A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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domingo, 13 de abril de 2008

Dez vantagens económicas da aproximação política dos Estados Lusófonos: Portugal e Brasil

Num mundo em que o factor económico está sempre no centro de qualquer actividade, é impossível ignorar os aspectos económicos de uma União Lusófona. Que vantagens e desvantagens resultariam do estabelecimento de uma União Lusófona? Vamos abordar de uma forma muito sucinta e simplificada estas questões:

1. O estabelecimento de uma União Lusófona, englobando Portugal e o Brasil, e outras nações africanas de expressão lusófona aumentaria o volume e a qualidade das trocas comerciais, assim se criariam e reforçariam os laços entre os povos da lusofonia.

2. Portugal e o Brasil têm tudo a ganhar se investirem em mercados onde através da lingua comum e da própria existência de numerosas comunidades migrantes lhes dá vantagens competitivas sobre os demais países. Poupanças em etiquetagem, marketing e publicidade, semelhantes culturais, todas estas vantagens podem ser decisivas e servir de argumento económico para aproximar os países de lusófonos.

3. A formação de uma Comunidade Lusófona, capaz de usar nos fóruns internacionais uma só voz poderá potenciar a resistência dos países seus integrantes contra manobras de dumping social e laboral capazes de arruinar e desindustrializar os países que dela façam parte... Falando em nome de 240 milhões de lusófonos poderemos intervir de forma mais actuante e influente nos fóruns internacionais e impedir que certas potencias menos éticas sejam capazes de destruir a capacidade dos países menos fortes resistirem à invasão massiva e descontrolada dos seus produtos agrícolas e industriais.

4. A integração dos países lusófonos em espaços económicos regionais pode estar a potenciar a sua diluição ou absorção por outras entidades transnacionais e a perda da sua própria identidade... Esse risco é muito palpável em Portugal pela forma quase imperial como a Europa do norte nos impõe os seus ditames, mas também pode ocorrer na África austral, com Moçambique (e em menor grau com Angola) e até no Brasil, com o Mercosul... A integração destes países numa Comunidade Económica Lusófona reforçaria a sua identidade e independência, criando um novo vector de Desenvolvimento, alicerçado nas comunhões culturais e linguísticas que os unem, por oposição às anglofonias e castelhanias que marcam os seus vizinhos regionais...

5. A existência de uma mesma língua - reforçada agora pela mesma grafia - poderá potenciar os intercâmbios científicos e académicos, multiplicando as parcerias universitárias no campo da Investigação Aplicada e da inovação e facilitando a transferência do Conhecimento para o campo prático e empresarial. Neste contexto, uma versão lusófona do bem sucedido "Programa Erasmus" da União Europeia poderia ser uma plataforma excelente para potenciar os contactos e os intercâmbios culturais e económicos entre os países da Lusofonia.

6. Se Portugal se mantivesse integrado na União Europeia e se simultâneamente (o que é pouco provável) estabelecesse alguma forma de união ou confederação política com o Brasil, o peso demográfico acrescido, assim como o decorrente aumento da representativa em instâncias europeias, desde o Parlamento Europeu até à própria Comissão. Desta forma, a união Portugal-Brasil poderia reclamar para si uma maior proporção dos financiamentos europeus e ao tornar-se no país demograficamente mais poderoso da União Europeia afirmar-se como uma verdadeira potencia mundial.

7. A integração entre Portugal e o Brasil facilitaria o desenvolvimento económico do Brasil ao facilitar a entrada dos seus produtos em Portugal, onde os padrões de consumo são mais elevados e permitiria a substituição de muitos produtos que actualmente Portugal importa do Extremo Oriente e do norte da Europa. Permitiria também reduzir os fluxos migratórios de Portugal para o Brasil, ao potenciar ainda mais um desenvolvimento que actualmente já é tão flagrante e para Portugal seria indiferente já que apenas a fonte das suas importações mudaria, já que a base industrial brasileira ainda não foi tão erodida como a nossa e continua globalmente competente nas áreas em que Portugal já não tem oferta própria ou não a pôde ter (combustíveis, alimentos, aeronáutica, defesa e algumas importações de alta e média tecnologia).

8. Portugal é o país da União Europeia em que o comércio externo (Importações e Exportações) mais está concentrado na Europa, e nesta, sobretudo para a Espanha, que canaliza a maioria das nossas importações e exportações. Isso torna a economia portuguesa muito exposta a qualquer flutuação ou crise que possa ocorrer no nosso vizinho. Multiplicar as nossas trocas comerciais com o Brasil iria - além de reforçar os laços com outros povos lusófonos - aumentar a capacidade de resistêbnncia da economia portuguesa a crises induzidas pelo nosso vizinho.

9. Para o Brasil, o incremento das ligações comerciais com Portugal poderia servir como porta de entrada do Brasil nas ricas economias europeias (como profetizava Agostinho na década de 80) e contribuir assim para uma maior internacionalização da sua economia, encontrando mercados sólidos e de alto poder de compra naquela que já é a maior potencia económica do mundo: a União Europeia.

10. O estabelecimento de uma união aduaneira entre Portugal e o Brasil aumentaria as relações comerciais entre o Mercosul e a UE, disponibilizando à Europa os produtos de algumas das maiores potenciais agrícolas do mundo, potenciando o desenvolvimento destes países. O facto de Portugal não ser um país beneficiário da Política Agrícola Comum coloca-o como um bom agente para este tipo de intermediação. Por outro lado, o tipo de produções agrícolas brasileiras (tropicais) dificilmente colocariam uma ameaça aos nosso tipo de produção agrícola, que actualmente recebe subsídios para deixar de produzir e manter essa produção alocadas nos países do norte que são efectivamente os maiores contribuintes líquidos da PAC.

Fontes:
Revista Janus
http://www.ciari.org/opiniao/brasil_vertenteatlantica.htm

7 comentários:

AAG News disse...

Completamente de acordo.

Um primeiro passo seria a reintegração de Cabo Verde e São Tomé e Princípe, em Portugal como regiões autónomas, como a Madeira e os Açores, aumentando assim o espaço Atlântico, essencial à aproximação com Angola e o Brasil, retornando a Atlântico a ser o Mar Português e obrigando a UE a ter de urgentar a proibição da atual lei que impede Países Africanos de entrarem na UE, que de qualquer dos modos terá de reformar, pois a Ucrânia é vital para o projeto energético europeu dos países do norte e do centro da UE, assim como o Marrocos espanhol o é para a UE do centro-sul e sul.
A gestão de tantas Nações e Culturas será por isso no futuro inviável, com a vertente meramente económica que a UE hoje prefigura e que será ainda pior com o pseudo-federalismo europeu.
Portugal poderá assim lentamente sair da UE, mantendo no entanto vínculos comerciais, mantendo-se como zona estratégica franca, na Lusófonia Europeia.

L+G

Anónimo disse...

A UE hoje não é mais que um plenário, com vastos poderes, de governos reaccionários, não a ter em conta enquanto projecto, bom ou mau, mas como facto geopolítico, naturalmente desfavorável para o povo português.
Quanto ao projecto de estados lusófonos parece-me que anda por ai muita nostalgia do império perdido, um sonho não só impossível de realizar, como, quanto a mim, a contrariar.
Se quisermos construir qualquer coisa, que pouco mais poderá ser do que um bom clima de entendimento com os outros países da nossa língua, teremos que nos deixar de fantasias que nada tem a ver com o sonho de um futuro melhor para o nosso povo.
Pestana

Anónimo disse...

Retirar a independência a Estados soberanos? Colocar países politicamente independentes sob o alçada da República Portuguesa? Meus amigos, que ideias são essas!? Isso está completamente fora de questão!
Antes de tudo, estão as boas relações culturais, que ainda nem existem... Não existe sequer uma consciência cultural lusófona comum... É preciso massa crítica, muita massa crítica.

Rui Martins disse...

aag news:
Pessoalmente, não defendo um modelo reintegracionista. Duvido mesmo que os povos de CV ou de S. Tomé o tolerassem, embora para isso poder-se-ía sempre realizar um referendo... O modelo que defendo é de uma confederação, a estabelecer simultaneamente com uma intensa descentralização municipalista para reduzir o poder dos Estados.
Mas concordo, que estabelecer a confederação primeiro com CV ou S. Tomé seria um excelente 1º passo para um salto de maior ambição: a União Portugal-Brasil.
E Portugal não teria que sair necessariamente da UE. A sua presença aqui interessa a todos, europeus e lusófonos. Haveriam certamente regras e normais incompatíveis, mas estas poderia ser resolvidas uma a uma, se houve vontade política para tal.

Pestana:
"Quanto ao projecto de estados lusófonos parece-me que anda por ai muita nostalgia do império perdido, um sonho não só impossível de realizar, como, quanto a mim, a contrariar."
-> Não... Porque não advogo o modelo reintegracionista, mas confederal descentralizado no município. Como falar de "império" se não houve centro ou capital do mesmpo? E sobretudo se o cerne do Poder estivesse nas mãos dos municípios e não das repúblicas?

Miguel Real:
"Retirar a independência a Estados soberanos? Colocar países politicamente independentes sob o alçada da República Portuguesa? Meus amigos, que ideias são essas!? Isso está completamente fora de questão!"
-> Concordo. O modelo reintegracionista nunca seria aceite pela maioria destas populações. O mesmo não posso dizer de um modelo federal ou confederal, contudo...

"Antes de tudo, estão as boas relações culturais, que ainda nem existem... Não existe sequer uma consciência cultural lusófona comum... É preciso massa crítica, muita massa crítica."
-> Correcto. A aproximação cultural tem que ser o primeiro passo e criá-la, assim como a dita "consciência cultural lusófona comum" terá que ser o primeiro e mais importante ponto de qualquer organização que defenda a União Lusófona, como o faz o MIL.

Anónimo disse...

Faltou-me dizer que para mim a palavra de ordem é: «descentralização».

AAG News disse...

Naturalmente que os governos e povos de Cabo verde e São Tomé e Princípe é que o decidiriam em referendo se o desejassem. Se o não desejassem não lhes poderia ser imposta essa transição de reintegracionismo em Portugal, para a sua integração na UE, como a conhecemos atualmente, mas acho que com reeintregacionismo ou não, esses Países deveriam entrar na UE de qualquer das formas como Países Lusófonos, parece ser esse o desejo de Cabo Verde e São Tomé e Princípe...mas claro que poderão optar pela Francofonia a que oficialmente aderiram desde 1995 e 1996, respectivamente.

L+G

Anónimo disse...

O Sr. Embaixador português no Brasil pôs claro as coisas neste blogue sobre o AO. Todavia o MIL coloca em debate mais coisas do que o AO. Temos aí um termômetro que está a faltar no Brasil. Tampouco a África lusófona dá mostras de grande intereese nestas opiniões. Não é para desanimar! As vantagens econômicas, contudo; não se devem colocar em primeiro lugar. Por vantagens econômicas primeiramente, nem mesmo haveria uma língua comum. Brasil e Portugal não se devem esquecer da África a qual muito devem. Nestes 400 anos do padre Vieira a ONU declarou, por coincidência, Ano International dos Idiomas. 240 milhões de falantes da língua portuguesa conseguiram a proeza sobre milhares de línguas indígenas mortas. Lutar por um plano mundial compensatório de danos coloniais de lesa humanidade, é o investimento ético e moral que a Lusofonia Internacional tem mais que ser vanguardeita, desde já, como foi pioneita dos caminhos marítimos. Ao dar o exemplo conquistará o respeioto dos povos e lançará a luva em direção aos grandes. Para que parem de desperdiçar recursos que apagariam a pobreza da face da Terra.