
Pinter sofria de cancro há vários anos. Fraser disse ao jornal The Guardian: «Era um grande homem e foi um privilégio viver com ele durante 33 anos».
Laureado com o Nobel em 2005, o prémio recompensou um autor que, «em suas obras revela o precipício que se esconde sob a conversa fiada diária e força a sua entrada no âmbito fechado da opressão», afirmou o júri da Academia Sueca na ocasião.
«Nascido em 1930 em Londres, Pinter geralmente é considerado o maior expoente do teatro dramático inglês da segunda metade do século XX», acrescentou a Academia.
Aos nove anos, foi retirado de Londres durante a II Guerra Mundial e só retornou à cidade três anos mais tarde. A experiência dos bombardeamentos permaneceu indelével na sua memória, como admitiu muitas vezes.
Em 1957 estreou como dramaturgo com «The Room». Uma das suas primeiras obras «The Birthday Party» (1957), inicialmente um fracasso, com o passar dos anos tornou-se uma das suas peças mais encenadas.
Segundo o comunicado da Academia Sueca há três anos, «no cenário típico de Pinter estão seres que se defendem contra intrusões ou contra os próprios impulsos, entrincheirando-se numa existência reduzida e controlada».
«Outro tema principal é o carácter fugitivo e inalcançável do passado», prosseguia a nota de anúncio do vencedor da Academia.
Desde 1973, Pinter também era conhecido como um fervoroso defensor dos direitos humanos.
Além disso, também escreveu novelas radiofónicas e argumentos para cinema e televisão. Entre os seus trabalhos mais conhecidos nesta área estão 'The Tailor of Panama' ('O alfaite do Panamá', 2001),' The Handmaid's Tale' (1990), 'Accident' (1967), 'The French Lieutenant's Woman' ('A mulher do tenente francês',1981) ou 'Breaking the Code' (1996).
Fonte: SAPO/AFP
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