A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 29 de julho de 2008

Naufrágio

In "The Wet Side of the Moon"

Um bodião curioso veio observar-me, olhou-me atentamente de cima a baixo. Fiquei a observá-lo também, admirando o seu corpo listado e a graciosidade dos seus movimentos.

Ele cumprimentou-me e fez-me sinal para o seguir. Perguntei-lhe onde me levava e ele foi respondendo para eu ter calma. Ali debaixo de água a pressa e o stress não

tinham lugar. Aconselhou-me a gozar a viagem, a observar a beleza que o Oceano tem para oferecer a quem se dá ao prazer de contemplar.

Concordei em absoluto, fui olhando para a paisagem e vislumbrei a beleza frágil de uma gorgónia, ondeando os braços na corrente, sem pressas vai recolhendo aquilo que a corrente lhe trás, vai crescendo à medida que as gerações se sucedem, ganhando cores e complexidades cada vez mais belas.
Continuamos
a descer, sinto-me invadido por uma paz serena, mas há algo mais. À medida que o computador vai indicando uma profundidade maior, vai aumentando uma sensação de melancolia, penso que se trata do aumento da pressão e da diminuição da temperatura e da luz. Mas não é só isso.

De facto já tinha mergulhado mais fundo e nunca me tinha sentido assim, de repente vejo uma forma. Pergunto o que é ao bodião, este responde-me que não sabe ao certo, mas que é algo que veio do meu mundo.
Aproximo-me e confirmo que aquelas formas só podem ter sido produzidas pela mão do homem, parece uma ancora. Sim, talvez seja uma ancora, mas lá atrás vejo superfícies planas, demasiado planas.

Chegamos ao River Gurara, diz-me o bodião.

É isso estou num naufrágio.


De repente vejo uma sombra na balustrada, sinto um arrepio e presto uma singela homenagem aos que

ali pereceram, por todo o lado sente-se angustia, bravura, terror, valentia, desespero e resignação. Um peso enorme faz-se sentir sobre os meus ombros.

Os fantasmas ainda lá estão, presos entre os corais e o metal, ainda se ouvem os seus gritos, ainda se sente a sua presença, ainda se vêem as suas sombras.

Não há nada de mais profundo que mergulhar num naufrágio, mais do que em outra qualquer catástrofe aqui os sentimentos ficam mais incrustados como se fossem fantasmas, testemunhos indeléveis da angustia e bravura, da morte e salvação.


Não naufraguem no Lado Escuro da Lua!

2 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Sortudo... Ainda não fui de férias... :/

Abraço!
P. S. Vou mesmo comprar o arco e as flechas... Tu és um gajo perigoso: reacendes fogos... ;)

Klatuu o embuçado disse...

P. P. S. Tens que falar mais de cemitérios marinhos... a ver se uma certa malta que eu conheço vai mais à praia... LOL!!!