A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

COMENTÁRIO DE CASIMIRO CEIVÃES AO TEXTO DE ARNALDO NORTON «O 5º Império e a CPLP»

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(O Casimiro não optou por esta forma de destaque, mas fi-lo eu – e de novo aconselho a mesma aos colaboradores deste Blogue para os comentários de substância.)

Casimiro Ceivães disse...

Caro Arnaldo Norton, tanta coisa...

Tentando ser sucinto:

– A "Globalização" não tem nada, mas mesmo nada, que ver com o V Império, quer na forma própria deste (a formulada por Vieira) quer nas suas formas menores sugeridas ou sonhadas por Pessoa e Agostinho. Como não tem nada que ver com a política, digamos assim, "portuguesa" que Portugal apesar de tudo foi de vez em quando seguindo até 1968. Direi até que, mais do que não ter nada – tem o facto de ser a globalização o obstáculo maior, ou o adversário maior, senão do Império, pelo menos da política portuguesa (deveria agora dizer "lusófona"? mas chamemos os bois pelos nomes) como ela ainda poderia ser entendida e cumprida.

– Não me refiro à "alterglobalização de Porto Alegre" (essa requereria uma outra conversa) mas à globalização que temos e que é (veja-se um notável texto de Paulo Feitais aqui, julgo que de ontem) a dissolução de tudo nesse nada que é o dinheiro, nesse nada que é a correcção forçada da alma à brutalidade dos sistemas cegos. Uma globalização que, para continuar a pôr nomes nas coisas que um nome tenham, tem o rosto visível da língua inglesa e o corpo disforme dessa coisa que hoje comanda os Estados Unidos da América (muito para além do seu patético presidente) e que durante décadas comandou também a partir dessa inacreditável marioneta chamada União Soviética.

– Em qualquer caso, estou plenamente consigo em que "Império" é uma palavra a usar com cuidado, não se confundindo nunca com "imperialismo". Pelo contrário, onde existir este o Império estará ausente.

– A CPLP, de momento, é um nada que não aspira sequer a ser coisa alguma por falta evidente de direcção política (ou metapolítica).

– A "força" da comunidade Lusófona tem contra ela o facto de Angola, a sua segunda maior região, ser neste momento simplesmente terra ocupada "manu militari", e tem contra ela o facto de o Brasil ser ainda uma espécie de Nau Catrineta planetária (que os meus amigos brasileiros me perdoem a comparação). É, em número de habitantes, significativa; mas a quantidade não se transmuta em qualidade (pelo contrário...), nem mesmo quando nos convém. Não é pela quantidade que o Império se fará, ou o Império será, inevitavelmente, pura e duramente chinês.

– Apesar de Pessoa ter tido uma muito peculiar ideia de Império (sendo paradoxal e perigosa a tentação do seu emparelhamento a Vieira), não creio que se possa dizer que se distinguisse pela "cultura, paz e bom entendimento entre povos". Não é que isso seja um mau objectivo: é, apenas, um enunciado insuficiente.

– Não estando este ponto contido na sua pergunta, creio que vale a pena referi-lo: entre a CPLP que temos (imagem do anti-poder que nos governa) e o V Império que se não fará pela razão (ainda que o Renato Epifânio tenha hoje dito aqui que pouco mais há que nos guie...), há um imenso espaço aberto que é, se quiser, aquele que pode ser o do voo da águia: começando onde termina a baixa política e subindo – mas não penetrando – até às regiões que pertencem ao domínio do Sagrado, do Destino, ou dos Deuses, somos capazes de nos reencontrar, se nos procurarmos, ou melhor se nos procurarmos não a nós, mas àquilo que nos permite, colectivamente, ser.

Cumprimentos (e bem vindo a este lugar...)


Casimiro

6 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

NOTA:

Cliquem na etiqueta: Comentários - e meditem sobre as vantagens de trazermos o verdadeiro debate para o lado de fora do blogue, em vez de alimentarmos a «alcoviteirice de masmorra»... Imensos não perdem tempo com Caixas de Comentários - e adoptar esta forma de contra-argumentar «às claras» o que se vai publicando... é, no meu entender, o único sustento da verdadeira polémica - o resto são recados.

Obrigado.

Casimiro Ceivães disse...

Klatuu, estou de acordo com o que dizes sobre o debate... na verdade (como se nota) o texto foi escrito de impulso - é a vantagem dos comentários; se tivesse pensado em escrever um post, na altura não o teria feito por falta absoluta de tempo.

Mas se a forma é medíocre, a substância do que queria dizer está - agora que releio - manifesta.

Obrigado.

Klatuu o embuçado disse...

No impulso é que está a verdade... ;)

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Nada do que escrevas poderá alguma vez ser medíocre - nem «grosso»... JAJAJAJA!!!

Carlos Gil disse...

eu estou-me nas tintas se "a forma é medíocre" - e não a é: quero é dizer que boto rabisco debaixo deste bocado, o final do post:

"(V Império, CPLP, blá blá - sem ofensa no "blá-blá", até porque há nele muito para reflectir) ... há um imenso espaço aberto que é, se quiser, aquele que pode ser o do voo da águia: começando onde termina a baixa política e subindo – mas não penetrando – até às regiões que pertencem ao domínio do Sagrado, do Destino, ou dos Deuses, somos capazes de nos reencontrar, se nos procurarmos, ou melhor se nos procurarmos não a nós, mas àquilo que nos permite, colectivamente, ser.2

... e já que se fala em posts e comentários a posts, concordo que há sumo em muitos comentários que deveria ascendê-los àquele vasilhame com rótulo multivitamínico: Post.
não é este o caso deste, mera golada de coca-cola, que fica mesmo cá nos fundos.

abraços

Ana Beatriz Frusca disse...

Qdo eu crescer quero ficar boa em retórica tal qual o tio 2dão. LOL!