A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

DIÁRIO DE MOEMA, I

Maria Rego, Figueira de Castelo Rodrigo, 2007


2006, 16 de Março.

Este é o momento zero. Sufoco com a primeira golfada de ar, como um veneno a que preciso de me habituar. A capa uterina, do mundo onde cresci, nada mais tem para me oferecer. Não me perguntaram se queria nascer. Revoltaram-se quando decidi renascer. Da primeira vez, fui amparada, por mãos que me embalaram; agora, aconchego-me na minha jangada de quatro rodas e faço dela o meu berço de mulher.


~Ü£w^’€>


Sentia um verdadeiro prazer em conduzir. Percorrer estradas e caminhos, sem outro rumo que o chamamento da paisagem. Gostava das rectas ladeadas de árvores, dos campos cobertos de flores silvestres, da cor da terra lavrada, das casas perdidas em nenhures. Dos casebres abandonados, das esculturas dos penedos, das árvores que não morrem de pé.
Tinha sido uma boa compra aquela autocaravana, mesmo em segunda mão estava em óptimo estado. Ainda tinha regateado o preço, mas a verdade é que não conseguiria nenhuma mais em conta. Já andava cansada de procurar uma casa rolante, tinha pressa de partir e não estava interessada em luxos. Desde que não deixasse entrar água e o motor estivesse em bom estado, era quanto bastava. O espaço não era problema, precisava de pouco, umas mudas de roupa prática, objectos de higiene, a máquina fotográfica, o velho macaco de peluche, uns livros e – o mais importante – o seu diário. Claro, não podia dispensar a sua caneta preferida. Não prescindia dela, detestava esferográficas, eram impessoais, sem história, não conheciam o seu traço próprio.
Da berma da estrada sorria-lhe uma papoila. Acreditava, desde que se lembrava de si própria, na linguagem da natureza, na forma como estas frágeis flores anunciam algo de mágico. A Primavera chegou, as papoilas sabem esperar o momento certo e só o anunciam a pessoas especiais.
Encostou à berma e espreguiçou-se. A altura chegara. Sabia o que tinha de fazer.

17 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

(Eh-eh! Nem vou dizer nada...)

Bem-vinda a esta Casa Comum, Clarissa!

Abraços MIL.

Jo disse...

A narrativa promete... aguardo com expectativa o que por aí vem.
:)
Bem-vinda!
beijo*

Clarissa disse...

Klatuu, a única pessoa que me faria regressar do mundo dos mortos ;)

Um beijo enorme.

Clarissa disse...

Obrigada Mariazinha, é só um diário, nada mais.

Beijo

Ana Beatriz Frusca disse...

Ótima narrativa!
Sê bem-vinda!

Beijos.

Lord of Erewhon disse...

Loirita do gato!! Sacerdotisa! :)

Vou passar a vir mais vezes a este blogue!!

Dark kiss.

Klatuu o embuçado disse...

Não tens de quê - gosto de ti viva.

Beijinhos.

P. S. Já aí tens o teu fã nº 1, exultante de entusiasmo... :)

Anabela.R disse...

Bem-vinda Clarissa, gosto de diários.

Um abraço

Clarissa disse...

Lord... quantas saudades... o meu Paladino continua a guardar a minha viagem.

Beijo na testa

Clarissa disse...

Biazinha e Anabela, beijocas.

Lord of Erewhon disse...

Vénia.

Ruela disse...

Bem-vinda Clarissa ;)

Clarissa disse...

Beijoca Ruela.

andorinha disse...

Bem-vinda, Clarissa.:)

Beijinhos.

Clarissa disse...

Obrigada Andorinha,
beijo

Frankie disse...

Uma narrativa deliciosa...

Que essa caneta continue a desfiar as tuas palavras, é o que desejo.
Eu aqui aguardo por elas...

Um beijo e sê bem-vinda a esta Casa :)

Clarissa disse...

Obrigada Frankie, beijinhos