A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vamos lá então analisar os resultados…

Intróito: apenas sobre Portugal. Nos restantes países europeus, podemos decerto vislumbrar algumas afinidades (alta taxa de abstenção, subida dos extremos, consolidação dos partidos de centro-direita, por contraste com os de centro-esquerda, etc.), mas, depois, analisando à lupa, cada caso é um caso...
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1. O primeiro facto a salientar é, obviamente, a taxa de abstenção: 62.95%. Ou seja, quase dois terços do eleitorado não votou. Isso, por si só, distorce os resultados reais de cada partido. Como o Eurico já aqui assinalou:
Partido // Votos Relativos // Votos Reais
PPD/PSD // 31,68 // 13,63
PS // 26,58 // 11,43
BE // 10,73 // 4,61
CDU // 10,66 // 4,58
CDS-PP // 8,37 // 3,6
Outros // 11,98 // 5,15

2. O “partido” dos abstencionistas é, contudo, pior do que um albergue espanhol. Cabe lá tudo. E, por isso, como o Casimiro aqui bem assinalou, daqui não se pode retirar nada de muito sólido...

3. Os que votaram em branco cresceram bastante: de 87.702 em 2004 para 164.829 agora. Dava para eleger, com grande folga, um deputado. Para mais, somando os nulos: 71.135. A questão é que quem votou em branco fê-lo por razões diversas, ainda que, será razoável dizê-lo, não tão diversas quanto aqueles que se abstiveram. Pelo menos, manifestaram vontade de participar: o que, face aos abstencionistas, já não é pouco, ou é um pouco mais do que nada…

4. Quanto aos partidos do sistema:
a) O PS perdeu por causa do desgaste do Governo (o facto do cabeça de lista ter tido uma campanha desastrada não terá sido, a meu ver, muito relevante; até com um "Obama" teria perdido...)
b) O PSD beneficiou do efeito de alternância e da boa campanha que fez (em particular, do cabeça de lista)
c) O BE continua a crescer e continuará a fazê-lo até entrar no Governo: depois, começará a decepção (com as consequentes cisões), como aconteceu em Lisboa…
d) O PCP resiste bem (teve uma boa campanha, com uma boa cabeça de lista), mas não tem margem de progressão…
e) Idem para o CDS (mudando apenas: com um bom cabeça de lista).

5. Quanto aos outros, à excepção do PPM (dadas as cisões internas), todos subiram: PCTP-MRPP (+5 mil votos); MPT (+ 10 mil votos); PH (+ 4 mil votos); PNR (+ 5 mil votos). Até o POUS: quase mais mil votos! Saliente-se, aqui, a subida do MPT (Movimento Partido da Terra), o único que fez uma real campanha europeia, contestando o Tratado de Lisboa.

6. Quantos os “novos”: o MMS (Movimento Mérito e Sociedade) teve mais de 20 mil votos, mas isso não lhe servirá de nada: o que faz impressão, dado o muito dinheiro que gastaram na campanha (pura e simplesmente, não têm base social). O MEP (Movimento Esperança Portugal) é outra história: teve mais de 50 mil votos. Nas legislativas, dará para eleger pelo menos um deputado. O que não surpreende, dada a base de apoio que tiveram à partida: é gente que veio dos movimentos pró-vida, com ligações à Igreja e a outras “espiritualidades”. E a Laurinda Alves, até pela sua experiência na "Revista X", conseguiu agregar muita dessa gente…

7. Posto tudo isto, 2 notas finais:
a) em termos de paradigma, não houve uma real alternativa nestas eleições aos federalistas (todos os partidos do sistema, à excepção do PCP do CDS, que, apesar de tudo, ainda foram defendendo uma perspectiva mais “soberanista”, ainda que de forma inconsequente). Os que contestaram mais abertamente a União Europeia (à esquerda, PCTP-MRPP e POUS, e à direita, MPT e PNR), não apresentaram nenhum paradigma alternativo – nomeadamente, o de uma maior aposta no espaço lusófono (como o MIL defendeu, no Comunicado emitido a respeito destas Eleições). Ora, sem real alternativa, é natural que o federalismo continue, por inércia, a ganhar…
b) penso que há espaço para se lançar um novo movimento político, mas não devemos entrar em aventuras; é preciso consolidar bem primeiro uma base de apoio. Em política, como na vida, não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Isso é bem mais importante do que o dinheiro: ver o que aconteceu ao MMS e, por contraste, ao MEP…

17 comentários:

Casimiro Ceivães disse...

Caro Renato:

Concordo com quase tudo (pontos 1 a 6). Quanto ao 7, as pessoas não sufragam projectos globais de transformação do mundo. Se não fosse assim, haveria o partido nietzsheano, o movimento husserlista e o bloco aristotélico... Mesmo no tempo dos marxistas não se votava nas teses últimas do Capital, mas na derrota pontual dos capitalistas.

Continuo a pensar que "espaço lusófono" é uma expressão a combater, ou a evitar. Gosto mais quando me dizes "Seremos, em lusofonia, um lugar em que...". Ah, e quantos albergues espanhóis não temos ainda pela frente. De modo que inteiramente de acordo com a última parte.

Renato Epifânio disse...

Digamos, sem brincar às palavras, que só apostando no espaço lusófono este se poderá tornar num lugar...

Renato Epifânio disse...

P.S.: Quanto aos "projectos globais de transformação do mundo", também não fui tão longe. Falei apenas na mudança de "paradigma". Ou, se preferires, de uma outra visão de Portugal...

Casimiro Ceivães disse...

Sim :)

Mas, como diriam os ianques: em abordagem bottom-up. Aqui na NA podemos fazê-lo a partir de fundamentos e firmamentos - estamos apenas a conversar (no sentido dos filósofos). Devagarinho teremos que consubstanciar os resultados práticos desse pensamento: E já o conseguimos fazer, por exemplo, na questão da imigração - onde, também por exemplo, se cindem os dois "partidos anti-federalistas".

Há que desenvolver muitas das coisas que o Clavis aqui nos tem deixado... Ainda que à custa de termos por cá menos poesia, ou, para ser mais exacto, menos versos.

Flávio Gonçalves disse...

Bom, eu fiz parte da campanha do PPM e garanto-lhe que o nosso cabeça de lista mencionou bastas vezes uma aproximação aos Estados lusófonos e ainda a criação duma União Lusitana que incluísse os Estados desses territórios (Brasil incluso)... infelizmente a imprensa cortou essa parte e inclusive a visita à Reboleira, preparada com dias e visitas prévias de antecedência para mostrar o Portugal real levou com um real boicote da imprensa, só apareceu um jornalista da rádio... quando o pacote era nitidamente visual.

Infelizmente o PPM foi muito mal tratado nestas eleições, caricaturado até. A suposta "igualdade" entre os partidos é coisa virtual, no mundo real a imprensa promove apenas as mesmas siglas, rostos e nomes.

Casimiro Ceivães disse...

Deixe lá, Flávio. O Bloco também passou por isso. Uns anos de trabalho sério que não seja só em campanha eleitoral e tudo é possível.

João de Castro Nunes disse...

O senhor Ceivães "ignora" que a NOVA ÁGUIA tem na Poesia a matriz da sua identidade cultural sob o signo de Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa?!...
De resto, que sabe o senhor Ceivães de Poesia para a conseguir distinguir de "versos"?... Não gosta? Coma menos!

Renato Epifânio disse...

Não é que o PPM não tenha boas propostas. O problema é que já há muito passou o prazo para causar boa impressão. Deveria, pura e simplesmente, extinguir-se e diluir-se num movimento mais amplo...

João de Castro Nunes disse...

Meu caro senhor Ceivães, permita-me que lhe recorde que, mesmo com letra minúscula, a educação não custa dinheiro. Anda por aí à mão de semear!

Casimiro Ceivães disse...

Caro João de Castro Nunes,quanto à versalhada tenho andado em jejum rigoroso. Se um dia tiver saudades, o que seria improvável mas não milagroso, tenho sempre o inimitável Castilho, ou até os Árcades, que são genuinamente patuscos. E há a colecção de leques da minha bisavó Maria do Resgate, onde conto em doze sonetos nada menos que trinta e quatro suspiros...

Casimiro Ceivães disse...

Ainda ao meu caro João de Castro Nunes, penitencio-me mas só agora li o seu segundo comentário, também afinal a mim dirigido.

João de Castro Nunes disse...

Senhor Ceivães, muito desce... quem não tem nível!
Por este caminho, rastejando, que futuro tem a NOVA ÁGUIA?... Vossemecê mete-me pena, para outra coisa não dizer. Veja lá se arranja maneiras de pessoa minimamente civilizada!

João de Castro Nunes disse...

Fique sabendo, senhor Ceivães, que me estou nas tintas para as suas preferências literárias, mesmo tratando-se dos suspirosos leques da sua bisavó!

Casimiro Ceivães disse...

A pena, prezado Nunes, costuma ser útil aos poetas e não serei eu quem a corte. Permito-me citar-lhe o incomparável Carlos Amaro, de quem muito me tenho recordado aqui recentemente:

"Pena, pena, bandolim;
pena, pena, e solta um ai"

Não ponho aqui mais, mas assevereo-lhe que rima e tudo.

João de Castro Nunes disse...

Vossemecê, senhor Ceivães, não passa de um descategorizado galo depenado. E mais não digo... para não rimar!

Renato Epifânio disse...

Caro João de Castro Nunes

Vamos virar a página...
Para mais, as caixas de comentários servem para comentar: os respectivos textos...

Ruela disse...

Ó João de Castro Nunes o que o Casimiro sabe de poesia é ser melhor poeta do que você alguma vez há-de ser!