A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 31 de agosto de 2008

DIÁRIO DE MOEMA, III

Salamonde, Vieira do Minho, 2008


2006, 22 de Março.

Encontrei um pequeno lugar guardado entre montes.
Sei-me observada pelos penedos, mas sinto a sua indiferença. Para eles, o tempo tem outra contagem. Não passo de um pestanejar da eternidade.
Parei junto ao rio. Fiquei a ver a viagem da corrente que passa sem saber para onde vai. Tive vontade de lhe gritar o seu destino. Ouvi os penedos e fiquei em silêncio.
Tenho a resposta, mas as águas não fizeram a pergunta.

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O rio corria na verdura do vale, ao lado do casario antigo. Era pequena a aldeia, feita de gente simples e de claras verdades – o dia segue a noite e não há mal que sempre dure. As reflexões profundas eram deixadas para o Poeta, o louco, que falava de coisas que eles não entendiam, mas que davam um certo colorido às conversas de rua. Já estavam habituados a frases sem nexo e longos ditos, a que ele chamava poesia. Sorriam e acenavam a cabeça, pois se nem sequer rimava…
Novidade, foi a chegada de Moema, uma mulher sozinha, a viver numa casa andante.
Não é coisa normal por estas paragens.
Entre o aviar do bacalhau e o contar das notas - que nem parecem nossas - comentava-se à boca cheia.
Anda fugida pela certa. Não há-de ter feito coisa boa.
No café, espreitavam a porta, não fosse ela aparecer. Tinham dado pela sua chegada ao amanhecer, à hora da bica, estava a sala cheia. Tempo era coisa que por ali não faltava. O destino já tinha marcado a hora para o jardim das tabuletas, e o serviço não fugia.
À beira-rio, Moema estava sentada, a abraçar as pernas, de olhar perdido na paisagem. Tinha ido ali parar sem saber bem como. Deixava-se levar pelo rumo do vento ou pelo cheiro da água. Estava cansada de conduzir. Queria descansar os olhos do alcatrão sempre igual, do barulho dos carros, do torpor do volante.
Os chocalhos do rebanho que se aproximava, trouxeram um sorriso ao seu olhar.
Ia ficar ali, por uns dias.

9 comentários:

amantedasleituras disse...

Clarisse é sempre um prazer ler uma boa prosa.

Casimiro Ceivães disse...

eu acho que ainda não tinha dito nada sobre estes textos de Moema: é que há uma categoria de beleza que requer o silêncio, pelo menos o meu.

digo isto para que não pareça injusto passar por cima do texto (deste) e ir à fotografia. Não sabia que isto existia. Tão estranha a minha Pátria.

Obrigado, muito obrigado.

Clarissa disse...

Amigos, obrigada.

Em relação à foto é,também, uma forma de honrar a nossa língua semos conhecedores dos recantos desta nossa belíssima terra.

Beijos

andorinha disse...

É uma delícia ler-te...
Normalmente também o faço em silêncio.
Obrigada por estes momentos.

Beijinhos

Casimiro Ceivães disse...

É sim, Clarisse. Posso perguntar o que é este rosto? Está num penedo, num edificio?

O Minho (embora não esta região) é a minha pátria-pequena. Mas isto. Há seculos eu estive aqui.

Beijo

Klatuu o embuçado disse...

«Descansar os olhos» - o misticismo sempre foi mais generoso nas mulheres... a terra é fêmea.

Beijinho.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Penso que o rosto é de origem romana, mas não estou certo, é uma zona com imensos menhires, figuras na rocha e gravuras rupestres - é zona arqueológica, mas está quase tudo por classificar.

Clarissa disse...

Casimiro, não tenho muitas informações sobre este rosto, sei que é num penedo, eu também fiquei deslumbrada; vai aqui, onde fui buscar a foto:
http://www.forumbtt.net/index.php?topic=35992.msg386470

De qualquer forma o mais importante é o que tu dizes:«Há séculos eu estive aqui»... eu também!

Beijocas a todos.

Casimiro Ceivães disse...

Clarissa, fui "levado" pelo primeiro comentador e não soube escrever bem o teu nome. Peço-te desculpa.

E obrigado pelo link. É um rosto assombroso. Eu espero morrer naquela terra.