CARTAS PARA ANTÓNIO TELMO[1]
Dalila Pereira da Costa
Publicam-se aqui as dezasseis cartas (nelas se incluindo alguns cartões) de Dalila Pereira da Costa para António Telmo que se guardam no espólio deste último. Uma dessas cartas – que ora surge sob o número III – havia já sido dada a lume em Cadernos de Filosofia Extravagante: António Telmo (Zéfiro, Sintra, 2011, Colecção NOVA ÁGUIA); as restantes são inéditas. O arco cronológico do epistolário define-se entre 1977 e 1994. Desconhecemos se outras cartas de Afonso Botelho para António Telmo existiam e se terão perdido.
Complementarmente, por se tratar de um título da bibliografia passiva de António Telmo que, até agora, havia passado despercebido e que, de modo manifesto, se articula com o teor das cartas VIII e IX, reproduz-se em anexo a recensão a Gramática Secreta da Língua Portuguesa, de António Telmo, que Dalila Pereira da Costa publicou na revista portuense Nova Renascença (Volume I, n.º 4, Verão de 1981, pp. 453-455).
Não tendo sido possível, por ora, facultar ao leitor, na sua integralidade, o diálogo epistolar mantido entre os dois autores, será de esperar que, no futuro, o mesmo possa vir a ser reconstituído, com evidente benefício para a compreensão do que agora se publica. Foi, aliás, com semelhante propósito que procedemos, sempre que isso se mostrou necessário e possível, à anotação das cartas, restringindo-a quanto possível, mas sempre de modo a procurar esclarecer o seu teor a quantos se encontrem menos familiarizados com o universo intelectual dos correspondentes ou com alguns aspectos menos evidentes desse mesmo universo. A este respeito, queremos expressar a nossa profunda gratidão ao Dr. Paulo Samuel, amigo de António Telmo e de Dalila Pereira da Costa, estudioso das obras de ambos e ainda editor da escritora portuense, pelo seu valioso contributo na fixação do texto das cartas e pelos esclarecimentos e informações que a respeito do teor das mesmas nos prestou.
A ortografia dos textos epistolares foi actualizada pela norma anterior à do Novo Acordo Ortográfico. As palavras de muito difícil leitura no original manuscrito e, por isso mesmo, de duvidosa compreensão, foram assinaladas com recurso ao sinal “[?]”. Meros lapsos manifestos foram objecto de correcção.
[1] Transcrição, organização, introdução e notas de Pedro Martins e Risoleta C. Pinto Pedro.