APROXIMAÇÃO
DO ACTUALISMO PEDAGÓGICO DE EDUARDO ABRANCHES DE SOVERAL
António Braz
Teixeira
1. Havendo exercido o magistério filosófico, em
Portugal e no Brasil, durante três décadas e meia, natural seria que Eduardo
Abranches de Soveral (1927-2003), como Leonardo Coimbra (1883-1936), Delfim
Santos (1907-1966), José Marinho (1904-1975) ou Agostinho da Silva (1906-1994),
se tivesse detido a considerar, reflexivamente, os problemas fundamentais
suscitados pela formação do homem, a que dedicou os volumes de ensaios Educação e Cultura (Lisboa, INP, 1993) e
Pedagogia para a era tecnológica
(Porto Alegre, EDIDUCRS, 2001), nos quais expôs os lineamentos da sua Filosofia da Educação que denominou actualismo pedagógico.
Em três ideias ou teses se fundava o pensamento
educativo do filósofo portuense:
― a de que, na pedagogia, existem estruturas e objectivos formais prévios aos condicionalismos e às finalidades
próprias de cada época, correspondentes às estruturas essenciais permanentes do
homem e da sua situação existencial;
― a de que todo o processo educativo visa promover a
maturidade pessoal do educando, dotando-o da capacidade para o exercício
permanente de uma liberdade responsável;
― a de que a Filosofia se acha no início e no fim de todo o processo educativo.