A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por uma vez: Sim, Sr. Ministro…

Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado

Felicito-o pela entrevista concedida ontem, ao jornal Público. Em geral, passo por cima das entrevistas concedidas pelos seus colegas, dado que estes, por inanidade ou prudência, pouco ou nada costumam dizer de relevante…

E o que disse, desta vez, o Sr. Ministro de tão relevante?

Desde logo, que “o país tem de perceber que há um ciclo da sua história contemporânea que se está a encerrar” – o aberto pelo 25 de Abril, que orientou, quase em exclusivo, o país para a “integração europeia”. Doravante, “Portugal será na Europa o que conseguir ser fora dela”. Daí a aposta: “Podemos valorizar significativamente a nossa posição no contexto europeu se formos capazes de dar expressão e densidade à relação privilegiada que temos com o Brasil e a América Latina, com a África de expressão portuguesa e as regiões em que se insere, designadamente a África Austral e Ocidental. Mas temos também de fazer um esforço para desenvolver as nossas relações com o continente asiático. Estão aí dois terços da população mundial, o centro de gravidade da economia mundial e, apesar dos laços históricos que nos ligam à região, temos relações muito frágeis.”

Por uma vez, não podia concordar mais consigo – quer com a tese do “fim de ciclo” (de que eu, de resto, tenho já falado até à exaustão), quer nessa aposta a fazer. Obviamente, falaria de forma mais clara no “espaço lusófono”, mas percebo que não o faça…

Seja como for, é claro que Portugal não terá qualquer futuro se ficar centrado em si próprio. No rescaldo da descolonização, a integração na Comunidade Europeia foi a nossa única saída. Agora que o centro de gravidade desta se deslocou também para leste, há que compatibilizar de novo a nossa integração nesse espaço civilizacional europeu – do Sul, sobretudo, ou seja, mediterrânico – com a nossa integração nesse espaço linguístico-cultural da lusofonia, com um potencial, a todos os níveis, ainda não devidamente cumprido.

Eis, de resto, o que falta verdadeiramente cumprir – não já Portugal, mas a Comunidade Lusófona. Como já por certo saberá, eis o caminho prefigurado pelo MIL…

Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/01/por-uma-vez-sim-sr-ministro.html