A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mais algumas razões da pertinência do Acordo Ortográfico.

Para além da raiz da palavra e família de palavras, coisas da etimologia que há muito se me varreu, existem outras que são incontornáveis e entroncam na artificialidade da ortografia que, como sabem, e porque resulta de um conjunto de regras político-administrativas convencionadas e não de séculos de interacção entre fala e escrita, não é uma coisa natural. O resultado, pese embora a quem com honestidade intelectual é contra o Acordo defendendo razões culturais e históricas da grafia (graphia) de cada palavra, tem sido o de não existir qualquer estratégia para se escrever correctamente que não passe pela memorização do léxico e também pela interiorização das regras devido à experiência que vamos adquirindo.

Quando temos em atenção a combinatória de uma imagem acústica com um significante e, na definição, tivermos em conta a língua escrita, concluiremos que, o significante não intervém só na imagem acústica mas também na imagem gráfica, depois, o Acordo, só trata de pronúncias cultas não se debruçando sobre as não cultas, logo, não elimina nenhuma palavra ou qualquer letra que se leia numa pronúncia culta, razão porque, os casos em que a resistência à mudança assume contornos imperialistas, estão normalmente enfermos de inexactidão e lançam poeira com exemplos como “facto-fato” ou “pacto-pato” que não alteram, mas aceitam pacificamente (e muito bem) as modificações naturais da língua como a adopção dos termos acabados em ismo: salazarismo, guterrismo, ou expressões novas como ciberespaço e teletrabalho porque, a língua, é um organismo vivo que muda e se adapta aos tempos e costumes, não fosse isso e ainda escreveríamos monarchia como o fazia Fernando Pessoa depois da reforma de 1911.

Ora, Portugal, enquanto Pátria da lusofonia, só tem a ganhar com este acordo que, para além de simplificar a escrita ao retirar parte das consoantes sem valor fonético e que só existem por tradição ortográfica e similaridade do português com outras línguas românicas, simplifica também o processo de escrita e o de aprendizagem, já que, não altera a sintaxe, não cria ou elimina qualquer palavra, nem existe a intenção de acompanhar no extremo a naturalidade com que se fala, nem tão-pouco interfere com a coexistência ou regras linguísticas regionais, depois, é também essencial para a unificação institucional e plural da língua nos países da CPLP que, unificada, ganhará poder de afirmação nas instâncias internacionais e é, uma medida fulcral para que a língua dos lusofalantes continue bem de saúde, não siga rumos diferentes e, um dia, não tenhamos de enfrentar o salazarista “orgulhosamente sós”.

9 comentários:

Anónimo disse...

O que mais leio é: Burocratas estão a nos empurrar pela garganta essas mudanças ortográficas, bla bla bla está sendo impostas legislativamente bla bla bla, parecem mais preocupados em aceitar tal acordo por ser imposto, do que por acharem que não fará diferença.

Ou seja sobre o mesmo não há muito a dizer já que as mudanças só afetam as pronúncias cultas (como tu bem disse), a aprovação do Acordo Ortográfico me parece a ser a condição chave para a definição de uma política lingüística de bases comuns na CPLP, um ponto de partida para uns, uma esperança para outros, mas a fortificação de todos.

O acordo não irá acabar com expressões locais, continuaremos nós aqui no Brasil a tomar café da manhã e em Portugal continuará com o pequeno almoço.

Claro que em Portugal deve soar mal nossa maneira de falar algumas palavras, nossas diferenças com relação ao português daqui ou dali está além da ortografia, é sobre tudo de ordem lexical, levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, talvez até em muitas partes nem a usem , mas na maneira geral, na aproximação dos países ela vai ajudar queiram ou não.

Já li que o mercado editorial é o ponto forte, que a briga será grande, não sei realmente, minha esperança fica na possibilidade de ler coisas novas de Portugal, aqui (Brasil) conseguir um bom livro editado em Portugal é uma luta gigantesca, será que isso ira mudar? Poderei encontrar livros de “Agostinho da Silva” aqui no Brasil, já que isso é quase impossível, parece que poucos sabem por aqui(Brasil) quem ele foi e pelo que lutava.

Que venha o acordo!!!

[s]s

isabel mendes ferreira disse...

eu. um enorme ninguém. passo por aqui para saudar a águia nova . e tb o Pires F. qu escreve "afiadamente".



Pa.ra.béns.


________________

fico leitora.

comentadora duvido. não irei macular tão douto "acordo".

sorriso.

e bom dia. com excelentes voos.

José Pires F. disse...

Amiga Isabel,

“eu. um enorme ninguém.”

Cuidado com as falsas modéstias (brincando, claro).
Como pode ser ninguém alguém com tão belos livros editados e que, teve o privilégio de entrevistar o Mestre Agostinho? Só isso, minha boa amiga, coloca-te num patamar a que poucos têm acesso, depois, continuas a escrever com a beleza de sempre.


“fico leitora.
comentadora duvido. não irei macular tão douto” acordo “.”

Nunca as tuas palavras maculariam qualquer “acordo” por muito douto que fosse, aliás, creio até, se a vontade to permitisse, bem que podias integrar este grupo e trazer-nos a vivência de quem conheceu O Mestre pessoalmente. Isso seria um privilégio para todos nós.

Com o carinho de sempre, um enorme abraço.

PS: Pensa nisso. Falo a sério.

isabel mendes ferreira disse...

im.pensável....:)

__________________

são de outras águias, senhores, os
voos aqui iniciáticos...
proféticos.


__________________.

P.F...é óbvio que só a benevolência da simpatia o levou a esboçar esta "espécie de convite"...
sorrio.

agradeço.


e sigo.

lendo e re.lendo.
_____________________.

José Pires F. disse...

Nada do que disse foi ditado pela benevolência ou pela simpatia que, de facto existe como bem sabes.
A proposta, evidentemente, mantém-se sem insistência. Talvez amanhã, talvez um dia, nos dês esse prazer. Quem sabe?…

Anónimo disse...

:)

________________
________________.




piano.

Telo Vieira de Meireles disse...

Contra qualquer acordo. Já bastam as aventuras reformistas do século XX em Portugal para dizer basta! A língua não deve "descer" são os seus utentes que devem "subir"!
Compreendo a questão internacional, mas dentro da Comunidade Lusófona o que temos de fazer é descobrir e explorar a nossa diversidade. Quantas línguas nacionais existem no espaço lusófono? Quantos crioulos? Quantos dialectos? Muitos. Pois lutemos por eles, demos atenção ao micro. Com a nossa diversidade seremos mais ricos e mais fortes do que com a nossa uniformidade. A liberdade da diferença será a condição fundamental do desenvolvimento da Lusofonia.

Isabel Victor disse...

De acordo com o acordo ortográfico !


"Ora, Portugal, enquanto Pátria da lusofonia, só tem a ganhar com este acordo que, para além de simplificar a escrita ao retirar parte das consoantes sem valor fonético e que só existem por tradição ortográfica e similaridade do português com outras línguas românicas, simplifica também o processo de escrita e o de aprendizagem, já que, não altera a sintaxe, não cria ou elimina qualquer palavra, nem existe a intenção de acompanhar no extremo a naturalidade com que se fala, nem tão-pouco interfere com a coexistência ou regras linguísticas regionais, depois, é também essencial para a unificação institucional e plural da língua nos países da CPLP que, unificada, ganhará poder de afirmação nas instâncias internacionais e é, uma medida fulcral para que a língua dos lusofalantes continue bem de saúde, não siga rumos diferentes e, um dia, não tenhamos de enfrentar o salazarista “orgulhosamente sós”."

Completamente de acordo ...

isabel victor

Paulo Pereira disse...

Tenho quase a certeza de que se Salazar fosse vivo seria a favor do acordo ortográfico. O "orgulhosamente sós" de Salazar não tem nada a ver com isso...