
Donde vimos, para onde vamos...

Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Espanha desconhece caso dos taxistas multados
Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha recordou que qualquer taxista português que queira exercer em Espanha "terá que ter uma licença especial" para o efeito.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol desconhece até ao momento qualquer queixa relativamente aos casos de taxistas multados por operarem na Galiza, recordando porém que para o fazer necessitam de uma licença.
"Até ao momento não recebemos qualquer informação sobre este tema e como tal, e desconhecendo os contornos concretos do caso, não o podemos comentar alargadamente", disse à Lusa fonte do Ministério.
Ainda assim a mesma fonte recordou que qualquer taxista português que queira exercer em Espanha "terá que ter uma licença especial" para o efeito.
"Sem ela não pode operar. Em termos abstractos, e desconhecendo os contornos destes casos, há livre prestação de serviços na Europa, mas é sempre necessário pedir uma licença administrativa", frisou.
Em causa estão queixas de taxistas portugueses que denunciaram terem sido multados pela Guarda Civil espanhola na Galiza, quando foram buscar passageiros portugueses que os contactaram.
A direcção da ANTRAL reúne-se quinta-feira para decidir o apoio ao bloqueio contra a entrada de táxis espanhóis a partir da Galiza em Portugal.
Florêncio de Almeida defendeu que o governo português "tem de pressionar o governo espanhol" para que não haja dualidade de critérios e que resultou, nos últimos três meses, na apreensão de três táxis portugueses pelas autoridades policiais da Galiza.
Em causa está a falta de harmonização da legislação portuguesa e espanhola que regulamenta a actividade de táxis no país vizinho.
"O que está em cima da mesa é nós podermos ir carregar a Espanha como eles vêm a Portugal, ou então não poderem vir a Portugal e a intenção dos industriais é vedarem a entrada nas fronteiras dos táxis espanhóis até esse problema ser resolvido", frisou o presidente da Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL).
"Eu se tiver lá um cliente meu ou uma empresa que me encomende para eu ir buscar um serviço a Espanha, eu não posso carregar. Quando eles vêm ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, eu sei lá quantos por dia, buscar os seus clientes, para levar para Vigo ou Pontevedra e ninguém lhes diz nada", lamentou.
Florêncio de Almeida disse ainda estar surpreendido que estes incidentes ocorram somente na fronteira com a Galiza.
Questionado pelo facto de haver aparente dualidade de critérios, a fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros disse que isso poderia dever-se a diferentes opções das autoridades policiais dos dois países.
Apesar de várias tentativas até ao momento nem a Guarda Civil espanhola nem o Ministério do Interior responderam a questões da Lusa sobre estes casos.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1370078
domingo, 20 de setembro de 2009
Nem pro-galeguismo nacionalista nem anti-espanholismo atolado em Aljubarrota.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Identidade I

O mundo lusófono vive nesse princípio de século sob uma constante ameaça: a quebra da identidade lingüística portuguesa patrocinada por um movimento denominado reintegracionismo galego. Estamos a ver passivamente um orquestrado desenrolar de acontecimentos com finalidades não declaradas que procuram de todas as formas subjugar ou trazer ao seu controle 500 anos de lusofonia global. Embora, na última reunião de ministros da CPLP, tenha ficado claro a não aceitação da Galícia, território espanhol, como membro da comunidade da língua, continuamos a ver de forma passiva e até indolente as continuadas tentativas de se forçar uma aproximação cultural que não mais existe, que se perdeu no tempo e espaço. Com relação a identificação e proximidade lingüística do Português e do Galego, percebemos que toda a península ibérica mantém certa coesão, o que nos torna tão distantes da língua galega, quanto a língua galega o é da castelhana. Não vejo como aceitar a participação galega na lusofonia, seria um retrocesso na evolução e identidade dos povos que, com muito orgulho e honra, transformaram a língua de Camões na terceira mais falada, escrita e pensada do mundo ocidental. “O galego para a Galícia, o português para a portugalidade”.
Aurélio Amado de Oliveira - Brasil
aurelioamado@yahoo.com
sábado, 8 de agosto de 2009
GANIVET
“um dos mais fortes escritores da geração que tentou um renascimento intelectual da Espanha nos últimos anos do século XIX, se não mesmo o mais sólido de todos; Unamuno, que afinal veio a exercer uma influência maior, não teve o sentido de equilíbrio, a disciplinada reflexão, a acção coerente de Ganivet”; “não crê que a Espanha se tenha perdido para sempre; esteve junto do povo e conheceu as reservas de energia, de vitalidade, as possibilidades de acção renovadora que nele se contêm; do fundo primitivo nada se perdeu, embora tudo tivesse adormecido; e é nesse fundo primitivo, marcado pelo estudo da psicologia do povo actual e pelo estudo do que há verdadeiramente tradicional na Espanha, que tem que assentar a renovação do país; toda a tentativa de levantar a Espanha por métodos imitados do estrangeiro está destinada a falir, porque vai contra o sentir íntimo do povo, porque será uma superficial preocupação de um escol reduzido; não há que europeizar a Espanha, como tantas vezes se exclama, há que a hispanizar, despindo-a do vestuário estrangeiro com que a enrouparam os seus dirigentes”[1].
[1] A Arte Espanhola (Ganivet), Lisboa, Edição do Autor, 1941, pp. 3-4.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Portugal e a Lusofonia II
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Espanha: somos cadáveres. Seremos sementes?
[...] o movimento popular espanhol não se dirige contra um capitalismo chegado ao termo do seu desenvolvimento... mas contra a própria existência desse capitalismo em Espanha... A concepção materialista da história, fundada na crença no progresso, jamais encontrou eco junto dele... O que fere a consciência do movimento operário e camponês espanhol não é a ideia de um capitalismo que se perpetuaria indefinidamente, mas a própria aparição desse capitalismo. Tal é para mim a chave da posição privilegiada do anarquismo em Espanha"
Creio que Espanha pode designar aqui Hispânia, Península Ibérica. Assistimos hoje ao enterro das últimas resistências a este processo. Somos esses semi-cadáveres. Serão os mortos sementes?
- F. Borkenau, Spanish Cockpit (1936-1937), Paris, Champ Libre, 1974, pp.28 e 29-30 (Michael Löwy / Robert Sayre, Révolte et mélancolie. Le romantisme à contre-courant de la modernité, Paris, Payot, 2007, p.113).
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Entidades ibéricas querem voz única na UE
"Entre os objetivos estabelecidos pela nova entidade figuram o de trabalhar com os governos de Espanha e Portugal para conseguir pressionar a Comissão Europeia e recuperar os cerca de 600 milhões de euros que a fronteira hispano portuguesa perdeu no período vigente até 2013, fundos atribuídos através do programa Interrreg", salienta o Eixo Atlântico, em comunicado.
Para o secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, Xoán Vázquez Mao, a importância da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) surge da "necessidade de falar com uma só voz com os estados espanhol e português, e ser um interlocutor comum e válido com a Europa".
"As reduções dos investimentos do Feder [Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional] em políticas transfronteiriças levam à necessidade de uma otimização destes recursos e conseguir uma harmonização dos projetos, evitando as duplicidades", salienta o Eixo Atlântico.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional de Portugal, Rui Baleiras, também citado no comunicado, assume que os anteriores programas "não fizeram muito pela cooperação na fronteira, por norma territórios de baixa densidade populacional e economicamente deprimidos".
Rui Baleiras reconhece que "as questões administrativas podem complicar relações que ao longo dos séculos os povos da raia sempre souberam solucionar".
Xoán Vázquez Mao realça que "os cidadãos de ambos os países atravessam a linha da fronteira em fluxos pendulares para trabalhar ou estudar, mas encontram limitações como a ausência de transportes públicos, a impossibilidade de receber assistência médica sistemática na rede de hospitais do outro país ou os custos derivados das elevadas tarifas roaming nas comunicações de rede móvel".
A constituição da RIET é a "consequência mais imediata" das conclusões da conferência que o Eixo Atlântico realizou em Fevereiro em Guimarães.
Turiurbi (Triângulo Urbano Ibérico Raiano), Fundação Rei D. Afonso Henriques, Associação Belgais, Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro e Associação Transfronteiriça de Municípios das Terras do Grande Lago - Alqueva são algumas das 15 entidades fundadoras da RIET.
O Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha - Portugal conta com uma dotação financeira de 354 milhões de euros, dos quais 267,4 milhões (75,5%) são financiados através do Feder.
sábado, 11 de outubro de 2008
Mais sete breves notas: agora sobre a relação com Espanha...
2. Dito isto, Portugal deve, “subterraneamente”, reforçar os laços com a Galiza, sobretudo na vertente cultural. Olivença já me parece um caso (quase) perdido…
3. Não sei se para Portugal seria bom ou não que a Espanha se desagregasse. Tenho discutido o assunto com várias pessoas e, como se costuma dizer, as doutrinas dividem-se. Sou sensível ao(s) argumento(s) de quem acha que seria mau: é preferível que os nossos vizinhos (para mais, o nosso único vizinho) não façam muito “barulho”…
4. Independentemente de ser ou bom mau para Portugal, acho que a tendência é para que a Espanha se desagregue. Exactamente por causa dessa tendência maior (ver "post" anterior) da revalorização das línguas, das culturas…
5. Apesar do nacionalismo catalão ter muito de burguês (se me passares o cheque, eu calo-me), é cada vez mais provável que seja pela Catalunha que o processo de desagregação comece. Depois virá o país basco (que, por causa do terrorismo, nunca poderá ser o primeiro). Depois, enfim, a Galiza…
6. Actualmente, a Espanha ainda não chegou ao estado da Bélgica (que seria trágico, se não fosse apenas anedótico), mas o que a mantém enquanto tal é cada vez mais fraco: a Igreja já não é o que era, e em Espanha ainda menos (exemplos: liberalização do aborto, dos casamentos gays, etc.); a Monarquia ainda mantém algum prestígio (dada a história do actual rei, apesar de alguns escândalos abafados), mas esse prestígio (melhor, essa autoridade) não passará para o filho e para a sua encantadora nora). O que sobra? O futebol (não se riam: o facto de a Espanha ter sido campeã europeia de futebol foi a melhor notícia para os “espanholistas” nesta última década). E, sobretudo, a Economia: a Espanha tem sido um “bom negócio”. Quando deixar de o ser…
7. Se (quando) isso acontecer, haverá uma tendência para que Portugal se desagregue igualmente, em nome de uma Ibéria das regiões. Mas não acredito, de todo, que isso aconteça. Ao contrário de Espanha, Portugal é efectivamente uma nação…
terça-feira, 22 de julho de 2008
Bartolomé Las Casas
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... missionário dominicano, analisando, perplexo, a insensatez do comportamento dos espanhóis, perante os índios Aztecas, escreveu em 1550: «Não sabemos se devemos rir ou chorar em face do absurdo». Tratava-se da leitura, em castelhano, sem se recorrer a um intérprete, do «Requerimiento», elaborado pelo jurista real e dirigido aos índios, em 1514, de que transcrevemos a parte final, para que melhor se possa compreender o absurdo a que Las Casas se referia: «Jesus transmitiu o seu poder a S. Pedro, e este aos papas que se lhe seguiram; um desses últimos papas fez doação do continente americano aos espanhóis (e parte aos portugueses). Estabelecidas, deste modo, as razões jurídicas do domínio espanhol, falta apenas assegurar uma coisa: que os índios sejam informados da situação, pois pode dar-se o caso de eles ignorarem estes presentes sucessivos que os papas iam fazendo aos imperadores. (…). Se os índios se mostrarem convencidos depois dessa leitura, ninguém tem o direito de os tomar como escravos. Se, no entanto, eles não aceitarem esta interpretação da sua própria história, serão severamente punidos.»
Texto de Maria do Carmo Vieira,
Licenciada em Filologia Românica e Mestre em Literatura de Viagens pela Faculdade de Letras de Lisboa. Professora de Português e Francês do Ensino Secundário.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
BARCELONA
Para Antoni Ibañez Ros

Barcelona a febril, ao sol branco, depois
Negro, entre os roxos e rubros do oculto
Ocaso que desce, a alba de logo
Esperando sempre, porque o canto
Em terras catalãs é demorado, passar
De trovador, navegante e fado. As águas
Do mar Mediterrâneo levam, transparências,
Algas, ânforas, o grito da Aquitânia
Para o búzio de Gibraltar, ressoante,
Que para Sagres fala; erguem-se e bailam
As gestas, os campanários, os olhos
Amendoados das donzelas, exóticos
Mas terrenos, na festa sem fim
Dos bruxos e dos santos, casa, pão,
Papiro dos lustrais figos da obra,
Palmares do céu e raízes dos poços.
Ibéria, Catalunha, planície e cume;
Nenhures e aqui – do chão agrado algum
Amou mais os poetas, os doidos, os errantes.
BARCELONA
Barcelona l'ardorosa, al sol blanc, després
Negre, entre els morats i els vermells d'allò ocult
Capvespre que davalla, l'albada ulterior
Sempre esperant, perquè el cant
En terres catalanes és tranquil, pas
De trovadors, navegants i destins. Les aigües
De la mar Mediterrània porten transparències,
Algues, àmfores, el crit d'Aquitània
Per al cargol de Gibraltar que ressona,
Que a Sagres parla; s'aixequen i ballen
Les gestes, els campanars, els ulls
Ametllats de les donzelles, exòtics
Però terrenals, en la festa interminable
Dels bruixots i dels sants, casa, pa,
Papir de llustrosos replecs de l'obra,
Palmarès del cel i arrels dels pous.
Ibèria, Catalunya, planura i cim;
Enlloc i aquí – de la terra que de grat
Va estimar més els poetes, els boigs i els errabunds.
Lord of Erewhon
Tradução para Catalão de Antoni Ibañez Ros
domingo, 18 de maio de 2008
Catalunha garante que "Espanha ainda não assumiu independência de Portugal”
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1329153&idCanal=11