O Presidente Cavaco Silva acabou de falar ao país, numa excepção que gerou grande expectativa sobre a razão. Cheguei a pensar se seria para declarar a extinção de Portugal ou a instauração do Quinto Império, o que poderia ser o mesmo. Cheguei a pensar, mais a sério e num assomo de esperança, se seria para se solidarizar e responsabilizar pelo crescente sentimento de mal-estar, angústia e infelicidade que se abate sobre o povo de que é o supremo representante e que cada vez menos espera alguma coisa dos seus governantes. Cheguei a pensar que seria um assomo de humanidade, consciência e alma. Cheguei a pensar que escutaria palavras vindas do coração.
Não. Apenas uma questão burocrática, por mais importante que a seu nível seja, num discurso soletrado como um autómato e com a postura rígida de quem se comporta como se o fosse. Apenas o mesmo de sempre.
Tranquilizemo-nos. Portugal não acabou, o Quinto Império não foi instaurado e tudo está como antes. Podemos dormir descansados. O Presidente não teve uma crise de identidade e o povo pode continuar infeliz à vontade.
Não. Apenas uma questão burocrática, por mais importante que a seu nível seja, num discurso soletrado como um autómato e com a postura rígida de quem se comporta como se o fosse. Apenas o mesmo de sempre.
Tranquilizemo-nos. Portugal não acabou, o Quinto Império não foi instaurado e tudo está como antes. Podemos dormir descansados. O Presidente não teve uma crise de identidade e o povo pode continuar infeliz à vontade.
7 comentários:
Também era para escrever algo, mas já está tudo dito. Foi, simplesmente, ridículo demais...
Qualquer sinal de relação entre aquele homem e o estado de alma da nação é mera e bem ilusória aparência.
Quem incarnará a alma de Portugal?
Espero que cada um de nós, ou seja, o próprio Portugal!
Caro Paulo Borges: os mortos guardam o nosso aguardar, e talvez não seja preciso mais nada.
Porque acredito na comunhão dos santos.
Tão pobres as mobilizações gerais do país por parte do nosso Presidente... Belo texto.
Depois de o ouvir ficou a perplexidade de serem quase sempre confirmadas todas as minhas piores suspeitas... Ficou também uma palavra que eu queria dizer e não havia meio de descortinar qual era.
As duas pessoas com quem falei a seguir - não estavam juntas nem se comunicaram - disseram-na: flop.
Mas eu estava a pensar em português...
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