A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 22 de março de 2009

Nada se deve dizer uma só vez. Nem nada. Onde está a luz?

De Platão a Marx tem-se reflectido sobre quem deve estar à frente do presente e do futuro de um povo, de uma nação: se os melhores ou o melhor dos melhores, mas nunca os outros...

O conhecimento da história, que não tem significado aprendizagem, tão-só conhecimento, pois a natureza humana vive em conflito e na intemporal condição da conquista e do recuo, é, todavia, importante se analisado criticamente e não passivamente. Importa saber ler e não somente ler.

Rosseau dizia que "o homem é naturalmente bom". Esqueceu-se de dizer que também é naturalmente ridículo, pois o homem do progresso também é o homem do atavismo; o homem da solidariedade como única forma de dignidade humana, como dizia Kafka, é também o homem do relativismo inconsequente (e não me refiro a Kant ou ao criticismo).

De facto, a arte, os poetas e os filósofos nunca estiveram convenientemente à frente, segurando os cornos da corrente decisória, ressalvando algumas épocas em que o saber, como o defendo, foi um oceano influente e sem costa.

Compreendo que por vezes os poetas e os filósofos não saibam para onde vão. Contudo, sabem por onde não devem ir, sendo este porventura também uma premissa pascoalina: da importância do princípio.

Na utopia do lugar do impossível, isto porque assim como todo o homem é um excepção, também todos os povos são uma excepção, um corpo de vontades, prevejo sem impaciência o futuro, tendo saudades dele, como dizia Pessoa.

Assim, sempre digo sobre o meu pessimismo no presente: que seja um redondo erro e uma plena frustração futura.

Há uma música dos Flaming Lips que diz "Where is the light that you have shining all around you?"

P.S. O que queria Miguel de Cervantes dizer, na parte 1, capítulo 20 do Dom Quixote... com "Só há duas famílias no mundo, como a minha avó costumava dizer: os que têm e os que não têm."?

Têm o quê? Só se for as suas "almas desertas e grandes", como disse Pessoa - condição de cada um, mas também de todos, pois "o mundo inteiro é uma só alma, todos fazemos parte dela", regista um poema ameríndeo.

É óbvio que tudo tem a ver com tudo e que são caros os estados de entorpecimento e dramáticos os registos dos incautos.

1 comentário:

coalvorecer disse...

Inexorável dilema do ser homem.


VIII - Quasi

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além
Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído
Num grande mar enganador d´espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...


Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,
Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...
Mas na minh´alma tudo se derrama ...
Entanto nada foi só ilusão !

De tudo houve um começo ... e tudo errou ...
- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou ...

Momentos de alma que desbaratei ...
Templos aonde nunca pus um altar ...
Rios que perdi sem os levar ao mar ...
Ânsias que foram mas que não fixei ...

Se me vagueio, encontro só indícios ...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios ...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí ...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi ...





Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Paris 1913 - maio 13



Mário de Sá-Carneiro
Poemas Completos
Edição Fernando Cabral Martins
Assírio & Alvim
2001