A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pombos

Comunicado da Babalit, dia 22 de Outubro de 2053, e lançado no V Império.

1) Mundo Total e Multinacional – O mundo total, sob propaganda neoliberal, instalou a besta do capital, mito sob o qual se uniram as nações em falsa paz. A realidade virtual estadística do teórico da economia (essa nova divindade, desperta, mais desperta que os homens) edificou um mundo de um só sentido (estas são as condições ideais da mão invisível de Adam Smith). Sob estas condições, a contra-cultura mirrou, só os sem-abrigo são livres.
2) Abunda a Escravatura – Desde há muito que se têm vindo a praticar a escravatura, no formato de aluguer, cujo proprietário é o salário. As condições são melhores, todavia, que em certos períodos do “nosso” colonialismo, tendo em conta que nos é possível optar em que condições somos escravizados. Para harmonizar o condenado com o carrasco, criaram-se eleições cíclicas e festas partidárias. Concedem-se liberdades aos explorados - liberdades de interesse do explorador, com as quais, precisamente, explora. Assim, o explorado alimenta ele próprio o domínio do dinheiro, a mais-valia e a miséria subjacente.

3) Capitalismo “Popular” Serôdio – Formaram-se dentro das última década grupos de sem-abrigo, apelidando-se de “Cineus”, que montam nas ruas números de terrorismo artístico baseados na poesia cabalística da conspiração (poesia da conspiração por oposição à teoria). Dentro da sua filosofia encontra-se o conceito do “C”aos, e que a história leva h pequeno. O capitalismo serôdio representava essa invisibilidade ausente de localização do controle e do governo. No Mundo Total o poder em si confirma-se, como já antes suspeitado no capitalismo serôdio, perdido, vazio excepto pela violência do entretenimento, a sua estrutura ossal.
4) Entretenimento Comercial - Dentro destes grupos manifestava-se que existia a vida, e a reprodução da vida, esta sendo semi-satisfeita pelo espectáculo, pela fantasia e pela alucinação onírica da propaganda. A ascese do poeta cineu (o poeta é aqui também pintor, filósofo e músico, e assim para cada uma das partes) consiste em abolir todos os desejos fictícios, ferramentas do sistema para propagação do seu próprio poder.
5) Plutocracia – Unabomber atacava, e justamente, a tecnologia. Inspirados na sua “doutrina”, os terroristas da arte recordaram-se do império ditatorial da nova fé: o espectáculo. A doença é sensacionalista, a morte vende como nunca, o telemóvel dança, lança luzes de discoteca e canta num simples telefonema. A ideologia repressiva que Unabomber via perder-se na tecnologia, nós vimos ter alma (onde Unabomber viu a máquina), no espectáculo. Toda a crítica deve ser primeiro voltada ao espectáculo, sem a fumaça de si erguida, surgem as necessidades reais.
6) Kali Yuga - Acreditam pois que é desígnio da arte que virá a ruptura com os valores impostos e a originalidade do estado do ser. Consideram a grinalda de caveiras e os jasmins de Kali como a mesma coisa, e chamam-lhe niilismo criativo. A criatividade liberta a constituição real dos momentos que constituem por seu lado a Vida Funda, e é a única Musa para o Jardim Edénico e selvagem que é o Mundo. O deslumbramento cria a vida, a festividade da vida cria a arte em holocausto ao deslumbramento. Jamais deve a arte prestar vassalagem a entraves e a vida a jaulas.
7) O Fumo das Opiniões - Paralelamente, surgiram na última década, grupos de burgueses (existem duas classes, uma constituída dos burgueses e outra dos sem-abrigo) dedicados à cultura, movimento “Nova Igreja”, que se juntava em colóquios, lançava revistas, e abordava os temas teológicos, políticos e filosóficos, desde que baseados nos falsos problemas, potenciando a impotência cultural. Alheios às paixões da verdade, alienam-se em controvérsias aborrecidas, de vedetismo e opinião pedagógica. Formam escolas de críticos cuja missão consiste da camuflagem das questões autênticas, a crítica mistura-se com uma forma de propaganda ao produto que pretende incutir aos consumidores a etiqueta sensacional de “esclarecido”. Estas são as demonstrações obscenas dos novos padres.
8) Boémia – Entre os burgueses vão alguns querer juntar-se aos grupos artísticos formados pelos sem-abrigo, vindo a ser rejeitados. Estes são homens e mulheres que, descontentes com o quotidiano, erguem a sua vulgaridade ao alpendre da etiqueta “estilo de vida”. Imaginam assim uma ruptura com o meio cultural, quando na verdade apenas mudaram a sua dieta de fast-food para os excrementos dai resultantes.
9) Constelação do Desejo) No dia de hoje, depois de ser lançado este comunicado em papel pelos bicos de mil pombos, marcharão cineus com cravos nas suas armas, em homenagem ao antigo 25 de Abril e da nossa antiga nação desaparecida, bem como à simbólica erótica da qual toda a linguagem nasceu. Toda a comunicação é corpo de Eros. O Caos libertador move-se por afectos, percepção estética, afinidade, e estes na cumplicidadade entre o um e o outro. Será Eros o nosso estandarte também na superação das imposições da natureza, que nos sujeita ainda mais à mesma. O esclarecimento, que nos dias de hoje afronta a mitologia, é mitológico e a mitologia o emissário da razão extraído da natureza, esclarecimento de qualquer modo.