A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 2 de agosto de 2008

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos)

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Filosofia pré-socrática

O facto de com o atomismo de Leucipo e Demó­crito se fechar um círculo de pensamento que só uma revolução profunda poderia incluir numa concepção mais vasta, eliminando o que fosse apenas uma marca do tempo, fez que surgisse uma época cujas características gerais se repetiram depois em todos os momentos semelhantes; o terminar duma linha de doutrina, quando ainda se não produziram as circunstâncias políticas, sociais e económicas que podem formar o ambiente favorável ao surgir de uma nova concepção, leva sempre ao aparecimento de pensadores reaccionários que desprezam o que se adquiriu de fundamental e regressam a pontos de vista já ultrapassados, de outros que procuram apenas conciliar o que lhes aparece como divergente nos vários sistemas ou, aproveitando o que acham melhor, criam ecletismos de pouca viabilidade, e ainda de cépticos para os quais todo o esforço de pen­samento é uma ilusão que só pode conduzir a resulta­dos que nada têm de seguro; ao passo que das duas primeiras categorias nada vem de útil para o futuro, já o mesmo não acontece com o cepticismo, que obriga a rever o que se considera verdade adquirida, persiste, apesar dos aspectos exteriores, num esforço de inves­tigação e desempenha papel ainda mais importante, quando pela apresentação em plena luz do que existe de negativo numa concepção, incita à construção de fundamentos sólidos sobre os quais se possa erguer uma nova doutrina, principiar um novo ciclo de pen­samento. Os reaccionários e ecléticos gregos do século V, Hipon de Samos e Dógenes de Apolónia, apoiam-se nos trabalhos da escola de Míleto, como se o eleatismo não tivesse existido; voltou-se a perguntar qual é o único que deu o plural, quando já se demonstrara a existência actual do único e se procurara estabelecer qual a forma de pluralidade capaz de se conciliar com essa existência do único; mas, na realidade, era-lhes impossível ignorar Anaxágoras e Leucipo e a eles iam buscar algumas das suas doutrinas; o mais importante dos dois, Diógenes, chegou a exercer grande influência, embora no campo do ecletismo se lhe tivesse adiantado Arquelau de Atenas, talvez mestre de Sócrates. Mas a revolução filosófica levada a cabo por este último só foi possível sobre o trabalho dos sofistas, professores de sabedoria ou então de uma especialidade, que eram em grande número, percorriam toda a Grécia dando lições e tinham como ponto comum o de mostrarem um cepti­cismo completo quanto às probabilidades que tem a inteligência humana de descobrir a verdade absoluta; para Protágoras, o homem é a medida de todas as coisas, o que equivale a dizer que há um mundo para cada um de nós, que tudo é relativo, e que, portanto, todas as concepções são igualmente verdadeiras e igualmente falsas; para Górgias, também nada existe de seguro, e pode até demonstrar-se facilmente a impossibilidade de conhecer; não há verdade, nem em ciência, nem em moral, nem em política, não há direito absoluto, não há justiça ; cada um valerá o que for a força do seu intelecto ou do seu braço; mas todos os cépticos se re­ferem continuamente a dois elementos que mal apare­ciam nos pensadores precedentes: um é a inteligência, a razão, o outro a preocupação moral; são estes exacta­mente os dois pontos em torno dos quais se vai desen­volver toda a actividade de Sócrates, o iniciador da nova fase da filosofia grega.

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