A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 2 de agosto de 2008

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos)

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Literatura Russa

As forças revolucionárias que triunfaram em 1917 vieram dar à Rússia uma direcção de vida que, se não é completamente nova nos seus elementos componentes, o é no modo por que se apresentam ligados: o ocidenta­lismo faz triunfar uma filosofia alemã, afirma o poder dos técnicos, impõe-se vigorosamente às características tradicionais do povo russo e faz dos camponeses da re­signação, dos proletários miseráveis das cidades os tra­balhadores das granjas colectivas e da indústria pesada: a eslavofilia dá a concepção da Rússia como salvadora do mundo e subordina o progresso material a uma concepção moral; implícita ou explicitamente, tem-se a ideia de que o fim último do homem está no Sermão da Montanha e na paz, na fraternidade, no gozo espiritual do reino divino realizado na terra; mas não se vê a pregação moral como o caminho para se atingir o objectivo desejado: é a electrificação, é o tractor, é o canal, é o avião de transporte, é o laboratório de biolo­gia, é o fragor da batalha, é o sangue em torrentes quando for necessário, que hão-de trazer ao mundo a era nova: é neste sentido que Alexandre Blok fala numa das suas poesias de Cristo que marchava à frente das patrulhas na luta de ruas em Moscovo; e todos os escri­tores russos da época revolucionária estão possuídos da mesma ideia, no mesmo ardor de construção, na mesma consciência de que participam de uma obra grandiosa; o entusiasmo das realizações torna-os pouco interessa­dos pelo estilo, pelas qualidades puramente artísticas da obra literária, e grande parte da literatura russa con­temporânea terá a duração que têm tido todas as obras de simples emoção; só depois de passadas as batalhas se escrevem as obras que as imortalizam e a maioria dos romances, das novelas, das poesias da Rússia contemporânea pouco só valem como docu­mentários da experiência humana em que os seus autores se viram envolvidos; além de tudo, a verdadeira arte só se desenvolve num ambiente de apuramento espiritual que não pode existir num país em plena revolução e exactamente numa revolução perante a qual uma revolução religiosa como a Reforma, uma revolução política como a Revolução Francesa, quase nada representam; certamente, a Rússia, se merecer a liberdade, há-de ter a literatura digna do que fez noutro plano e é também fora de dúvida que se terá de a contar entre as melhores obras do espírito humano, porventura excedendo, em riqueza e em número, o que se tem feito até hoje: mas não parece que se possa pôr senão como anúncio dos tempos futuros a produção quer de intelectuais do tipo de Fédine, de Pilniak e de Bulgakov, quer a dos escritores mais ligados aos movi­mentos profundos do povo como Vsevolod, Ivanov, Gladkov, Nevierov, apesar de todas as qualidades de força, de viril coragem, de inteligência, de engenho e de humanidade que é impossível negar-lhes.

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