A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

O renascer da utopia...


Olhava os vários canteiros desgostoso. Era belo, sem dúvida, o resultado do labor de tantos anos; havia exemplares magníficos, mas desde há muito que ao suceder das primaveras não correspondia a surpresa e a alegria do eclodir. Ao longo dos anos, apurou em cada um dos exemplares a perfeição da forma, o elaborado do matiz, a subtileza do aroma; mas depois, foi repetição somente o que se lhe pintou na insaciável retina da alma.
Era o seu ritual quotidiano: sentava-se na soleira e contemplava as plantas no jardim. A vigília povoada de fantasiosos sonhos de quimérica renascença, induzira-lhe um estado de alheamento tal, que, sem consciência dos próprios actos, foi sentar-se, naquele amanhecer, junto ao portão exterior do seu jardim; mesmo defronte de onde se acende o alvorecer. Apercebido do lapso ergueu-se, confuso, no intuito de restaurar a cabal observância do ritual. Porém, o primeiro esplendor do sol foi poisar no recanto esconso de um canteiro. Notou então, ao ver daquela perspectiva inabitual, a presença de uma forma desconhecida, um aroma ainda ténue, uma cor pálida de matiz indefinido. Estatizou-se inebriado na contemplação da visão nova. Temeu o movimento, receoso de se lhe acabar o sonho. Mudou a postura lentamente; mas a visão persistiu. Exultou. Correu a buscar a sua tesoura de poda, e, com ânimo novo, aparou as plantas vividas. Conservou-lhes só as flores mais perfeitas, racionou-lhes as réplicas, para deixar espaço às formas novas com que renascia a utopia.


In Histórias de proveito moral - Severino

1 comentário:

... disse...

Bela imagem da persistente, delicada e dedicada arte de jardinar os sonhos, que nos férteis espíritos florescem.