1. Nunca neste blogue se fez a apologia do Estado Novo ou de Salazar, ou algo de próximo. Mesmo quem fez a apologia do conceito de Império (como o Casimiro Ceivães), o que poderia despertar algumas suspeitas, fê-lo num sentido não nacionalista-passadista (a ponto de ter sido elogiado pelo Paulo Borges). E também por mim, já agora.
2. A única pessoa que temos entre nós que publicamente esteve ligada ao Estado Novo é o Professor Adriano Moreira, primeiro nome do Conselho de Direcção da NOVA ÁGUIA. Isso foi, de facto, contestado por algumas pessoas, mas tanto eu como o Paulo Borges defendemos essa opção. Tal como a de o termos convidado para apresentar a NOVA ÁGUIA no 10 de Junho deste ano (na Feira do Livro de Lisboa), convite igualmente contestado por algumas pessoas.
3. Sei que há pessoas que têm reacções pavlovianas sempre que se fala de Pátria: “se fala de Pátria, é nacionalista-passadista”, para não usar outro palavrão. Mas isso não me complexa ou me faz mudar de opinião relativamente à justeza do tema do primeiro número da revista*. Como tenho ido a quase todos os lançamentos da revista, sei que o conceito desperta, a priori, algumas suspeitas. Em todas essas ocasiões, tenho salientado que o nosso conceito de Pátria não se inscreve em qualquer paradigma “nacionalista-passadista”. Tal como o Paulo Borges, sempre que ele também tem estado presente.
4. Por último, para quem acha que nós temos de facto algo a ver com qualquer corrente “nacionalista-passadista”, basta ir à blogosfera e verificar o que essas correntes dizem de nós. Só não digo mais porque não lhes quero fazer publicidade.
5. A única crítica que me parece pertinente em relação ao nosso blogue é a desproporcionada presença de figuras portuguesas em relação a figuras de outros países da CPLP. A esse respeito, relembro o que escrevi aqui ontem: “Já, aliás, nos fizeram alguns justos reparos em relação a isso – nomeadamente neste blogue, onde também predominam as referências a figuras portuguesas, desde logo em relação ao Brasil. Mas isso é algo que só se irá ajustar com o tempo, à medida que cada vez mais brasileiros participem neste projecto em prol do valor comum da Lusofonia. De resto, para quem quiser fazer uma análise justa a esse respeito, reconhecerá que, devido ao contributo de várias pessoas (permito-me salientar o nome de Adriana Costa, o primeiro nome que me ocorre), o blogue NOVA ÁGUIA é, cada vez mais, um BLOGUE DA LUSOFONIA. Ainda que haja muito caminho a percorrer a esse respeito. A Lusofonia não se esgota em Portugal e no Brasil. Queremos que, cada vez mais, pessoas dos outros países da CPLP aqui colaborem.”
CONCLUSÃO: A ALEGAÇÃO É POIS DESPROPOSITADA E, NO QUE ME DIZ DIRECTAMENTE RESPEITO, INSULTUOSA.
* A composição da revista, sobretudo na sua parte relativa à Poesia, também foi transtornada por causa disso (se for preciso, também relembrarei os factos).
Renato Epifânio
Co-Director da NOVA ÁGUIA
Membro da Comissão Coordenadora do MIL
25 comentários:
Renato, recordo seres tu que escreves que "antes facho que frouxo" e que me dedicas poemas a dizer que dedicas o desprezo ou a lança a quem gozar quem louve a pátria... O Klatuu defende uma Ditadura de um Rei e achincalha quem falar de bem universal e virtude... O que tem isso a ver com os objectivos e princípios do MIL!? Mas a vossa claque escandaliza-se é que se fale aqui de vegetarianismo, introspecção meditativa e interdependência! Lamento só agora ter percebido no que este blogue se tornou! A verdade está agora a vir ao de cima, felizmente!
Renato, acredito que já me conheces o suficiente para saberes que não sou um homem de factos, prefiro a força motriz do espírito em todas as circunstâncias... mas acredito no factual como uma das raízes do verdadeiro no mundo, ou não aceitaria o Direito e o dever de os homens procederem a julgamentos.
Mas há uma verdade maior: chama-se ouvir a verdade dentro de mim. Recorre-se aos factos quando a verdade já abandonou os outros, como num naufrágio...
Muita gente que tem vindo até nós é de Esquerda - e muitos louvores temos ouvido, de boa surpresa, porque afinal este não era um espaço de nacionalismo passadista mas também não de nacionalismo jacobino disfarçado de pátria.
Não preciso dizer mais.
P. S. Mas no que me diz respeito, digo mais isto: desafio alguém a indicar um só poema meu ou texto que expresse um arremedo de princípio naionalista, no sentido ideológico - eu que sou reconhecidamente um anti-nazi, a quem os gajos da hammer skin já quiseram «presentear» com um espancamento!
P. P. S. Quanto ao que o Paulo afirma no seu comentário acima... nada preciso dizer em minha defesa, porque a acusação não me atinge.
Mas saliento que esse texto é uma republicação, foi escrito em Setembro de 2006 e publicado nessa altura no meu blogue - marcou o início da minha reflexão sobre o transnacionalismo, como tentativa de superar a morte das ideologias.
O «rei» de que falo é um conceito sebastianista, uma ideia de governação que partiu de uma intuição estética e mitosófica, e não uma pessoa.
Antes de fosse quem fosse neste blogue vir com ideias «trans-patrióticas», já eu, há muito, tinha consolidado tudo isso em mim.
Paulo
Tu conheces-me. Sabes perfeitamente o que penso.
Não vou agora discutir tudo o que escrevo: há coisas assumidamente provocatórias (em particular, quando escrevo epigramas). Tu também escreveste um poema a "louvar o que da Pátria te livra". Quanto aos gozos, tens tido conhecimento de alguns mails que nos têm chegado: no último deles (do Nuno Guedes, teu antigo aluno, acho que era assim que se chamava) respondi-lhe de forma bem ríspida. E tu disseste-me que achaste que eu lhe tinha respondido bem.
Quanto aos teus diferendos com o Klatuu, fala com ele pessoalmente (tu conhece-lo melhor do que eu e há bem mais tempo).
Abraço. Na terça falamos
Infelizmente, o estilo do Klattu está longe de ser isento de excessos... Mas tento não deixar que a sua liberdade de estilo, ofusque a essência do seu pensamento (por vezes é dificil, admito-o...)
Mas a essência de um "rei eletivo", na boa tradição suévica foi também defendida por Agostinho, ao que me lembro, em diversos pontos.
Não me oponho frontalmente ao conceito, desde que electivo e que tenha apenas um poder informal e "concentrador", mantendo o essencial da autonomia nas mãos dos municipios, como sucedira no nosso Portugal de trezentos.
Vegetarianismo: nada a objetar. Bem pelo contrário. Basta ver o meu último post no Quintus...
Meditação: Qual é o mal? Como bem diz o Paulo essa prática é transversal a várias culturas... Inclusivé à cristã, e não vi ninguém acusar o Paulo de liderar uma corrente protocristã no MIL...
Ai isto agora tem claques???!!!
Eu é que ainda não percebi no que é que este blogue se tornou.
A verdade está a vir ao de cima?
Qual verdade????????
Acho é que a Direcção está a dar um péssimo exemplo ao abordarem as suas divergências em público e da forma como o fazem, entrando em questiúnculas pessoais.
Quanto ao post nunca vi ninguém aqui fazer a apologia do Estado Novo ou de Salazar.
Sou de Esquerda, sempre o fui e como tenho perfeita noção de que entendo o que leio, há muito teria saído, se fosse esse o caso.
Clavis,
Vegetarianismo, meditação...qual é o mal?
Nenhum, mas não precisamos de ser 'catequizados' a esse respeito, pois não?
Somos todos adultos capazes de fazermos as nossas próprias opções na vida, ou não?
AndoArinha:
Sem dúvida que dispensamos catecismos. Mas não vejo porque temos que esconder as nossas opções pessoais, especialmente se estas foram compatíveis com a declaração de princípios.
Clavis,
Ninguém tem de esconder nada, não foi isso que eu disse.
Mas o facto de se ser vegetariano, budista, católico, muçulmano, ateu, ou seja o que for, não faz de nós melhores ou piores MILitantes.
Será portanto, neste contexto, irrelevante. Foi nesse sentido o meu comentário.
Seria interesante que o Paulo Borges nos desse referência de um texto publicado seu (pode ser num blogue), anterior a 2006, onde exponha o conceito de «trans-patriotismo universalista» e a explicação do mesmo. Pareceu-me um conceito vazio, mero slogan.
O do Klatuu conheço.
E desafio quem com tanta leviandade passa atestados de fascista ao Klatuu, a clicar no link que ele fornece e ir ao blogue dele ler os comentários com que respondeu a quem criticou o texto em 2006!
Só alguém muito incapaz de pensamento político verá o pensamento teórico e a praxis de um fascista, mas sim a de um revolucionário, com muito de Romântico, no sentido político estrito, e que se apropria de um património político milenar, quer da esquerda quer da direita.
E para quem ainda tenha dúvidas, vá ao arquivo do blogue e clique em «April 2006». O blogue inicia com uma imagem famosa referente ao eclodir da Revolução Francesa e o segundo post do blogue é uma condenação,violenta, como é próprio do estilo do Klatuu, ao nazismo.
Conheço o Klatuu pessoalmente. Nada tem de nazi, tenho aliás assistido à sua permanente luta contra a tirania em todas as suas formas e à luta pelos direitos da Civilização.
Tenho um blogue e um site, onde está um CV com a lista das conferências, livros e demais publicações de que sou autor, desde 1982. Aí se encontra o que penso sobre muitas coisas.
Quem acha que o conceito de patriotismo trans-patriótico e universalista é um conceito vazio e um slogan, leia o texto outra vez, desde o início. Quanto a quem o inventou, acho que temos de recuar no mínimo ao Padre António Vieira, mas decerto bem atrás.
Sim, Paulo, nós sabemos que tu fazes conferências e publicas livros... eu sei - lembras-te?
Ficou foi por provares que eu defendo ditaduras, etc! E isto quero que o proves - a opção é a de ter de considerar que tudo o que tens afirmado acerca da minha pessoa neste rol de comentários absurdos, não passa de difamação, atentado ao meu bom nome, má-fé e lançar a suspeição sobre a integridade moral da minha pessoa!
Deixa-te de merdas. Não estás a falar para um imbecil!
Prova as tuas afirmações!
Deves estar a ver-te ao espelho ou a sentir que te fazem o mesmo que tens feito desde que aqui apareceste... Mas tu é que deves explicações aos leitores desprevenidos, dizendo o que entendes por Ditadura e por Rei.
Os cãe ladram e a caravana passa...nesse caso, Sr Paulo, tu és um dos cães.
Às vezes pergunto-me se as pessoas não sabem ou não querenm entender o que leêm.
Não posso dizer que esta reflexão me tenha surgido ao ler este post.
Para ser sincera, estas palavras têm-me surgido insistentemente, à medida que tenho lido (e relido) não apenas os textos mas também os comentários que se têm amontoado neste espaço.
Mantive-me em silêncio até ao momento porque, sempre que algo me magoa, ou afecta, a ele me remeto.
No entanto, ao ler o último comentário desta caixa não fui capaz de me calar.
E quero dizer uma coisa muito simples, daquelas ocas de qualquer conteúdo político ou ideológico.
Uma consideração chã e que todos poderão compreender.
Eu sou uma recém-licenciada, da área de Ciências. Não sou Professora Universitária; não estudei Letras; não sei de Política ou de Filosofia; sou apenas uma "criança" que aqui veio parar por admirar muito do que aqui se escrevia, da Língua e da Cultura Portuguesas e por uma certa avidez de conhecimento.
Resumindo e concluindo: sou um nada; não tenho graus académicos nem grandes feitos ou publicações de que me possa orgulhar.
Mas eu, este nada, percebi perfeitamente a que se referia a dita "ditadura" e o dito "rei".
Não penso que devesse ser eu a relembrar o Sebastianismo mas, talvez esse conceito devesse aqui ser recordado; esse e outros, mais simples, muito mais simples, como o emprego de certos recursos estilísticos, tão básicos que até eu os conheço, como sendo a metáfora.
PS: O comentário a que me referia no meu post não era, obviamente, o anónimo que agora precede o meu.
Quando comecei a escrever esse ainda não estava aqui.
O texto do Klatuu é tão claro que até dois amigos próximos o interrogaram sobre o sentido dele e ele se viu obrigado a fazer um esclarecimento, noutro post...
Quanto a ser cão, estou em óptima companhia! Os cães inspiraram uma das mais brilhantes escolas filosóficas da Antiguidade! Obrigado, pois, pelo elogio!
Agora qual é a caravana que passa!?
O romantismo exacerbado é falso e maricas, é como o rocócó para o barroco.
O romantismo verdadeiro daqueles autores que criaram o monstro de franquenstein, ou o drácula, gosto, mas o que me apraz mesmo, é o romantismo de ficção ciêntifica romântico do Edgar Rice Bourroughs ou do Júlio Verme.
L+G
Interpelo directamente a Direcção:
Por que razão apagaram o meu comentário?
Não usei linguagem insultuosa e expressei apenas a minha opinião.
Há pessoas intocáveis aqui dentro?
Não somos aqui todos iguais?
Gostaria de uma resposta frontal e directa. É mais elegante do que apagarem comentários.
O primeiro post que aqui publiquei visava duas palavras que muitas vezes via a ignorância confundir. O texto tinha o titulo de "Patriotismo vs. Nacional-Socialismo" e alertava precisamente para o erro comum de confundir o amor à pátria com a ignorância bruta do passado de uma pátria que nada tem de nacional-socialismo. A miscelânea constante de povos que formaram este país impede quem conheça o mínimo da sua história, e dele gosta como é, de defender tais ideais. Sei que o Klatuu/Lord of Erewhon partilha esta ideia. Não duvido que todos os aqui comentaram sejam patriotas. Já nacional-socialistas... só pode ser brincadeira.
Não venho para aqui defender o Klatuu (é grande demais para precisar da minha humilde ajuda) mas ao ver aqui deturpadas ideias que também eu partilho vejo-me forçado a deixar aqui uma pergunta: Em que dicionário , português ou de qualquer outra lingua, é que o Rei vem como sinónimo de ditadura? Já alguém leu algum texto do Klatuu em que ele defendesse uma monarquia absolutista ou ditaturial??? Será que o Reino Unido é uma ditadura? Ou Espanha? Ou Noruega? Ou Suécia? Já agora será que o são a Austrália ou o Canadá que tem na Rainha de Inglaterra a sua figura de Chefe de Estado??? Sou monárquico, e já o sou muito antes de conhecer o Klatuu, e nunca defendi que o Rei devesse ditar as leis ou deter em si todos os poderes de um estado que pretendo sempre livre. Dizer que eu defendo "uma Ditadura de um Rei" é uma difamação. Ao dizê-lo do Klatuu (algo que só por má-fé ou profunda ignorância acerca das suas ideologias políticas puderei aceitar, basta passar por uma caixa de comentários de um qualquer post polémico nos seus blogues para o perceber) o sr. Paulo Borges di-lo de mim.
Chamo-me Luís Caldeira, sou e serei sempre um homem de pensamentos fixos e, até que algum novo conhecimento mos faça mudar, defende-los-ei até à morte.
Sou monárquico e patriota, nunca serei racista ou fascista
VIVA EL REY
VIVA PORTUGAL E A LUSOFONIA
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