A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Capacidades intelectuais: valor para o futuro

As sucessivas reformas educativas, implementadas por vários governos, começam a pagar dividendos. E que dividendos são esses?

Recebi, certo dia, um e-mail com o seguinte assunto: O papel da escola. Solicitava-se, num teste de português, que os alunos respondessem ao seguinte: “Num texto bem estruturado e linguisticamente cuidado, com um mínimo de 10 linhas, exprime a tua opinião sobre o papel da escola na formação de um cidadão”. Eis a resposta: “O papel da escola eu axo que é igual a um papel qualquer de imprensa A4. E de certeza que é. tem a mesma grossura e tudo. Agora se estão a falar, por exemplo, das folhas de teste que é uma folha A3 duberada ao meio fazendo duas folhas A4, axo melhor que as folhas sejam assim do que só uma folha A4, nossas fichas que a professoras dão são sempre folhas de formato A4 ou de formato A5. Os testes as professoras metam sempre folhas de formato A4 mas quando são mais as professoras agrafam sempre as folhas e nunca faze teste com folhas de formato A5. Por isso eu axo que as folhas desta escola são iguais às das outras escolles ou de outras empresas”.

Conservo este e-mail na caixa de correio. Volta e meia, abro-o para me espantar com o seu conteúdo. Não sei qual a cotação da resposta nem a nota atribuída à totalidade do teste, mas espero que o aluno tenha chumbado. No entanto, se calhar estou a pedir demais. Tenho familiares e amigos que são professores. Em conversa com eles, fiquei estupefacto por saber a quantidade de formulários, de preenchimento obrigatório, necessários para a reprovação de um aluno. Consequentemente, os alunos passam sem saber. Não é de admirar, portanto, o baixo nível dos alunos que frequentam as nossas escolas e universidades.

Começou pela matemática, alastrou ao português (língua) e agora atinge a filosofia. Parafraseando Hegel, “a linguagem é a afectividade do estranhamento e da cultura”. Mas se for necessário mais algumas referências que demonstrem a interdependência destes três, distintos e complementares, campos do conhecimento, relembro as ideias de Bertrand Russell (um dos percursores da filosofia analítica), segundo o qual todos os conceitos matemáticos podiam ser reduzidos a conceitos lógicos e as verdades matemáticas poderiam ser deduzidas a partir de umas poucas verdades lógicas e os contributos inovadores de Ludwig Wittgenstein na lógica, filosofia da linguagem e filosofia da mente.

Em 1996, Lester C. Thurow, professor de economia e ex-reitor da Sloan School of Management do MIT, disse que “no séc. XXI, as capacidades intelectuais e a imaginação, a invenção e a organização de novas tecnologias serão os ingredientes estratégicos cruciais” para qualquer país. Em Portugal, enquanto o Ministério da Ciência da Tecnologia se esforça por garantir associações com instituições como o MIT, o Ministério da Educação, ao «eliminar» o ensino da filosofia, opta pelo amputar das bases fundamentais para o desenvolvimento das capacidades intelectuais.

Porque é que tal é um risco para o futuro? O não ensino de qualquer um destes saberes terá um preço demasiado alto. Alunos que não compreendem as perguntas não darão respostas. Alunos que não pensam também não aplicarão soluções nem serão originais. Limitar-se-ão, quiçá, a repetir o que lhes disserem. Mas nem isso está garantido. E, para o melhor e para o pior, alguns dos alunos de hoje serão professores amanhã.

Valerá a pena apostar em novas tecnologias sem investir nas capacidades intelectuais?

1 comentário:

Paulo Borges disse...

Esta é uma questão fundamental, de que o MIL se deveria ocupar mais. As escolas estão a reproduzir e aumentar a mediocridade reinante.