do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde.

Em declarações à Lusa, a ministra da Saúde de Portugal, Ana Jorge, salientou que o objectivo é "tentar encontrar parceiros que ajudem a concretizar o plano de desenvolvimento da saúde".

Previsto para o quadriénio 2009/2012, o PECS/CPLP foi aprovado em Maio passado, durante a II Reunião Ordinária dos ministros da Saúde dos oito Estados-membros da CPLP e visa prioritariamente fomentar a cooperação multilateral no domínio da saúde e, primordialmente, visará aspectos relacionados com as condições e os mecanismos de saúde pública dos Estados membros, sempre com o pressuposto da melhoria das condições de vida das populações.

"Convidámos um grupo muito alargado de potenciais doadores, no fundo parceiros, para podermos apresentar um plano estratégico de saúde de cooperação, que foi já aprovado em reunião de ministros da CPLP, e que gostaríamos de por à discussão para conseguirmos envolver outros parceiros de desenvolvimento", acrescentou Ana Jorge.

A reunião decorre no âmbito da Presidência Portuguesa da CPLP.

Para garantir a execução do PECS, os ministros da Saúde dos Oito aprovaram em Maio a criação do Fundo Sectorial da Saúde da CPLP, instrumento financeiro de suporte às actividades da cooperação em saúde no seio da organização lusófona.

Na ocasião, Portugal e o Brasil dotaram o referido fundo com 200 mil euros cada um.

Ana Jorge apelou ainda à "responsabilidade social" das empresas.

"Poderíamos envolvê-las também na sua responsabilidade social para esta área da saúde, que no fundo beneficia todos, inclusive elas enquanto estão nesses países, em que as condições de saúde não são, neste momento, as melhores", salientou.

Além dos responsáveis da Saúde dos Oito, está prevista a presença de representantes de agências das Nações Unidas, e ainda do Banco Mundial e da Comissão Europeia, entre outros convidados, ligados à agências de cooperação bilateral.

Fonte: Expressso

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Presidente da Assembleia Nacional diz que Portugal é um parceiro estratégico

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O Presidente da Assembleia Nacional (AN) de São Tomé e Príncipe, Francisco Silva, apontou hoje Portugal como um parceiro estratégico com que aquele país africano conta para ter \"um futuro diferente\".

\"Portugal sem qualquer dúvida é um parceiro estratégico com que São Tomé e Príncipe conta para ter um futuro diferente, um futuro onde os dirigentes centrem o seu pensamento fundamentalmente no Homem\", afirmou Francisco Silva, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém.

Francisco Silva, que se deslocou a Belém enquanto Presidente da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa -- CPLP, adiantou que no encontro com Cavaco Silva a \"cooperação especial, estratégica e exemplar\" entre Portugal e São Tomé e Príncipe foi um dos temas abordados.

\"Portugal e São Tomé têm uma cooperação especial, estratégica, exemplar e sempre que temos ocasião de nos encontrar é tema de conversa falarmos da nossa cooperação\", afirmou.

Relativamente à Assembleia Parlamentar da CPLP, que foi constituída em Abril em São Tomé e Príncipe, Francisco Silva assegurou existir total disponibilidade para trabalhar em conjunto com Portugal.

\"Viemos manifestar a nossa total disponibilidade para, de mãos dadas, trabalharmos em conjunto tendo em vista darmos cada vez mais substância e mais conteúdo à CPLP\", revelou.

Fonte: http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=23821&catogory=S%20Tomé%20e%20Príncipe

Moçambique e Portugal criam banco de investimento com sede em Maputo

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Portugal e Moçambique vão criar um banco de investimento, com um capital social de 500 milhões de dólares (344,5 milhões de euros) e que terá sede em Maputo e uma sucursal em Lisboa.

O memorando de entendimento para a criação do banco foi hoje assinado em Maputo entre os ministros das Finanças dos dois países, Manuel Chang por Moçambique e Teixeira dos Santos por Portugal.

A visita de um dia de Teixeira dos Santos a Moçambique serviu também para assinar com o Governo de Maputo uma adenda que reforça para 200 milhões de euros uma linha de crédito assinada no ano passado e um novo acordo de financiamento de financiamento de 300 milhões de euros.

Fonte: http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=23817&catogory=Moçambique

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Texto que nos chegou...

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A Língua, a pátria possível

Dalila Teles Veras

Após 45 anos residindo no Brasil, para onde emigrei aos 11 anos , com meus pais e irmãos , optei por solicitar às autoridades brasileiras os meus direitos políticos , ou seja, a chamada Igualdade de Direitos ou “ dupla cidadania ”. Vários motivos levaram-se a tomar tal decisão : além de marido e três filhas brasileiras, a constante e ativa participação na vida cultural e política da cidade onde resido, são alguns deles. De há muito um dilema de identidade : aportada no Brasil ainda menina e tendo aqui completado minha escolaridade , um dia optei pela palavra como ofício . A língua , sabe-se, é a mesma , mas a sintaxe e a práxis cultural não . Impossível ser uma
escritora portuguesa escrevendo como brasileira . Apazigüei-me, considerando-me uma escritora brasileira que nasceu em Portugal.
Entretanto, a burocracia oficial fazia questão de me lembrar a condição de estrangeira, ou seja, o meu documento de identidade (RNE – Registro Nacional de Estrangeiros), onde constava um carimbo oficial de “residência permanente”, precisava, paradoxalmente, ser renovado periodicamente. Pior, o tal documento obrigava-me (e a todos os “estrangeiros” aqui residentes
“definitivamente”), a cada vez que me ausentava do país, em viagem de turismo ou trabalho, a enfrentar as longas e humilhantes filas dos balcões destinados aos “estrangeiros”, enquanto meu marido e minhas filhas seguiam pela saída dos “brasileiros”. Mesmo residindo há quase meio século no Brasil, eu continuava “estrangeira”. “Estrangeiro aqui como em toda a parte”, habitante de “pátria incerta” como dizia o poeta Fernando Pessoa.
Nem de lá, nem de cá e, neste caso, a língua me servia apenas de teto, faltava-me verdadeiramente uma pátria, na qual pudesse exercer efetivamente minha cidadania.
Após quase um ano de cópias e mais cópias de certidões e documentos, idas ao Consulado e à Polícia Federal, eis que, finalmente, em fevereiro de 2002, fiz-me portadora feliz de um “certificado de igualdade e de outorga do gozo de direitos políticos”, assinado pela Senhora Chefe da Divisão de Nacionalidade e Naturalização – Delegação de Competência do Ministério da
Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Departamento de Estrangeiros, em Brasília e, a seguir, de uma “Carteira de Identidade”, verdinha, igualzinha à dos nativos, com uma ressalva apenas, a da naturalidade portuguesa. Ato contínuo, cuidei de tirar o meu “título de eleitor” para, enfim, exercer minha cidadania (quase) plena.
Recentemente, com meu passaporte português vencido e sabedora de que filhos de portugueses nascidos e residentes no Brasil podem obter, além do seu passaporte brasileiro, também o passaporte português, dirigi-me ao posto da Polícia Federal para solicitar o meu passaporte brasileiro, entendendo eu que, de posse de meus “direitos políticos”, não mais passaria pelas
humilhantes filas de “estrangeiros”. Qual não foi a minha surpresa ao ser informada de que não tenho tal direito, devo continuar com meu passaporte português, apenas e tão somente. Lá está um item nas regras para obtenção de passaporte: “A Igualdade de Direitos concedida a portugueses não é suficiente para obtenção de Passaporte, sendo necessária a naturalização”.
Sem saber ao certo, novamente, a que pátria pertenço, lá fui eu enfrentar a burocracia do Consulado Português que, agora, instalado numa mansão na parte nobre da cidade, e munido de “alta” tecnologia, não mais recebe pessoalmente os cidadãos portugueses sem que os mesmo sejam “convocados”. Os pedidos de obtenção ou renovação dos documentos devem ser feitos pela Internet, os documentos enviados pelo correio e, após marcado o dia e a hora para assinatura do documento (´”não será permitido atraso, informam, muito menos acompanhantes”). É preciso passar por uma portaria que mais parece a de um presídio, apresentar ao porteiro documentos originais, e, depois, ser confinado numa saleta minúscula, com bancos duros, de metal frio e
desconfortável, enfrentar fila (!!!), ainda que todos ali tenham sido convocados com “hora marcada”.
Mais uma vez, senti na pele que, para mim, não há pátria, apenas o teto da língua, que, neste caso, só se comunica virtualmente, pois ali, naquela casa que deveria ser a casa dos portugueses residentes em São Paulo, além dos porteiros, não se cruza com uma só alma do corpo diplomático nem da administração, apenas com aqueles que estão, paradoxalmente, na “fila”. Não há guichês de informações, balcões, escrivaninhas, nada. Uma máquina de café quebrada simula as boas vindas, os bancos duros, mais nada. Uma porta que se abre ocasionalmente e uma voz impessoal, invisível e metálica, que chama pelo nome as pessoas à espera, uma de cada vez, para assinarem o documento que será, posteriormente, remetido pelo correio. Cidadãos não são, ao que parece, bem-vindos ali pessoalmente. O Consulado só para diplomatas e suas festas galantes.
Sairei do país nos próximos dias e, quando voltar, passarei pela porta destinada aos nativos e não aceitarei que me barrem, usarei o mais válido dos argumentos: estou assegurada pela pátria comum, a única, a língua portuguesa.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comunicação do VEENLP mobiliza imprensa no mundo

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O V Encontro Empresarial de Negócios na Língua Portuguesas (VEENLP) é assunto na mídia mundial, principalmente entre os meios de comunicação dos países lusófonos. Esta edição conta ainda com alguns parceiros de comunicação importantes; destaque para a Agência Lusa, País Econômico, Portugal Digital, AD2M, TEC Digital, Afromedia e a Web Rádio Livre. O objetivo, além de divulgar o evento, é disponibilizar o maior número possível de informações e dados sobre a comunidade lusófona.

Com números expressivos, como a quantidade de pessoas que falam português no mundo, que é de aproximadamente 250 milhões de pessoas, ou o total de importação e exportação que os países lusófonos realizam anualmente (que gira em torno de US$ 550 bilhões), a Comunidade de Paises da Língua Portuguesa (CPLP) está constantemente na mídia. Consequentemente, o V Encontro também está tendo uma importante repercussão. Neste contexto, o site do evento procura fazer uma seleção da maioria das matérias publicadas, disponibilizando-as na seção “Últimas sobre o Encontro”.

A CPLP possui um boletim institucional, Notícias CPLP, cuja duas edições tratarão especificamente do VEENLP, a de setembro e a de dezembro. Este boletim será replicado em diversos meios: Jornal Expresso, Revista Courrier Internacional e Revista Exame, em Portugal; Ministério dos Negócios Estrangeiros de Angola, AICEP em Luanda e Embaixada de Portugal também em Luanda; Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil; Jornal A Semana em Cabo Verde; Semanário, do Timor-Leste; Nô Pintcha, em Guiné-Bissau. O portal Portugal Digital também está preparando uma edição especial de uma newsletter somente sobre o V Encontro.

O V Encontro Empresarial de Negócios na Língua Portuguesa será realizado nos dias 28 e 29 de setembro, no Centro de Convenções Edson Queiroz, em Fortaleza – CE. O evento é uma promoção do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil (CCPCB), da Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE) e Governo do Estado do Ceará, além da co-promoção do Conselho Empresarial da CPLP e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A organização é da empresa Dinâmica Eventos.

Fonte: http://www.brasilportugal.org.br/portal.php?ref=http://www.brasilportugal.org.br/ce/content.php&sec=1964&ctg=noticias&fclip=376Ambddb

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mensagem que nos chegou da Galiza...

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Na Galiza estamos atormentados polos interesses "amigos" dos castelhanistas que nos querem "salvar" de Portugal e da Lusofonia...e também "salvar" Portugal e a Lusofonia dos galegos. Curioso que essa separação seja exposta como boa para nós. "Divide et Impera" que dizia o imperialista Júlio Cesar. Estão desesperados porque vem que Galiza pega no caminho certo que é o vínculo com Portugal, Brasil e demais países da Lusofonia. Isso é bom porque se "ladran entonces es que cabalgamos"

Abraço.

J.M.

sábado, 13 de junho de 2009

Apelo que nos chegou...

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Caríssim@s,

Sou investigadora do CESNOVA da FCSH-UNL e encontro-me neste momento a escrever a minha tese de doutoramento sobre a Construção da Comunidade Lusófona.

Para a conclusão de um capítulo, necessito de fazer uma pequena sondagem de opinião que abarque diferentes pessoas da sociedade civil em todos os espaços de Língua Portuguesa, para tal, tenho usado o e-mail como meio de divulgação e apelo à participação.

São apenas 3 perguntas (de resposta rápida, pois o que se pretende é que respondam de forma espontânea e sem qualquer consulta) e alguns dados de caracterização:

1. O que significa para si ser lusófono?

2. O conceito é-lhe familiar?

3. Sente-se parte da chamada "comunidade lusófona"?


Dados de caracterização:

idade:

sexo:

nacionalidade:

profissão:



Gostaria de vos solicitar que, se assim o entenderem, possam reencaminhar este meu pedido através das vossas listas de contactos para que se gere o maior número possível de respostas.

Grata pela colaboração,
com amizade,

Cármen Maciel

Doutoranda em Sociologia na FCSH-UNL

carmenmaciel@fcsh.unl.pt
http://carmenmacielcv.blogspot.com/

quinta-feira, 9 de abril de 2009

É agora ou nunca...

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Vejam o vídeo abaixo e perguntem-se:

Acham que Portugal e os restantes países da CPLP podem continuar a assobiar para o lado, em vez de prestarem todo o auxílio à Guiné?

É agora ou nunca...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Diário da NOVA ÁGUIA: 16 de Março...



Estiveram hoje, na sede do MIL e da NOVA ÁGUIA - a Associação Agostinho da Silva -, alguns dos principais representantes da Academia Galega da Língua Portuguesa: Isaac Estraviz, António Gil, Concha Rousia e Ângelo Cristóvão.

Veio esta delegação apresentar às autoridades portuguesas o contributo galego para o léxico geral lusófono a definir segundo o Acordo Ortográfico.

Durante a longa conversa, que se estendeu por cerca de duas horas, onde igualmente participou o Rui Martins, da Comissão Coordenadora do MIL, percebi o quão importante é este Acordo para a sobrevivência do galego na Galiza.

Dados os interesses do Estado Espanhol em manter-se como um Estado unitário, tem havido uma política de castelhanização de toda a Espanha, em particular, por razões óbvias, em três regiões: Catalunha, País Basco e Galiza. Por via disso, na Galiza tem havido uma regressão do galego em favor do castelhano.

É essencial que o galego seja cada vez mais integrado nesse espaço comum da Lusofonia. A bem do futuro do galego e da Lusofonia em geral.

Se os galegos não sentirem o apoio dos seus irmãos lusófonos, se não sentirem, como se costuma dizer, as “costas quentes”, é a própria Galiza, enquanto entidade histórico-cultural, que ficará em risco.

Decerto, o MIL fará o que lhe cabe…

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Canadá: Federação empresarial dá prémio Envolvimento Cívico à cônsul portuguesa em Toronto

Toronto, Canadá, 21 Fev (Lusa) -- A cônsul de Portugal em Toronto, Maria Amélia Paiva, é hoje distingida com o prémio de Envolvimento Cívico atribuído pela Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP).

A diplomata é uma dos quatro portugueses a receber prémios de excelência de 2008-2009 na gala anual da federação, que se realiza esta noite no centro de convenções Pearson, em Brampton, a cerca de 40 quilómetros de Toronto.

O embaixador de Portugal no Canadá, Pedro Moitinho de Almeida, é um dos convidados de honra desta confraternização, assim como mais 300 pessoas, entre personalidades e outros membros da comunidade.

O galardão para a cônsul Maria Amélia Paiva "visa homenageá-la pelo enorme apoio que tem dado à comunidade luso-canadiana e, em particular, às iniciativas desta federação empreendidas pela actual direcção", afirmou à Lusa Paul Silva, presidente da federação.

Este reconhecimento da estrutura representativa dos empresários e profissionais liberais luso-canadianos surge em sintonia com o grande apreço repetidamente manifestado em sessões públicas por diversas organizações na seio comunidade lusa no Ontário.

A par da cônsul portuguesa, são igualmente agraciados na gala deste ano da FPCBP, Nelson Santos, actual presidente de Câmara da cidade de Kingsville, Ontário, o qual recebe o prémio de Excelência da Nova Geração, Cidália Faria, procuradora do Ministério Público em Toronto, é distinguida pela Excelência Profissional e o empresário Élio Leal, fundador da companhia Universal Structural Restorations Limited, é reconhecido na Excelência Empresarial.

Durante a gala, a federação fará a entrega de um total de 24 bolsas de estudo a estudantes e investigadores de origem portuguesa - do 12.º ano aos estudos universitários, incluindo pós-graduações, mestrados e doutoramentos.

Os prémios Excelência e as concessão de bolsas, outrora objecto de eventos distintos, são agora atribuídos na mesma gala, segundo a concepção defendida pela actual direcção de que a "educação e excelência empresarial estão interligados".

Quanto às bolsas de estudo, a federação adoptou uma nova política no sentido de beneficiar apenas pessoas que residam na área da Grande Toronto, e não em todo o Canadá, "porque é essa a área de vocação da nossa federação", justificou o responsável.

Adiantou ainda que os potenciais bolseiros poderão estudar fora da província mas a área de residência tem de ser no Ontário para que possam ser elegíveis no processo de candidatura.

EF.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Algumas notas sobre o Debate relativo ao "Futuro da CPLP"

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1. Mais de 12 anos após a sua criação, é um facto que a CPLP avançou pouco. Isso deve-se, essencialmente, à já aqui (MIL vezes) denunciada falta de “consciência lusófona”. No dia em que houver essa consciência, no dia em todos (em que muitos MIL de) nós nos afirmarmos como “cidadãos lusófonos”, aí a CPLP avançará bem mais depressa…

2. É certo que os respectivos governos da CPLP poderiam “estimular” essa consciência/ cidadania lusófona. Mas não me parece que isso venha a acontecer (se não aconteceu até agora…). Os governos que temos (nomeadamente, o português) não abrem caminhos, muito menos horizontes – andam apenas a reboque da “opinião pública”. Daí a importância que dão às sondagens…

3. Nessa medida, o caminho tem que ser aberto pela sociedade civil. É a esta que cabe promover essa consciência/ cidadania lusófona. Quando esta estiver devidamente cimentada, os governos virão a reboque…

4. Eis toda a tarefa do MIL. Tanto mais porque agora é a hora: mais de 34 anos após a descolonização, é tempo de enterrarmos de vez os fantasmas e os traumas dos ex-colonizadores e dos ex-colonizados…

5. Mais há ainda um longo caminho a percorrer – basta ver o número de imbecis que ainda acham que o projecto do MIL é “neo-colonialista”. Gente cujos quadros mentais cheiram a mofo, gente que só consegue olhar para trás, ainda que se achem muito "modernos" e "progressistas". Ora, o nosso caminho é em frente. Subtil, abissal diferença...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Da consciência lusófona – para o debate de hoje…

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1. O futuro da CPLP depende, sobretudo, da cimentação de uma “consciência lusófona” – o mesmo é dizer, de cada um de nós se assumir, cada vez mais, como “cidadão lusófono”.

2. Que essa consciência/ cidadania ainda não existe, ou existe pouco, isso é uma evidência.

3. A grande questão passa pois por encontrar os caminhos que cimentem essa consciência/ cidadania lusófona…

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Para o Filipe Soares Franco

Este ano vamos ser de novo campeões, mas isso tu já sabes. Ambos sabemos que somos tão bons que não precisamos de ganhar para provar a nossa superioridade, mas de vez em quando convém…

Escrevo-te porque hoje li uma notícia de que não gostei. O Sporting vai inaugurar, em 2010, uma Academia em África – até aqui tudo bem. Mas…na África do Sul!!!

Escuso de te dizer que o futebol é um dos grandes elos do mundo lusófono, em particular em África. É extraordinário como em todos os PALOPs, sem qualquer excepção, se segue, apaixonadamente, o campeonato português. E isso poderia ser ainda muito mais fomentado com, por exemplo, a organização de campeonatos lusófonos – a nível de clubes e de selecções. Fica a ideia…

Atendendo à tradição do nosso clube em formar jovens, a ideia de uma Academia em África faz todo o sentido. Mas esse esforço deveria ser canalizado para os países lusófonos – senão para todos, pelo menos, de imediato, para os dois maiores: Angola e Moçambique.

Eu até percebo, do ponto de vista da pura gestão, a aposta na África do Sul: na África subsariana é, de longe, o país mais organizado. Mas olha que isso também está a mudar. O Mandela não já manda nada, o ANC está em acelerado processo de cisão e, por isso, o futuro adivinha-se sombrio.

Para além disso, a África do Sul trata os imigrantes de Moçambique como autênticos escravos…

Vê pois se ainda vais a tempo de mudares a tua decisão. O Sporting é Clube de Portugal e, por isso, sobretudo, do espaço lusófono…

Já agora, vê também se convences o Paulo Bento a não tirar o Vukcevic da equipa…

Saudações leoninas