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A língua portuguesa já fala do Senegal desde há vários séculos. Os cronistas que referiram as primeiras escalas dos navegadores na costa ocidental de África falaram de Çanaga. Não era a terra, nem um país, era um rio, o primeiro grande rio que encontraram naquela costa, hoje chamado Rio Senegal.
Mas os descobridores não iam à procura de rios, mas de mares, e por isso continuavam sem se deter. À passagem, ainda no Senegal, encontraram, em 1444, uma ilha a que deram o nome de ilha da Palma (hoje Gorée, património mundial da humanidade) e um outro rio que já não existe, coberto pela urbanização, a que chamaram Rio Fresco, que deu o nome à cidade arrabalde de Dakar, hoje chamada Rufisque.
O objectivo dos navegadores era a Índia, mas a língua portuguesa, antes de falar da Índia, falava de Cabo Verde, ponta da península em forma de cone pela qual a África entra pelo mar oceano, dando a esse miradouro de África sobre o Atlântico o nome de cabo Manuel, do Rei D. Manuel I.
Duarte Pacheco Pereira, no «Esmeraldo de Situ Orbis», Valentim Fernandes, Gomes Eanes de Zurara, Francisco de Lei-nos Coelho, Francisco de Andrade, Álvares de Almada, e vários outros, escreveram sobre as costas e as gentes do que é hoje o Senegal. E outros escritores contemporâneos de língua portuguesa escreveram também sobre o país - Agostinho da Silva, Jorge de Sena, António de Certima (este, dois livros inteiros), José Eduardo Agualusa.
Faltava ainda que a poesia de língua portuguesa falasse do Senegal. E não foram dois poetas quaisquer. Um, o maior da língua, o outro dos maiores, fizeram a língua portuguesa falar de Çanaga, falar do Senegal: Luís de Camoes, n' Os Lusíadas, escreve uma estância no canto V sobre a costa do Senegal e, no século XX, João Cabral de Melo Neto, que foi embaixador do Brasil em Dakar, dedicou alguns poemas ao Senegal.
O ensino da língua portuguesa no Senegal é dos mais significativos em todo o mundo. O português faz parte do currículo liceal, como língua de opção, e é hoje ensinado em cerca de 60 liceus públicos e alguns colégios privados, com 120 professores senegaleses, agrupados numa «Associação de Professores de Português no Senegal», e 12 mil alunos inscritos. Em 8 dessas escolas há mesmo um Clube de Português.
O decreto que instituiu o ensino do português deve-se ao presidente Leopold Sedar Senghor, em 16 de Março de 1972, para o qual contribuiu muito a positiva influência do guineense Benjamim Pinto Bull, nesse tempo professor em Dakar.
Em Outubro de 2006, completou-se o primeiro centenário do nascimento de Senghor que, no discurso de doutoramento honoris causa pela Universidade de Évora, em 17 de Junho de 1980, falou da língua portuguesa:"Le portugais est une des langues vivantes enseignees au Senegal, dams les lycées et a l'Université. Cette langue aux sons fondus et nuances, au vovelles en demi-teintes, airy successions, deconcertantes, de nasales et de chuintantes."
In dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br.
Mas os descobridores não iam à procura de rios, mas de mares, e por isso continuavam sem se deter. À passagem, ainda no Senegal, encontraram, em 1444, uma ilha a que deram o nome de ilha da Palma (hoje Gorée, património mundial da humanidade) e um outro rio que já não existe, coberto pela urbanização, a que chamaram Rio Fresco, que deu o nome à cidade arrabalde de Dakar, hoje chamada Rufisque.
O objectivo dos navegadores era a Índia, mas a língua portuguesa, antes de falar da Índia, falava de Cabo Verde, ponta da península em forma de cone pela qual a África entra pelo mar oceano, dando a esse miradouro de África sobre o Atlântico o nome de cabo Manuel, do Rei D. Manuel I.
Duarte Pacheco Pereira, no «Esmeraldo de Situ Orbis», Valentim Fernandes, Gomes Eanes de Zurara, Francisco de Lei-nos Coelho, Francisco de Andrade, Álvares de Almada, e vários outros, escreveram sobre as costas e as gentes do que é hoje o Senegal. E outros escritores contemporâneos de língua portuguesa escreveram também sobre o país - Agostinho da Silva, Jorge de Sena, António de Certima (este, dois livros inteiros), José Eduardo Agualusa.
Faltava ainda que a poesia de língua portuguesa falasse do Senegal. E não foram dois poetas quaisquer. Um, o maior da língua, o outro dos maiores, fizeram a língua portuguesa falar de Çanaga, falar do Senegal: Luís de Camoes, n' Os Lusíadas, escreve uma estância no canto V sobre a costa do Senegal e, no século XX, João Cabral de Melo Neto, que foi embaixador do Brasil em Dakar, dedicou alguns poemas ao Senegal.
O ensino da língua portuguesa no Senegal é dos mais significativos em todo o mundo. O português faz parte do currículo liceal, como língua de opção, e é hoje ensinado em cerca de 60 liceus públicos e alguns colégios privados, com 120 professores senegaleses, agrupados numa «Associação de Professores de Português no Senegal», e 12 mil alunos inscritos. Em 8 dessas escolas há mesmo um Clube de Português.
O decreto que instituiu o ensino do português deve-se ao presidente Leopold Sedar Senghor, em 16 de Março de 1972, para o qual contribuiu muito a positiva influência do guineense Benjamim Pinto Bull, nesse tempo professor em Dakar.
Em Outubro de 2006, completou-se o primeiro centenário do nascimento de Senghor que, no discurso de doutoramento honoris causa pela Universidade de Évora, em 17 de Junho de 1980, falou da língua portuguesa:"Le portugais est une des langues vivantes enseignees au Senegal, dams les lycées et a l'Université. Cette langue aux sons fondus et nuances, au vovelles en demi-teintes, airy successions, deconcertantes, de nasales et de chuintantes."
In dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br.
1 comentário:
pertinente informação. eu, e se calhar mais alguns, não fazia ideia da dimensão da implantação da língua portuguesa num país de tradição francófona como é o Senegal.
obrigado. eis o que chamo de post de "serviço público", uma mais-valia não restrita ao enriquecimento dos amantes dum ou doutro campo literário específico, mas de interesse geral a todos os participantes, pois gravita perfeitamente em volta do núcleo que nos une na NA.
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