
A União Europeia tem as costas largas. Sempre que um político em Portugal se demite de cumprir a sua missão, vem logo a desculpa: “É a União Europeia…”.
É verdade que a União Europeia impõe medidas adversas à que deveria ser a acção estratégica de Portugal. Apenas um exemplo: o Acordo de Schengen impede, objectivamente, a implementação do Passaporte Lusófono, defendido por Agostinho da Silva no seu tempo e agora mais recentemente defendido pelo MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO (e só isso bastaria para esboroar a insinuação torpe ontem aqui lançada, segunda a qual o MIL tinha uma agenda racista; se há um movimento que tem defendido um Portugal lusofonamente multicolor, é o MIL…).
Ainda assim, há uma larga margem para que cada país defenda os seus legítimos interesses. O que se passa, contudo, é que, enquanto uns os defendem – como, por exemplo, a nossa vizinha Espanha (veja-se o caso das privatizações que, por “magia”, nunca levam a que empresas estratégicas fiquem nas mãos de capital estrangeiro) –, outros nem por isso. Exemplo de Portugal. Refém de um provincianismo bacoco que o leva a querer ser “um bom aluno europeu”, um fantasma que nos persegue há décadas, abdicamos, muitas vezes, de defender os nossos legítimos interesses. Isto quando não fazemos figura de mendigos, por causa dos “fundos europeus”.
Gostava Agostinho da Silva de dizer que os “fundos europeus” não eram nenhum favor a Portugal – eram apenas uma pequena retribuição por tudo aquilo que, ao longo da sua História, Portugal deu à Europa. Se pensassem assim, os nossos governantes, nas famosas cimeiras europeias, agiriam de modo muito diferente…
2 comentários:
uma retribuição que permitiu aos portugueses comprarem produtos do norte da Europa durante muitos anos...
os "Fundos" são principalmente uma forma de ajudar ás exportações dos países que os financiam, não uma construção altruísta, não o esqueçamos...
Sem dúvida Renato !
Ainda um Dia Nos Libertaremos !
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