A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 4 de outubro de 2008

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos)


Go­mes Eanes de Azurara

Nada se sabe de seguro acerca de data de nascimento e da naturali­dade de Azurara; é possível que tivesse nascido por 1410 e hesita-se entre a Azurara do Minho e a que fica junto de Mangualde; supõe-se que era filho de um cónego e que a primeira educação não foi muito apurada; foi talvez soldado quando novo, mas parece não se ter notabilizado na guerra; em 1454 foi nomeado sucessor de Fernão Lopes, como guarda das escrituras da Torre do Tombo e decerto como cronista-mor; ao contrário do que sucedeu com Fernão Lopes, Gomes Eanes foi, segundo parece, sôfrego de honrarias e dinheiro; recebeu várias pensões, foi cavaleiro de Cristo e, adoptado como filho per uma peliceira rica, veio a herdar-lhe a fortuna. É provável que Azurara tenha começado os seus trabalhos de escritor traduzindo um romance de cavalaria, mas a obra perdeu-se; o que nos resta dele é constituído pela Crónica de D. João I, terceira parte, visto que as outras duas já tinham sido compostas por Fernão Lopes, pela Crónica dos feitos da Guiné e pelas Cró­nicas de D. Pedro e D. Duarte de Meneses; a Crónica de D. João I quase só narra a tomada de Ceuta e parece que levaram a isto as mesmas razões que fizeram Fernão Lopes suspender a redacção do trabalho: a muitos dos que tinham triunfado com D. João I não convinha que se narrassem as proezas cometidas posteriormente à guerra e que nem sempre eram abonató­rias de honestidade e patriotismo. A Crónica dos feitos da Guiné, composta sobre apontamentos de Afonso de Cerveira, é uma apologia do infante D. Henrique, com falseamento de factos históricos, ocultamento da acção de outras pessoas, por exemplo, do Infante D. Pedro, e passagem demasiado rápida sobre episódios que não convinham à lenda da sua personagem: é o que sucede com o desastre de Tânger e o recontro de Alfarrobeira; a Crónica é, no entanto, valiosa pelas informações que nos dá sobre as navegações dos portugueses no tempo do Infante e sobre a colonização das ilhas atlânticas, mas principalmente porque, mesmo através dos elogios e dos artifícios, se descobre um D. Henrique bastante diferente das imagens vulgares: é menos um navegador do que um guerreiro, menos um iluminado, um sonhador, do que um negociante, menos um homem de ciência do que um prático, atento ao menor risco e aos ganhos seguros de sete por um. As Crónicas dos Me­neses, de que o primeiro foi governador de Ceuta e o segundo morreu em Alcácer Ceguer em defesa de D. Afonso V que se arriscara numa incursão, são úteis para o conhecimento do carácter da acção dos portugueses no norte de África e põem bem a claro o móbil económico de quase todos os empreen­dimentos. Gomes Eanes, que escreve geralmente mal, que narra sem a viva­cidade, o interesse artístico de Pernão Lopes, que a cada passo se deixa arrastar pelo seu gosto da filosofia escolástica, mal compreendida, e da astro­logia, tem sido julgado muito diversamente como historiador; pode, no entanto, dizer-se que é exacto onde o não contraria qualquer interesse da personagem que estuda e onde não há motivo para receios quanto à sua posição; sabe-se mesmo que trabalhou por se documentar bem; nos outros pontos é bastante falível, tendo que se proceder sempre com todo o cuidado quando o temos como único narrador de determinado acontecimento. Go­mes Eanes de Azurara morreu em 1474.

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