A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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sábado, 28 de junho de 2008

Tudo depende...



A situação de Portugal se afigura pior num sentido e noutro sentido melhor que a dos povos de além-Pirinéus. Pior, porque nos faltou e falta o processo de desenvolvimento científico com tudo quanto o acompanhou, com a experiência e gradual reflexão que lhes foi própria, dos povos nossos irmãos mais próximos dos quais nos distanciámos. Melhor porque, justamente por nos ter mantido na obstinada fidelidade ao que foi, se torna possível, com a cisão extrema para todo o passado, na floresta de maravilhas e terrores a que a Europa veio e para a qual arrasta o mundo, uma perspectiva diversa e complementar, e talvez não menos funda, ou não menos lúcida que a deles. Tudo depende evidentemente de filosofarmos e das condições de filosofarmos.


José Marinho

12 comentários:

Casimiro Ceivães disse...

Sim, e no entanto agora olhamos esse texto como se estivesse tão distante no tempo como a mais remota cantiga de amigo. Definitivamente, il n’y a plus de Pyrénées. Ou, mais rigorosamente: a montanha de fogo fez-se abismo.

Não que isto atinja a possibilidade da lucidez, ou da experiência do filosofar; desde que o saibamos fazer no vácuo.

andorinha disse...

Tudo depende da filosofia que se adopta...
Não me parece que o desenvolvimento científico seja incompatível com qualquer tipo de lucidez.
Parece-me, isso sim, que é muito difícil, senão impossível filosofar quando muita gente já nem vive, apenas sobrevive.

Casimiro Ceivães disse...

Andorinha, alguma vez isso não foi assim?

Ruela disse...

Dito andorinha.

... disse...

Julgo que a superação de um mero estado de sobrevivência que permita atingir a plena dignificação dos seres, falando de um modo geral, depende tanto da economia como da filosofia, como da ciência e da poesia, das circunstâncias e das expectativas, ou, como foi dito, "depende" do modo como estas se interligam, remetendo a primazia para a soma delas e não apenas para uma das partes. Pode soar a um lugar comum, mas talvez seja um "lugar comum" necessário.

Casimiro Ceivães disse...

No entanto, o "modo como estas se interligam" depende exclusivamente da filosofia - e, em particular, quer se leia "economia" como o estado particular das riquezas de uma comunidade num dado momento, quer como a ciência que estuda tais riquezas (ou as escolhas que as permitem).

Que as coisas se não acumulam simplesmente (de certa forma, é pena que não seja assim) mostram-no os muitos textos que nos últimos dias têm sido aqui publicados sobre um certo mundo "rural" em extinção. As pessoas não sobrevivem intactas a essa transformação (para o bem e para o mal).

Lord of Erewhon disse...

Uma outra forma da tese fundante da Filosofia Portuguesa forjada por Álvaro Ribeiro; o congelamento da arca finistérrica torna-se um tempo outro, filho guardado da eternidade renovadora.

andorinha disse...

Casimiro,
A dificuldade de filosofar de estômago vazio?
Sim, sempre assim foi.
No entanto, pretendi frisar que, nos tempos que correm, a possibilidade de filosofar está ao alcance de um número cada vez mais reduzido de pessoas.

"As pessoas não sobrevivem intactas a essa transformação (para o bem e para o mal)."

Não, claro que não. Em nome do progresso há sempre valores e tradições que se perdem.
Algumas mereciam ser preservadas.

Casimiro Ceivães disse...

"E agora que estamos de estômago cheio, pergunto-vos, meus filhos, o que é o Homem, e o Mistério do Homem; ou pergunto-vos porque é que há-de ser o amor-perfeito uma flor, e não o nariz constipado de um rinoceronte: deleitemo-nos pois no encanto subtil da filosofia".

:)

Andorinha, se bem entendo o José Marinho do texto aqui (pro)posto, tratava-se de saber até que ponto a "Europa", ou o mundo moderno que então era figurado por ela, trouxe consigo uma espécie de opacidade, tão diferente da prometida agudeza do olhar da ciência, da prometida voz clara das revoluções.

Isto abrange o que chamas "desenvolvimento científico", e a sua transposição no "desenvolvimento técnico", orgulho e raça da Nova Atenas... No fundo, a subordinação do mundo a uma organização total da realidade (a uma organização "horizontal", porque quantitativa, da realidade) a que o pensamento português sempre foi avesso.

Isto é umm problema diferente do da Justiça e do da Caridade, que é o problema da dignificação, para usar o termo do (z).

E no meio disto (e é contra isso, não propriamente contra o que disseste, que estou a rabujar aqui), a ideia tão moderna - no sentido "além-Pirinéus"... de que a filosofia é um chapéu que se põe na cabeça: a última peça de roupa que se veste, depois de o que é necessário ser fornecido pela ciência e pela ideologia, esses inimigos-irmãos.

A filosofia não é a especulação sobre o já visto, mas aquilo mesmo que permite olhar.

andorinha disse...

Estou feita contigo, Casimiro:)
Obrigaste-me a ir ler de novo o texto.

O nariz constipado de um rinoceronte pode perfeitamente ser um amor-perfeito, por que não?

Mas vamos por partes senão perco-me.

"Isto é umm problema diferente do da Justiça e do da Caridade, que é o problema da dignificação, para usar o termo do (z)."

É óbvio, só fiz referência a uma situação que se tem vindo a agudizar. Foi apenas um àparte, digamos assim.

Penso ter entendido o texto e o teu comentário, mas não concordo com tudo.
Não tenho essa visão dicotómica: a "Europa" como provocadora de opacidade e nós como exemplo de lucidez.
Quanto a mim, o "desenvolvimento científico" que é referido no texto não ofusca necessariamente a lucidez, não os vejo como incompatíveis.
É esta a minha discordância em relação ao texto.

"A filosofia não é a especulação sobre o já visto, mas aquilo mesmo que permite olhar."

Assino por baixo, amigo:)
Nunca desvalorizei o papel da filosofia.

Gosto imenso de conversar contigo, mas ainda vou pregar para outra freguesia:)

Beijinho.

Klatuu o embuçado disse...

Casimiro, tinha saudades tuas, pá!

P. S. Espero em breve ter todo o tempo para a boa conversa... Ando outra vez aqui com a vassoura de um lado para o outro! :/

andorinha disse...

Klatuu,
Pois é, eu sempre te disse que as lides domésticas:) roubam tempo para actividades mais interessantes...:)

As mulheres sabem isso há muito por experiência própria.
Que tal se nos escutassem once in a while?
:)