
Começou ontem a campanha eleitoral para as eleições europeias e já está tudo visto. E como se já tivesse acabado. É como se tivesse acabado mesmo antes de começar…
Nestas eleições dever-se-ia discutir, acima de tudo, o papel de Portugal na Europa, mas isso, atendendo aos debates que já decorreram, não acontecerá…
Não houve ninguém que tivesse falado da CPLP ou do espaço lusófono, quando isso é fundamental. Até para reforçar o nosso papel na Europa: nós, no espaço europeu, representamos os 240 milhões de lusófonos…
No outro dia, num debate, o Adriano Moreira, que não é candidato, ainda falou da importância de nos virarmos de novo para o mar. Suponho que ninguém o percebeu. Devem ter pensado que, com a chegada do Verão, estava a falar da praia…
No dia eleições (7 de Junho), até poderei ir à praia de manhã. Mas depois irei votar. Em branco. Em protesto pela cegueira da nossa classe política, que não percebe que é precisamente nestes momentos de crise que mais importa afirmar uma visão estratégica para o país: entre o espaço europeu e o espaço lusófono…
5 comentários:
É mais seguro um voto nulo, nunca fiando.
Por mim mantenho o apelo ao voto nos pequenos partidos (PCTP/MRPP, PPM, MPT, POUS...).
mil vezes o meu muito obrigada Renato!
espero que corra bem :)
beijo. grato.íssimo.
Renato,
Tem razão. O discurso político transformou-se em mera soma e subtracção de palavras ocas de conteúdo.
Mero exercício de vaidade e avidez de lugares a ocupar. Mero exercício retórico.
A visão, julgo que a têm no "olho", como a palavra na "boca"... a reflexão acerca do outro e, com este, do todo, é demasiado abstracta para tanto pragmatismo.
Daí, a sua observação de que, nas palavras do Adriano Moreira (que também escutei), tiveram a "visão" do aproximar das férias de Verão, ser a mais plausível.
Como é possível que um povo se deixe adormecer nos braços de tais "exemplares"? Serão, ainda, vestígios do soro da ignorância e passividade administrados durante tantos anos de ditadura?
E que dizer das mentes "dispertas" deste país? Não estarão também elas contagiadas, ainda, por esse soro, pois que não se unem em força (de protesto intelectual e público) contra tais personagens?
Diz o povo "água mole em pedra dura... " ; elevem-se as vozes de tal modo que, através da sua razão e força, acordem as gentes entorpecidas.
Hoje o "voto", é, para mim, num dilema: se voto, estou a alimentar uma classe política decadente; se não voto, ou voto em branco, estou a entregar-me nesses braços decadentes. Portanto, os dados do jogo já estão de tal modo viciados à partida, que no fim "são sempre eles que ganham". Só mesmo um trabalho conjunto,que leve ao despertar de toda a sociedade, para um novo modo de governação. O estado deverá ser, apenas, regulador de justiça e equidade, para o bem comum.
Saudações Lusófonas,
É Renato, pode parecer chocante confessá-lo, mas vou-me abster. Mas, pelo seguro, o voto nulo, como diz o Flávio, é menos deturpável que o voto em branco. É que os votos dão dinheirinho aos partidos, e nunca se sabe o que pode acontecer na contagem.
Abstenho-me porque acho que a UE está a ir no sentido oposto da Europa dos cidadãos.
Tomei esta decisão quando me foi retirada a possibilidade de, como eleitor, me pronunciar em sede de referendo sobre o futuro da União. É uma posição conjuntural, não uma posição de fundo sobre o voto, cuja importância é inegável.
E, depois, há a vacuidade das propostas dos actuais candidatos, uma tropa fandanga de jarrões que ninguém quer na política nacional, tirando uma ou outra excepção.
Todos os órgãos-chave da UE deveriam ser submetidos a sufrágio universal e é tempo dos cidadãos serem o centro da democracia europeia.
Não, não façam isso.
Voto nulo nunca.
Não deixem escapar o vosso poder como cidadãos deste país.
Votem em BRANCO e nem um risquinho.
Saberão porquê.
Abraços MIL,
Paula Viotti
Enviar um comentário