Há alguns anos atrás, quando fazia a feira da FATACIL em Lagoa, no Algarve, conheci um casal que era estritamente vegetariano, a moça pelo que me contou nunca tinha comido carne devido à sua mãe por princípios éticos ou morais e também religiosos, não o permitir. O seu namorado padecia da mesma educação fundamentalista e conheceram-se ambos num centro de alimentação naturista.
O casal e eu ficamos alojados no mesmo parque de campismo e um dia os dois vieram ter comigo com um ar estranho e um pouco embaraçados confessaram-me que o maior desejo que tinham era o de comer carne, mas que não sabiam mexer com a carne nem temperá-la e muito menos como se confecionava, pediram-me se eu podia comprar carne e grelhá-la para fazer uma refeição comigo estritamente carnívora.
Juro que fiquei surpreso! Mas o olhar de desejo deles não me deixou dúvidas que tinha de lhes proporcionar tal experiência, que eu sabia os marcaria para sempre.
Fizeram questão de me dar o dinheiro para comprar a carne, comprei entrecosto de porco e costeletas, um vinho alentejano, e pão alentejano também, temperei a carne com alho e sal, um pouco de pimentão, e fiz um churrasco à maneira. Tive o cuidado de grelhar bem a carne para não chocar demasiado nesta primeira vez os meus neófitos carnivoros que esperavam ansiosamente pelo pitéu, com ar de quem vai cometer um pecado, mas está desejoso de o cometer. A reação deles era muito parecida com um desejo sexual exacerbado...fiquei espantado ainda mais, mas lá servi a refeição aos meus novos amigos, que se deliciavam enquanto comiam a carne.
Foi gratificante a nível humano, ver a alegria e o prazer que desfrutaram enquanto comiam as costeletas e chupavam os ossos do entrecosto.
Ficamos a partir daí bons amigos, embora eles tenham continuado a ser vegetarianos, penso que de vez em quando darão uma saidinha carnívora, com convicção.
Luís Cruz Guerreiro
O casal e eu ficamos alojados no mesmo parque de campismo e um dia os dois vieram ter comigo com um ar estranho e um pouco embaraçados confessaram-me que o maior desejo que tinham era o de comer carne, mas que não sabiam mexer com a carne nem temperá-la e muito menos como se confecionava, pediram-me se eu podia comprar carne e grelhá-la para fazer uma refeição comigo estritamente carnívora.
Juro que fiquei surpreso! Mas o olhar de desejo deles não me deixou dúvidas que tinha de lhes proporcionar tal experiência, que eu sabia os marcaria para sempre.
Fizeram questão de me dar o dinheiro para comprar a carne, comprei entrecosto de porco e costeletas, um vinho alentejano, e pão alentejano também, temperei a carne com alho e sal, um pouco de pimentão, e fiz um churrasco à maneira. Tive o cuidado de grelhar bem a carne para não chocar demasiado nesta primeira vez os meus neófitos carnivoros que esperavam ansiosamente pelo pitéu, com ar de quem vai cometer um pecado, mas está desejoso de o cometer. A reação deles era muito parecida com um desejo sexual exacerbado...fiquei espantado ainda mais, mas lá servi a refeição aos meus novos amigos, que se deliciavam enquanto comiam a carne.
Foi gratificante a nível humano, ver a alegria e o prazer que desfrutaram enquanto comiam as costeletas e chupavam os ossos do entrecosto.
Ficamos a partir daí bons amigos, embora eles tenham continuado a ser vegetarianos, penso que de vez em quando darão uma saidinha carnívora, com convicção.
Luís Cruz Guerreiro
2 comentários:
O fundamentalismo nunca é bom, seja vegetariano ou carnívoro!
Ora bem...
L+G
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