A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Notas sempre actuais de Eduardo Lourenço sobre Portugal

«O "Quinto Império" de Pessoa não exigia já o delírio e a inconsciência e os vãos sacrifícios ao fim dos quais perdemos, como era previsível e até para cegos de nascimento, um império terrestre que só começou a existir a sério para a Nação quando surgiu no horizonte a possibilidade da sua perda. Com essa perda alterou-se em profundidade e definitivamente a imagem corporal que cada português, mesmo os que o não sabiam, transportavam consigo. Aparentemente, sem que isso tenha mobilizado a paixão e a inteligência pátria para reajustar à nova realidade portuguesa, amputada da sua existência secular de nação imperial e colonizadora, uma nova imagem. Depois de tantas décadas de convívio íntimo oficial com uma imagem particularmente irrealista da nossa História e das nossas possibilidades, o despertar dessa existência eufórica acabada em pesadelo tinha de arrastar após si o impulso duradoiro dessa mitologia nefasta. Como era de esperar, não seria uma Revolução caída do céu militar que poderia repor miraculosamente o País em condições de se readaptar, enfim, àquilo que é e que pode. As contas a ajustar com as imagens que a nossa aventura colonizadora suscitou na consciência nacional são largas e de trama complexa demais. A urgência política só na aparência suprimiu uma questão que também na aparência o País parece não se ter posto. Mas ela existe. Querendo-o ou não, somos agora outros, embora como é natural continuemos não só a pensar-nos como os mesmos, mas até a fabricar novos mitos para assegurar uma identidade que, se persiste, mudou de forma, estrutura e consistência. Chegou o tempo de existirmos e nos vermos tais como somos. Ao menos uma vez na nossa existência multissecular aproveitemos a dolorosa lição de uma cegueira que se quis inspiração divina e patriótica, para nos compreendermos em termos realistas, inventando uma relação com Portugal na qual nos possamos rever sem ressentimentos fúnebres, nem delírios patológicos. Aceitemo-nos com a carga inteira do nosso passado que de qualquer modo continuará a navegar dentro de nós. Mas não autorizemos ninguém a simplificar e a confiscar para benefício dos privilegiados da fortuna, do poder ou da cultura, uma imagem de Portugal mutilada e mutilante, através da qual nos privemos de um Futuro cuja definição e perfil é obra e aposta da comunidade inteira e não dos seus guias providenciais.»

Eduardo Lourenço, O Labirinto da Saudade - Psicanálise mítica do destino português, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1978 (Junho)

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