A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 23 de janeiro de 2010

Ainda sobre o Haiti...



Às vezes, é mesmo difícil perceber onde acaba a má-fé e começa a palermice. Ou vice-versa.

Vem isto a propósito de uma série de críticas que se vão lendo nos jornais a respeito da situação de Haiti, e que, de forma mais ou menos directa, acabam sempre na mesma pergunta: por que razão as potências que estão mais empenhadamente a ajudar a população do Haiti enviam também soldados e não apenas médicos e enfermeiros?

A mesma pergunta que também mil vezes se levantou quando o MIL propôs uma “Força Lusófona de Manutenção de Paz”, para acorrer à situação de quase guerra civil que se viveu em Timor-Leste, em 2008, e, mais recentemente, na Guiné-Bissau…

Apesar da pergunta ser retórica – seja ela formulada por má-fé ou, simplesmente, por palermice – aqui vai, pela enésima vez, a resposta: porque, sem forças de segurança, as ONGs e demais pessoal de socorro humanitário não pode fazer o seu trabalho!

Ainda há uns dias, aos microfones de uma rádio, uma médica da AMI se lamentava por não poder fazer o seu trabalho fora do perímetro de segurança do aeroporto. “Nós não somos suicidas” – dizia.

Publicado no MILhafre:

http://mil-hafre.blogspot.com/2010/01/ainda-sobre-o-haiti.html

domingo, 26 de julho de 2009

Vidas em risco em nome de quê?

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Portugal está a reforçar a presença militar no Afeganistão, território longínquoonde morre, em média, um soldado ocidental por dia.A quem servem, e para que servem, tais missões?


ELMANO MADAIL

A missão da Organização do Tratado da Atlântico Norte em curso no Afeganistão sob a designação de Força Internacional de Apoio à Segurança vai ser reforçada por tropas portuguesas.
Anteontem, partiram de Lisboa 41 militares nacionais rumo a Cabul a bordo de um Hércules C-130 e deverão ficar naquele país até final de Setembro, altura em que serão rendidos por outro grupo. Uns e outros militares vão juntar-se aos 102 efectivos que Portugal já tem na ISAF, a que se juntarão, em Janeiro, mais 150 comandos, visando constituir uma força de reacção rápida.
Os objectivos são nobres: garantir o "apoio logístico" aéreo necessário às autoridades afegãs para as eleições de 20 de Agosto, objectivando estabilizar um país martirizado por décadas de guerra ininterrupta e cuja anomia permitiu que o terrorismo internacional - designadamente a al-Qaeda -, ali constituísse um santuário, a partir do qual planeou e executou os ataques de 11 de Setembro de 2001 aos EUA e a 7 de Julho de 2005 em Londres, no Reino Unido. Missões semelhantes, seja de interposição, seja de manutenção de paz e reconstrução, ou de patrulhamento, ocupam neste momento cerca de 800 militares em três continentes.
Não obstante a manifesta generosidade, há quem não perceba a pertinência do envio de tropas nacionais para cenários de guerra tão longínquos, e letais, como o país dos afegãos, ou até mesmo para outras zonas em crise do globo que pouco têm a ver com a história, a identidade e os interesses nacionais. Outros acusam o Governo de ter uma posição de subalternidade face a Washington que não hesita arriscar a vida de jovens portugueses. Afinal, para que servem e a quem servem as missões portuguesas no estrangeiro?
É legítimo remontar o grande empenho de Portugal nas missões militares de âmbito internacional a 1991, quando o fim da Guerra Fria, com a implosão da União Soviética, e o novo ambiente internacional que emergiu dos escombros do Muro de Berlim levaram à reformulação das doutrinas militares, reflectindo-se na necessária alteração da natureza e funções das Forças Armadas. Aliás, a OTAN, de que Portugal é membro fundador, criada em 1949 para conter a ameaça soviética à Europa Ocidental, adoptou um novo conceito estratégico em que destacava, juntamente com a União Europeia (UE), organização a que Lisboa aderiu em 1986, as denominadas missões de Petersberg - prevenção de conflitos, imposição e manutenção da paz e missões humanitárias.
Pertencendo àquelas duas organizações, Portugal não poderia excluir-se dos seus princípios orientadores no que respeita à defesa e segurança, como está bem claro nas linhas orientadoras publicadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. De acordo com a tutela, "Portugal deve assumir a sua quota de responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacional, bem como nos programas da ajuda humanitária, no pleno acatamento do direito internacional e com empenhamento coerente dos vectores político, diplomático, militar, policial e de reabilitação institucional ou económica, e deve fazê-lo no âmbito de mandatos claros por parte da ONU ou da OSCE, nomeadamente integrado em operações aliadas da NATO e/ou da UE".
Tais orientações comportaram consequências para as Forças Armadas nacionais, conforme sublinhou José António Palmeira: "Hoje, as Forças Armadas existem precisamente para desempenhar essas missões, e foi por isso, aliás, que se profissionalizaram. O Serviço Militar Obrigatório foi abolido (a 19 de Novembro de 2004, terminando com um regime que existia desde o século XIX) e investiu-se muito mais na formação dos militares porque hoje eles estão, sobretudo, ao serviço da diplomacia, quando antigamente existiam para a defesa territorial", afirma o professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho. "No fundo, agora os militares são muito mais diplomatas do que guerreiros", diz.
Os responsáveis pela política de Defesa sublinham precisamente essa vertente quando falam dos pilares fundamentais da natureza funcional das Forças Armadas actuais. O primeiro continua a ser a gestão dos meios de violência para garantir a segurança externa de Portugal; o segundo, todavia, trata já da afirmação do Estado português em matéria de política externa, designadamente pela participação em missões ao serviço da paz internacional e da segurança colectiva.
Tais missões, quando assentam naqueles pressupostos e são mandatadas pela ONU, costumam colher o consenso político-partidário, pelo menos das formações com assento na Assembleia da República. Aliás, segundo sondagem publicada pela Lusa anteontem, e realizada pelo Centro de Estudos de Opinião da Universidade Católica, 60% dos inquiridos apontam a defesa da democracia e dos direitos humanos como prioritárias para a política externa portuguesa. E, daqueles que dizem saber o que é a OTAN (69%), quase três quartos apoiam a missão da Aliança no Afeganistão (72%), não obstante tratar-se de um país longínquo, mais conhecido após a acção punitiva, apoiada pela ONU e liderada pelos EUA, em Outubro de 2001.
Mas ainda emana da vox populi, designadamente nos fóruns televisivos e radiofónicos, mas também nos blogues, posições radicalmente contrárias a tais missões pelos riscos que comportam. Aquelas custaram, até agora, dez vidas portuguesas: em Novembro de 2005, morreu um Comando em Cabul; em 1996, foram quatro militares da 'Implementation Force' (IFOR) da OTAN na Bósnia; entre 2000 e 2003, morreram quatro em Timor-Leste, na missão das Nações Unidas UNTAET-PKF; em Julho de 2004, morreu um pára-quedista na Bósnia; e um outro morreu em 2002 no atentado terrorista de Bali. Por isso, e porque o Afeganistão é um teatro de operações duro e de alto risco - em média, morre ali um soldado ocidental por dia - muitos se interrogam das razões que levam o Governo a perigar cidadãos nacionais em países longínquos, e que ganhos resultam disso. A resposta é múltipla.
Por um lado, trata-se de reciprocidade. "As razões são políticas, não geostratégicas. A partir do momento em que estamos inseridos na OTAN e na UE, deixamos de ter uma condução dos Negócios Estrangeiros clássica, em que cada país se governava sozinho", explica o investigador e coronel David Martelo. "Ora, aquilo que leva Portugal a ir para o Afeganistão é tão 'ilógico' como os impostos dos alemães e dos holandeses servirem para construir auto-estradas em Portugal. Nós, no fundo, temos de mostrar solidariedade com eles. Se Portugal não alinhasse nestas missões, a opinião pública desses países começaria a questionar porque é que têm de contribuir para o nosso bem-estar. Assim, ou queremos ser sócios desses clubes e pagamos a quota, ou então deixamos de ter direito às suas benesses", declara.
E não são poucas. "A segurança de Portugal está largamente dependente da OTAN e da UE. E temos de lhes dar contrapartidas", assinala Bruno Cardoso Reis, docente da Universidade Nova. Porém, entre os que concordam, há quem defenda que tais contributos deveriam visar, antes de mais, o espaço da lusofonia.
É o caso do Movimento Internacional Lusófono (MIL), que tem na Internet uma petição, já com mais de mil signatários, visando a constituição de uma força lusófona de manutenção de paz (http://www.petitiononline.com/mil1001/petition.html). Segundo Renato Epifânio, da comissão coordenadora do MIL, "a petição foi lançada a propósito dos acontecimentos na Guiné-Bissau e em Timor, em 2006. Na altura, estavam lá forças australianas e neo-zelandesas, mas seria muito mais benéfico que estivessem lá forças lusófonas, que não necessariamente portuguesas", afirma. Embora admitindo que as missões terão de ser "analisadas caso a caso", Epifânio diz que "a prioridade deveria ser o espaço lusófono".
David Martelo assinala, no entanto, que tal força já está prevista no seio da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), tendo já havido exercícios militares conjuntos. E Cardoso Reis sublinha que "o Afeganistão acaba por ser bom exemplo de como o longínquo se torna próximo. Não há sítio mais distante dos EUA e do Reino Unido do que o Afeganistão e, todavia, foi de lá que partiram os ataques terroristas de Setembro de 2001 e Julho de 2004. Portugal não está imune, pelo que a nossa ida para aquele cenário contribui também, e directamente, para a nossa segurança". Ou, como diz Palmeira, "as globalização existe de facto, o que significa que aquilo que acontece, independentemente da distância a que ocorre, afecta a todos, incluindo Portugal". Basta pensar, aliás, nas oscilações brutais no preço dos hidrocarbonetos...
Nesta linha de raciocínio, os riscos para a segurança de Portugal não resultam só de ataques directos ao território. Por vezes, as ameaças decorrem dos efeitos colaterais gerados pelos conflitos. "As questões de segurança e do desenvolvimento estão intimamente ligadas. Ora, se é verdade que uma fonte importante da imigração resulta da busca de uma situação enconómica melhor, muitas vezes também se deve aos conflitos endémicos que assolam muitas regiões - algumas próximas, como África -, e que nunca mais se resolvem", indica Cardoso Reis, ilustrando: "Isso aconteceu, por exemplo, na Europa, com o Kosovo, em que Portugal acolheu muitos refugiados. Ora, essas situações só se conseguem resolver com uma força de interposição que consiga por termo aos conflitos geradores de grandes movimentos migratórios". Os quais redundam, não raro, na importação involuntária, pelos países vizinhos, dos problemas que lá ocorrem.
Do contributo de Portugal para as missões de Petersberg sempre que solicitado pelos parceiros ou pela ONU, decorrem ainda outros benefícios, como a moral que confere capacidade negocial. "O caso de Timor é paradigmático", aponta Cardoso Reis. "O facto de termos um contingente importante na Bósnia-Herzegovina (no âmbito da IFOR) foi decisivo para o então primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, pressionar o homólogo britânico, Tony Blair, a dizer ao presidente dos EUA, Bill Clinton, que Portugal retiraria o contingente que tinha na Bósnia se Washington nada fizesse para travar o genocídio em Timor. E os EUA pressionaram Jacarta".
Os benefícios não se resumem, porém, à troca de apoio material; há também proventos menos tangíveis. "Quando uma missão em que participamos é bem vista, é um benefício directo para o país.", refere Palmeira, justificando: "Se calhar, é por isso que António Guterres, Jorge Sampaio e Durão Barroso têm os cargos relevantes que hoje desempenham - o primeiro é alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados; o segundo é o alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações; e o terceiro preside à Comissão Europeia -, assim como já tivemos um presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas na 50ª sessão, Freitas do Amaral. Em candidaturas a cargos desta natureza, a personalidade conta muito, mas também a imagem que o país de origem tem na cena internacional".

Fonte: http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1317493

terça-feira, 19 de maio de 2009

CPLP: Situação na Guiné-Bissau e Exercícios Felino dominam XI reunião dos chefes das Forças Armadas

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Cidade da Praia, 19 Mai (Lusa) - A reforma do sector da Defesa e Segurança na Guiné-Bissau e a preparação dos exercícios militares Felino dominam a XI Reunião dos Chefes dos Estado-Maior da CPLP, que decorre quinta e sexta-feira na Cidade da Praia.

Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz da reunião, o capitão cabo-verdiano José António Graça, indicou que a reunião do Secretariado Permanente para os Assuntos de Defesa (SPAD) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai analisar também a estabilidade política e militar nos oito Estados membros da organização.

Mas a situação na Guiné-Bissau é o tema em destaque, sobretudo a análise da forma como os "oito", enquanto organização, poderão apoiar o processo de reforma do Sector da Defesa e Segurança da Guiné-Bissau, cuja delegação é liderada por Zamora Induta, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense.

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9691310.html

A esse respeito, já assinou a nossa Petição?
POR UMA FORÇA LUSÓFONA DE MANUTENÇÃO DE PAZ:
http://www.PetitionOnline.com/mil1001/petition.html

sábado, 4 de outubro de 2008

Portugal ratifica acordos de cooperação militar com o Brasil

O Governo português decidiu hoje ratificar o acordo de cooperação com o Brasil no domínio da defesa.O acordo foi assinado no Porto em Outubro de 2005 e prevê a colaboração dos dois países nos domínios da pesquisa, aquisição de produtos, serviços e apoio logístico. Este acordo entre Portugal e o Brasil pretende ainda aumentar a partilha de conhecimentos e experiências adquiridos nos campos de operações, utilização de equipamentos militares de origem nacional e estrangeira no cumprimento de operações internacionais de manutenção de paz e nas áreas da ciência e tecnologia.
"A cooperação desenvolver-se-á através de visitas mútuas de delegações de alto nível a entidades civis e militares; reuniões de pessoal, técnicas e entre instituições de defesa equivalentes; e intercâmbio de instrutores e estudantes de instituições militares", lê-se no comunicado do Conselho De Ministros.
O Governo adianta ainda que a cooperação far-se-á através da participação em cursos ou estágios, eventos culturais e desportivos, assim como por via de uma "facilitação das iniciativas comerciais em assuntos de defesa".


Fonte: Jornal de Notícias

domingo, 28 de setembro de 2008

NOTÍCIA DEDICADA A QUEM ACHOU TÃO DESPROPOSITA A PETIÇÃO MIL "POR UMA FORÇA LUSÓFONA DE MANUTENÇÃO DE PAZ"


CPLP cria bases de doutrina para força militar conjunta


O chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Portugal, General Luís Valença Pinto, afirmou que estão criadas as bases da doutrina militar para uma força conjunta da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O Valença Pinto elogiou a participação, pela primeira vez, de forças de todos os países que integram a CPLP no exercício Felino, uma iniciativa realizada alternadamente em cada país desde 2000, para garantir a interoperacionalidade das forças militares.
Num balanço do exercício conjunto, o oficial considerou que o Felino 2008 permitiu lançar as bases de doutrina militar com vista à criação de uma força conjunta para missões de paz, sob o comando das Nações Unidas.
De acordo com Luís Valença Pinto, a construção dessa doutrina militar é a base para o emprego comum de forças da CPLP, já que há países de dimensão muito diferente e com realidades diferentes.
O Felino 2008 envolveu cerca de 500 militares das forças armadas dos países-membros da CPLP, numa força conjunta destinada a operações humanitárias e missões de paz, com treino cruzado e colocação de forças no terreno. A próxima edição, em 2009, será realizada em Moçambique.

Fonte:Agência Lusa

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Portugal e a marinha guineense, narco-estado e da... falta de uma força naval lusófona no local

O ministro da Defesa português, Nuno Severiano Teixeira, declarou que Portugal iria apoiar as 3 lanchas de fiscalização oferecidas a este pais lusófono em 2006 e que por falta de manutenção estavam inoperacionais.

A Guiné-Bissau é hoje o eixo principal do tráfego de droga que leva estupefacientes desde a África Ocidental até à Europa do Sul e a inoperância da sua marinha de guerra assim como os elevados níveis de corrupção são os maiores problemas que têm que ser vencidos por este país.

Ajudar a marinha guineense a repor o seu nível operacional é um passo, mas três lanchas dificilmente farão diferença contra os poderosos grupos mafiosos que operam na Guiné. Havendo como há, um interesse direto na disponibilização de meios no local, faria todo o sentido ver navios, helicópteros e aviões de patrulhamento oceânico dos países da CPLP a operar nas águas guineenses. Infelizmente, não só não há, como não há movimentações nesse sentido… Suspeitam muitos que tal se deva mais a pressões das narco-mafias junto do governo guineense do que devido a quaisquer pudores coloniais, especialmente porque essas missões poderiam ser asseguradas por meios brasileiros, insuspeitos desses temores… De qualquer forma, três lanchas funcionais sempre são melhores que nenhuma, que é o que temos atualmente.

É esta clamorosa necessidade guineense, que está efetivamente a potenciar a transformação da Guiné-Bissau num "Estado falhado", ou pior ainda, num "narco Estado" que nos recorda a proposta para a criação de uma "força lusófona de manutenção de paz", como defende o MIL: Movimento Internacional Lusófono nesta petição:
http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?mil1001&1
Isto no mais pleno cumprimento do ponto 5 da "Declaração de Princípios do MIL":
"5 – A identidade e vocação histórico-cultural da comunidade lusófona terá expressão natural na União Lusófona, a qual, pelo aprofundamento das potencialidades da actual Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, constituirá uma força alternativa mundial, a nível cultural, social, político e económico."

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sobre o "Felino 2008" em Aveiro e a "Força Lusófona de Manutenção de Paz"

Decorre em Portugal, o Exercício "Felino 2008" que reúne forças militares dos oito países da CPLP demonstrando a capacidade comum de constituir, enquadrar e coordenar uma "Força Tarefa Conjunta e Combinada" (FTCC) que possa intervir internacionalmente no quadro de mandatos da ONU e em missões humanitárias. Neste contexto, o grande objetivo do "Felino 2008" será o de consolidar a criação de uma "doutrina militar comum entre os países da CPLP", como declarou o o general Valença Pinto, chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) de Portugal: "Teremos maior semelhança e maior identidade na formação dos militares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e, se conseguirmos isto, podemos, evidentemente, ver desenvolvidas as possibilidades de intervenções conjuntas no quadro mundial."

O exércício começou a 16 de Setembro e prolonga-se até 24 de Setembro e terá lugar no perímetro do Regimento de Infantaria nº 10, em São Jacinto (Aveiro) e agrupa mais de 500 militares e todos os Ramos incluindo também forças especiais e de apoio de serviços. Em Aveiro estão presentes forças de Portugal, Brasil, Moçambique, São Tomé e Princípe, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste. Até domingo as operações simuladas terão lugar em São Jacinto, mas a partir de domingo, as forças envolvidas seguirão para o aérodromo de manobras nº1 de Ovar. O cenário simulado consiste numa crise interna, algures em África, ao qual acorre uma FTCC da CPLP, no âmbito de um mandato do Conselho de Segurança da ONU.

Estes exercícios "Felino" realizam-se desde o ano de 2000, rodando entre vários países da CPLP, sempre com os objectivos de melhorar o entrosamento comum de forças e a sua coordenação para a eventual aplicação de uma força conjunta em missões de paz como aquela que ainda recentemente teve lugar em Timor, mas que foi entregue à responsabilidade das muito particais forças australianas.

Em 2000 e 2001, o "Felino" realizou-se em Portugal, em 2002, no Brasil, em Angola em 2004, em Cabo Verde em 2005, o Brasil organizou o "Felino" de novo em 2006 e São Tomé e Príncipe a passada edição de 2007. Em 2009, o "Felino" terá lugar em Moçambique, cumprindo o ditame que estipula a rotatividade destes exercícios.

Assim se consolida cada vez a "Força lusófona de Manutenção de Paz" cuja constituição formal é um tema de uma petição do

MIL: Movimento Internacional Lusófono e que convidamos a assinar AQUI:
http://www.petitiononline.com/mil1001/petition.html


Fontes:
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/2a176a2e7f4cf96b1a3efd.html
http://www.cm-aveiro.pt/www/Templates/GenericDetails.aspx?id_object=30747&divName=2&id_class=2
http://www.fabricadeconteudos.com/?lop=artigo&op=c81e728d9d4c2f636f067f89cc14862c&id=93b5ddb416d9b00ba092e37119a4c275 http://www.inforpress.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=3582&Itemid=66
http://www.diarioaveiro.pt/main.php?id_page=4885

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobre a presença militar internacional no Afeganistão e a posição do MIL


Não temos que ter posição sobre tudo. Especialmente sobre temas que extravasam diretamente da área da Lusofonia, como este.

Contudo, é minha opinião de que aquilo que se está a passar no Afeganistão é de tal gravidade que todos os Estados têm o dever de participar ativamente no que aqui decorre.

A ascensão do poder dos Taliban (que montam hoje um cerco efetivo a Kabul) e o colapso da presença da NATO e do "governo" local irá implicar o retorno do país às mãos dos fundamentalistas islâmicos e o ressurgimento de um santuário a partir de onde se lançam tentacularmente operações terroristas em todos os países do mundo.

Ou seja, sejamos claros: se o Afeganistão retornar ao jugo talibã, não faltará muito tempo a que tornemos a ver bombas estourando nos transportes públicos de todos os países da NATO e do Ocidente, e Portugal, tendo em conta o relativo despreparo nestes assuntos está muito mais vulnerável do que qualquer outro país membro da NATO.

Travamos uma guerra no Afeganistão, para que não tenhamos que a travar nas nossas ruas.

Sendo a guerra um inevitável "último recurso" e tendo em conta a barbárie que os islamitas querem instalar no Afeganistão e a projeção desta depois a todos os cantos do mundo onde a conseguissem lançar não cabe aos homens e mulheres de bem tudo fazer para impedir que tal tumor assassino se reinstale no poder?

Não estaremos assim perante uma "guerra justa" (ao contrário da recente na Geórgia, dos bombardeamentos na Sérvia, na ocupação do Iraque, etc, etc) onde temos o dever moral e político de participar?

E falamos de 40 e tal "técnicos" não-combatentes que estarão sempre no perímetro do aeroporto de Cabul, não falamos?

Por fim, quanto à "
Força Lusófona de Manutenção de Paz", é minha convicção de que ela, quando for criada (e sê-lo-á, mais cedo ou mais tarde) deverá intervir em primeiro lugar em todos os locais onde seja necessária a sua presença estabilizadora e pacificadora, dentro do mundo lusófono, e sempre com a intensa e coordenadora participação de forças locais, mas é também minha convicção de que nenhum país lusófono devia participar isolado em qualquer missão de paz internacional descontextualizado desta força. Assim, no Haiti, o Brasil não devia estar sózinho, nem Portugal o devia estar no Kosovo, no Líbano ou no Afeganistão. A partir do momento em que fosse constituída esta força, as forças nacionais deveriam ser substituídas por "forças lusófonas", imparciais, desinteressadas (ao contrário do que se passa geralmente com os anglo-saxões) e respeitadas pelas partes, quer pela sua tradição não-intervencionista, quer pela presença no local com meios suficientes capazes de garantir a eficácia da força (não repetindo, p.ex. os erros da UA no Darfur).

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A cooperação na área da Defesa entre os países da CPLP



(Forças portuguesas do “Destacamento de Acções Especiais” (DAE - Marinha) e uma Companhia de Elementos de Operações Especiais (CEOE - Exército) no exercício Felino de 2002, no Brasil in http://www.marinha.pt/extra/revista/ra_mar2003/pag23.htmla)

Multiplicam-se as vozes lusófonas que defendem o estreitamento dos laços na área da Defesa entre os membros da CPLP. Maria Cristina Lima, a atual ministra da Defesa de Cabo Verde, foi quem mais recentemente declarou - na passagem das suas responsabilidades nesta área ao seu homólogo de Timor-Leste (Xanana Gusmão) que seria importante materializar o protocolo de Defesa na CPLP.

Este protocolo foi assinado em 2006, na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, mas ainda não foi ratificado por todos os membros da Comunidade… Quando esta ratificação ocorrer, a CPLP terá finalmente um instrumento comum de Defesa, capaz de assegurar a comum dependência e auxílio em caso de agressão exterior contra qualquer um dos seus Estados membros. O protoloco é um enriquecimento posterior à “Declaração Constitutiva” da CPLP, em 1996, já que esta então, não previa que a Comunidade tivesse qualquer responsabilidade ou atividade nesta área, mas em 1999, houve o reconhecimento desta lacuna, que se tentou então preencher através do estabelecimento de um “Secretariado Permanente para os Assuntos de Defesa” que levaria em 2001 a uma alteração dos estatutos da CPLP de forma a contemplar a “cooperação na área da Defesa”, que serviria de alicerce para que na Praia, no dito ano de 2006 os ministros da Defesa da CPLP assinassem o “Protocolo de Cooperação da CPLP no Domínio da Defesa”, com os seguintes objetivos:
1. Criar uma plataforma de partilha de informação e conhecimentos na área da Defesa (os Centros de Excelência agora em gestação)
2. Promover a cooperação nesta área entre os países membros da CPLP
3. Promover o desenvolvimento das capacidades operacionais das forças armadas dos países da CPLP, através:
3.1. Solidariedade em catástrofes naturais ou em caso de agressão por países terceiros, sempre no respeito da carta da ONU e das leis nacionais
3.2. Sensibilização junto das sociedades civis dos países da CPLP para a importância da Defesa
3.3. Continuação dos exercícios conjuntos dos Estados da CPLP, “
Felino“.
3.4. O estabelecimento de mecanismos conjuntos de vigilância e soberania das águas territoriais dos países da CPLP, por meios aéreos e navais dos seus Estados membros.

Uma das componentes mais importantes da Defesa comum da CPLP é o “Centro de Análise Estratégica“, situado em Moçambique que tem como missões o estudo e a divulgação de informações no domínio da Estratégia militar a todos os países da CPLP.

A estrutura que - no seio da CPLP - assume a coordenação desta área é o “Fórum de Defesa”, atualmente presidida por Timor-Leste, a quem - no âmbito de uma rotação alfabética - se sucederá Angola.

Fontes:
http://www.caecplp.org/
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/def01844a1dac3db1e32ec.html
http://www.cplp.org/docs/estrutura/RMS/Declara%C3%A7%C3%A3o%20Final%20VIIIMinistros%20Defesa.pdDeclaração%20Final%20VIIIMinistros%20Defesa.pd
http://www.mdn.gov.pt/mdn/pt/Defesa/politica/bilaterais/ctm/Defesa_CPLP.htm


Esta nossa petição Por uma
Força Lusófona
de Manutenção de Paz

continua entretanto a recolher assinaturas...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Por uma força lusófona de manutenção da paz

Fui um dos subscritores da Petição por uma Força Lusófona de Manutenção da Paz lançada pelo Movimento Internacional Lusófono, do qual sou também signatário. Ao início suspeitei se tal proposta não seria uma reminiscência do nosso passado colonial, quiçá mesmo um neocolonialismo encapotado e, sendo eu actualmente de esquerda libertária - uma evolução que fui apurando ao longo dos anos - é natural que tenha ficado alarmado. Uma leitura mais cuidada da proposta acalmou-me, já que faz todo o sentido:

"Pela própria natureza multinacional desta força, não haveria espaço para que surgissem críticas de "imperialismo" ou de defesa de interesses económicos ou particulares"

Sinceramente, a haver risco de tentação imperialista essa, por norma, tenta os mais poderosos e, como é do conhecimento geral, Portugal actualmente é um mero espectro do que foi outrora, no contesto de uma força militar lusófona o país mais relevante seria o Brasil, nem que fosse pela sua densidade populacional mas também, e mais por isso, pela excelência das suas forças policiais e militares que devido às circunstâncias (países vizinhos repletos de guerrilhas, o "amigo americano" mesmo ali ao lado, a paramilitarização do crime organizado nas grandes cidades, etc.) não têm outro remédio que não o de serem as melhores no que fazem já que o mínimo erro lhes poderia causar a perda da vida.
Acompanhando a discussão que esta petição lançou na blogosfera, principalmente após ler o
Orlando Castro, fiquei ao corrente de que, pelo menos em teoria, a CPLP já tem consagrada a criação duma força internacional deste género, mas infelizmente nunca a colocou em prática... um erro crasso, temos soldados em Timor-Leste que poderiam estar agregados numa força multinacional Lusófona em vez de estarem a servir de bengala aos interesses australianos.
Já nos meus tempos na direita causei um certo choque ao sugerir que a opção mais correcta para a descolonização seria a aposta numa espécie de
Commonwealth, proposta esta que, julgo eu e gostaria que me corrigissem se erro, António de Spínola também defendeu em tempos.
O que temos é a CPLP que, infelizmente, pouco ou nada faz e na prática não serve para muito mais além de providenciar passeios e comezainas de luxo aos governantes dos países que dela fazem parte.
A criação de uma aliança militar internacional é algo que, actualmente, faz alguma diferença, por alguma razão a Rússia o está a empurrar a criação de uma força multinacional deste género, também na América do Sul a Venezuela idem aspas, porque não os países lusófonos? E se já está consagrada a criação duma força desse género na actual CPLP, o que nos falta para a tornar uma realidade?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Afinal a desculpa não é financeira, é burocrática. Antes isso...

Notícia de hoje, do jornal "O Público":

"O eventual reforço dos efectivos da GNR actualmente presentes em Timor-Leste obrigaria à criação de mais uma companhia do Batalhão Operacional da Guarda (Bop) através de outros meios da força militar (...)."