Tenho as maiores reticências aos discursos moralistas/eticistas em política.
Em primeiro lugar, porque sou daqueles “que puxam logo da pistola” sempre que me vêm dar lições de moral (ou de ética, o que é, passe a maquilhagem, a mesma coisa). Depois, porque acho que a melhor forma de transmitir valores morais não é pelo discurso – mas, apenas, pelo exemplo…
Por fim, a deriva moralista/eticista em política é sempre vista, pelo menos por mim, como um sintoma de falta de diferenças políticas. Isso acontece muito, por exemplo, entre o PS e o PSD: o discurso adoptado é, frequentemente, cada vez mais, o de “votem em nós porque gerimos melhor”, “somos mais competentes”, etc., etc.
Um movimento político inspirado no ideário da NOVA ÁGUIA e do MIL não precisaria disso: tais as suas diferenças efectivas com as esquerdas e as direitas que nos têm (des)governado…
A esse respeito, recordo alguns textos que já aqui escrevi:
O que deverá ser o MIL?
"A Cultura Primeiro"
A respeito da ascendência cultural...
O MIL, a Cultura e a Política
Em primeiro lugar, porque sou daqueles “que puxam logo da pistola” sempre que me vêm dar lições de moral (ou de ética, o que é, passe a maquilhagem, a mesma coisa). Depois, porque acho que a melhor forma de transmitir valores morais não é pelo discurso – mas, apenas, pelo exemplo…
Por fim, a deriva moralista/eticista em política é sempre vista, pelo menos por mim, como um sintoma de falta de diferenças políticas. Isso acontece muito, por exemplo, entre o PS e o PSD: o discurso adoptado é, frequentemente, cada vez mais, o de “votem em nós porque gerimos melhor”, “somos mais competentes”, etc., etc.
Um movimento político inspirado no ideário da NOVA ÁGUIA e do MIL não precisaria disso: tais as suas diferenças efectivas com as esquerdas e as direitas que nos têm (des)governado…
A esse respeito, recordo alguns textos que já aqui escrevi:
O que deverá ser o MIL?
"A Cultura Primeiro"
A respeito da ascendência cultural...
O MIL, a Cultura e a Política
11 comentários:
«SOMOS DE DIREITA E DE ESQUERDA, E NÃO SOMOS NEM DE DIREITA NEM DE ESQUERDA, SOMOS O FUTURO»
Viva Portugal!
Viva a Lusofonia!
P. S. A frase não é de nenhum pensador ilustre... ouvi-a eu quando encostei o ouvido ao chão finistérrico.
As grandes verdades são aquelas que vêm do chão, aquelas que ecoam do fundo da terra...
Sem chão nada há nem nada somos e esta terra nunca se cala...
Tenho exactamente as mesmas reticências em relação a esses discursos em política.
O futuro far-se-á com gente de direita e de esquerda, mas há valores fundamentais que as distinguem e que não podem ser escamoteados.
De qualquer forma, já dizia o Zeca, "Seja bem-vindo quem vier por bem..."
...mesmo aqueles que são de direita...:)
Não concordo em absoluto que moral e ética sejam o mesmo e que a ética não faça falta à política! Os nossos manifestos, por exemplo, estão cheios de uma perspectiva ético-política... Ética é assunção do que autenticamente se é, moral a prescrição do que se imagina que deve ser...
Autenticamente sou vários. E o que vejo como autêntico é o meu ponto de vista, não o que é. Sou republicano, como quase todos os portugueses e entendo que os espanhóis precisem de um Rei para se não fragmentarem em países vários; não vejo que nós tenhamos dele necessidade, pelo contrário.
Sei que os monárquicos se vêm plurais, democratas, abertos... mas que fariam de nós, mais de 90% dos portugueses? Súbditos?
Decerto, a ética faz falta a política! A questão é (não) reduzir a política à ética. Há "boas pessoas" em todas as correntes ideológicas...
Por isso mesmo creio que uma via para superar todas as ideologias políticas, sempre parciais, é apresentar um ideário que promova também na política os valores fundamentais que associamos à noção de "boa pessoa": consciência, altruísmo, responsabilidade ética, sentido do serviço do bem comum, etc. Valores humanos fundamentais, integrantes de uma ética natural e laica, que não careça de fundamentos metafísicos ou religiosos e que possa por isso tornar-se mais consensual e universal.
O denominador comum dos valores fundamentais pode ser o respeito pelo outro.
Os valores humanos fazem cada vez mais falta à política, acho que ninguém discordará disso. A corrupção e a desonestidade chegaram a um grau que poderia ser caracterizado de endémico na maioria (ou mesmo na quase totalidade) das nações do mundo.
Por isso, mais do que rever políticas e mudar políticos, acredito que o sistema deve ser alterado, de forma a que movimentos cívicos, mas também seres humanos comuns sejam ouvidos, não num momento único eleitoral, como mero dado estatístico a ser analisado segundo um método de Hondt (ou outro), mas nas reais decisões que nos afectam a todos.
Afinal de contas, como tenho sempre defendido, a liderança não está para ser servida, mas para servir. A mais ilustre posição de um ser humano deverá ser a de um servo, consciente, altruísta e com responsabilidade social como foi aqui mencionado.
Enviar um comentário