A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sobre as Eleições Europeias 2009

Perante os resultados das recentes Eleições Europeias, congratulo-me naturalmente com a votação obtida pelo holandês Partij voor de Dieren (Partido Pelos Animais), cujos 3.5% quase o levaram a eleger um deputado, e com a subida da representação parlamentar dos Verdes/Aliança Livre Europeia, o único grupo político europeu cuja votação subiu, de 5.5 para 7.2 %, enquanto todos os outros baixaram.

A abstenção massiva em toda a Europa, junto com os votos em branco, mostra o crescente descrédito e indiferença da maioria da população em relação aos velhos modos de fazer política, configurando um preocupante divórcio entre os Estados, os partidos e os cidadãos. Com efeito, a afluência às urnas, ao longo de 30 anos e em 7 Eleições Europeias, desceu sempre, passando de 61.99% em 1979 para 43.2% em 2009. Perante este quadro, deve colocar-se a questão da legitimidade real das aparentes “maiorias” triunfantes, que na verdade correspondem a uma reduzida minoria do número total de cidadãos eleitores. Esta verdade é escamoteada no discurso oficial dos governos, dos partidos e dos comentadores políticos, apesar de ser uma evidência incontornável que põe em causa o sentido da própria democracia, o princípio de representação e o sistema eleitoral vigente.

Tudo isto mostra a urgente necessidade de outro modo de se fazer política, movido por valores éticos inquestionáveis e não pela obediência aos grandes grupos económicos e ideológicos mundiais ou pelo mero desejo de poder e promoção pessoal. No mundo de hoje, após a emancipação dos escravos e das mulheres, o progresso mental, ético e civilizacional exige o respeito pela natureza e por todas as formas de vida consciente e sensível. Disso depende a sobrevivência, a evolução e o bem do próprio homem. Portugal necessita dessa nova forma de estar na política, lutando por uma sociedade humana mais justa, em harmonia com a natureza e os seres vivos e sensíveis. Muitos milhares de portugueses rejeitam em particular os sofrimentos atrozes a que os animais estão sujeitos pelo actual sistema de produção e consumo e pelos costumes sociais, sem terem qualquer protecção jurídica, pois são considerados como objectos. O incremento da protecção animal em todos os domínios, além de introduzir na política o novo paradigma mental, ético e civilizacional que o futuro exige, traduzir-se-á num aumento enorme dos postos de trabalho e obrigará a uma transformação radical dos modos de produção e dos hábitos de consumo. Como se sabe, ou deveria saber, a alimentação carnívora é a principal responsável pelo esgotamento dos recursos indispensáveis à sobrevivência do homem e pelo aquecimento do planeta... O homem está a ser vítima da sua incontinência predatória.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vamos lá então analisar os resultados…

Intróito: apenas sobre Portugal. Nos restantes países europeus, podemos decerto vislumbrar algumas afinidades (alta taxa de abstenção, subida dos extremos, consolidação dos partidos de centro-direita, por contraste com os de centro-esquerda, etc.), mas, depois, analisando à lupa, cada caso é um caso...
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1. O primeiro facto a salientar é, obviamente, a taxa de abstenção: 62.95%. Ou seja, quase dois terços do eleitorado não votou. Isso, por si só, distorce os resultados reais de cada partido. Como o Eurico já aqui assinalou:
Partido // Votos Relativos // Votos Reais
PPD/PSD // 31,68 // 13,63
PS // 26,58 // 11,43
BE // 10,73 // 4,61
CDU // 10,66 // 4,58
CDS-PP // 8,37 // 3,6
Outros // 11,98 // 5,15

2. O “partido” dos abstencionistas é, contudo, pior do que um albergue espanhol. Cabe lá tudo. E, por isso, como o Casimiro aqui bem assinalou, daqui não se pode retirar nada de muito sólido...

3. Os que votaram em branco cresceram bastante: de 87.702 em 2004 para 164.829 agora. Dava para eleger, com grande folga, um deputado. Para mais, somando os nulos: 71.135. A questão é que quem votou em branco fê-lo por razões diversas, ainda que, será razoável dizê-lo, não tão diversas quanto aqueles que se abstiveram. Pelo menos, manifestaram vontade de participar: o que, face aos abstencionistas, já não é pouco, ou é um pouco mais do que nada…

4. Quanto aos partidos do sistema:
a) O PS perdeu por causa do desgaste do Governo (o facto do cabeça de lista ter tido uma campanha desastrada não terá sido, a meu ver, muito relevante; até com um "Obama" teria perdido...)
b) O PSD beneficiou do efeito de alternância e da boa campanha que fez (em particular, do cabeça de lista)
c) O BE continua a crescer e continuará a fazê-lo até entrar no Governo: depois, começará a decepção (com as consequentes cisões), como aconteceu em Lisboa…
d) O PCP resiste bem (teve uma boa campanha, com uma boa cabeça de lista), mas não tem margem de progressão…
e) Idem para o CDS (mudando apenas: com um bom cabeça de lista).

5. Quanto aos outros, à excepção do PPM (dadas as cisões internas), todos subiram: PCTP-MRPP (+5 mil votos); MPT (+ 10 mil votos); PH (+ 4 mil votos); PNR (+ 5 mil votos). Até o POUS: quase mais mil votos! Saliente-se, aqui, a subida do MPT (Movimento Partido da Terra), o único que fez uma real campanha europeia, contestando o Tratado de Lisboa.

6. Quantos os “novos”: o MMS (Movimento Mérito e Sociedade) teve mais de 20 mil votos, mas isso não lhe servirá de nada: o que faz impressão, dado o muito dinheiro que gastaram na campanha (pura e simplesmente, não têm base social). O MEP (Movimento Esperança Portugal) é outra história: teve mais de 50 mil votos. Nas legislativas, dará para eleger pelo menos um deputado. O que não surpreende, dada a base de apoio que tiveram à partida: é gente que veio dos movimentos pró-vida, com ligações à Igreja e a outras “espiritualidades”. E a Laurinda Alves, até pela sua experiência na "Revista X", conseguiu agregar muita dessa gente…

7. Posto tudo isto, 2 notas finais:
a) em termos de paradigma, não houve uma real alternativa nestas eleições aos federalistas (todos os partidos do sistema, à excepção do PCP do CDS, que, apesar de tudo, ainda foram defendendo uma perspectiva mais “soberanista”, ainda que de forma inconsequente). Os que contestaram mais abertamente a União Europeia (à esquerda, PCTP-MRPP e POUS, e à direita, MPT e PNR), não apresentaram nenhum paradigma alternativo – nomeadamente, o de uma maior aposta no espaço lusófono (como o MIL defendeu, no Comunicado emitido a respeito destas Eleições). Ora, sem real alternativa, é natural que o federalismo continue, por inércia, a ganhar…
b) penso que há espaço para se lançar um novo movimento político, mas não devemos entrar em aventuras; é preciso consolidar bem primeiro uma base de apoio. Em política, como na vida, não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Isso é bem mais importante do que o dinheiro: ver o que aconteceu ao MMS e, por contraste, ao MEP…

Day after. Dei.

Para mim, que raramente voto e não tenciono mudar, nada há mais irritante em tempo de eleições e escolhas do que o vozear, no day after, dos predadores da abstenção. “Somos nós a maioria”, diz-me o nazizito da esquina; “Somos nós”, clama o anarquista anafado; “Nós”, reclama o honestinho de sofá (falta de paciência, os honestinhos de sofá); “Ihihi”, regougam os fanáticos de todas as crenças, os cínicos de todas as descrenças, os predadores de toda a ocasião. Discípulos cábulas da serpente do Génesis, sabeis definitivamente onde pára o bem e onde mora o mal. E adorais vir agora com falinhas mansas, “nós, o Povo, somos tantos”. Que sorte.

Para mim, que raramente voto e detesto que me digam que votar é o “dever cívico”, a “conquista” ou “a oportunidade de mostrar cartão amarelo” (falta de paciência, o amarelo), nada há mais irritante do que os cavalgam com presteza os cavalos coxos de coisa nenhuma. “São meus os votos brancos”, diz um; “Meus, os nulos”, afirma outro; “Minha, a maioria. Estes patifes”, concordam todos. Sebastiões de papelão, Restelos sem aspecto venerando, Maquiavelhotes de vão de escada: fora!

Quem sois vós para falar por mim?

Sois quem, para negar legitimidade àqueles que foram a votos e foram votados? Muito bem, vamos a isso: poucos foram a Aljubarrota. Poucos foram a Alcácer-Quibir. Não tínheis armas, mapa de estrada, estandarte, coração? Não era ninguém o vosso Rei, não era essa a vossa batalha? Que sorte. Calai-vos agora então, já que calados ficastes.

“O Povo”, dizeis, “Ah, o Povo que eu sei maioritariamente quis”. Quis? Terá querido? Sabeis? O Povo rejeitou, rejubilais. O Povo não foi em conversas. Claro. Vamos a isso, e vamos até ao fundo das coisas, até ao fim. O Povo rejeitou, claramente, o pavoroso Acordo Ortográfico (Quê? Não era isso o que se discutia?); o Povo rejeitou, por maioria de dois terços, a abolição da pena de morte, o princípio do habeas corpus, a noção de dignidade dos homens (Não ouço, falem mais alto: não era isso, dizeis vós?); o Povo exige afinal o regresso de Dom Miguel, a não ser que seja o regresso de El-Rei Junot (ah, afinal era só a Europa?) O Povo lamenta que Átila-Flagelo-de-Deus tenha sido derrotado nos Campos Cataláunicos; que os Aliados tenham desembarcado no nevoeiro normando; que o Pitecantropo não tenha já como mostrar o que vale. Tanta coisa esse Povo fez e disse e ameaçou e denunciou e significou – nada fazendo. Com uma maioria tão grande, só faltam mesmo os chefezinhos de papelão. Nenhum de vós se absterá então, claro. Burguesinhos dormidos, voltai a dormir: na hora do poder vos despertarei. Claro.

Nos idos de 1840, pouco mais de dez anos depois da magnífica vitória do exército dito “Liberal”, os jornais lançaram a frase definitiva sobre a classe política que iniciou a longa marcha até ao regime que temos: a propósito de um chefe derrotado que se queixava de que no seu Governo tinha sido bem mais honesto do que os que lhe iam agora suceder, clamaram os jornais a uma só voz: “Se não pilhou, pilhasse”.

E é isso. Se não votou, votasse. Se nenhum candidato lhe agrada, apresentasse-se a votos. Se não se revê em nenhum partido (mas não é o Mar o único espelho, espelho que espelha o Céu? Todos os outros são Narcisos), tivesse feito um. Se não gosta de partidos, tivesse feito a Revolução, ou a Contra-Revolução, ou a Guerra, ou a Paz. Tivesse ido embora, tivesse expulsado todos. Qualquer coisa, até a derrota que é digna da vitória maior. Até o silêncio, até o silêncio dos homens livres. Mas sabem? Principalmente a derrota.

A Abstenção ganhou. Continuamos a ser democraticamente governados pela minoria.

Europeias 2009, resultados

Europa:

Portugal:


Site: http://www.eleicoes2009-resultados.eu/pt/index_pt.html


COMENTADORES PRECISAM-SE (DESAFIO NA CAIXA DE COMENTÁRIOS)

domingo, 7 de junho de 2009

Já se abrem as garrafas de champanhe laranjas

O PS tem governado contra tudo e contra todos, por isso se advinha pelas primeiras projecções uma profunda derrota. Tudo bem, não fosse o problema de o Povo, na sua ânsia de castigar Sócrates, maquiavélico, dar a vitória àqueles para quem, na pratica e na ideologia Sócrates governa, assim, é até comovente. Problema de uma democracia recente que ainda baralha os cérebros.
Aconteça o que acontecer o povo cumpriu o seu dever votando, escusava era de o fazer nos cúmplices dos tachos e dos negócios, enfim, acredito que em Portugal até o Mcain ganhava ao Obama.

A democracia é uma farsa burguesa


Eleições livres de senhores não abulem os senhores de escravos.


Herbert Marcuse

HOJE HÁ ELEIÇÕES. SEJA RESPONSÁVEL E VÁ VOTAR. VOTE BEM. EM...


sábado, 30 de maio de 2009

Quase 20 por cento...

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Com os dois maiores partidos em empate técnico, o destaque do Barómetro Marktest para a TSF e Diário Económico vai para a subida dos votos brancos ou nulos, que crescem cinco pontos em relação a Abril para quase 20 por cento do número de inquiridos.

Fonte: http://tsf.sapo.pt/Eleicoes/Europeias2009/Interior.aspx?content_id=1248234&tag=Bar%F3metro

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ainda sobre as eleições europeias...

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Alertado pela nossa comentadora Rita Pereira, cheguei a este artigo do espanhol 20 Minutos
As mordomias atribuídas aos deputados europeus não contribuem para aproximar os eleitores da política e prejudicam a opinião local sobre o Parlamento Europeu. Estas mordomias ofuscam o trabalho sério, esforçado e útil que muitos deputados têm e diminuem, sem necessidade, a função da instituição.
Nota-se alguma tentativa de moralização, nomeadamente com a questão dos bilhetes de viagem (que, todavia, espero não venha a ser prejudicada por algum abuso detectado pela OLAF, à semelhança do caso das viagens-fantasma do Parlamento português com a troca por bilhetes mais baratos e devolução de dinheiro ou conta-corrente para férias).
Todavia, a União Europeia é ainda usada como árvore das patacas. Ser candidato em lugar elegível ao Parlamento Europeu parece a atribuição de uma espécie de prémio do Euromilhões.
Pelo interesse, traduzo o artigo do espanhol 20 Minutos de 17-4-2009, “As vantagens de ser deputado europeu”:
«As vantagens de ser eurodeputado: 7.655 euros por mês, poltrona de massagens e jacuzzi
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Ser incluído na lista do seu partido para concorrer às próximas eleições europeias de 7 de Junho é um tacho? Julgue você mesmo. Os 736 eurodeputados, que venham a ser eleitos [dos quais, 22 são portugueses], disfrutarão de um novo estatuto que regulará os direitos e condições laborais de suas europeias excelências.

 O regulamento unifica os salários: 7.665 euros para todos. (...) Cada dia que suas excelências passem a trabalhar em Bruxelas ou Estrasburgo (sedes do Parlamento Europeu) terão direito a 241 euros de subsídio. E não se esqueça que a sua semana laboral é de segunda a quinta.


Secretários particulares
: O artigo 21 do Regulamento estabelece que "os deputados terão direito à assistência de colaboradores pessoais livremente escolhidos por eles" e que "o Parlamento suportará os gastos reais ocasionados pela contratação dos referidos colaboradores", o que reitera a possibilidade, que já sucede, dos políticos contratarem cônjuges, amigos ou familiares.

 Outro ponto estabelece a idade da reforma. Têm direito a aposentar-se aos 63 anos. Quando o fizerem beneficiarão de uma pensão vitalícia. A pensão ascenderá a 3,5% de cada salário por cada ano completo de mandato [17,5% do salário de 7.665 euros pelo mandato de cinco anos, o que corresponde a 1.241 euros], mais um duodécimo desse valor por cada mês completo adicional. Esta pensão é complementar de outra qualquer.


Ginásio novo: 
Além disso, o Parlamento Europeu vai gastar 9,2 milhões de euros a renovar o ginásio situado na cave da sua sede de Bruxelas, que ocupa uma superfície de 1.375 metros quadrados. O plano é incorporar uma área de spa com actividades de hidroginástica, jaccuzzis e poltronas de massagens. Não são instalações desportivas exclusivas dos deputados, estão abertas a todos os trabalhadores.


Por último, o regulamento mudará o sistema de pagamento das viagens dos eurodeputados. Até agora, pagava-se um monante fixo a cada um em função da distância entre a sua circunscrição e as duas sedes do Parlamento. Depois, cada deputado tratava da compra dos bilhetes, de modo que, se conseguia algum mais barato, ficava com a diferença. Agora, pagar-se-á o custo real dos bilhetes, ainda que se autorize o deputado a viajar em business class (mais cara que a turística).» (tradução minha).
O artigo deixa ainda de fora a alimentação nos belíssimos restaurantes, o acesso à saúde e outros benefícios. Em tempos de depressão económica, recomendava-se outra frugalidade, que também não vemos no Estado, nos seus institutos públicos e empresas públicas ou participadas. Muito menos se verifica no salário de Vítor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, segundo o «i», o terceiro mais alto do mundo, mas sempre defensor da contenção salarial dos trabalhadores.
Lembramo-nos sempre do mítico frei Tomás, cujo provérbio luso nos alerta para a indispensável comparação da vaidade dos discursos com a miséria das acções: raríssimo é o político que, apesar de se vangloriar do sacrifício que faz pelo povo, devolve parte do salário, das pensões ou dos benefícios que ganha com o seu serviço.
In “Portugal Profundo”, António Balbino Caldeira, 25/05/2009

COMUNICADO MIL SOBRE AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES EUROPEIAS

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Enquanto movimento cultural e cívico, o MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO não apoiou, nem tinha que apoiar, nenhuma das listas que se apresentaram às eleições europeias, que decorrerão no dia 7 de Junho.

Nem por isso, porém, o MIL deixou de acompanhar a campanha eleitoral, na expectativa de que alguma dessas listas defendesse uma visão de Portugal e do Mundo próxima daquela que resulta da nossa Declaração de Princípios e Objectivos.

Sem surpresa, isso não aconteceu. Como já se tornou manifesto nos vários debates que decorreram, nenhuma das listas equaciona a integração de Portugal no espaço europeu em articulação com a nossa integração no espaço lusófono, como seria desejável. Mesmo aqueles que se assumem como mais reticentes à integração de Portugal no espaço europeu, não tomam tal posição em prol de uma maior integração no espaço lusófono, pelo aprofundamento, a todos os níveis, da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Não sendo contra a integração de Portugal no espaço europeu, o MIL é assumidamente a favor de uma maior integração de Portugal no espaço lusófono, sendo, a nosso ver, a partir desta que aquela se deve equacionar. No mundo que sairá da crise global que atravessamos, o papel de Portugal na Europa será tanto mais forte quanto mais estreitos forem os laços com os demais países da CPLP. É nos momentos de crise, como o que vivemos, que mais importa ter em consideração, ao escolhermos os representantes de Portugal no Parlamento Europeu, qual é a visão estratégica para o país em que cada um dos candidatos faz assentar o seu programa.

MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO
Secção Portuguesa

Nota de apresentação: O MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO é um movimento cultural e cívico recentemente criado, em associação com a NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI, que conta já com quase um milhar de adesões, de todos os países lusófonos.
A Comissão Coordenadora é presidida pelo Professor Doutor Paulo Borges (Universidade de Lisboa), Presidente da Associação Agostinho da Silva (sede do MIL).
A lista de adesões é pública – como se pode confirmar publicamente (www.novaaguia.blogspot.com), são pessoas das mais diversas orientações culturais, políticas e religiosas, pessoas dos mais diferentes locais do país e de fora dele.

domingo, 24 de maio de 2009

No dia das eleições...



Começou ontem a campanha eleitoral para as eleições europeias e já está tudo visto. E como se já tivesse acabado. É como se tivesse acabado mesmo antes de começar…

Nestas eleições dever-se-ia discutir, acima de tudo, o papel de Portugal na Europa, mas isso, atendendo aos debates que já decorreram, não acontecerá…

Não houve ninguém que tivesse falado da CPLP ou do espaço lusófono, quando isso é fundamental. Até para reforçar o nosso papel na Europa: nós, no espaço europeu, representamos os 240 milhões de lusófonos…

No outro dia, num debate, o Adriano Moreira, que não é candidato, ainda falou da importância de nos virarmos de novo para o mar. Suponho que ninguém o percebeu. Devem ter pensado que, com a chegada do Verão, estava a falar da praia…

No dia eleições (7 de Junho), até poderei ir à praia de manhã. Mas depois irei votar. Em branco. Em protesto pela cegueira da nossa classe política, que não percebe que é precisamente nestes momentos de crise que mais importa afirmar uma visão estratégica para o país: entre o espaço europeu e o espaço lusófono…

quarta-feira, 20 de maio de 2009