A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 21 de junho de 2008

DOIS POEMAS – UMA HOMENAGEM *


Painel de azulejos do Palácio Galveias (Câmara Municipal de Lisboa)



QUE TEM GOA, QUE MAGOA


Que tem Goa, que magoa
meu coração português?...
(– Índia sonhada em Lisboa,
diz-me segredos de Goa,
diz-mos baixinho de vez...)

Que tem Goa, que destoa
do mundo que à volta sei?...
(– Índia das noites à toa,
canta-me a voz do Pessoa,
conta-me a volta do Rei...)

Que tem Goa, qu'inda ecoa
nas águas mortas do mar?
(– Índia, vem... moro em Lisboa...
deixei meus barcos em Goa,
preciso de navegar...)



MARINHEIRO DO MAR MORTO


– Marinheiro do mar morto,
porque andas a navegar?
– Nasci num barco sem porto,
quero só morrer no mar.

– Marinheiro do mar alto,
fazes-me falta no mar...
– Já não sou eu que te falto,
falta-te só embarcar.

– Marinheiro do mar fundo,
ensina-me a ser assim...
– Quando a morte for teu mundo
é que hás-de chegar a mim.


Casimiro Ceivães (1912-1931)



* Em homenagem ao nosso Confrade, Casimiro Ceivães, dois poemas do seu tio-avô.

4 comentários:

Ana Beatriz Frusca disse...

São muito bonitos ambos poemas, tão bonitos quanto o mar!
Beijos.*

Jo disse...

Belos. Um adolescente a escrever assim... Amado pelos Deuses, como dizia Pessoa, decerto, para deixar tão cedo a companhia dos mortais.

uma respeitosa vénia.

andorinha disse...

Dois belíssimos poemas.
Acabo por me repetir, mas a culpa não é minha, é de quem escreve:)

"Quando a morte for teu mundo
é que hás-de chegar a mim."
Isto é LINDO!

Casimiro Ceivães disse...

Biazinha, "tanto mar"...

Mariazinha, todos somos adolescentes quando escrevemos. E a companhia não se deixa nunca: eu creio na comunhão dos santos.

Andorinha, não sei que diga... obrigado.

E, Milorde Erewhon. Depois de Abril em Maio, Dezembro em Junho...