O que interessa em arte ou deve interessar é o seu quotidiano humano de modo a que ela seja - voluntária ou involuntariamente um depoimento. Por isso não me surpreende que Pierre-Henri Simon afirme que «todo o homem que tem a consciência da sua vida possui em si um poema que deseja nascer». Isto pode significar que para o criador não há inibições e que estas devem ser, em última análise, a resultante da sua força pessoal criadora que tanto pode exprimir-se através da poesia, da arte e/ou da partilha com o divino.
É sempre difícil dar uma opinião sobre alguns criadores a não ser no seu próprio plano de criação, sob pena de cairmos no erro de julgarmos segundo os nossos reflexos ou reacções pessoais.
Há muito tempo que deixei de opinar sobre certos quadrantes do actual quotidiano. Tudo porque já não há verdadeiros criadores fora do âmbito dos interesses económicos e afins.
Hoje, até os padres e interesseiros do clero são demasiadamente simplistas para compreender o drama dos nossos dias. Até os falsos milagres - como o de Fátima - não são mais do que fontes de rendimento - bem terreno - para o deleite de quem, há muito, esqueceu o verdadeiro (?) Criador ora ancorado nas teias de aranha da nossa memória colectiva.
Não é na leitura dos compêndios e na obediência aos críticos ou aos doutrinadores que se forjam os padrões da cultura da minha geração (anos oitenta do século passado) ou se encontram as respostas a muitas das nossas dúvidas.
É sempre difícil dar uma opinião sobre alguns criadores a não ser no seu próprio plano de criação, sob pena de cairmos no erro de julgarmos segundo os nossos reflexos ou reacções pessoais.
Há muito tempo que deixei de opinar sobre certos quadrantes do actual quotidiano. Tudo porque já não há verdadeiros criadores fora do âmbito dos interesses económicos e afins.
Hoje, até os padres e interesseiros do clero são demasiadamente simplistas para compreender o drama dos nossos dias. Até os falsos milagres - como o de Fátima - não são mais do que fontes de rendimento - bem terreno - para o deleite de quem, há muito, esqueceu o verdadeiro (?) Criador ora ancorado nas teias de aranha da nossa memória colectiva.
Não é na leitura dos compêndios e na obediência aos críticos ou aos doutrinadores que se forjam os padrões da cultura da minha geração (anos oitenta do século passado) ou se encontram as respostas a muitas das nossas dúvidas.
O Deus da minha geração não é folclórico. É um labirinto de circuitos fechados e sem rosto, em vez daquele a quem se roga pelas coisas ditas nobres. É um Deus que, em certos dias, não se pode contar com Ele - deve ter os seus dias de folga... Afinal, há aqueles dias em que nos encontramos face a face com os nossos próprios demónios e não se vislumbra tal "divindade", a fim de nos ajudar a irradicar do nosso quotidiano o cerceamento das liberdades individuais, a solidão, o medo do outro, etc...
É por isso que eu não tenho arte nem fé e não me demoro a opinar no "escuro" da noite. Mas... tenho, de facto, um poema:
.
Sou,
.
Astro caindo que na queda ardeu,
curva de estrada onde acaba alguém,
menino meigo que voou ao Céu,
água da fonte que ninguém bebeu,
grito que é brado e não atrai ninguém...
Paulo
8 comentários:
Pá, tu és gótico, etc... LOL!!! Grande texto, Paulo! Do mais certeiro que li por aqui... E é bom que se entenda sem ingenuidade isto: o projecto mais cruel de toda a nova geração é «ajudar» as mais velhas a avançar mais rápido para o caixão! Encontro toda a justiça nisso, do mundo e do saber, apesar de ser mais velho.
A vida do espírito é combate - e quem já não tem fibra e raça para segurar a espada... que vá ver TV, comer patuscadas e dar quecas!!
Um estreito abraço!
Grande texto, de facto!
Excelente a análise que fazes dos nossos tempos em que a vertente económica tudo monopoliza.
Quanto aos padres e interesseiros do clero nem vale a pena falar...
Haverá excepções, mas a maior parte não tem vergonha na cara, pura e simplesmente.
Beijinho.
P.S. ao Klatuu,
Isto não é uma questão geracional.
Há quem tenha fibra e raça para segurar a espada independentemente da idade.
Queres-me mandar mais cedo para o caixão?!
Ainda é muito cedo para "arrumar as botas"!
Chiça!:)
Tu ficas mais uns dias... mas o resto vai tudo pró buraco! - há que dar espaço à juventude e o mundo está atolado de gente caquética e inútil, que não é gótica e nada fez pelo País, nem pelo mundo nem por porra nenhuma, mas não lhes falta manias... :)
P. S. Nem a porra de uma Revolução de jeito souberam fazer! - desperdiçaram tudo no Meco a dar banho às miudezas! E os putos ainda tiveram que gramar com o Zeca, o Adriano, o Zé Mário e sei lá mais quem! E depois não gostam dos Góticos... ya, OK, não gostam dos próprios filhos! Olha, já comia uns tremoços... (isto é só para não continuar a conversa). :)
Tu és mesmo doidão, Klatuu.
É por isso que Dolu Tu:)))
Obrigado .
Um abraço fraternal .
Uma bela reflexão, Paulo.
E tu completas a coisa como só tu sabes, Klatuu. Eu acrescento: os anos não contam, só a garra de cada um. Quando esmorecer, que raio de ideia é essa de prolongar-se a vida do Homem quando ele já não é?
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