Quantos ventos são precisos para mudar o mundo? Quantos? E as ondas, quantos metros têm de ter? Quantas vozes terás de ouvir sucumbir? Quantas flores terás de ver morrer? E quantas criaturas terás de inventar e destruir? Constróis o teu destino com um baralho de cartas e os dedos cheios de gordura e saliva.
Não gostas tu do céu azul e das brancas nuvens de algodão? E do verde da floresta? O que sentes quando te pintam um rio fresco, com cristais de sol e um arco-íris a atravessar a margem florida?
Por que rivalizas com o brilho das estrelas e a beleza da lua? Por que não dormes quando a terra dorme? Por que não comes o que vem da natureza ao invés de a enfadares com artifícios? Ainda te lembras do sabor doce do fruto enrugado como a pele dos teus avós?
Qual é a riqueza de te banhares em crude se depois não podes respirar? Qual o prazer de conquistar uma nação se das armas apenas resta a poeira? E qual é a satisfação de julgar a diferença se é igual o coração?
De que te vale orar à utopia dos deuses se é o caos que tu praticas? De que te vale suprimir os afectos se depois não tens sonhos para criar? Já te esqueceste do sorriso de uma criança?
Quantas palavras já negaste para não escutares a verdade? Quantas? E as lágrimas, quantas mais queres derramar? Quantos iguais terás de enterrar? Quantas memórias terás de esquecer? E quantos mares de sangue estás disposto a navegar? Trilhas os teus caminhos embriagado, como quem procura o odor da carne fresca, tão pobre como no dia em que nasceste.
Não gostas tu do céu azul e das brancas nuvens de algodão? E do verde da floresta? O que sentes quando te pintam um rio fresco, com cristais de sol e um arco-íris a atravessar a margem florida?
Por que rivalizas com o brilho das estrelas e a beleza da lua? Por que não dormes quando a terra dorme? Por que não comes o que vem da natureza ao invés de a enfadares com artifícios? Ainda te lembras do sabor doce do fruto enrugado como a pele dos teus avós?
Qual é a riqueza de te banhares em crude se depois não podes respirar? Qual o prazer de conquistar uma nação se das armas apenas resta a poeira? E qual é a satisfação de julgar a diferença se é igual o coração?
De que te vale orar à utopia dos deuses se é o caos que tu praticas? De que te vale suprimir os afectos se depois não tens sonhos para criar? Já te esqueceste do sorriso de uma criança?
Quantas palavras já negaste para não escutares a verdade? Quantas? E as lágrimas, quantas mais queres derramar? Quantos iguais terás de enterrar? Quantas memórias terás de esquecer? E quantos mares de sangue estás disposto a navegar? Trilhas os teus caminhos embriagado, como quem procura o odor da carne fresca, tão pobre como no dia em que nasceste.
6 comentários:
Belo texto, Bruno! - entre caveiras e chupa-cabras sempre vais reflectindo sobre o que é importante... ;)
Abraço.
P. S. Vou ver se descubro de quem é o quadro.
P. P. S. Não fosse por um contexto metafórico que não me parece pertencer ao seu universo mítico... até diria que o quadro era da Paula Rego...
... TRUNGA!!! - é do Portinari! :)=
gostei.
mesmo que un petit quoi apocalíptico (defeito meu, sou um optimista por militância necessitada)
Uma excelente reflexão. Gostei muito.
beijo*
Belo texto!
Gostei da forma, todo ele composto de interrogações.
Podes continuar a publicar...
:)
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