Para o Clavis, em jeito de comentário geral à última série de textos que ele aqui publicou. E em homenagem ao seu grande empenhamento neste projecto.
1. Que Agostinho da Silva teve um pensamento político, isso é inegável. Esse pensamento político decorre, muito simplesmente, da sua visão de Portugal, da Comunidade Lusófona e do Mundo. Ora, como sabemos, Agostinho da Silva foi um homem coerente e consequente – logo, não poderia ficar apenas no plano “cultural” e “espiritual”. Para mais, porque ele foi tanto um homem de pensamento quanto um homem de acção. E o melhor contra-exemplo para quem acha que há alguma incompatibilidade entre esses dois planos…
2. Tendo tido um pensamento político, esse pensamento não se encaixa nos mais vulgares quadros mentais – que tudo dividem entre “esquerda” e “direita”. E, por isso, de facto, Agostinho foi olhado com profunda desconfiança e suspeição quer pela “direita” quer pela “esquerda”. Porque, em última instância, estava para além de uma e de outra. Porque, desde logo, conseguia ser simultaneamente de esquerda – sobretudo, no plano social – e de direita – sobretudo, no plano cultural…
3. Desde logo por isso, o seu comprometimento com o jogo político nunca foi muito efectivo. Mas também não exageremos – no Brasil, Agostinho da Silva foi assessor do Presidente Jânio Quadros, tendo antes apoiado um concorrente deste. Em Portugal, é certo que nunca apoiou expressamente nenhum candidato e/ ou partido. Mas o próprio explicou porquê: tinha regressado a Portugal depois de 25 anos fora; não se queria indispor com ninguém (há uma “Conversa Vadia” em que ele diz isso claramente). E por isso também chegou a recusar uma candidatura própria à Presidência da República…
4. E quanto ao MIL? O MIL tem uma visão de Portugal, da Comunidade Lusófona e do Mundo. Logo, tem uma perspectiva política. Em que medida será coerente e consequente com ela, isso, depois, ver-se-á. Acho que não nos devemos precipitar a esse respeito. O MIL, enquanto tal, não tem sequer um ano de vida…
5. Algo, contudo, posso desde já antecipar, com toda a certeza (porque te conheço, e porque, conhecendo-te, sei que és uma pessoa coerente e consequente). Se algum dia chegarmos a esse patamar mais declaradamente político, tu serás um daqueles que estarás a bordo…
Bom Natal para ti. E para todos os membros e amigos do MIL e da NOVA ÁGUIA…
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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1 comentário:
obrigado pelas amáveis palavras, Renato!
O artigo também merecerá um comentário mais detalhado, a publicar oportunamente...
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