A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Texto que nos chegou...








A CARBONÁRIA E A REVOLUÇÃO REPUBLICANA
António Trabulo

Luz Almeida era bibliotecário municipal na rua do Saco, em Lisboa. De falas mansas, baixo e pálido, vestia sempre de preto e parecia triste. Membro da Loja Maçónica Montanha, fez renascer a Carbonária estudantil que florescera por volta de 1848 em Coimbra e em Lisboa, e conseguiu atrair para a "Floresta" muitos trabalhadores da capital. O ritual ultra-romântico da iniciação caía mal aos intelectuais positivistas do século XX mas, no dizer de Almeida, as máscaras e os punhais impressionavam os homens rudes que pretendia mobilizar e ajudavam a garantir fidelidades. Proferido o juramento, um encapuçado perguntava com voz cava ao iniciado:
- O que se faz a um traidor?
- Mata-se!
Constituiu-se um agrupamento de Aspirantes, Rachadores, Mestres de Choça e Mestres Sublimes que se tratavam por "primos" e se organizavam em Canteiros, Choças, Barracas e Vendas. O carácter clandestino da instituição implicou a inexistência de registos. Parece pouco provável que a Carbonária tenha alguma vez somado dois mil filiados, ainda que, no imaginário da época, pudesse ter atingido vinte vezes mais. Há quem aponte números assim. O prestígio de que gozou residiu, em boa parte, no mistério. Os seus homens não tinham armas nem dinheiro para as comprar.
A tradição democrática das sociedades secretas impunha a eleição dos chefes. Tal prática nunca foi adoptada pela "Alta Venda" que, por alegadas razões de segurança, se isolou tanto das bases como das estruturas oficiais do Partido Republicano. Nem os carbonários nem os dirigentes partidários a controlavam.
Luz Almeida chamou a si o engenheiro António Maria da Silva e o comissário naval Machado Santos. Eram eles que constituíam a Alta Venda "Jovem Portugal" que punha e dispunha da organização carbonária. O secretismo pretendido não resultou. Os chefes davam nas vistas e a polícia conhecia-os bem. Ainda assim a Carbonária recrutou boa parte dos oficiais que iriam comandar os rebeldes e desempenhou um papel importante na preparação e na execução da revolta republicana. Decapitada a revolução nas primeiras horas, coube aos actores considerados menores, com Machado Santos à cabeça, pegar na bandeira da República e conduzi-la à vitória.

Imagens: Luz Almeida, Machado Santos, António Maria da Silva, fotografia com Sebastião de Magalhães Lima(Grão-Mestre da Maçonaria), Luz Almeida e Machado Santos

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