A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O destino de Portugal e a visão profética de Joaquim de Flora

(Joaquim de Flora)
(Joaquim de Flora)

Joaquim de Flora (1135-1202) dividiu em três partes a História do Homem, decalcando-as das três pessoas divinas: Idade do Pai, Idade do Filho e Idade do Espírito Santo. Foi precisamente a convicção do abade cisterciense de que a última Idade ainda não tinha chegado que o tornou herético aos olhos da Igreja. Esta acreditava que após a vinda do tempo da "Lei", que se interpretava como sendo a Idade do Pai, a Idade do Filho, a época da presença de Cristo entre os Homens e a Era atual, o "tempo da Graça" regido pela Santa Igreja. Flora previa que o ano de 1260 fosse o ano do fim da Idade do Filho, começando a Idade do Espírito Santo imediatamente a seguir.

A inspiração do abade provinha diretamente do Antigo Testamento, nomeadamente de Isaías e na leitura que Daniel fez do sonho do rei Nabucodonossor, sobre a visão da estátua, composta por quatro metais diferentes, em níveis diferentes e representando cada um deles um diferente império mundial. A estátua seria destruída pela "pedra", entendida aqui com um... "Quinto Império", origem primeira do termo, aliás. Seria este o império que "nunca seria destruído e cuja soberania jamais passará para outro povo, pois submeterá e aniquilará todos os outros, e subsistirá eternamente" (Daniel, II, 44).

A leitura literal da profecia é anacrónica, pelo que a devemos colocar em contexto, naturalmente. Ou seja, se Daniel as encarava como sendo uma antecipação na vitória de Israel sobre os Estados vizinhos, e se depois Flora a interpretou como uma consagração da vitória do Cristianismo sobre os não-crentes. Depois dele, António Vieira buscaria aqui talvez inspiração para os seus impulsos milenaristas e, certamente - porque o claramente disse e escreveu várias vezes - também Agostinho da Silva encontraria em Flora o fundamento para o movimento religioso, social e até político que surgiu em Portugal no reinado de Dom Dinis, cruzando influências joaquimitas, com o legado trazido de Aragão pela rainha Isabel com um fundo local de fraternidade e humanidade que estava ainda muito vivo no interior português e que em última instância era até mais antigo em Portugal que o próprio Cristianismo.

A segunda parte, que começa com D. Dinis, é a História do mito do Quinto Império, enquanto a História dos Descobrimentos é, em boa medida, a história da Demanda do Preste João; nos tempos recentes, a História da nossa Restauração é a História do reavivar do mito sebástico e do mito do Quinto Império, como a prova a obra do Padre António Vieira na "História do Futuro".

Portugal confundir-se-ia assim com os propósitos que levaram Bernardo de Claraval a criar a Ordem do Templo. E assim, os destinos, caminhos e objetivos de Portugal e da Ordem do Templo confundir-se-iam. Portugal seria uma criação para a Ordem do Templo, um "reino templário", um conceito bem compatível com a defesa insistente feita em Portugal contra o mandato papal que exigia a extinção da Ordem. O projeto templário confundia-se com o projeto português e o grande motor da portugalidade que foi o processo dos Descobrimentos e da Expansão portuguesa. O mito do "Quinto Império" que hoje ainda sobrevive com tanta energia na cultura lusófona é uma persistência desse perdido projeto templário, que se tentou concretizar em Portugal e na sua Expansão e que ainda verá a luz do dia, é nossa convicção e crença firmes.

Fonte:

Lima de Freitas; "Porto do Graal"; Ésquilo

3 comentários:

Estudo Geral disse...

Bem relembrado.

julio disse...

Mas o papa consegui o que queria:
aniquilou a Ordem, com a morte de Jacque de Moley. Clemente V e Felipe, o belo ou bela sabe-se lá

Só não esprava e nem imaginou quem fosse D. Dinis...

Essa contagem do tempo deve ser vista no tempo relacionado à igreja

Mas existem correlações com outros ciclos e manifestações, que por sua vez com as quatro idades de uma civilização totalizam os sete estados indispensáveis à evolução.
É uma honra Joquim de Flora, Luso! Quanto São Francisco, cuja santidade não apaga o estado, atingido por ele. (rsrs)

julio disse...

Felizmente D. Dinis teve uma Isabel,
a bela Isis...
Portugal na queda da Ordem templária passou incólume, imune e prosseguiu com tudo que a Ordem tinha em Portugal...

E eu penso que isto tem a ver com o espaço geográfico, considerando-se que a evolução ande...
Mas com estes Seres! No mínimo e aqui como Joquim de Flora pensava das 3 idades,

Ele, juntamente com Dinis e Isabel as representavam muito bem.

Portugal tem o direito por todas as coisas que envolveram o fim da Ordem, a ficar com o titulo de país templário, pelo que aconteceu à Ordem fora de Portugal.

Onde certamente estava o Graal, pois havia ali derramamento do Sangue Do Jacque, (o Grão Mestre) com Jota, como Joaquim, e é isto que atesta e afirma o que representa o testamento mítico de Afonso Henrique, quando no milagre de Ourique, esse grandioso Henrique lavrava a certidão de nascimento de Portugal.

Sob os auspícios da Lei e do Cristo, mas do Cristo de sempre revestido de Velho da Montanha ou até disfarçado de mendigo e que vive...