A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 24 de janeiro de 2010

ANTÓNIO SÉRGIO



DA MEMÓRIA…JOSÉ LANÇA-COELHO
ANTÓNIO SÉRGIO

Damão, Índia 3.9.1883-Lisboa, 24.1.1969

No dia 24 de Janeiro de 1969, o meu avô materno, Armando Aguiar, disse-me que o nosso país acabava de perder um grande português.
O seu nome era António Sérgio, filho do almirante Sérgio de Sousa, viveu a sua infância na Índia e na África, abraçando a carreira da Marinha que abandonou após a proclamação da República, tornando-se um grande lutador pela instauração da democracia neste país, contra a ditadura salazarista.
Eu conhecia-o desde há muito e até já lera algumas das suas obras, sendo a primeira o Bosquejo da História de Portugal (1923), que me forneceu uma nova visão da nossa História, diferente daquela que o regime ditatorial me inculcara na Instrução Primária e no Liceu.
Aqui em casa existem muitos livros escritos por Sérgio, alguns bem peculiares, como são os casos de uns pequeninos chamados Antologia Sociológica (1956), que foram feitos em edição de autor, entre 1956 e 1957, para além dos oito volumes dos clássicos Ensaios (1971-1974) e, sobretudo, a Introdução Actual ao Problema Cooperativista (1937 e as Confissões de um Cooperativista, que diziam tanto ao meu avô, que acreditando nesta actividade, sinónimo de solidariedade, fundara a primeira cooperativa de consumo do país.
Há muitos anos, ainda eu não era nascido, já o meu avô seguia atentamente o programa politico e socioeconómico proposto por Sérgio.
Quem mo disse foi a minha mãe que, ainda uma jovem menina, com doze ou treze anos, acompanhava o seu pai, a um local em Campo de Ourique (Lisboa), que se chamava ‘A Padaria do Povo’, onde António Sérgio falava a quem o quisesse, ou melhor, pudesse, ouvir, já que, a PIDE, como infelizmente lhe ‘competia’, arrecadava alguns dos assistentes às ditas palestras, levando-os para os identificar na sua sede na Rua António Maria Cardoso, ou quando já eram ‘conhecidos’ para o seu Quartel-General, no Forte de Caxias.
Devo ainda acrescentar que, o meu avô tinha a coragem de ir às masmorras de Caxias visitar os presos políticos, levando a minha mãe com ele, para que ela tivesse noção do que era o regime em que se vivia; bem como de fundar a “Cooperativa de Consumo 2ª Comuna”, sita na Rua do Alvito, o que lhe valeu muitas chamadas à PIDE.
O orador falava de cooperativismo associativista como uma forma de educação, e não do corporativismo, sistema em que se baseava a ditadura de Salazar; falava também de partilha, solidariedade e socialismo democrático.
Sérgio fazia parte do chamado ‘Grupo da Biblioteca Nacional’ constituído por outros vultos da cultura portuguesa como, Jaime Cortesão (1884-1960), Aquilino Ribeiro (1885-1963), Raul Proença (1884-1941) que, em 1924, lançou a revista ‘Lusitânia’, de que guardamos alguns exemplares.
A colaboração de Sérgio em revistas literárias não se resume à anteriormente citada, tendo assinado artigos em ‘A Águia’ (1910), a ‘Vida Portuguesa’ (1912), órgão da Renascença Portuguesa, na ‘Atlântida’(1916), na ‘Pela Grei’(1918), e na ‘Seara Nova’, de que se tornou director a partir do ano de 1923.
Neste ano de 1923, Sérgio fez parte de um governo republicano, ocupando a pasta da Instrução, tendo fundado o Instituto Português de Oncologia.
Após a instauração da ditadura militar em 28 de Maio de 1926, conheceu o exílio. Quando regressou a Portugal dedicou-se ao ensino e à direcção e elaboração duma obra monumental que, para além da minha, deveria existir em todas as casas portuguesas, uma vez que nos tira todas as dúvidas sobre qualquer assunto, que dá pelo nome de Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
Ensaísta, crítico literário e social, pedagogo, historiador, político e filósofo, participante efectivo de todos os movimentos contra o Estado Novo, conhecendo a prisão política por cinco vezes, é considerado um dos mentores mais significativos do socialismo não totalitário português. Aqui fica o elenco das suas obras literárias, ainda não referidas, nesta pequena digressão pela minha memória: O Desejado 1924, 0 Seiscentismo 1926, História de Portugal 1926, Cartesianismo Ideal e Cartesianismo Real 1937, História de Portugal – I 1941, Antero de Quental e António Vieira 1948, Cartas do Terceiro Homem 1953-1957, Democracia 1974.
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DIÁRIO DO ESCRITOR
24 de Janeiro de 1949 – “ (…) tenho verificado que as melhores aulas da minha curta vida surgiram de repente, por causa de uma palavra, por causa de uma insignificância em que eu não pensara antes. Falei nisto ao metodólogo. Apoiou-me no que costume fazer, que é não levar, em português, a aula preparada tim-tim por tim-tim e concluiu que A LIÇÃO DE PORTUGUÊS ACONTECE.
SEBASTIÃO DA GAMA, Diário, Lisboa, p. 43, s/d.