A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Da crise do sistema partidário em Portugal


“O principal problema da oposição à direita ao actual Governo é que tem medo de ser oposição. Ou, para ser mais rigoroso: não é capaz de ser oposição porque aquilo que a diferencia do partido no poder são detalhes.”

(...)

“Ao contrário do que muitas vezes se sugere, este aparente “consenso” não é saudável numa democracia aberta. Porquê? Porque sem pluralismo verdadeiro, e não artificial ou “clubístico” sem real competição entre ideias e modelos diferentes (e não apenas entre soluções técnicas rivais), falta aos cidadãos a possibilidade de escolher não apenas entre líderes diferentes, mas entre políticos diferentes.”

(...)

“Do Portugal, Que Futuro? ao Compromisso Portugal, a maioria destes movimentos esgotam-se quando os seus protagonistas chegam ao Poder”

(...)

“Não temos nada que se assemelhe a um think-thank americano ou a tantos centros de estudos, fundações ou departamentos universitários que, por essa Europa fora, são capazes de alimentar correntes de opinião diferenciadas e ajudar os políticos a serem... diferentes.”

José Manuel Fernandes

Público, 26 de Março de 2008

Se as diferenças entre PS e PSD são meramente “fulânicas” e se apenas a suposta competência para aplicar a mesma política distingue os dois partidos de poder em Portugal, então o sistema democrático só se pode salvar se... estes deixarem de serem alternantes na partilha do Governo da República. A semelhança de políticas, objectivos e princípios é agora especialmente flagrante já que o PS de José Sócrates bandeou claramente à direita, e que o PSD tem um dos líderes mais inseguros e hesitantes da sua história, mas a semelhança destes gémeos esvazia o sistema político e abre margem à aparição de novos projectos.

Entre um sistema cada vez mais personalizado e cada vez menos politizado, em que os partidos e os políticos são cada vez mais tecnocratas cegos que se limitam a aplicar o melhor que podem políticas definidas algures fora do país, nasce espaço para que surjam projectos e ideias verdadeiramente alternativas. E são precisamente porque estas não têm surgido e porque existe esta indistinção entre os dois partidos que se vão alternando no Poder que se registam em Portugal níveis de abstenção crescentes e que começam a ser tão elevados que estão a ameaçar a própria existência do sistema democrático. Urge portanto aproveitar as energias que existem na sociedade portuguesa e que o fenómeno das petições virtuais deixa adivinhar, encontrar novas formas de participação na sociedade civil que potenciem estas energias e que... se criem as condições para o esgotado sistema bi-partidário que – de facto – nos vai regendo desde 1975 desapareça e surja uma nova democracia mais pluralista, descentralizada e participada.

7 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Bravo! Ele pôs mesmo o dedo na ferida e indicou o que é preciso ser feito.

Que tal o MIL tomar a iniciativa e mobilizar recursos intelectuais e financeiros para criar um "think tank" desse género, que faz tanta falta?

Rui Martins disse...

É uma boa ideia...
Mas carece de...
guita
(pagar salas de conferência, conferencistas, publicidade, etc)
os tipos dos movimentos aqui citados têm-na (são empresários), mas nós no MIL...
Eu poria este projecto na lista, mas buscaria por enquanto outros de alcance mais imediato...
Algo a debater, contudo!

Anónimo disse...

Ups! Não foi este senhor que fez uma defesa acérrima da invasão do Iraque pelos EUA? Será que tal como o Sr. Presidente da UE Durão Barroso, também ele se sente enganado pelas falsas imagens com que os americanos justificaram a necessidade de destruição de um país? Não me lembro de ver nenhuma declaração pública sua neste sentido.

Rui Martins disse...

Todos temos direito a asneirar... eu pelo menos rogo-me tal direito!
Não é por ter errado redondamente nessa questão que a partir daí tudo o que diz é uma imbecilidade.
E neste concreto, acho que avalia bem o problema.

joao marques de almeida disse...

Não pode haver discussão (mas somente desconversa) quando se embaralha ideias e conceitos, ou se toma os nomes por conteúdos o que é manipulação.
O que distingue os partidos são as suas políticas e as suas práticas e não as suas siglas. Qualquer análise, mesmo ao de leve que seja, revelará sem erro, que o PS no campo económico e social, aplica esforçadamente os modelos neoliberais, portanto da ultra direita moderna (moderna por ser destituída de quaisquer valores que não sejam o dinheiro). No campo estritamente político as suas práticas são pró-fascistas (atribuindo aqui o significado corrente e popular de fascismo).
Na verdade, as diferenças entre o PS, PSD e CDS são unicamente de interesses económicos e nada mais. Todos eles são da direitíssima embora escondidos por detrás de um sistema eleitoral viciado que lhes confere poder absoluto de quatro em quatro anos. Recorde-se que as cortes se reunião anualmente e que nelas o próprio rei podia ser posto em causa bem como as suas políticas.
Quanto a qualquer um poder asneirar e “prontos”, claro que pode, mas existem tribunais para julgar as asneiras. E se não há deviam existir tribunais (espero que venham a existir) para julgar as asneiras que carregam às costas (ou ajudaram a carregar) centenas de milhares de mortos, de todas as idades, de velhos a crianças que sorriam, iam às escolas e brincavam nas ruas como as nossas.
Respeitemos, ou menos, a memória das vítimas.
A pessoa em questão sabe o que diz e o que quer dizer

Ana Margarida Esteves disse...

Relativamente ao "guito", com esforco e paciencia para preencher candidaturas a fundos e mobilizar os recursos humanos do MIL conseguiremos o que necessitamos.

Obviamente que tem de ser um projecto a medio prazo.

Podemos falar disto em conjunto quando eu chegar ai?

Anónimo disse...

Muito bem Marques de Almeida